"Os Educadores-sonhadores jamais desistem de suas sementes,mesmo que não germinem no tempo certo...Mesmo que pareçam frágeisl frente às intempéries...Mesmo que não sejam viçosas e que não exalem o perfume que se espera delas.O espírito de um meste nunca se deixa abater pelas dificuldades. Ao contrário, esses educadores entendem experiências difíceis com desafios a serem vencidos. Aos velhos e jovens professores,aos mestres de todos os tempos que foram agraciados pelos céus por essa missão tão digna e feliz.Ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se encantar com acolheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes"(Gabriel Chalita)

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sábado, 30 de outubro de 2010

A dor da injustiça

Todos os dias aprendemos e ensinamos. Estamos todos matriculados na escola da vida. E nessa escola, com humildade, amadurecemos. Basta que prestemos atenção no outro, na sua dor e na sua capacidade de superação. E que prestemos atenção em nós mesmos e na necessidade de sermos justos.

Certa vez ouvi um depoimento de uma cozinheira acusada de ter furtado uma pulseira de ouro. Entre lágrimas, ela tentava convencer a patroa de que jamais em sua vida havia cometido esse delito. A patroa dizia que as lágrimas eram uma forma de esconder o furto. A funcionária, em prantos, dizia que era uma mulher de fé, religiosa. E a patroa, aos gritos, exigia que Deus fizesse, então, a pulseira aparecer na frente dela, se é que Ele existia.

A funcionária não mais insistiu. Na solidão da injustiça, entrou no quarto para arrumar as suas coisas. Lamentou a situação. Chorou a sua história de dor e necessidade.Enquanto ouvia explicações da patroa de que não a denunciaria desde que ela não a atormentasse na justiça, entrou a filha pedindo um sanduíche. Na mão esquerda, estava a reluzente pulseira. Foi neste momento que a funcionária chorou ainda mais. Como dói a injustiça! A patroa, rispidamente, disse a ela que parasse com o choro e voltasse ao trabalho. E, com autoridade, decidiu que fora apenas um mal entendido. Recomposta, a cozinheira agradeceu a confiança e disse que nada mais tinha a fazer naquela casa. A patroa insistiu que o melhor era esquecer tudo. E a funcionária sorridente agradeceu a Deus e lembrou a patroa de que Ele não desampara quem O ama.

Sem muito alarde, a cozinheira saiu e no dia seguinte arrumou emprego em um restaurante. Tudo aconteceu em uma missa. Muito triste, ela foi à Igreja como sempre e, na acolhida, o padre pediu que as pessoas se cumprimentassem e se apresentassem. A senhora ao lado disse que tinha um restaurante e ela disse que era cozinheira. A partir daí, uma nova vida começou.

Ela não foi à missa em busca do emprego nem querendo que Deus desse a ela a recompensa dos que são humilhados. Foi rezar. Foi chorar. Foi agradecer. Foi viver o mistério do Amor que é a Eucaristia. E, nesse mistério, encontrou Amor. Coincidência estar precisando de um emprego e a outra ter um emprego para oferecer? Pode ser. Como pode ser também providência. Deus cuida de nós, como diz em canção nossa irmã Salete Ferreira

Assim como ouvi esse testemunho em meu programa de rádio na Canção Nova, ouço tantos outros que servem de inspiração para que aprenda a ser justo e experimente a presença de Deus.
A história dessa mulher nos ensina a termos mais delicadeza em nossas relações. É triste sofrer a dor da injustiça, da incompreensão.

Todos nós erramos, mas se tomarmos um pouco de cuidado, nosso erro não será tão doloroso ao nosso irmão nem a nós mesmos. Ninguém faz mal ao outro impunemente.



sábado, 23 de outubro de 2010

As religiões e as políticas

(Tempo e Presença – outubro de 2010)

Em períodos eleitorais, além dos programas dos diferentes candidatos apresentando suas idéias e futuras ações, nosso país se vê às voltas com a problemática das crenças religiosas misturadas às posturas éticas e políticas dos candidatos e dos eleitores. Poucas pessoas fazem uma análise na qual a atenção às propostas políticas dos candidatos seja submetida ao bem comum e às condições reais de possibilidade histórica de suas propostas. Igualmente, poucos conseguem distinguir aquilo que tem a ver com suas escolhas pessoais de vida e as grandes linhas políticas necessárias a um país e, por conseguinte a um Estado multicultural e multireligioso como o nosso. Misturam-se os diferentes planos e predomina uma Babel onde cada um grita mais alto e ninguém se entende.

Escrevo sobre religiões e políticas apoiada não apenas na leitura de algumas publicações de jornais que representam as classes ricas detentoras do capital e da escuta dos discursos de alguns candidatos, mas também a partir de conversas com moradores de alguns bairros populares, todos eleitores.

Sabemos que em geral, para os ricos, as escolhas políticas têm a ver com a manutenção de seus interesses individuais. Para os pobres têm a ver com os benefícios que as políticas atuais lhes proporcionaram. Mas, de ambos os lados, é preciso não esquecer da emoção ou da relação pessoal com o candidato ou com o amigo do candidato ou com o pastor ou o padre ou o patrão que parecem orientar muitas das escolhas. Nesse nível a visão política parece reduzir-se a uma dimensão muito pequena e, muitas vezes, é a partir dela que fazemos julgamentos, escolhemos e tomamos posições algumas vezes acertadas, mas também muitas vezes equivocadas.

Impressionou-me nas últimas eleições de outubro a atuação de alguns grupos religiosos que foram e estão sendo capazes de espalhar confusão, fanatismo e insegurança em muitos eleitores. Aparecendo ao público como conhecedores da vontade de Deus e seus defensores ferrenhos atrevem-se a manipular a razão e a emoção popular em favor de seus próprios candidatos a diferentes cargos políticos. Fazendo apelo à vontade de Deus ou à Bíblia ou aos princípios cristãos de respeito à vida criaram uma espécie de superestrutura acima das decisões que cabem unicamente a cada indivíduo. Reduzem “a vida” a um conceito limitado as suas próprias posições. É como se pretendessem conhecer à vontade de Deus, do mistério que envolve e atravessa nossas vidas e se tornassem os guias de uma multidão de cegos. Aliás, eles adoram que o povo continue cego e dependente para que seu poder continue imperando.

Infelizmente ainda vivemos em estruturas culturais hierárquicas e antidemocráticas que atribuem ao clero das mais diferentes procedências um saber e um poder acima do comum dos mortais. Crêem-se representantes e enviados de Deus para orientar e decidir no lugar do povo. E, às vezes, de forma escandalosa, usam desse poder para manipular as consciências e indiretamente espalhar mentiras e ódio entre as pessoas. É hora de acordarmos para nossa condição comum de mortais! É hora de não só falar em democracia para os outros, mas de vivê-la nas instituições da religião! É hora de sair do obscurantismo e ser capaz de pensar a vida de forma mais abrangente.

O que está em questão para muitos não é a moralidade política em sentido amplo ou a justiça nas instituições sociais e políticas, mas questões que têm a ver com o foro interno das pessoas. Argumentos como: “essa candidata é muito religiosa” ou “essa parece que não crê em Deus” ou essa “é a favor da dignidade da família” ou “essa é a favor das uniões homossexuais e do aborto” ou “esse é um fervoroso cristão” ou “esse é 100% Jesus” parecem ter determinado o comportamento eleitoral de um bom número de pessoas. Digo bem, comportamento eleitoral, visto que a maioria das pessoas de nosso país, e neles sublinho o voto das camadas mais abastadas, está longe de assumir um comportamento político. Comportamento político é aquele a partir do qual estamos sendo continuamente educados a discutir o bem da polis, o bem da cidade, o bem do país, o bem dos mais necessitados, muitas vezes, para além de nossos interesses individuais ou grupais. Há uma confusão bastante grande entre uma dimensão de ética individual e a ética da cidade no sentido amplo das instituições públicas. Por exemplo, posso pessoalmente não ser a favor do casamento homossexual, ou do aborto, ou da liberação das drogas ou de outras tantas coisas que discutimos no dia a dia de nossa vida. Minha postura pode até ser justificada por princípios religiosos, mas não posso legislar a cidade a partir de minhas crenças religiosas cristãs individuais, sobretudo num país multireligioso que se afirma leigo por Constituição.

A cidade ou o país são maiores do que minhas crenças e minhas decisões pessoais, muito embora eu não abra mão delas. Aliás, este é um direito que me assiste, mas esse direito deve ser o direito de todas as pessoas nas suas diferentes situações e pertenças. Posso, por exemplo, por minha crença religiosa achar necessário me privar de carne de porco, mas não posso estabelecer como regra geral que todas as pessoas devam fazer o mesmo. Posso não trabalhar no sábado ou no domingo por convicção religiosa, mas não posso obrigar todas as pessoas que o façam. As leis religiosas não são leis do Estado, mas as Leis do Estado são para todos, visto que tocam a convivência geral de todos os grupos do país.

A cidade ou o país são sempre maiores porque neles se incluem pessoas diversas, ideologias e crenças plurais, assim como instituições de diferentes correntes políticas ou religiosas. Por isso, não posso impor ao todo as referências de minhas crenças privadas por melhores que sejam para mim, para minha família ou para minha comunidade. Não posso usá-las para fazer pressão eleitoral e política. Da mesma forma, o todo não pode impor que eu faça aquilo que violenta minhas convicções. Por exemplo, posso por convicção não querer o casamento homossexual ou a descriminalização e legalização do aborto. Ninguém pode me obrigar a assumi-los como conduta pessoal. Mas igualmente, não posso fazer uma campanha em nome de minha fé para que se aprove uma legislação apenas concorde com minhas convicções religiosas. É fundamental acolher a existência de problemas sociais ou problemas de saúde pública que independem diretamente das crenças religiosas. E diante desses problemas cabe ao Estado legislar em vista do bem da população. As instituições religiosas não podem impedir que o Estado cumpra suas obrigações em relação às pessoas que têm problemas diferentes dos meus. Não podem usar as crenças religiosas como caminhos válidos para todos os cidadãos e cidadãs e manipular as pessoas usando o nome de Deus. Esse é o grande equivoco que se nota em muitos grupos religiosos e particularmente em seus representantes. Com má fé ou ingenuidade doentia confundem o pessoal com o coletivo, misturam o foro interno com a orientação ética coletiva, mesclam sua religião pessoal com os interesses dos cidadãos de todo o país. E mais, muitas vezes colocam as convicções religiosas como formas acríticas e ahistóricas de vida e até impossibilitam qualquer diálogo à luz de uma hermenêutica histórica que leve em conta a complexidade de cada contexto e situação. É como se essas convicções existissem num mundo para além do nosso e que fossem ditadas por seu Deus de forma completamente ahistórica para todos e para sempre.

Viver num país e num Estado democrático e plural significa ter políticas e leis que favoreçam ao conjunto das cidadãs e dos cidadãos. E dentre elas, leis que garantem a convivência do conjunto. Por isso, mais uma vez, posso não aderir a algumas leis por convicções pessoais, mas, não posso negar o direito e o dever do Estado de promulgá-las em vista do bem comum.

Sem dúvida, as distinções são mais fáceis no plano teórico do que na prática cotidiana. Mas, o fato é que não estamos sendo educados através das diferentes instituições que criamos e dos meios de comunicação social a distinguir os diferentes níveis de nossas vivências, de nossas crenças e de nossas ideologias políticas ou religiosas. Reduzimos o mundo à nossa maneira de ver como se fôssemos os donos de uma verdade que deveria ser a mesma para todos. Manipulamos informações, mentimos, excluímos pessoas, desrespeitamos as leis sempre a favor de interesses dos grupos dominantes ou de nosso grupo.

O tempo em que o Cristianismo, através de seu modelo hierárquico imperial se confundia com os impérios desse mundo já faz parte do passado, muito embora ainda muitos busquem a continuidade desse modelo. Cada vez mais as instituições da religião não podem impor-se à consciência dos indivíduos e nem forçar o Estado a legislar a partir de posturas anacrônicas para os dias de hoje. Esta postura não é negação das religiões, mas o reconhecimento de seu novo lugar social num mundo plural.

Nesse sentido é urgente que as diferentes religiões e particularmente igrejas cristãs assumam a responsabilidade social de nosso tempo, ou seja, a responsabilidade de não repetir modelos de ingerência religiosa no Estado ou na vida dos fiéis sob a alegação de que seus funcionários são munidos de um saber acima do comum dos fiéis. Da mesma forma como um Estado democrático não pode interferir nas crenças e nas práticas religiosas de nenhuma instituição enquanto estas não estiverem violando a vida de seus membros, da mesma forma as igrejas ou as instituições religiosas não podem reduzir o Estado à suas próprias convicções.

Nessa linha também os políticos, os candidatos e os chefes de Estado não devem ceder aos pretensos donos da religião motivados pelo medo de perder votos ou perder prestígio político. Devem sim discutir com veemência e reafirmar a divisão e autonomia de poderes presentes num Estado laico. Esta é a responsabilidade dos governantes e dos legisladores. Fugir dela é trair o pluralismo do tecido social e desrespeitar os limites que se impõe a uma convivência social sadia que leva em conta as diferenças e é afirmada por nossa Carta Magna.

Do ponto de vista da tradição cristã não podemos esquecer que Jesus já pressentia essa poderosa tentação clerical no meio de seus discípulos e por isso insistia para que fossem servidores uns dos outros e para que não reproduzissem os mesmos modelos de competição e disputa que se verificam entre os poderosos desse mundo. Não apenas isso, Jesus intuía a importância de deixar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Numa interpretação contemporânea dessa tradição poderíamos dizer que César é o Estado, são os governos que devem governar em vista do bem de todos os cidadãos e cidadãs, e independentemente de suas crenças religiosas. O que é de Deus é nossa intimidade, nossa consciência pessoal, nossas crenças, nossas formas de culto, nossa diversidade respeitada, nossa necessidade de consolo, o cultivo das práticas de amor e ajuda mútua...

Cada um de nós tem de certa forma sua própria divindade e pode se equivocar identificando-a verdade que se quer impor para toda a coletividade. Cada um pode pensar que seu jeito de viver deve ser o jeito de todos. Estamos sempre sujeitos à tentação de Narciso olhando-se nas águas claras e apaixonando-se pelo reflexo de sua beleza. Analogicamente algumas instituições da religião crêem ter o melhor saber sobre os valores humanos e acabam afogando os fiéis nos dogmatismos narcisistas excludentes e destruidores da comum dignidade humana.

Há que vigiar para não cair na tentação da prepotência ou dos que sempre estão prontos a atirar a primeira pedra naquelas e naqueles que vivem de forma diferente da sua.

Políticas e religiões são nossa criação em vista de nosso bem, do bem da coletividade humana e das diversas formas de vida que conosco partilham do mesmo sopro vital. Por isso não podem ser absolutos e nem podem escravizar-nos a elas. O vento da liberdade sopra onde quer e ninguém pode ser seu proprietário exclusivo.



Ivone Gebara

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O que a bolinha de papel revelou sobre o Serra…

Antes de qualquer questionamento: sou contra todas as formas de violência ou de agressão. Por isso mesmo, concordo com a deputada Manuela (PCdoB-RS) ao dizer que não é responsável o líder que diante de uma situação de conflito não busque acalmar os ânimos e, pelo contrário, opte por acirrá-los.


A bem da verdade, ao não ter o povo ao seu lado, Serra está construindo uma atmosfera de ódio. E isto não faz bem para a campanha. E isto não faz bem para o Brasil.


Certa vez li uma frase: quando um livro bate na cabeça de uma pessoa, nem sempre o som de oco vem do livro. No caso do Serra, a percepção que a gente tem, olhando a matéria do SBT, é que a encenação ridícula mostrou algumas verdades:


- Serra não é bom de cabeça!


- POr ter cabeça oca, a bolinha bateu e quico. Nem ela quis ficar perto dele!


- Serra tem reflexos retardados – demorou mais de 15 min para sentir!


- Observando as imagens, veremos que a bolinha atingiu a cabeça do Serra em um local e depois ele passa a mão em outro local.


Assim… imaginemos Serra sendo torturado. Ele contaria tudo. Entregaria tudo – como FHC está prometendo entregar.


Olhando as imagens do Serra, sou obrigado a concluir:


FHC tem razão ao dizer que Serra é desmiolado.


Cá entre nós: eu quero meu papel presidido por alguém que não tenha frescuras e nem chiliques. Eu quero na presidência alguém que tenha a dignidade de não se expor (e expor o país e nem os seus habitantes ao ridículo) atuando como um palhaço de quinta categoria.






Portanto, observem o circo: Serra e a bolinha de papel





Qual o limite do ridículo para Serra?


Antes de mais nada, convenhamos – não é tolerável que num clima de ânimos acirrados, os ‘nossos’ venham a cair na esparrela de aceitar a provocação de um bando de imbecis como os tucanos. Aceitar a provocação é se igualar a eles.

Sou totalmente contrário a atos de hostilidade física – o que não quer dizer que já não tenha dados os tapas e bofetões em adversários, como também não vou levar ter ficado com a orelha quente algumas vezes.

Há, no entanto, dois aspectos que merecem a minha atenção:

1 – Serra foi disseminando um rastro de ódio e preconceito – contra negros, contra nordestinos, contra as mulheres, contra os mineiros, contra os movimentos sociais, contra os movimentos culturais, etc – que fica difícil entender de onde ele buscaria ‘governabilidade cívica’. Isto é: poder ir às ruas. Não se defrontará com esta realidade porque não tem votos. Mas como eu não confio em urnas eletrônicas, vou continuar com as minhas barbas de molho.

2 – É preciso ter cuidado com tais atos porque a parcela majoritária da mídia comprometida até o talo com o Serra, esta tratará de mostrar o ato como uma demonstração de radicalização.

Palhaço ou político?

Diante de tantas evidências, de tantos desmascaramentos, de tantas mentiras deslavadas, eu me pergunto – entre triste e envergonhado: qual o limite do ridículo para Serra e os seus?

Este povo da direita está doente. Perdeu a noção do ridículo. Estão se portando feito palhaços – sem terem a dignidade da arte deles. Ontem aquela figura deplorável do Sérgio Guerra dizendo que o Vox Populi era um instituto de merda – pode ter usado outras palavras, mas foi isto que ele quis dizer – e hoje vem o Ibope, e não apenas confirma os números, como os sedimenta ainda mais.

Eu sempre disse e repito: voto na Dilma e meu único medo está nas urnas eletrônicas. Eu não confio nelas. Melhor: confio tanto nelas quanto confio na capacidade jurídica do Gilmar Mendes. Mesmo em vantagem nas pesquisas, o que conta é voto na urna. Ou seja: o Serra até pode ganhar, mesmo sem votos para tanto.

Mas mesmo eu votando na Dilma (e no Agnelo), creio ser muito ruim para a democracia e para a classe política iobservar o comportamento de figuras como Serra e sua trouppe de insanos, como um bando que vaga…

Deste modo, capto do Twitter algumas mensagens que considero lapidares, e que mostram como o povo reagiu à palhaçada da ‘agressão’ que o ainda candidato Serra recebeu e que para a OAB (outra instituição que já não tem mais sentido de existir, pois é apenas um cartório a defender o corporativismo dos advogados sem nenhum compromisso com o povo, com a sociedade) chega a se configurar num atentado à democracia.:
DrRosinha Goleiro chileno Roberto Rojas foi banido do futebol pela Fifa. Serra será banido da política pelos brasileiros #SerraRojas

tudoencima Falei que o Serra vendeu a alma pro diabo dividiu as igrejas infernizou os mata mosquitos e armou um bolinha de papel com a Globo e folha

psycoloko RT ai pra gente: Serra, de papel nao pode… e bolinha do nariz pode???? http://migre.me/1FzKI

rafaelpss Depois do que aconteceu com Serra, guerrinhas com bolinhas de papel na sala de aula serão considerados crime hediondo.

 

stadoanarquista Serra fez tomografia depois de ser atingido por bola de papel. Mas médicos declaram que não houve inserção de ideias, era papel higiênico…

passelivredf Ao levar uma bolinha de papel na cabeça, Serra tem o argumento básico para dizer que esqueceu todas as mentiras que já disse na campanha.

cury_roger Serra promete: Ministério da Seguraça servirá pra não deixar bolinhas de papel bolivianas chegarem ao Brasil. #serrarojas

gustavoschirmer Jogar bolinha de papel no candidato é molecagem, mas pretextar agressão por isso é coisa de canalha. #agressãonão

ProtogenesQ No SBT mostra a imagem de uma bolinha de papel. A dor que ele está sentindo é de consciência. Viva Dilma a nossa Presidente!!!

profbetobraga Era uma cabeça muito engraçada/não tinha cabelo não tinha nada…. depoimento da bolinha de papel.
AprendiNaGLOBO Jogar durex no Serra é crime contra a democracia. Descer o cacete em professor é lindo e super democrático. #agressãonão #serrahipócrita

sidnei Será que meu plano de saúde cobre violencia com bolinhas de papel? Se nao, vou cancelar.

HelenLima13 RT: #agrassaonao Nunca antes na história desse país uma bolinha de papel foi responsável por uma tomografia.

ladoerre Porra, Serra! Então quer dizer que era só uma bolinha de papel?! Tu é um almofadinha mermo, bixo!!!

Ro_anna Por favor absolvam a fita crepe, a bolinha de papel merece ser presa,Bierhals Se o Serra faz tomografia por uma bola de papel, que dirá levando pau da ditadura. Entregava até mãe.

lolaescreva #serrarojas Próx capa da Playboy: #bolinhadepapel deixa candidato tonto! Toda a sensualidade da bolinha em fotos de JRDuran.

Resolvi fazer um adendo com novas pérolas…
Alice_Alvarez boa noite a todos e a todas, e por favor guardem as bolinhas de papel! vamos jogar bexiguinha com agua benta!

josezunga Serra alvejado pel o IBOPE e leva 11 po ntos na cabea… http://twitpic.com/2zdes3
linealoka Como pode alguém achar mais “jornalístico” uma bolinha d papel do q milhões d telefonemas anônimos contra uma candidatura? #jn #agressaonao

CintiaBarenho RT : Dilma teve câncer, fez quimio e anda o Brasil td trabalhando. Serra leva 1 bola d papel n cabeça e dá chilique. #serrameerra

malupr O objeto não identificado que atingiu Serra, deve ter sido algum pedaço da nave-mãe querendo levar ele de volta pro planeta de origem…

midiacrucis típico efeito de um retardado RT : O Serra é tão retardado q só sentiu os “efeitos” da bolinha 20 min depois.

opetista BOLETIM MÉDICO URGENTE Após ser atingido por #bolinhadepapel, Moral de #serrarojas entra em coma.

Pe_Celso Jogar durex no Serra é crime contra a democracia. Descer o cacete em professor é lindo e super democrático. #agressãonão #serrameerra

felipe_liberal Um homem que diz ficar tonto e quase desmaia por causa de uma #bolinhadepapel está preparado pra governar o Brasil?










quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Serra é do "bem"...



Uma coisa que não me sai da cabeça desde a última vez que ouvi no rádio, a musiquinha da propaganda política do Serra, é o fato dessa mesma música afirmar que ele é do Bem. Mas o que será o Bem em Política?

No Brasil já está mais do que claro que a população não aprendeu a separar ainda o público do privado. Então, Serra pode ser um ótimo pai de família, excelente marido, um filho de dar orgulho, o que não significa que ele será um Presidente do Bem.

No século XV, Maquiavel já falava que o Príncipe (quem detém o Poder), não pode deixar de ter virtudes, mas essa virtude Política nem sempre condiz com a virtude cristã, que o ocidente tanto respeita, admira, mas na política em si, não se pratica.

Sendo assim, se os Presidentes tivessem se deixado levar pelas teorias desse gênio político que foi Maquiavel, ainda que fossem (os presidentes) canalhas, traidores, enfim, poderiam ser homens públicos brilhantes.

Acontece que no Brasil e em muitos lugares do mundo, mas no Brasil isso funciona com uma eficácia ainda maior, do que se fosse feito na França por exmplo, por ser o Brasil composto de uma sociedade despolitizada, o candidato a Presidente mostrar em seu horário político, imagens dele abraçando crianças nordestinas que o Estado esqueceu pega bem, ainda mais com uma musiquinha daquelas, bem tendenciosa.

A população brasileira é carente de recursos e também de carinho. É composta de gente sofrida, que nas grandes cidades torna-se um sofrimento muitas vezes camuflado pelo fato das pessoas viverem em massa, o que não acontece na zona rural, em que dificilmente uma família esconde ou consegue, quando assim o quer, seu sofrimento.

Porque razão deveríamos considerar Serra, Lula ou seja lá quem for como pessoas do Bem, porque fizeram uma ou outra obra que beneficiasse a população? Peguemos o caso específico de José Serra, que tem essa afirmação na sua música de horário eleitoral.

Serra diz que criou clínicas, atendeu a população carente que sofria com a burocracia para alcançar determinado tratamento de saúde, enfim, tudo bem, não neguemos o fato. Como disse Jesus: A César o que é de César, então dizemos: a Serra o que é de Serra. Não vou entrar no mérito das afirmações, se são verdadeiras ou não, ao menos o genérico por exemplo, realmente ele conseguiu implantar quando foi Ministro da Saúde. Mas Serra não fez mais que sua obrigação. Isso que as pessoas não entendem quando me questionam porque eu sou um crítico tão ferrenho contra o governo Lula. Exatamente pelo fato de aquilo que foi feito por Lula, foi apenas uma obrigação, e penso que poderia ter sido feito muito mais. Para quem passou tantos anos querendo chegar a Presidência e fazendo tantas críticas, não vejo muitas diferenças entre o governo de FHC e do Lula.

Não devemos agradecimentos Eternos a um Representante do Estado, e esse Estado Brasileiro não é como o de Luíz XIV na França que era tão absolutista que chegou a dizer que o Estado era ele, demonstrando o quanto ele centralizava o poder, bem ao estilo daquilo que Thomas Hobbes na Inglaterra queria dizer.

Serra e Lula, entre muitos outros, usam o fato da população ser carente e despolitizada para usar meios populistas de conquistar essa população. E olha que tem dado certo, caso contrário, Lula não teria tanta aprovação popular.

Àqueles que vierem me dizer, defendendo Lula ou Serra, ou talvez até mesmo os dois, de que ao menos eles fizeram alguma coisa, e os outros que não fizeram nada, eu só relembro que eles como homens públicos não nos fazem favor nenhum, são funcionários do Estado, devem servir à Nação, e não passar uma imagem de que fizeram favores à população.

O Brasil deixou claro nessa eleição que não é mais tão ingênuo assim, apesar de terem eleito Tiririca, mas se formos pegar os votos de Tiririca perto daqueles que votaram em Marina Silva e Serra juntos, esses votos não são tão expressivos.

Marina Silva e Serra quase bateram na casa dos 60%. Isso quer dizer que o governo federal não está agradando tanto quanto pensa.

Serra e Lula estão apelando para o populismo, para a venda de uma imagem carismática, mas a verdade é que em 8 anos de PT, o que cresceu no Brasil foi só a economia.

Dilma afirma que milhões de pessoas saíram da linha da pobreza, mas daí pergunto o que é ser pobre? Se uma pessoa vive abaixo da linha da pobreza porque não tem 1 dólar por dia, então dê a ela 2 dólares e peça prá ela passar o mês com isso.Talvez ela até consiga, rebolando aqui e ali, mas viverá sempre preocupada, no desespero.

A menina dos olhos da propaganda do Serra são suas benfeitorias como Ministro da Saúde, e no caso da Dilma, aquilo que foi feito por Lula. Mas termino perguntando: isso torna-os pessoas de Bem? Não fizeram apenas sua obrigação? E se forem pessoas de Bem na vida particular, isso influenciará sua vida pública? Pensem.

by Uilson Carlos A. Ferreira


segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Mega tebrik - Mega parabéns!

Önceki gün 38.yaş gününü kutlayan Tarkan'ı hayranları mesaj yağmuruna tuttu. Facebook ve twitter gibi sosyal paylaşım sitelerinden aralarından birçok ünlünün bulunduğu Tarkan hayranları, ünlü şarkıcıya güzel dileklerde bulundu.

Doğumgününü kutlayan herkese yine internet aracılığıyla teşekkür eden Megastar, şunları yazdı:

"Doğumgünü mesaj ve dilekleriniz için teşekkürler. Sizler de iyi ki varsınız, sizleri çok seviyorum. Daha nice uzun yıllar, hep birlikte yol almak dileğiyle."

****
Em seu aniversário de 38 anos,Tarkan recebeu inúmeras mensagens em sites de relacionamento como FACEBOOK e TWITTER,seu fãns deixanram mensagens de amor e seus melhores desejos ao Megastar.Tarkan retribuiu o carinho postando a seguinte mensagem:
"Muito obrigado por suas mensagens de aniversário e desejos. Ótimo ter todos vocês ao meu lado e eu amo muito todos vocês também. Meu desejo é caminharmos juntos neste caminho de vida nos próximos anos :)"








domingo, 17 de outubro de 2010

DIAP deu 3,75 a Serra na Constituinte

Ou seja, a nota de Serra na Constituinte, segundo o DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), que representa os interesses dos trabalhadores, foi 3,75.A de Lula foi 10.





 by VI O MUNDO

Áudio da CBN com o vexame de José Serra e Tasso Jereissati em Canindé (CE)

Áudio da CBN com o vexame de José Serra e Tasso Jereissati em Canindé (CE)

O ex-presidente do PSDB, Tasso Jereissati, provocou tumulto com um padre que se posicionou contra a campanha de boatos utilizando a Igreja Católica e o aborto.

A confusão ocorreu durante compromisso de campanha do candidato tucano à Presidência, José Serra, na Basílica de São Francisco das Chagas em Canindé, no Ceará. O ex-governador tem montado uma agenda religiosa neste segundo turno, tentando se aproveitar da campanha de boatos contra a adversária, a petista Dilma Rousseff.

O problema começou quando o padre disse que eram falsos os panfletos que circulavam pela igreja afirmando que Dilma é favorável ao aborto e às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Foi então que Jereissatti se irritou, afirmando que um “padre petista” como aquele estava “causando problemas à igreja.” De acordo com a reportagem da Agência Brasil, os administradores da paróquia não informaram o nome do padre.

O texto acima é da Rede Brasil Atual, que mostra mais um grosseiro episódio de exploração da religião por parte de José Serra nesta campanha.

O Biscoito acrescenta o áudio da CBN com o relato do vexame:




quinta-feira, 14 de outubro de 2010

José Serra quer a cabeça de Paulo Henrique Amorim

Os jornalistas Paulo Henrique Amorim, da PHA Comunicação e Serviços S/C Ltda. e Geórgia Pinheiro enfrentam uma representação do MPE (Ministério Público Eleitoral) por suposta propaganda irregular favorável à Dilma Rousseff (PT), candidata à Presidência.


A propaganda teria sido publicada no site Conversa Afiada, de Paulo Henrique, e constatada pelo MPE a partir do trecho que afirmava "tem de ser de goleada! Dilma 13 Para o Brasil Continuar Vencendo!".


Segundo o Ministério Público(da Sandra Cureau), fica "explícito pedido de votos à candidata Dilma Rousseff, configurando incontestável prática de publicidade eleitoral irregular".

A ação se baseia na Lei das Eleições que impede "a veiculação de propaganda eleitoral na internet, em sítios de pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos".

O MPE pede uma multa que pode varias de R$ 5.000 a R$ 30 mil a Paulo Henrique Amorim, a PHA Comunicação e a Geórgia Pinheiro. Está na folha tucana

“Monica Serra já fez um aborto e sou solidária à sua dor”, afirma ex-aluna da mulher de presidenciável

 “Monica Serra já fez um aborto e sou solidária à sua dor”, afirma ex-aluna da mulher de presidenciável



Por Redação, do Rio de Janeiro e São Paulo

Sylvia Monica Serra foi professora de dança na Unicamp


O desempenho do presidenciável tucano, José Serra, no debate do último domingo pela TV Bandeirantes, foi a gota d’água para uma eleitora brasileira. O silêncio do candidato diante da reclamação formulada pela adversária, Dilma Rousseff (PT) – de que fora acusada pela mulher dele, a ex-bailarina e psicoterapeuta Sylvia Monica Allende Serra, de “matar criancinhas” –, causou indignação em Sheila Canevacci Ribeiro, a ponto de levá-la até sua página em uma rede social, onde escreveu um desabafo que tende a abalar o argumento do postulante ao Palácio do Planalto acerca do tema que divide o país, no segundo turno das eleições. A coreógrafa Sheila Ribeiro relata, em um depoimento emocionado, que a ex-professora do Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Monica Serra relatou às alunas da turma de 1992, em sala de aula, que foi levada a fazer um aborto “no quarto mês de gravidez”.


Em entrevista exclusiva ao Correio do Brasil, na noite desta segunda-feira, Sheila deixa claro que não era partidária de Dilma ou de Serra no primeiro turno: “Votei no Plínio (de Arruda Sampaio)”, declara. Da mesma forma, esclarece ser apenas uma eleitora, com cidadania brasileira e canadense, que repudiou o ambiente de hipocrisia conduzido pelo candidato da aliança de direita, ao criminalizar um procedimento cirúrgico a que milhões de brasileiras são levadas a realizar em algum momento da vida. Sheila, durante a entrevista, lembra que no Canadá este é um serviço prestado em clínicas e hospitais do Estado, como forma de evitar a morte das mulheres que precisam recorrer à medida “drástica e contundente”, como fez questão de frisar.
No texto, intitulado “Respeitemos a dor de Mônica Serra”, Sheila Ribeiro repete a pergunta de Dilma, que ficou sem resposta:


– Se uma mulher chega em um hospital doente, por ter feito um aborto clandestino, o Estado vai cuidar de sua saúde ou vai mandar prendê-la?


Leia o texto, na íntegra:
“Respeitemos a dor de Mônica Serra


“Meu nome é Sheila Ribeiro e trabalho como artista no Brasil. Sou bailarina e ex-estudante da Unicamp onde fui aluna de Mônica Serra.
“Aqui venho deixar a minha indignação no posicionamento escorregadio de José Serra, que no debate de ontem (domingo), fazia perguntas com o intuito de fazer sua campanha na réplica, não dialogando em nenhum momento com a candidata Dilma Roussef.


“Achei impressionante que o candidato Serra evita tocar no assunto da descriminalização do aborto, evitando assim falar de saúde pública e de respeitar tantas mulheres, começando pela sua própria mulher. Sim, Mônica Serra já fez um aborto e sou solidária à sua dor.

“Com todo respeito que devo a essa minha professora, gostaria de revelar publicamente que muitas de nossas aulas foram regadas a discussões sobre o aborto, sobre o seu aborto traumático. Mônica Serra fez um aborto. Na época da ditadura, grávida de quatro meses, Mônica Serra decidiu abortar, pois que seu marido estava exilado e todos vivíamos uma situação instável. Aqui está a prova de que o aborto é uma situação terrível, triste, para a mulher e para o casal, e por isso não deve ser crime, pois tantas são as situações complexas que levam uma mulher a passar por essa situação difícil. Ninguém gosta de fazer um aborto, assim como o casal Serra imagino não ter gostado. A educação sobre a contracepção deve ser máxima para que evitemos essa dor para a mulher e para o Estado.
“Assim, repito a pergunta corajosa de minha presidente, Dilma Roussef, que enfrenta a saúde pública cara a cara com ela: se uma mulher chega em um hospital doente, por ter feito um aborto clandestino, o Estado vai cuidar de sua saúde ou vai mandar prendê-la?
“Nesse sentido, devemos prender Mônica Serra caso seu marido seja eleito presidente?


“Pelo Brasil solidário e transparente que quero, sem ameaças, sem desmerecimento da fala do outro, com diálogo e pelo respeito à dor calada de Mônica Serra,
“VOTO DILMA”, registra, em letras maiúsculas, no texto publicado em sua página no Facebook, nesta segunda-feira, às 10h24.






Reflexão


Diante da imediata repercussão de suas palavras, Sheila acrescentou em sua página um comentário no qual afirma ser favorável “à privacidade das pessoas”.

“Inclusive da minha. Quando uma pessoa é um personagem público, ela representa muitas coisas. Escrevi uma reflexão, depois de assistir a um debate televisivo onde a figura simbólica de Mõnica Serra surgiu. Ali uma incongruência: a pessoa que lutou na ditadura e que foi vítima de repressão como mulher (com evento trágico naquele caso, pois que nem sempre o aborto é trágico quando é legalizado e normalizado) versus a mulher que luta contra a descriminalização do aborto com as frases clássicas do “estão matando as criancinhas”. Quem a Mônica Serra estaria escolhendo ser enquanto pessoa simbólica? Se é que tem escolha – foi minha pergunta.


“Muitas pessoas públicas servem-se de suas histórias como bandeiras pelos direitos humanos ou, ainda, ficam quietas quando não querem usá-las. Por isso escrevi ‘respeitemos a dor’. Para mim é: respeitemos que muita gente já lutou pra que o voto existisse e que para que cada um pudesse votar, inclusive nulo; muita monica-serra-pessoa já sofreu no Brasil e em outros países na repressão para que outras mulheres pudessem escolher o que fazer com seus corpos e muitas monicas-serras simbólicas já impediram que o aborto fosse descriminalizado.


“Muitas pessoas já foram lapidadas em praça pública por adultério e muitas outras lutaram pra que a sexualidade de cada um seja algo de direito. A minha questão é: uma pessoa que é lapidada em praça pública não faz campanha pela lapidação, então respeitemos sua dor, algo está errado. Se uma pessoa pública conta em público que foi lapidada, que foi vítima, que foi torturada, que sofreu, por motivos de repressão, esse assunto deve ser respeitadíssimo.
“Vinte por cento da população fazem abortos e esses 20% tem o direito absoluto de ter sua privacidade, no entanto quando decidem mostrar-se publicamente não entendo que estes assimilem-se ao repressor”, acrescentou a ex-aluna de Monica Serra, que teria relatado a experiência, traumática, às alunas da turma de 1992.
Exílio e ditadura

Sheila diz ainda, em seu depoimento, que “muitas pessoas querem ‘explicações” para o fato de ela declarar, publicamente, o que a ex-professora disse às suas alunas na Unicamp.


“Eu sou apenas uma pessoa, uma mulher, uma cidadã que viu um debate e que se assustou, se indignou e colocou seu ponto de vista na internet. Ao ver Dilma dizendo que Mônica falou algo sobre ‘matar criancinhas’, duvidei.

“Duvidei porque fui sua aluna e compartilhei do que ela contou, publicamente (que havia feito um aborto), em sala de aula. Eu me disse que uma pessoa que divide sua dor sobre o aborto, sobre o exílio e sobre a ditadura, não diria nunca uma atrocidade dessas, mesmo sendo da oposição. Essa afirmação de ‘criancinhas assassinadas’ é do nível do ‘comunista come criancinha’. A Mônica Serra é mais classe do que isso (e, aliás, gosto muito dela, apesar do Serra não ser meu candidato).
“Por isso, deixei claro o meu posicionamento que o aborto não pode ser considerado um crime – como não é na Itália, na França e em outros países. Nesse sentido não quero ser usada como uma ‘denunciadora de um ‘delito’. Ao contrário, estou relembrando na internet, aos meus amigos de FB (Facebook), que o aborto é uma questão complexa que envolve a todos e que, como nos países decentes, não pode ser considerado um crime – mas deve ser enfrentado como assunto de saúde.

“O Brasil tem muitos assuntos a serem tratados, vamos tratá-los com o carinho e com a delicadeza que merece.
“Agora volto ao meu trabalho”, conclui Sheila o seu relato na página da rede social.






Sem resposta


Diante da afirmativa da ex-aluna de Sylvia Monica Serra, o Correio do Brasil procurou pelo candidato, no Twitter, às 23h57:

“@joseserra_ Sr. candidato Serra. Recebemos a informação de que Dnª Monica Serra teria feito um aborto. O sr. tem como repercutir isso?”

Da mesma forma, foi encaminhado um e-mail à assessoria de imprensa e, posteriormente, um contato telefônico com o comitê de Serra, em São Paulo. Até o fechamento desta matéria, às 1239h desta quarta-feira, porém, não houve qualquer resposta à pergunta. O candidato, a exemplo do debate com a candidata petista, novamente optou pelo silêncio.

FAT e seguro-desemprego: Serra mente!

Por Altamiro Borges


Uma das marcas da campanha presidencial de José Serra é a da dissimulação – para ser mais direto, da mentira. O candidato não tem como defender abertamente o programa neoliberal de desmonte do estado, da nação e do trabalho. Além de esconder seu programa, Serra está sem discurso. O chavão udenista da “ética” sucumbiu com a prisão do “vice-careca” Arruda no DF e com as denúncias de corrupção contra Yeda Crusius. Neste cenário, só resta mesmo a mentira.

Essa tática, usada à exaustão no primeiro turno, volta a ser a tônica do segundo turno. No programa de rádio e TV do PSDB, o embusteiro aparece na maior caradura afirmando ser o criador do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do seguro-desemprego. No sítio oficial da campanha, a mentira está estampada no título: “Emenda de Serra criou o FAT e tirou o seguro-desemprego do papel”.

“Expediente para alavancar a candidatura”

Uma mentira repetida várias vezes pode virar “verdade”, já ensinava Goebbels, o marqueteiro de Hitler. Como advertiu o deputado federal Vicente Paulo da Silva (PT-SP), em entrevista ao blog Viomundo, “nem o FAT nem o seguro-desemprego são criações do Serra... Ele não pode usar a mentira como expediente para se promover e alavancar sua candidatura, pois ele vai perder mais credibilidade. Ainda mais hoje em dia que, graças à internet, tudo é descoberto rapidamente”.

Uma rápida pesquisa nos anais do Congresso Nacional confirma o embuste do demotucano. O autor do projeto de lei que criou o FAT foi o ex-deputado federal Jorge Uequed (PMDB-RS). O PL de número 991 foi apresentado em 11 de outubro de 1988. Já o projeto de José Serra sobre o tema foi apresentado sete meses depois, em 5 de maio de 1989, e recebeu o número 2250. Na sessão de 13 de dezembro de 1989, ele foi considerado prejudicado pelo plenário da Câmara dos Deputados devido à aprovação do projeto de Jorge Uequed.

Sarney desmente o tucano

Já no que se refere ao seguro-desemprego, José Serra volta a mentir. Na campanha presidencial de 2002, ele já havia difundido esta falsa versão. Na ocasião, numa entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o senador José Sarney desmentiu o candidato de chofre. “Não sei de onde ele tirou que criou o seguro-desemprego. O seguro foi criado no meu governo. Na época, ele era secretário de Econômica e Planejamento do governador Franco Montoro”.
Como apurou o blog Viomundo, Sarney disse a mais pura verdade – e Serra, novamente, mentiu. “O seguro-desemprego foi criado em 1986, quando Sarney ocupava a presidência da República. Foi instituído junto com o Plano Cruzado pelo decreto-lei 2.284, de 10 de março de 1986. Passou a ser concedido aos trabalhadores após a sua regulamentação, que ocorreu 40 dias depois, pelo decreto 92.608, de 30 de abril do mesmo ano”.
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terça-feira, 12 de outubro de 2010

O Globo entrevista Carlos Araújo ex-marido da Dilma

Casarão às margens do lago Guaíba, em Porto Alegre, as únicas reminiscências dos tempos de militância e da luta armada do casal Vanda e Max são quadros na parede com fotos do comunista Mao Tsé-Tung. A casa foi dividida pelos dois por 30 anos. Hoje, está tomada por fotos da filha dos dois, Paula, e pilhas de cartazes de propaganda da campanha da agora ex-mulher de Max, que, na verdade, se chama Carlos Araújo: Dilma Rousseff, a Vanda.
A rotina do advogado de 72 anos, que se levanta às 3h para ir ao escritório, onde defende causas de operários, em nada se parece com o glamour da vida de Dilma em Brasília. De hábitos simples, Carlos sofre de enfisema.

Vive acompanhado de dois cachorros e, atualmente, da ex-sogra, dona Dilma Jane, e de uma tia da candidata, dona Arilda. Apesar do tubo de oxigênio na sala e da proibição de fumar, não foi desautorizado pelos médicos a tomar uma cervejinha diária, “não muito gelada”.
 
Há dez dias, ele relembrou sua história com a ex-mulher, que acompanha da sala com dois telões de LCD — um para o noticiário e outro para os jogos de futebol.

Carlos diz que não ajuda na campanha por causa da doença, que o impede de suportar o clima seco de Brasília. A última vez que visitou a ex-mulher foi quando ela teve câncer, no ano passado. Ficou com ela uns 10 dias no início do tratamento. Em setembro, voltaram a se encontrar, quando ela esteve no Rio Grande do Sul: — Não faço nada na campanha. Gostaria muito de estar em Brasília, na retaguarda, ajudando em algo. Mas não posso.

Após a separação, no fim da década de 90, Dilma comprou um apartamento no mesmo bairro para que os dois continuassem próximos, por causa de Paula. Dilma não se casou novamente.

Carlos tem uma namorada, que diz dar-se muito bem com Dilma.
 
— Presidente tem essa coisa da primeira-dama. Se um dia a Dilma precisar, estarei a seu lado — diz Carlos.
 
Viveram 30 anos juntos e até hoje Carlos tem admiração inequívoca pela ex-mulher. O temperamento forte dela não é negado por ele. Mas “aqui em casa nunca teve esse negócio de dar murro na mesa”, diz ele sobre a fama da ex-ministra em Brasília. Em entrevista ao GLOBO, Carlos relembra o passado e diz acreditar na vitória de Dilma.

 
Maria Lima* e João Guedes PORTO ALEGRE

O GLOBO: Quando e onde o senhor conheceu Dilma?

CARLOS ARAÚJO: Em 1969, no Rio, numa reunião. Ela era da Colina, e meu grupo não tinha nome. Com a fusão, virou o Var-Palmares. Ela tinha 19 anos e eu, 30. Na segunda reunião, já estava apaixonado. Um mês após, estávamos morando juntos.



Ela era linda, um espetáculo! Esse negócio que falam de amor à primeira vista, né?

O que mais chamou sua atenção em Dilma?

CARLOS: Ela ser tão jovem e tão entregue à luta política.



Uma inteligência muito forte e pujante. E sua beleza.

Que música marcou a relação?

CARLOS: Rita, do Chico Buarque.



Namorávamos, às vezes, no apartamento em que a gente ia, mas a gente não podia ficar por questão de segurança. Namorávamos em praças, bairros mais retirados. De vez em quando ali por Ipanema, Jardim de Alá.

Mas ela já era casada (com Claudio Galeno Linhares)...



CARLOS: Mas só formalmente, o casamento já estava se desfazendo, não conviviam mais, viviam foragidos.



Quando nos conhecemos, ela falou para o marido que íamos viver juntos. Eu e o marido dela ficamos amigos, militamos juntos. Ele foi para o exterior, se casou, teve filhos. Em 76, voltou e veio morar na minha casa. Eu o abriguei por um bom tempo.

Moraram os três nesta casa?

CARLOS: Eu e Dilma morávamos aqui. Ele veio com a mulher e os filhos.

Não tinha ciúmes?

CARLOS: Podia ter ciúmes de outra situação, não dele, cada um já tinha seu rumo. Sou um bom ex-marido. Falo bem da Dilma, não é? Não falo mal.

Nesses 30 anos de convivência, em que momentos ela era mais brava e mais delicada?

CARLOS: Não existe pessoa mais ou menos brava. Dilma sempre teve temperamento forte, é da personalidade dela. O que tirava ela do sério era deslealdade, falta de companheirismo, a pessoa não ter palavra, dar bola nas costas. Não sei como ela faz lá (em Brasília). Aqui em casa nunca teve esse negócio de dar murro na mesa.

Quem mandava na casa?

CARLOS: Nossos parâmetros não eram esses, de quem manda, não manda. Éramos companheiros.



Não era nosso estilo um mandar no outro. Foi uma bela convivência. Tivemos uma vida boa juntos, tenho recordação boa, não é saudade.

Como foram as prisões?

CARLOS: A dela foi em São Paulo.



Ela foi presa sete meses antes de mim. Eu estava no Rio.

Como ficou sabendo?

CARLOS: Quando ela foi presa, a primeira coisa que fiquei sabendo foi seu nome verdadeiro, que não sabia durante o ano que vivemos juntos. Naquele tempo, eles publicavam o nome, de onde era, filho de quem, logo em seguida. Soube que ela se chamava Dilma porque vi lá: filha de fulano, mineira. Até então, a única coisa que sabia dela era que era mineira. Pela regra de segurança, ninguém sabia nada de ninguém. Ela também não, sabia que eu era Carlos.

Se encontraram na prisão?

CARLOS: Fui para São Paulo.



Antes, ficamos incomunicáveis.



Era uma loucura! Tinha cartazes nas ruas, aeroportos, rodoviárias, com nossos nomes e foto escrito “procurados”. Depois que fui preso, passei por um lugar por onde ela já tinha passado, na Rua Tutoia, na tortura.



Depois fui para o Dops e para o presídio. Ela já estava no presídio, mas não nos vimos. Três meses depois, ia ser transferido para o Rio, me botaram num camburão e eu vi, de longe, que ela estava no outro camburão.



Íamos ser ouvidos no Rio e fomos para a frente do juiz. Nos abraçamos rapidamente e logo nos separaram. E só fomos nos ver de novo um ano depois, no presídio de Tiradentes, em São Paulo, onde tínhamos direito a receber visita da família juntos.

Três anos depois ela foi solta e o senhor não...



CARLOS: Sim. Ela foi a Minas, visitar os pais e veio morar nesta casa, com meus pais. Depois que fui solto, moramos juntos 30 anos.

O senhor foi para o presídio da Ilha da Pólvora..



CARLOS: Eu ficava na prisão e ela aqui. Não dava para fugir de lá, era uma ilha pequena. A gente não ficava na casa da pólvora. Só à noite. A prisão era a ilha.

Naquele momento, achava que ela ia chegar tão longe?

CARLOS: Ninguém achava, né? Não fazia parte dos projetos: ah, quero ser presidente! Não tinha ambição nenhuma. Ela queria se formar em economia e fazer política.



(Quando Lula a escolheu) Acho que ela estava no lugar certo na hora certa. E o Lula escolheu muito bem. Que presidente pode contar com uma pessoa como a Dilma, confiar cegamente que não vai ter bola nas costas? Ela tem o sentimento profundo da lealdade.



Foi difícil para ela passar por essa transformação? Plástica, cabelo, voz...



CARLOS: Não foi nenhum sacrifício.



Fui até enfermeiro dela quando fez a plástica. Dilma nunca se preparou para ser presidente e teve que encarar. A plástica foi bem, não foi aquela coisa exagerada, ela assimilou bem, acho que gostou.

E o guarda-roupa, o senhor acha que melhorou?

CARLOS: Está bom. Melhorou.



Antigamente, a Dilma era como eu. Sou atirado nas cordas. Ela também era meio atiradona mas, depois de um certo momento, ela tomou gosto. Gostou de se pintar. Gostou de se arrumar bem, de ir no cabeleireiro toda a semana, fazer as unhas.

O senhor é confidente dela?

CARLOS: Não. Sou amigo. Minha vida com a Dilma é uma vida não-política. Quando o Lula acenou para ela, ela veio conversar comigo e Paula. O que vocês acham? Ela não tinha dúvida, queria conversar. Disse que estava em condições, que ia se preparar da melhor forma possível.



Não titubeou, nem tinha receio.



Pelo menos, não revelou.

Aí veio a doença...



CARLOS: Nos pegou desprevenidos.



Quando ela falou a primeira vez, ficamos muito emocionados, sensibilizados, preocupados.



Mas ela disse: tudo indica que é benigno. Ela disse que tudo indicava que não era maligno, mas sentia energia de enfrentar a situação mesmo que fosse o pior. A gente só pensou em dar carinho e ser solidário.

Temeram pela campanha?

CARLOS: Não. Mesmo porque quando vieram os resultados, que era benigno, que era curável rapidamente, com equipe de bons médicos... Não era maligno.



Ela fez quimioterapia para cortar aquele quisto, para não se tornar maligno.

O que o senhor sente ao ver na internet que a Dilma é uma perigosa ex-terrorista?

CARLOS: É a baixaria dos que apoiavam a ditadura para prejudicá-la, para ganhar no tapetão.



O que ela tem de perigosa? A Dilma nunca pegou em armas.



Não era o setor dela.

E qual era o setor dela?

CARLOS: Era o mais político, de organizar movimentos, preparar o pessoal, fazer propaganda.



Desde quando pegar em armas é terrorismo? A gente tem orgulho do que viveu, era uma jovem corajosa, desprendida, entregando sua juventude, sua dor. Foi para a luta achando que ia morrer.



Muita coisa que fizemos foi equivocado politicamente, tudo bem. Mas isso é outra coisa.

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