Cerca de 40% dos professores responsáveis pela alfabetização dos estudantes tiveram nota abaixo de cinco no teste realizado pela Secretaria Estadual da Educação de São Paulo --ou seja, seriam reprovados. A alfabetização é uma das questões mais graves da educação no país, cuja deficiência explica boa parte da crise do ensino já que o estudante tem dificuldades de ler e escrever.
Obtive esses dados a partir da tabulação das notas dos 48 mil professores temporários da primeira e quarta série (o período de alfabetização). Entre os que seriam reprovados, 2.019 tiraram zero ou ficaram muito próximos dessa nota. Apenas 103 (0,2%), daquele total, ficaram com a nota máxima.
De acordo com o documento ao qual tive acesso, 15.800 professores ficaram pouco acima da média, entre a nota cinco e seis, o que significa 32% da amostra. Ou seja, 72% dos professores da primeira e quarta série estão abaixo do regular.
Essas informações detalham notícia divulgada domingo na Folha de SP, mostrando que, do total dos que fizeram a prova (214 mil), 3.000 tiraram zero e cerca da metade ficou abaixo da média.
O sindicato dos professores conseguiu barrar, na Justiça, a determinação da Secretaria da Educação de que as notas servissem como critério para que os temporários escolhessem aula na rede pública.
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