"Os Educadores-sonhadores jamais desistem de suas sementes,mesmo que não germinem no tempo certo...Mesmo que pareçam frágeisl frente às intempéries...Mesmo que não sejam viçosas e que não exalem o perfume que se espera delas.O espírito de um meste nunca se deixa abater pelas dificuldades. Ao contrário, esses educadores entendem experiências difíceis com desafios a serem vencidos. Aos velhos e jovens professores,aos mestres de todos os tempos que foram agraciados pelos céus por essa missão tão digna e feliz.Ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se encantar com acolheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes"(Gabriel Chalita)

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sábado, 5 de dezembro de 2009

Uma história sugestiva


Uma história sugestivaTive a oportunidade de conhecer a África do Sul. Uma viagem fascinante. A grandeza do país está exposta nos pequenos detalhes. Um lugar onde as cores prevalecem. Nas paredes, na paisagem, nos tecidos e nas almas.
A África é um país musical. Em tudo há a prevalência de um som orgânico, nascido dos lugares, emitido sem reservas, sem descanso. Brota da natureza e das bocas. Nasce ao som de tambores e instrumentos rudimentares retirados do contexto da utilidade doméstica. Vida pragmática sendo transformada em vida simbólica. Criatividade de um povo que reconhece a vida como território da revelação divina. Aliás, admiro muito as comunidades humanas que não caíram na resolução fácil que divide o mundo em duas partes: sagrado e profano.
Sempre tive predileção pela musicalidade negra. Acho instigante a construção melódica que costura numa mesma pauta acordes felizes e acordes tristes. Mixórdia que revela a luta de antepassados; homens e mulheres que construíram a história que hoje perpassa o canto que meus ouvidos escutam. De um lado, os colonizadores, invasores que resolveram estender os poderes de suas pátrias, obedecendo ao instinto rudimentar do poder.
Força que legitima os absurdos das guerras, invasões e outras irracionalidades humanas. De outro, os colonizados, os legítimos donos da terra, os curadores do espaço. Música que conta os sofrimentos do degredo, mas que também revela as esperanças que a escravidão não conseguiu sufocar.
Durante a viagem pude ouvir muitas histórias sobre diferentes tribos africanas. Uma delas me comoveu. Uma história musical. É o relato de um costume preservado por uma tribo. Para cada criança que nasce uma música é composta. Uma oferenda que marca a entrada da criança no mundo. Música que estará diretamente ligada à identidade pessoal. Ela cumpre papel de ser a trilha que sonoriza os momentos importantes da vida daquele que a recebeu.
Há um fato interessante. Segundo a história que ouvi, além de ser cantada nas celebrações felizes, a música é utilizada por ocasião de grandes deslizes cometidos pela proprietária da música. Funciona como uma espécie de purificação. Ao perceber o desvio de caminho, a comunidade se reúne e canta, para que a pessoa, ao ouvir a sua música, possa ter a possibilidade de voltar ao formato original, ao início de tudo, momento em que a música lhe foi ofertada. Esse costume me fez pensar no quanto é necessário ter um referencial que nos faça voltar ao estado primeiro das coisas. Uma voz, uma palavra, um lugar, uma música, enfim, qualquer coisa que pertencesse à nossa memória afetiva, e que tivesse o poder de nos fazer voltar a nós mesmos. Algo que pudesse nos fazer enxergar melhor o contexto de nossas escolhas. Algo que nos ajudasse na reconciliação com nossos limites, sobretudo no momento em que os erros prevalecem sobre os acertos, e a vida se apresenta difícil demais diante de nossos olhos. A história me fez refletir sobre a arte de recomeçar.
Verdade ou lenda? Não importa. A história já virou verdade em mim. A partir de hoje quero estar atento a tudo o que me recorda quem sou. Esteja também. Mais cedo ou mais tarde precisaremos deste instrumental.


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Levanta-te para a vitória - Gabriel Chalita e Padre Fábio de Melo



Eu pisei em tantos lugares, escutei tanta vitórias, mas eu quero que o resumo do meu hosana, seja um dos momentos que eu mais pude aprender sobre a vida, sobre fragilidade, sobre o amor. Gabriel dizia que as vezes a vida nos humilha, pessoas que acham que é melhor que nós e faz questão de demonstrar isso através de palavras, atitudes.
Quanta gente não se sentiu humilhado por ser brasileiro, e ver que o Brasil poderia ser melhor, que o nome de Deus é usado de maneira baixa. Você fica humilhado como cidadão, quando ver que a sua cidade não é como poderia ser. Quando você precisa desconfiar da pessoa que chega perto de você.
A vida nos humilha, mas há um beleza na palavra humilhar, que é húmus, então você pode acreditar que a ainda há jeito. Eu não nasci para viver na humilhação. Você descobre que a morte não é um processo definitivo, que um pai, mãe, irmão, namorado, não foi antes do tempo, mas que ela pode abrir os olhos daqueles que estão vivos.
Um dia chegando cansado em casa, eu liguei a Canção nova e fui impactado pela propaganda de um acampamento com o tema “levanta-te e anda”, e depois eu não consegui mais dormir, fui imaginando Jesus dizendo aquilo ao paralitico, que foi capaz de tirá-lo de sua humilhação, e fui movido a fazer uma música, enquanto não a terminei, não fui dormir. Fui evangelizado por um comercial da Canção Nova, até um comercial na Canção Nova evangeliza.
Há muitas pessoas que estão sendo humilhadas, por causa de problemas pessoais, familiares. Todos nós vivemos humilhações, mas é você que deve escolher se você ficará na humilhação ou cantará a vitória de Deus em sua vida.


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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Independentes em Cristo







Abra sua Bíblia na carta de Paulo aos Gálatas 4, 1 ao 20. Como eu dizia para vocês ontem, esta pequena carta de São Paulo aos Gálatas é o discurso à liberdade. Esta carta pega o principio fundamental de tudo aquilo que Jesus anunciou no seu tempo. Para ser de Deus é preciso ser livre, é preciso estar livre de todas as amarras que nos aprisionam.



São Paulo percebeu que os Gálatas ao invés de caminhar no processo de liberdade estavam voltando as amarras das idolatrias do passado.Eles tinham a idéia equivocada que o cumprimento da lei era o mais importante para a salvação, mas Jesus nos diz que a lei pode nos escravizar. A primeira cura que Jesus proporcionava não era física, mas na mentalidade, pois é nossa mentalidade que precisa ser transformada. Eu vou sendo das coisas e das pessoas, vou me afeiçoando as idéias e às pessoas e muitas vezes neste processo de me afeiçoar, eu vou criando uma certa dependência e vou me tornando escravo daquela idéia ou daquela pessoa.Jesus foi tomando consciência de quem Ele era e é bonito perceber que todas as pessoas que estavam ao redor de Jesus foram ajudando a Ele reconhecer quem Ele era.



Tomar consciência de quem se é, é um processo de maturidade. A psicologia humana, por exemplo, nos ensinava que uma criança só poderia ir a escola a partir dos 7 anos, pois somente neste estágio de maturidade cerebral é que ela poderia aprender. Por isso não adianta falarmos com criança do mesmo jeito que falamos com adultos, pois elas não compreendem nossa conversa.Muitas vezes na evangelização nós precisamos usar destes métodos para que todos compreendam. É como um médico que vai dizer um diagnóstico ao paciente e tem que usar de linguagem simples, pois senão a pessoa não entende. Nós, evangelizadores, temos que nos fazer entender para que possamos entrar no universo do outro.



Muitas vezes nós estamos surdos e não compreendemos o que Deus nos fala por que falta abrir nossa mentalidade para que Deus.Há muito tempo atrás eu vivi um processo de dependência afetiva e aquilo me fazia mal, pois por causa da pessoa de quem eu tinha esta dependência, eu era menos eu. Um padre rezou por mim e disse que sentia que havia uma pessoa que fazia muito mal para mim e me pediu que eu apenas rezasse por ela e não ficasse próximo dela. Muitas vezes nós dizemos que esta ou aquela pessoa precisa de nós e na verdade somos nós que precisamos dela.
Há pessoas que tem o poder de extrair de nós o que temos de pior e precisamos dizer a elas que não queremos a presença destas pessoas em nossas vidas. Por isso muitas vezes por falta desta maturidade é que não conseguimos viver a liberdade que Deus quer nos dar. Ser gente dá trabalho, ser gente significa você estar comprometido com seu processo humano e com o processo de quem esta ao seu redor e se você for gente você será um problema a menos na vida dos outros.Quantas vezes na vida uma família vira um inferno porque alguém lá dentro decidiu ser um mulambo e não faz esforço nenhum para ser gente, não aproveitou a liberdade.



Quantas vezes nós sofremos demais por situações que não são nossas e no momento que nós sofremos por situações que não são nossas damos direito da pessoa dona da situação se tornar pior, pois ela não se compromete com suas próprias situações.Nós não podemos viver uma pobreza espiritual a vida inteira, sem ter alguém com quem contar, por que o outro resolveu ser um mulambo.



O processo da imaturidade pode se estender pela vida inteira, quando eu olho para o mundo e me vejo como um coitado, isso não é maturidade é um infantilismo que não nos leva a nada. A criança, por exemplo, passa por um processo egoístico e se nós não ensinarmos que ela tem que dividir o que tem, ela não aprenderá, se não dermos as regras à medida que ela consegue compreender, estaremos criando um monstro em casa. Se não ensinarmos a elas como lidar com a vida, a vida será duas vezes pior para elas e para nós também.Conheço uma história onde a mãe não tirava o seu bebê de perto dela, pois toda vez que ela o tirava, ele chorava e até hoje ele dorme com ela e ele já está com 22 anos.



A criança faz um jogo com a gente e não podemos nos deixar dominar por elas, precisamos saber dizer sim e não a elas e saber educa-los da forma correta. Se você tem vários filhos, você terá várias chaves, uma para cada um deles, pois nenhum tem a chave igual e você precisa saber lidar com cada um.O casal que educa o filho a partir dos ensinamentos divinos, vai dar ao mundo uma pessoa mais preparada. Há uma grande diferença entre amar e estar apegado, amar nos dá aquele sentimento de liberdade.



O apego nos aprisiona e pensamos que as pessoas devem agir da forma que queremos. O amor é livre! Quando estou apegado a alguém ou a alguma realidade, eu faço do outro meu escravo.Alguém um dia disse nas margens do rio Ipiranga, “Independência ou morte!” e hoje nós não vamos matar ninguém, mas se não criarmos a independência necessária em nossas vidas seremos nós que morreremos.



Quanto mais tempo demoramos para perdoar demonstra que estamos mais longe do processo de Deus, se sabemos perdoar mais rápido é sinal que estamos mais próximo de Deus. Eu não tenho o direito de fazer a vida do outro ser um inferno!Se eu faço minha presença e minha autoridade fazer o outro ter medo, eu não vivo em liberdade. Há momentos em que precisamos reconhecer que não estamos sendo livres e se não estamos sendo livres não fazemos os outros livres também. Precisamos ter a consciência de onde é que escravizamos, onde é que somos escravizados para que possamos caminhar no processo de amadurecimento de nossas vidas. Quantos casais vivem nesta realidade e não tem a coragem de olhar nos olhos e acertar os pontos para que sejam livres e vivam bem seu relacionamento.

As vezes o que falta para nós é alguém que tenha a coragem de perturbar nossa solidão, nosso sossego e nos dizer onde precisamos mudar e nos acertar na vida. Os palcos, os holofotes, não nos educam o que nos educa são nossos familiares que nos colocam no lugar onde devemos estar. Cuidado, se você não gritar independência ou morte você morrerá antes do tempo, pois você está vivendo nos apegos.Pelo amor de Deus, se você descobre que está sendo um peso para os outros, se suas atitudes não edificam, se você só sabe reclamar, cuidado você pode estar afastando os outros, ninguém dá conta de ficar ao lado de quem tem “cara de sexta feira da Paixão” o tempo todo, tenha “cara de sábado de aleluia”!



Uma coisa é a pessoa contar um problema com o olhar positivo e outra é, você contar com pessimismo e se o diabo percebe que você pode virar um mulambo, ele fará de tudo para que você vire, não queira ser um mulambo!Nós somos veludo alemão, mas precisamos ser cuidados, pois se passados ou lavados da forma errada vamos perdendo o brilho. Você precisa lutar com os poderes de Deus, pois senão você estraga a sua vida e a vida de quem está ao seu lado. É independência ou morte, o que você prefere? Você veio aqui para proclamar a independência do país, mas a independência do Brasil está em seu coração.O sofrimento tem que ser enfrentado de pé, ninguém nos prometeu que seria fácil, ser gente dá trabalho, ser pai do jeito certo dá trabalho, ser mãe do jeito certo dá trabalho, nada será fácil, é esforço, é luta!



Nós temos que dar conta de nossa vida, perceba onde é que você está errando, onde sua liberdade está sendo cortada, as pessoas que estão tirando sua energia, você tem que fazer o seu esforço para sua vida dar certo, você tem que fazer sua parte!Vai chegar um momento da vida onde será colocado um ponto final e você não terá como fugir. Muitas vezes, diante das dificuldades, ouviremos uma voz no nosso ouvido, dizendo: “Vai desistir ou vai continuar?” E nós só precisamos ouvir a voz do Cristo, não dê ouvido as vozes que querem nos fazer desistir. Se você precisa parar de fumar, tome uma atitude, busque recursos, nós que precisamos de ar puro agradecemos por sua decisão, eu tenho certeza que você precisa parar de beber, de se prostituir, se é para você isso, tome uma atitude! Eu tenho certeza que você precisa romper com os apegos, pois apegado ninguém vai a lugar nenhum, para ter liberdade você precisa se livrar dos apegos interiores.Entrega na mão do Senhor as situações, as coisas que te aprisionam! Peça ao Senhor que incendeie a sua alma, incendeie seu coração!



Todos nós temos a necessidade de queimar diante do Senhor alguma coisa, nossos ódios, nossos ciumes, nossos apegos, nossos vícios.Hoje é dia de proclamar independência em nossas vidas de tudo o que nos aprisiona!

Configurados ao Cristo


Queremos mostrar, apontar para um único caminho. Tiago fez da sua experiência humana e divina. Não se prenda aquilo que é exterior. Deus quer saber do coração, da intenção que está aqui dentro. É por isso que estamos salvos. Deus não se prende aquilo que os olhos mostra. É aquilo que você move dentro do seu coração, que você gera dentro do seu ser.Metanóia é mudança de mentalidade.

O grande papel da filosofia é abrir nossa mente para que conheçamos pensamentos sofisticados e aprendamos a valorizar o que é mais simples. A filosofia é um código que vai nos ensinar a ter um raciocínio sobre a realidade. A filosofia muda o nosso jeito de pensar. Jesus já conhecia isso. Jesus pauta sua ação missionária no empenho, em mudar a realidade das pessoas. A verdadeira conversão cristã consiste em descobrirmos que começamos a pensar como Jesus pensou, sentir como Jesus sentiu. Aí a carta de São Paulo hoje. Não se prenda às aparências!

O cristianismo não é uma religião de aparências. Deus não pode fazer nada com nossas obras se antes Ele não for dono do nosso coração. Quantas vezes nos equivocamos na vida achando que Jesus quer nosso trabalho. Deus foi estreitando em mim uma compreensão de que nada disso tem valor se Ele não estiver no meu coração. Se Ele não tiver chance na minha vida, não adianta a missão ser grande.Quando fui ordenado, minha ordenação foi uma festa. Um padre muito sábio, disse uma semana antes: "Fábio, não estarei em sua ordenação, mas sei que ela será badalada. Quando for celebrar sua primeira Missa, olhe só pra Jesus e na hora da consagração diga: A festa acabou. Agora sou eu e Você". Minha gente, não tem outro jeito. Nossa vida vai entrando num funil. E agora? Sou eu e minha escolha! O que ficou para o meu coração?

A vida missionária que eu escolhi? Este Deus que eu tanto anunciei? Se não tiver ficado a melhor parte eu errei em tudo o que fiz. Se eu aconselhei realidades que eu não levo para mim, eu vou ser hipócrita.Se você não busca colocar os olhos em Jesus e ver que Ele tem predileção por você e quer te ver configurar nele sua fé vai ser vã.Fico pensando que as vezes o grande problema é que não queremos pautar nossa vida no que Jesus pediu. Criamos nossa própria religião. Suba à via-sacra e você vai entender o cristianismo.Religião que ensina preguiça é diabólica. Pague o dízimo e trabalhe! Lute pela vida. O sagrado não é um banco em que você vai tirar benefícios. O que damos a Deus deve ser gratuito senão vai ser mercantilismo. Não podemos admitir que a gente vá se configurando à mentalidade do mundo. Não estamos querendo escolher.

Queremos que o outro escolha por nós. Queremos configurar nossa mentalidade ao Cristo, ser homens e mulheres de oração, fazer o bem escolha de toda hora, de todo instante. Religião que faz mágica em nossas vidas não vamos pregar. Não adianta você dizer que não quer. O crucifixo que está no peito tem que estar antes na sua alma. Para identificar isso, mergulhe no Evangelho. Não tem como errar, minha gente! Você vai ver o que Jesus escolhia, o que falava. Senão, não vamos chegar a lugar nenhum. Vamos nadar e morrer na praia. Salvação e condenação passam por nossas escolhas. Você vai dormir, dar as mãos para o que te salva ou te condena. O médico diz: 'Você para de fumar, ou morre'. Você escolhe não fumar? Então morre!Você não tem o direito de não fazer esforço. Só temos o direito de esperar o impossível depois de buscar o que é possível! Soluções mágicas são frutos das realidades modernas. Muitas vezes as mesmas fórmulas são ofertadas de maneira religiosa: "Deposite este valor e você vai ver a sua prosperidade acontecer". O povo da Canção Nova pede e não promete nada a não ser que TV e internet não vão sair do ar. Nós acreditamos que quando você está em casa, acompanha o Sorrindo pra Vida, PHN, Trocando idéias, Escola da Fé. Aí a gente descobre que melhor recompensa é salvação que entra na sua casa através do seu ouvido.

Depois que Deus acontece na sua vida, você vai dizer: "Senhor, agora sou eu e Você. Diga ao povo que eu fico".Tantas iniciativas cristãs pelo mundo. Fico pensando na ação da Igreja pelo mundo, as pastorais que funcionam mesmo de maneira precária. Deus age onde, quando e como quer. Temos que dar o melhor para Deus. Na sua paróquia não tem tudo isso, mas, tem a mesma Eucaristia. É lá que você tem que demonstrar amor ao Cristo. “Senhor, agora sou eu e você”.Preste atenção em Jesus e não despregue os olhos dele. É melhor riqueza que Deus tem para o mundo: é o Cristo. A Igreja não pode se desprender do compromisso de entregar Cristo ao povo através da Palavra, do exemplo, da vida. João Paulo II era o mesmo Papa, mesmo caído na cama. O legítimo, agonizando em público. O chefe dele também morreu agonizando e não desistiu. O Padre Léo, veio morrer em público. Ele não tinha medo de mostrar seu pior.Dom Hélder Câmara, um ser humano raro que fez do ser humano sua opção até o fim da vida. Não se acostumou com realidades modernas que nos fazem esquecer realidade antigas.

Ele não se conformou com mentalidade do mundo e se configurou à face de Cristo. Na mentalidade que Deus tem que entrar para que você tenha a graça de fazer o que o Léo fez, criar uma comunidade maravilhosa.Quando nos revestimos da couraça da arrogância, já erramos tudo. Não podemos mais continuar configurados ao mundo do preconceito. Deus quer que a gente vá àqueles que estão precisando mais. E nós precisamos ser atingidos por esta ação.
Permita que o Senhor mude sua mentalidade, seja um parceiro das coisas boas nesta vida. Descubra que esta Eucaristia possa ter repercussão dentro de você. Leve Deus para sua vida. A maior riqueza que a Canção Nova e a Igreja e tem para você é a pessoa de Jesus. Se você conseguir no seu dia-a-dia pautar sua vida em Jesus, você vai ser muito mais feliz. Como que Jesus faria? Conversão, mudança de mentalidade nos faz nos dias de hoje ser Jesus de novo. É isso o que queremos.

A vida é feita de escolhas



A vida é feita de escolhas Deus quer ter uma oportunidade em nossa vida. Nada pode ser mais importante do que você deixar Deus fazer uma tenda no seu coração. O Brasil mudará, quando cada um deixar o seu coração ser um lugar privilegiado de Deus, onde Deus esparrama seus amores, seus objetivos, sua vontade. A vida de Deus está em mim, está em você. É tão interessante percebemos que aquilo que somos hoje é um conjunto de escolhas que fizemos e que fizeram por nós. Muitas coisas nós não conseguimos entender porque somos fenômenos, estamos em construção, em constante manifestação.

Quando fazia faculdade, minha professora de psicologia dizia diante dos meus questionamentos: “Nenhum ser humano é incoerente”. Eu questionei mais uma vez, ‘como não’? E ela explicou: “cada um escolhe de acordo como aprendeu”. Eu entendi que cada um escolhe diante do contexto da sua história. Não importa o contexto de incoerência, não importa as escolhas, mas hoje somos convocados a vê nossas escolhas diante da Palavra de Deus, e tomando consciência, tenha disposição de viver o novo. Está diante de ti a vida e a morte, você escolhe. Aquilo que eu e você somos hoje é resultado das escolhas que fizemos, e que fizeram por nós. Há traumas, que são as escolhas erradas que optaram por nós, ou nós mesmos optamos. Motivos inconscientes também nos motivam a escolher. Muitas vezes o que chega para nós são escolhas que fizeram por nós. Assaltantes, chegam roubando, matando, são incoerentes, mas essa foi a preparação que eles receberam, porque infelizmente faltou na vida dele um dizer não, um conselho, um carinho. Nós estamos buscando viver um caminho de lei porque esquecemos que quando a Palavra de Deus é bem compreendida somos bem formados para escolher. Criar uma lei dizendo o que pode ou não pode fazer com os nossos filhos, é um absurdo; lei que venha proibir um pai a bater em seu filho. Construa família de Deus, e se deixe instruir pela Palavra.
Milhares de fiéis acompanhando a pregação do sacerdote

Não é possível educar alguém se não ensinamos a liberdade. Um país só dará certo se entendermos que somos livres, e na nossa liberdade é preciso fazer a opção da vida. Se nós não damos o contexto da escolha, as pessoas vão viver uma obrigação. Quando nós construímos uma oportunidade para escolher, damos a liberdade ao outro. Coloco diante de ti a vida e a morte a opção é a sua. A Palavra de Deus deve entrar em nossa veia. O que você escolhe viver e trazer para sua vida é o caminho de bênção ou de maldição. Você não pode falar o que você quer investir em seu país, em sua cidade, em seu estado, mas lembre-se que você é quem elege as pessoas que vai administrá-lo.


A vida é feita de eleições, um dia você elegeu o prefeito da sua casa, seu esposo, e no tempo de campanha mandava flores, era todo carinhoso, depois casou tomou posse da prefeitura, e muitos se tornaram o que bem sabemos. Um casamento precisar viver sempre em tempo de campanha. Muitas vezes as coisas dão errado em nossas vidas por causa das nossas eleições. Quantas vezes a morte entra na nossa vida, diante daquele que elegemos em acolher os conselhos. Cuidado com o que você elege de importante em sua vida. Só podemos dizer que o Brasil é um país cristão, se nós somos cristãos, Deus quer esparramar Suas coisas dentro de nós. Algumas pessoas estão escolhendo a morte, eu escolho a vida; algumas pessoas estão escolhendo o que não presta, eu quero escolher o que presta. Fiquemos no lado de quem é justo. Coisa boa quando queremos para nossa vida a mesma coisa que Deus quer. Quantas coisas você elegeu para sua vida que não vale a pena, limpa a tenda do seu coração, expulsa os lixos que o mundo colocou, limpe para que Deus possa esparramar Suas coisas em seu coração. A cada acampamento nós Canção Nova queremos que saia pelo Brasil uma nova fração de cristãos decididos por Deus.

Construir a corrente do bem


Nós já estaríamos com todos os problemas resolvidos. "Traga para o meio" que vemos hoje no Evangelho é o discurso da inserção. Jesus não admite que alguém possa ficar jogado do lado de fora. Antes enfermidade era sinal de que pessoa não tinha predileção por Deus. Jesus insere quem está do lado de fora. Faz o bem independente de ser sábado, domingo...

A Eucaristia é um acontecimento no tempo, do que no tempo não cabe. É um acontecimento tão lindo que não coube no tempo e esparramou-se na história.

Na poesia, chamaríamos de "acontecências". O bem que você realiza não cabe no tempo. Quando você se recorda do bem que fez, seu coração se enche de gratidão, é como se aquele acontecimento acontecesse de novo. É a grande ousadia que o Cristianismo nos empresta. Faça este tempo já ser eterno. Faça a dinâmica da eternidade valer agora.

Complete na sua carne o sofrimento de Cristo. A realidade é bela, mas, é sofrida. Não é fácil estar ali no papel do Crucificado. Jesus dizia: "Bem-aventurados os que sofrem porque serão consolados..." Bem-aventuranças têm valor porque só podem ser vistas pelos olhos da sabedoria, por quem está inundado no amor de Deus.

Somos convidados a viver na nossa carne sacrifício do Cristo. Isso não é brincadeira. Aquilo que não coube no tempo está em mim, na história dos meus dias. Você é história: tem início, meio e fim. Em nós acaba em realidade o que não cabe no tempo. A realidade divina plenifica tudo isso.Eu e você somos convidados a fazer a dinâmica do Evangelho, trazer para dentro o que está jogado para fora. Para que você paga seus impostos, anda em dia com suas dívidas? Por que é obrigado? Muitas vezes não vemos ser aplicado o dinheiro que a gente pagou. Que país é esse que não traz para o meio aquele que não pode, não sabe, não tem? Lamentavelmente se precisamos ter saúde, segurança, precisamos pagar.

Nosso país não cuida como precisaria cuidar dos seus. É falta de vergonha na cara de quem tem o governo nas mãos. Quando vamos em outros países o dinheiro das pessoas ser bem aplicado. Você pode sair à noite sem medo de ser assaltado, sequestrado... Essa é a conversão que o Brasil precisa viver. Não podemos continuar achando que chegamos ao destino final. O bom brasileiro é aquele que continua lutando, de olho em quem votou. Nosso país precisa ser moralizado e isso começa com nossa exigência. Não podemos ser omissos. Corrupção começa em pequenas coisas, quando faço proveito de algo público, aproveito algo que não é meu... Levar para o meio é recordar que se quem está no poder não estiver com Deus no coração, não podemos esperar muita coisa.
'Como eu não como será o dia de amanhã, só me resta viver bem', afirma padre Fábio
Não sei se você acompanhou movimento que teve para tirar figuras religiosas das repartições públicas. O que quadro do sagrado Coração de Jesus pode fazer mal a uma repartição pública? Será que com quadros eles recordam um valor que não querem mais viver? Este país não vai ficar melhor no dia em que tirarmos, mas, no dia em que os governantes tiverem caráter, agirem de maneira correta.Ontem eu dava exemplo de Dom Hélder Câmara, que trazia para o meio aqueles que não tinham vez. Muito mais do que ficar preocupados com a religião que cada um tem, precisamos nos preocupar com caráter que cada um tem.É o deputado que você elegeu que pode assinar leis contrárias ao Evangelho. Se essas mentes diabólicas são capazes de tramar estas coisas, são capazes de tramar coisais piores. Não podemos ficar fazendo política, mas, temos que ficar de olho na política. Eles são nossos empregados, trabalham para nós. Os deputados são nossos representantes. Usar o povo só em período de eleição? Aquele povo que troca voto por uma dentadura! O sorriso que queremos é definitivo!

Queremos jovens com oportunidade de trabalho, estudo. Quando trabalhamos problemas educacionais criminalidade vai embora. Assim como com emprego... assim, criminalidade vai embora. Não é fácil a vida de um assalariado. Nosso povo sofre, não tem transporte digno! O Brasil precisa mudar. Existem muitas coisas boas sendo feitas pelo país afora, mas, existe muita porcalhada embaixo do tapete. Proclamar a independência é reassumir a cidadania. "Eu te elegi e não vou tirar olhos de você"."A política é uma das formas mais elaboradas de caridade", dizia Santo Agostinho. Aquele que tem poder usa para quem não tem e distribui aquilo que é direito. Queremos nosso direito de cidadão. É vida que você merece viver bem. Não há cristianismo sem comprometimento.Não podemos ser o que fomos ontem. Processo de Deus é nos fazer evoluir, ir adiante. Nosso projeto é chegar a esse brilho que é apagado porque trabalhamos nossa vida de jeito errado. Este é o dia em que temos que tomar consciência de tudo o que Deus precisa fazer em nossa vida. Nosso país e nós precisamos ser transformados!

Ficamos indiferentes aos processos que estão do nosso lado. Quando você fica indiferente, se fecha na sua história. Nunca diga que você não tem nada com isso. Pode respingar em você! Aquilo que não dá certo na casa do outro pode repercutir na sua vida. Nós estamos interligados mesmo sem saber porque. Pessoa que passou pela sua vida pode ter influência sobre você. Pode ser que mais cedo ou mais tarde você precise daquela pessoa. Estamos interligados e não podemos nos esquecer do nosso compromisso com a bondade. Jesus enquanto pôde fez o bem.
'Não podemos nos esquecer de que nosso compromisso é com a bondade', exorta
De alguma maneira alguém bate à porta da nossa vida, da nossa história. Nós não sabemos o dia de amanhã, então só nos resta viver bem o dia de hoje, construir pontes ao invés de barricadas. Passe pela vida do outro de um jeito certo. Às vezes temos somente uma oportunidade de passar por uma pessoa. Ela pode até não saber quem eu sou, mas, eu sei. Não podemos viver pelo outro, mas a parte que podemos fazer não podemos abrir mão. Tenho pedido a Deus a graça de amadurecer para perceber o que eu posso fazer pelo outro.

Preste atenção nesta frase de um poeta: "Estamos todos na lama, mas, alguns de nós resolvemos olhar para as estrelas". São estes que mudam o mundo, que fazem as coisas acontecerem. Estas pessoas completam sacrifício de Jesus na carne. Chega de contendas. Já tem guerra demais neste mundo. Precisamos lutar pela paz, pela harmonia... acender luz para quem não tem... Proclame a independência! Assim como os santos da Igreja, os santos dos nossos dias. È isso que precisamos. Independência de hoje depende de nós.

Precisamos ter fé, acreditar que pode ser diferente. Cristão que é cristão não fica parado, fica na direção do futuro.

domingo, 16 de agosto de 2009

O Evangelho nos permite ficarmos próximos uns dos outros



O ressuscitado está entre nós e o proclamamos liturgicamente quando dizemos: "Ele está no meio de nós". A Canção Nova só pode estar em São Paulo, porque nós acreditamos na força desta invocação litúrgica. A Igreja se desdobra na sua ação ministerial e na sua ação sacramental, porque ela é a primeira representante desse desdobramento. Essa foi a ordem de Jesus a Pedro no momento em que o coloca no seu desdobramento direto da sua missão: "E eu te declaro: 'Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (São Mateus 16,18).


Padre Fábio de Melo

Você não pode construir uma casa sobre as águas, mas pode buscar a pedra. Jesus retira Simão das águas; aí está todo o significado da vida sacramental.Nós nos transformamos naquilo que comemos. Jesus se utiliza do alimento da ceia para mostrar como é que Ele estará presente em nós. A Eucaristia é aquele momento derradeiro, onde Jesus não tem mais um corpo, porque agora a sua presença é gloriosa. Então, Ele diz: "Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: 'Tomai e comei, isto é meu corpo'" (Mateus 26,26).Eu o retiro da água e o coloco no sustento de Pedro. Continue nele, continue nesta comunhão eclesial, sacramental, siga nos mesmos passos, porque isso é caminho de salvação, é o sinal de que estamos no caminho certo. Eucaristia é isso. Cristo não está ausente, nós é que não podemos vê-lo com os nossos olhos, assim como eu posso ver você. A presença da Igreja no mundo apressa este retorno, é esperança de vida eterna que os nossos olhos ainda não podem contemplar.É difícil ficar diante das propostas de Jesus e não ser tocado por Ele, pois a Sua missão não começa com pessoas perfeitas. O reino de Deus começa quando eu me coloco no lugar do outro; e se o nosso olhar é de igual para igual, tudo muda.
A missão que eu tenho de viver é amar quem não merece ser amado. Muitas vezes, pensamos que no Cristianismo encontraríamos glamour, mas de repente Deus me mostra que o meu Cristianismo é muito diferente, porque eu tenho que amar as pessoas que eu não suporto.Jesus trazia as pessoas para perto d'Ele sem medo de quem elas eram. Ele se abaixou enquanto traziam aquela mulher para ser apedrejada e o pior é que ela sabia que seria morta, pois tinha "culpa no cartório". O poder opressor da culpa estava sobre ela. Nós religiosos temos o mau hábito de provocar culpa quanto deveríamos provocar arrependimento. Para aquela mulher não havia outra coisa senão a morte, e ela conhecia a lei, por isso estava curvada sob o peso da culpa. Mas Jesus faz uma pergunta muito simples aos agressores dela: "Quem de vocês nunca falhou na vida ou, arrependido, não quis voltar?". Isso era tudo o que aquela mulher precisava escutar e a direção que Jesus lhe deu não foi a mesma dos moralistas que ali estavam, porque o processo de salvação na vida dela já estava acontecendo.Naquele momento, todo mundo se recordou de seus erros e ficaram paralisados com um discurso humanizador. No momento em que todos se reconheceram no mesmo lugar que aquela mulher, eles viraram as costas e saíram. A Eucaristia que Jesus ainda não tinha realizado, ela experimentou. "Eu não vim para os santos, mas para os que estão doentes, para os miseráveis.O destino da missão de Jesus é você. Pense no que aconteceu no coração daquela mulher; de renegada, a convidada a um lugar nobre no banquete.Eu posso morrer errando, mas quero morrer nos braços da misericórdia. Peço a Deus que Ele nunca permita que eu olhe para alguém com desdém, porque eu não quero ser um instrumento de juízo, mas de salvação. E dizer: "Eu lhe perdoo em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo. Vá e não volte a pecar”.Hoje, a Canção Nova tem anunciado ao mundo a Boa Nova, e a nossa missão está ligada à missão de Jesus. Hoje, a Boa Notícia está batendo à sua porta.Sabe o que é mais bonito? É saber que você é portador desta notícia também, pois as pessoas estão precisando de um olhar seu que transmita Jesus.
Descubra que o bonito do Evangelho nos permite ficar próximos uns dos outros. A Canção Nova não engoliu a verdade suprema, estamos ainda em processo de conhecimento e o anúncio deve ser de misericórdia. Ou então vamos contrariar aquilo que Jesus pediu de nós. Se algum dia eu me esquecer de que Deus me ama, então não poderei mais anunciar.Não podemos anunciar uma superioridade religiosa que não faz bem a ninguém. É muito fácil sermos diabólicos jogando o outro na lama. Eu preciso viver para estabelecer comunhão. Eu vou viver para que o meu lar seja melhor, vou assumir com Jesus e procurar onde existe alguém que precise de um lugar salvífico, porque Deus não tem outro objetivo no mundo senão o de colocar você em pé.A missão da Canção Nova é anunciar que Deus nos ama e nos quer de pé, é dar a nós uma frase que faça o nosso coração acordar. Como é difícil acreditar nessa verdade! Mas a força do ressuscitado em nós é para nos libertar de todos os pesos.Precisamos nos sentir amados por Deus. E quando temos a consciência de que não somos qualquer coisa, mesmo que tenhamos cometido muitos erros, sabemos que o amor de Deus é muito maior que os nossos erros. Nós precisamos colocar os nossos pés nesta verdade.Eu lhe convido a olhar Jesus nos olhos, porque n'Ele toda a culpa pode ser dissolvida. Peça ao Senhor que Ele transforme a sua culpa em arrependimento. Busque, dentro de você, essas culpas e as examine, porque elas estão na mira da misericórdia. Depois que você fizer isso, ninguém o humilhará mais.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Os girassóis e nós.



Eles são submissos. Mas não há sofrimento nesta submissão. A sabedoria vegetal os conduz a uma forma de seguimento surpreendente. Fidelidade incondicional que os determina no mundo, mas sem escravizá-los.
A lógica é simples. Não há conflito naquele que está no lugar certo, fazendo o que deveria. É regra da vida que não passa pela força do argumento, nem tampouco no aprendizado dos livros. É força natural que conduz o caule, ordenando e determinando que a rosa realize o giro, toda vez que mudar a direção do Regente.
Estão mergulhados numa forma de saber milenar, regra que a criação fez questão de deixar na memória da espécie. Eles não podem sobreviver sem a força que os ilumina. Por isso, estão entregues aos intermitentes e místicos movimentos de procura. Eles giram e querem o sol. Eles são girassóis.
Deles me aproximo. Penso no meu destino de ser humano. Penso no quanto eu também sou necessitado de voltar-me para uma força regente, absoluta, determinante. Preciso de Deus. Se para Ele não me volto corro o risco de me desprender de minha possibilidade de ser feliz. É Nele que meu sentido está todo contido. Ele resguarda o infinito de tudo o que ainda posso ser. Descubro maravilhado. Mas no finito que me envolve posso descobrir o desafio de antecipar no tempo, o que Nele já está realizado.
Então intuo. Deus me dá aos poucos, em partes, dia a dia, em fragmentos.
Eu Dele me recebo, assim como o girassol se recebe do sol, porque não pode sobreviver sem sua luz. A flor condensa, ainda que de forma limitada, porque é criatura, o todo de sua natureza que o sol potencializa.
O mesmo é comigo. O mesmo é com você. Deus é nosso sol, e nós não poderíamos chegar a ser quem somos, em essência, se Nele não colocarmos a direção dos nossos olhos.
Cada vez que o nosso olhar se desvia de sua regência, incorremos no risco de fazer ser o nosso sol, o que na verdade não passa de luz artificial.
Substituição desastrosa que chamamos de idolatria. Uma força humana colocada no lugar de Deus.
A vida é o lugar da Revelação divina. É na força da história que descobrimos os rastros do Sagrado. Não há nenhum problema em descobrir nas realidades humanas algumas escadarias que possam nos ajudar a chegar ao céu. Mas não podemos pensar que a escadaria é o lugar definitivo de nossa busca. Parar os nossos olhos no humano que nos fala sobre Deus é o mesmo que distribuir fragmentos de pólvora pelos cômodos de nossa morada. Um risco que não podemos correr.
Tudo o que é humano é frágil, temporário, limitado. Não é ele que pode nos salvar. Ele é apenas um condutor. É depois dele que podemos encontrar o que verdadeiramente importa. Ele, o fundamento de tudo o que nos faz ser o que somos. Ele, o Criador de toda realidade. Deus trino, onipotente, fonte de toda luz.
Sejamos como os girassóis...
Uma coisa é certa. Nós estamos todos num mesmo campo. Há em cada um de nós uma essência que nos orienta para o verdadeiro lugar que precisamos chegar, mas nem sempre realizamos o movimento da procura pela luz.
Sejamos afeitos a este movimento místico, natural. Não prenda os seus olhos no oposto de sua felicidade. Não queira o engano dos artifícios que insistem em distrair a nossa percepção. Não podemos substituir o essencial pelo acidental. É a nossa realização que está em jogo.
Girassol só pode ser feliz se para o Sol estiver orientado. É por isso que eles não perdem tempo com as sombras.
Eles já sabem, mas nós precisamos aprender.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

O ipê à beira da estrada.



Não quero perder a capacidade de admirar as belezas do mundo. O ipê florido à beira da estrada é um imperativo que reconheço bíblico. Nele há uma fala de Deus me pedindo calma. A sacralidade da vida ganhou voz em estruturas singelas, e solicita que eu me proste.
É santo o que os meus olhos enxergam. A cor amarela encontra moldura no azul dos contornos do céu. Ao longe, o verde completa o quadro. Paira sobre a cena um mistério raro, como se houvesse uma névoa a me recordar que a raridade da beleza é uma epfania divina.
O meu desejo é deixar de seguir o caminho que me leva ao meu destino. Impossibilitado da parada, ouso diminuir a marcha. Quero a cena dentro de mim. Ouso rezar a Deus que me permita registrar na memória a beleza que não posso aprisionar.
Olho para os que passam. A velocidade dos carros não permite que os seus ocupantes vejam o que vejo. Eles estão privados da mística que só pode ser compreendida quando os passos perdem a pressa. Estão ocupados demais com suas urgências práticas. É preciso chegar. Há muitas iniciativas a serem tomadas e o tempo não pode ser perdido.
Enquanto isso, o ipê se ocupa de sua florada amarela. Cumpre no tempo a proeza de ser um sentido oculto e deslumbrante para os distraídos que o percebem.
Nele há uma pequena parte da beleza do mundo que tive a graça de descobrir. E só por isso diminuí o ritmo da minha vida.
Olhei com calma para sua beleza e nele percebi o sorriso do Criador. Sorriso de Pai, que vez em quando, faz questão que seus filhos diminuam suas velocidades para uma breve brincadeira redentora.
Eu aceitei. Brinquei com Ele. Fiquei mais feliz!

O peso que a gente leva..



Olho ao meu redor e descubro que as coisas que quero levar não podem ser levadas. Excedem aos tamanhos permitidos. Já imaginou chegar ao aeroporto carregando o colchão para ser despachado?
As perguntas são muitas... E se eu tiver vontade de ouvir aquela música? E o filme que costumo ver de vez em quando, como se fosse a primeira vez?
Desisto. Jogo o que posso no espaço delimitado para minha partida e vou. Vez em quando me recordo de alguma coisa esquecida, ou então, inevitavelmente concluo que mais da metade do que levei não me serviu pra nada.
É nessa hora que descubro que partir é experiência inevitável de sofrer ausências. E nisso mora o encanto da viagem. Viajar é descobrir o mundo que não temos. É o tempo de sofrer a ausência que nos ajuda a mensurar o valor do mundo que nos pertence.
E então descobrimos o motivo que levou o poeta cantar: “Bom é partir. Bom mesmo é poder voltar!” Ele tinha razão. A partida nos abre os olhos para o que deixamos. A distância nos permite mensurar os espaços deixados. Por isso, partidas e chegadas são instrumentos que nos indicam quem somos, o que amamos e o que é essencial para que a gente continue sendo. Ao ver o mundo que não é meu, eu me reencontro com desejo de amar ainda mais o meu território. É conseqüência natural que faz o coração querer voltar ao ponto inicial, ao lugar onde tudo começou.
É como se a voz identificasse a raiz do grito, o elemento primeiro.
Vida e viagens seguem as mesmas regras. Os excessos nos pesam e nos retiram a vontade de viver. Por isso é tão necessário partir. Sair na direção das realidades que nos ausentam. Lugares e pessoas que não pertencem ao contexto de nossas lamúrias... Hospitais, asilos, internatos...
Ver o sofrimento de perto, tocar na ferida que não dói na nossa carne, mas que de alguma maneira pode nos humanizar.
Andar na direção do outro é também fazer uma viagem. Mas não leve muita coisa. Não tenha medo das ausências que sentirá. Ao adentrar o território alheio, quem sabe assim os seus olhos se abram para enxergar de um jeito novo o território que é seu. Não leve os seus pesos. Eles não lhe permitirão encontrar o outro. Viaje leve, leve, bem leve. Mas se leve.

sábado, 13 de dezembro de 2008

O inacabado que há em mim- Pe. Fábio de Melo



Eu me experimento inacabado. Da obra, o rascunho. Do gesto, o que não termina. Sou como o rio em processo de vir a ser. A confluência de outras águas e o encontro com filhos de outras nascentes o tornam outro. O rio é a mistura de pequenos encontros.

Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo,O que sai de mim cada vez que amo? O que em mim acontece quando me deparo com a dor que não é minha, mas que pela força do olhar que me fita vem morar em mim?

Eu me transformo em outros? Eu vivo para saber. O que do outro recebo leva tempo para ser decifrado. O que sei é que a vida me afeta com seu poder de vivência. Empurra-me para reações inusitadas, tão cheias de sentidos ocultos.

Cultivo em mim o acúmulo de muitos mundos. Por vezes o cansaço me faz querer parar. Sensação de que já vivi mais do que meu coração suporta. Os encontros são muitos; as pessoas também. As chegadas e partidas se misturam e confundem o coração. É nesta hora em que me pego alimentando sonhos de cotidianos estreitos, previsíveis.Mas quando me enxergo na perspectiva de selar o passaporte e cancelar as saídas, eis que me aproximo de uma tristeza infértil. Melhor mesmo é continuar na esperança confluências futuras.

Viver para sorver os novos rios que virão. Eu sou inacabado. Preciso continuar.Se a mim for concedido o direito de pausas repositoras, então já anuncio que eu continuo na vida. A trama de minha criatividade depende deste contraste, deste inacabado que há em mim. Um dia sou multidão; no outro sou solidão.

Não quero ser multidão todo dia. Num dia experimento o frescor da amizade; no outro a febre que me faz querer ser só.

Eu sou assim. Sem culpas.

Uma Questão de Escolha- Pe. Fábio de Melo




O coração anda no compasso que pode. Amores não sabem esperar o dia amanhecer. O exemplo é simples.

O filho que chora tem a certeza de que a mãe velará seu sono.

A vida é pequena, mas tão grande nestes espaços que aos cuidados pertencem. Joelhos esfolados são representações das dores do mundo.

A mãe sabe disso.

O filho, não. Aprenderá mais tarde, quando pela força do tempo que nos leva, ele precisará cuidar dos joelhos dos seus pequenos.

O ciclo da história nos direciona para que não nos percamos das funções.

São as regras da vida. E o melhor é obedecê-las.Tenho pensado muito no valor dos pequenos gestos e suas repercussões.

Não há mágica que possa nos salvar do absurdo. O jeito é descobrir esta migalha de vida que sob as realidades insiste em permanecer. São exercícios simples...

Retire a poeira de um móvel e o mundo ficará mais limpo por causa de você.

É sensato pensar assim. Destrua o poder de uma calúnia, vedando a boca que tem ânsia de dizer o que a cabeça ainda não sabe, e alguém deixará de sofrer por causa de seu silêncio.

Nestas estradas de tantos rostos desconhecidos é sempre bom que deixemos um espaço reservado para a calma.

Preconceitos são filhos de nossos olhares apressados.

O melhor é ir devagar.Que cada um cuide do que vê.

Que cada um cuide do que diz. A razão é simples: o Reino de Deus pode começar ou terminar, na palavra que que escolhemos dizer.

É simples...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Vida


Pe. Fábio de Melo



Pelas ruas da cidade, pessoas andam no vai e vem

Não vêem o cair da tarde, dando os seus passos como um reféns

De uma vida sem saída, vida sem vida, mal ou bem

Pelos bancos desses parques, ninguém se toca sem perceber

Que onde o sol se esconde o horizonte tenta dizer

Que há sempre um novo dia, a cada dia em cada ser

Não é preciso uma verdade nova, uma aventura,

Para encontrar nas luzes que se acendem um brilho eterno

E dar as mãos e dar de se além do próprio gesto

E descobrir feliz que o amor esconde outro universo

Pelos becos pelos bares pelos lugares que ninguém vê

Há sempre alguém querendo

Uma esperança sobreviver

Cada rosto é um espelho

De um desejo de ser de ter

Não é preciso uma verdade nova, uma aventura,

Para encontrar nas luzes que se acendem um brilho eterno

E dar as mãos e dar de se além do próprio gesto

E descobrir feliz que o amor esconde outro universo

Cada rosto é um espelho

De um desejo de ser de ter

Talvez quem sabe por essa cidade passe um anjo

E por encanto abra suas asas sobre os homens

E ter vontade de se dar aos outros sem medida

A qualidade de poder viver vida,vida

Vida Vida

Intimidade - Pe. Fábio de Melo



Que seja assim! Tardes que caem para que nasçam as noites. Acordes que terminam para que a pausa prepare o som que virá. A vida e seu movimento tão cheio de sabedoria. Que seja assim! Que seja sempre assim! Esquinas que dobramos com o desejo de alcançar outras esquinas. Depois da chuva, o frescor. Tudo prepara uma forma de depois, como se o agora fosse uma passagem constante que nos conduz com seu cordão invisível. Eu vou. Vou sempre. Não sei não ir. Minha curiosidade me move para dentro de mim. Sou um desconhecido interessante. A cada dia uma nova notícia me entrego. Eu me dou em partes, como se devolvesse o que já sou, Àquele que me deu totalmente. Vivo pra desvendar. Esquinas; tardes caídas; manhãs que se levantam com o sol. Ando amando mais. Meus amigos são tantos; meus limites também. Cada vez mais padre, mais feliz. Eu sou sem medo de errar. Eu desejo a sacralidade de cada dia. Deitar no chão da existência é tão necessário. Eu me levanto mais devolvido, porque há muitas partes de mim esparramadas, caídas pelas esquinas da vida. Recolher-me é obra que faço por Deus. Estou em reformas. Deus o sabe. Ele é que tirou a primeira pedra. Tirou. Não atirou. Deus não sabe atirar. Prefere tirar. Eu deixo. Sou Dele. Quero ser sempre mais. Em partes, pra ser todo. Ele me devolve a cada dia. Eu também. Lição de casa que faço com gosto.Vez ou outra Ele me olha nos olhos e me dita poemas. Fico tão encantado que até esqueço as palavras. Ele manda eu prestar atenção. Digo que não sei. Ele ri de mim. "Poetas são todos iguais" - conclui enquanto mexe no meu cabelo. Eu o vejo de perto, bem de perto. Por vezes sinto o desejo de lhe pedir o impossível, mas aí me falta coragem. Aí peço que me dê só o necessário. Ele me surpreende com medidas que não mereço. Fico mudo, sem saber dizer. Ele me socorre com seu sorriso. E de súbito, as palavras voltam a fazer parte de mim.

O Movimento da Vida - Pe Fábio de Melo



Eu não sei se a vida é que vai rápida demais ou se sou eu que estou mais lento. O que sei é que ando me atropelando nos próprios passos.Eu resolvi desacelerar. Eu vou no rítmo que posso.Não é fácil. É sabedoria que requer aprendizado! Eu quero aprender.O descompasso é a causa de todo cansaço. O corpo é rápido, mas o coração não. O corpo anda no compasso da agenda. O coração anda é no compasso do amor miúdo. O corpo sobrevive de andares largos. O coração sobrevive de pequenos passos e de demoras. Eu já fui e voltei a inúmeros lugares e o coração nem saiu do lugar.O mistério é saber reconciliar as partes. Conciliar um ritmo que seja bom para os dois.Eu quero aprender. Não quero o martírio antes da hora. Quero é o direito de saborear o tempo como se fosse um menino que perdeu a pressa. O show? Ah, deixa pra depois. A voz não morrerá. Acendemos as luzes noutra hora. Deixe que o padre viva a penumbra de algumas poucas velas... Um padre combina mais com uma vela acesa que com um canhão de luz.Há momentos em que a luz miúda nos revela muito mais que mil holofotes.Chega de vida complicada. Eu preciso é de simplicidade!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

A graça de ser só - Pe.Fábio de melo



Ando pensando no valor de ser só. Talvez seja por causa da grande polêmica que envolveu a vida celibatária nos últimos dias. Interessante como as pessoas ficam querendo arrumar esposas para os padres. Lutam, mesmo que não as tenhamos convocado para tal, para que recebamos o direito de nos casar e constituir família.Já presenciei discursos inflamados de pessoas que acham um absurdo o fato de padre não poder casar.Eu também fico indignado, mas de outro modo. Fico indignado quando a sociedade interpreta a vida celibatária como mera restrição da vida sexual. Fico indignado quando vejo as pessoas se perderem em argumentos rasos, limitando uma questão tão complexa ao contexto do “pode ou não pode”.A sexualidade é apenas um detalhe da questão. Castidade é muito mais. Castidade é um elemento que favorece a solidão frutuosa, pois nos coloca diante da possibilidade de fazer da vida uma experiência de doação plena. Digo por mim. Eu não poderia ser um homem casado e levar a vida que levo. Não poderia privar os meus filhos de minha presença para fazer as escolhas que faço. O fato de não me casar não me priva do amor. Eu o descubro de outros modos. Tenho diante de mim a possibilidade de ser dos que precisam de minha presença. Na palavra que digo, na música que canto e no gesto que realizo, o todo de minha condição humana está colocado. É o que tento viver. É o que acredito ser o certo.Nunca encarei o celibato como restrição. Esta opção de vida não me foi imposta. Ninguém me obrigou ser padre, e quando escolhi o ser, ninguém me enganou. Eu assumi livremente todas as possibilidades do meu ministério, mas também todos os limites. Não há escolhas humanas que só nos trarão possibilidades. Tudo é tecido a partir dos avessos e dos direitos. É questão de maturidade.Eu não sou um homem solitário, apenas escolhi ser só. Não vivo lamentando o fato de não me casar. Ao contrário, sou muito feliz sendo quem eu sou e fazendo o que faço. Tenho meus limites, minhas lutas cotidianas para manter a minha fidelidade, mas não faço desta luta uma experiência de lamento. Já caí inúmeras vezes ao longo de minha vida. Não tenho medo das minhas quedas. Elas me humanizaram e me ajudaram a compreender o significado da misericórdia. Eu não sou teórico. Vivo na carne a necessidade de estar em Deus para que minhas esperanças continuem vivas. Eu não sou por acaso. Sou fruto de um processo histórico que me faz perceber as pessoas que posso trazer para dentro do meu coração. Deus me mostra. Ele me indica, por meio de minha sensibilidade, quais são as pessoas que poderão oferecer algum risco para minha castidade. Eu não me refiro somente ao perigo da sexualidade. Eu me refiro também às pessoas que querem me transformar em “propriedade privada”. Querem depositar sobre mim o seu universo de carências e necessidades, iludidas de que eu sou o redentor de suas vidas.Contra a castidade de um padre se peca de diversas formas. É preciso pensar sobre isso. Não se trata de casar ou não. Casamento não resolve os problemas do mundo.Nem sempre o casamento acaba com a solidão. Vejo casais em locais públicos em profundo estado de solidão. Não trocam palavras, nem olhares. Não descobriram a beleza dos detalhes que a castidade sugere. Fizeram sexo demais, mas amaram de menos. Faltou castidade, encontro frutuoso, amor que não carece de sexo o tempo todo, porque sobrevive de outras formas de carinho.É por isso que eu continuo aqui, lutando pelo direito de ser só, sem que isso pareça neurose ou imposição que alguém me fez. Da mesma forma que eu continuo lutando para que os casais descubram que o casamento também não é uma imposição. Só se casa aquele que quer. Por isso perguntamos sempre – É de livre e espontânea vontade que o fazeis? – É simples. Castos ou casados, ninguém está livre das obrigações do amor. A fidelidade é o rosto mais sincero de nossas predileções.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Como ter fé no sofrimento? Padre Fábio de Melo



O neurótico é aquele que perdeu a fé e tem medo de tudo e de todos. O neurótico é sempre limitado e deixa de fazer muitas coisas na vida porque o medo o paralisa. É um medo acentuado que virou doença. A fé não combina com medo!


Revista-se de uma couraça que o proteja. Acreditar em Deus não é acreditar em absurdos! A experiência de Deus é o cuidado com a experiência humana. Uma palavra bem dita tem o poder de expulsar as maldições!

O jeito mais bonito de transformar o mundo é quando Jesus ganha espaço em nossa consciência. A palavra que ordena o mundo é a Palavra de Deus, a qual funciona como uma matriz, com valores que vêm de Deus e nos propõe suportar os sofrimentos do mundo. As lutas são estabelecidas o tempo todo. A experiência do limite não pode ser tirada da realidade humana.


Não há como você ir ao combate se estiver despreparado.


Não conseguiremos sobreviver se não tivermos fé! Não seja vítima de sua vida. Esteja munido de forças humanas, psíquicas e espirituais. Fortalecei-nos no Senhor! Assim, no momento em que a vida parecer insuportável, você terá como resistir. Quais foram as grandes batalhas que você enfrentou? Você venceu ou perdeu?


Não é vergonha fracassar, pois somos humanos. Não é vergonha passar pelos seus limites, vergonha é não os ver. A maturidade nos ensina a não buscar culpados.


Uma palavra profética é uma ‘palavra amorosa’! As palavras amorosas não são de bajulação. Amor que é amor fere. Assim como na atividade física a musculatura precisa sofrer micro lesões para endurecer, e futuramente não doer.


Ninguém nos escondeu que seria necessário a disciplina. Que nascemos de um jeito e morremos de outro. Se não expuser seu corpo ao exercício necessário, você sofrerá. Mas falo do despreparo da alma. Como reagir diante de uma vida que não deu certo? Como dar testemunhos da fé se não teve sofrimento? Ou no momento em que tenho que conviver com os meus limites e aprimorar o meu ser?


Assim como a ostra: “Ostra feliz não faz pérolas”. Ostras são moluscos, animais sem esqueleto, macias, que representam as delícias da gastronomia que podem ser comidas cruas. Como não têm defesas, são animais mansos e seriam presas fáceis. Então, para que isso não acontecesse, a sua natureza as ensinou a produzir casas duras para as proteger.No fundo do mar, havia uma colônia de ostras felizes. Sabíamos que eram felizes porque dentro delas saía uma delicada melodia, uma música aquática, como se fosse um canto gregoriano. Todas cantando a mesma música, com a exceção de uma ostra solitária que fazia um solo solitário. As ostras felizes riam dela e diziam que ela não saía da depressão. Não era depressão. Havia entrado um grão de areia em sua carne que doía muito. Ela não conseguia se livrar deste grão de areia, mas conseguia se livrar da dor, em virtude de suas arestas e pontas que envolviam o grão com substâncias brilhantes. Enquanto tentava se livrar da dor, cantava seu canto triste. Um dia passou um pescador por ali e levou-as todas para sua casa e sua esposa fez uma sopa de ostras. Deliciando-se com as ostras, seu dente bateu em uma substância dura e brilhante: era uma pérola. Apenas a ostra sofredora faz pérolas.


Isso é verdade para as ostras e para os humanos. A resposta é que ela não se entregou porque foi capaz de transformar a tragédia em beleza. A felicidade é um dom que deve ser simplesmente gozado. Ela se basta, mas não se cria.


Na dor e na dificuldade de sua vida, você precisa encontrar um jeito nobre e diferente de os sentir. Esse cristianismo que não há sofrimento, não é humano. O cristianismo começa no Calvário! O Natal que vamos celebrar é trágico, revestido de beleza, mas é trágico porque um menino que não tinha onde morar e ninguém para o receber, nasce em uma manjedoura. ‘Jesus veio na dor’. Deus entra no mundo pela força da dor. Jesus é o nosso Rei, mas nunca se esqueça que o seu Rei é ‘coroado de espinhos’. Só poderemos reconhecer a glória de Deus se revestirmos a alma que nos assemelha aos artistas, de revestir o cotidiano de uma beleza nobre. Nunca podemos descobrir a beleza do sofrer se não revestirmos o nosso cotidiano de uma beleza nobre.
Porque você acha que as multidões andavam atrás de Jesus? Porque Jesus era especialista em revestir a tragédia de beleza.


O pessimismo nos faz arriar. O pessimismo é a forma mais simplória de suportar a vida, pois não requer o aperfeiçoamento humano. O amor fere.


Porque você acredita em Deus? Não sabemos dizer, só sabemos que no momento que mais nos sentimos frágeis, cremos em Deus. Alguma coisa nos leva além de nós mesmos e não aceito a opinião pessimista. Revista-se da couraça da justiça, do poder do bom senso aprimorado. É dia de celebrar a vitória!


Revista-se dos poderes de Deus e permita que Ele faça a pérola em você, na sua dificuldade! É dia de celebrar a vitória!


As pessoas que fazem diferença na sociedade são aquelas que o autor conseguiu transcrever as dores do mundo em poema.


Sabe o que está faltando para a nossa vida? Recordar-nos de que somos capazes.


Chega de humanos que dizem: ‘Eu não dou conta’. Não temos o direito de dizer que não damos conta se não tentarmos. Neste Hosana Brasil 2008 temos que ter essa consciência de recordar o que Deus nos fez e o que somos, pois “Somos vencedores”.


Chega de lamentar-se, Deus tem projetos maravilhosos para você!

domingo, 2 de março de 2008

Arsenal de infantilidades - Pe.Fábio de Melo













“Explico-me: enquanto o herdeiro é menor, em nada difere do escravo, ainda que seja senhor de tudo, mas está sob tutores e administradores, até o tempo determinado por seu pai. Assim também nós, quando menores, estávamos escravizados pelos rudimentos do mundo. Mas quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei, a fim de remir os que estavam sob a lei, para que recebêssemos a sua adoção. A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai! Portanto já não és escravo, mas filho. E, se és filho, então também herdeiro por Deus” (Gálatas 4; 1-7). Essa palavra é muito concreta e humana, inicialmente podemos achar um absurdo assemelhar uma criança ao escravo, é simples porque uma criança não é capaz de fazer a separação, a criança é egoísta e o egoísta é aquele que se ocupa do seu mundo, para ele o outro é uma extensão da sua necessidade. As crianças são escravas de suas necessidades.A maturidade de uma criança acontece na medida em que ela vai crescendo. Uma criança é escrava porque ela não sabe a razão da regra, mas submete. Quando ela cresce e obedece a regra porque compreende, ela deixa de ser escrava. Quantos jogos construtivos, que educa a criança para compreensão de regra, são jogos simples de encaixe entre outros, não videogames que muitas vezes a regra é matar. A palavra de São Paulo é atual. Nós também trazemos as infantilidades nos nossos afetos, insistimos em trazer em nós um arsenal de sentimentos infantis, egoístas, só pensamos em nós e em nossas necessidades. Quando somos afetivamente infantis, nos transformamos em verdadeiros monstros. Uma criança se você não disciplina, se ela é sem regra, ela é um monstro.
Nenhum perdão será concreto se antes você não se perdoar
Foto: Robson SiqueiraTudo aquilo que você desconhece se torna soberano sobre você, o desconhecido nos escraviza. Quantas vezes você teme a pessoa desconhecida, e aí está a infantilidade. A birra é o excesso da criança, excesso da infantilidade, e na birra a criança se sente fracassada por não conseguir seu objetivo. Ensine a criança a lhe dar com as impossibilidades. E você, quantas vezes dá sua birra? Quantas vezes, não sabe lhe dar com os limites? Quantos adultos que não se manifestam, não têm coragem de dá opinião porque são infantis, são escravos de seus medos, isso é mesma coisa de birra. Partilhe, dê opinião. A nossa birra se manifesta na nossa cara feia, nas nossas respostas ríspidas, só não temos a coragem de nos jogar no chão. Quantos adultos com medo de quarto escuro. Eu pergunto: Qual o mau de um quarto escuro? Mas quantas vezes fomos trancados nos quartos e disseram que lá dentro tinha um monstro. Uma criança ela não tem inteligência suficiente para saber que ali não tem um bicho, porque a referência que ela tem é o adulto. E quantos adultos presos nas emoções do passado. Como você pode curar seu medo de quarto escuro? Traga à sua razão o que te faz sentir medo. Entre no quarto escuro e diga: ‘Este quarto não pode me fazer mau’.
Quando somos afetivamente infantis, nos transformamos em monstros
Foto: Robson SiqueiraNão importa quantos anos você tem. Sente-se com toda sua maturidade, sente-se com você criança e tenha a oportunidade de se curar dos medos do passado. Olhe para o seu abandono que lhe desespera, fale que quem te abandonou é porque não te conheceu e quem não te conheceu não te amou. Você hoje é adulto, maduro, olhe para as fases da sua vida que precisa ser curada, olhe para você criança, você adolescente. Permita Deus resgatar a sua alma ferida. Muitas vezes é preciso voltar no tempo e reconciliar consigo mesmo. Nenhum perdão será concreto se antes você não se perdoar, nenhum olhar será profundo se você não olhar. A emoção é burra. Olhe para uma pessoa apaixonado é quase bobo. As emoções são burras. Deus é especialista de curar corações machucados. O que pode nos destruir na vida não é o que os outros fazem para nós, mas o que permitimos que outros façam de nós. O maior consolo que você precisa não é dos outros, é de você mesmo. Não adianta o outro deixar você livre, e você se sentir escravo. Seja ‘rio’. Pare de dá birra. Pare de lamentar o que você não teve. Seja rio, que quando coloca barreira, ele não deixa de crescer, mas fica mais profundo. Deus ainda prefere os miseráveis. Deus olha para você, e no momento da sua birra Ele se encontra com você.

Resgatar a ritualidade da vida -Pe. Fábio de Melo






‘Tua mão desceu sobre mim, e me retirou da escuridão. Deu-me mãos e voz de profeta, deu-me um coração adorador’.


‘Desperta tu que dormes’! Quero ressaltar a primeira parte do refrão da música, que é o que Deus faz. É porque Ele desceu a mão, como um gesto ‘violento’ que acorda quem está dormindo.
Deus não pode fazer nada para o coração preguiçoso, que não quer ser mudado. O processo humano é difícil. Quanto sangue você tem que ‘suar’ para ser uma mulher e homem de integridade. Aquele que desce a mão, o faz para você melhorar. Não tem como conciliar o cristianismo com a preguiça da vida, esquecendo de como eu poderia ser como pessoa, sem cuidar da minha vida. Coração preguiçoso não tem lugar no céu, porque Deus te quer de pé.

Hoje uma mulher jovem com lágrimas nos olhos me dizia: ‘Deus tem me mantido em pé através da Canção Nova. Eu perdi no mesmo acidente, meu pai, meu esposo e meus filhos’.
Ficar de pé quando tudo deu errado e sentir que a força de Deus lhe alcança! Ficar de pé quando se está no Calvário, onde não é lugar de ficar sentado e sim de pé. Sentir-se de pé mesmo quando o Calvário está ‘armado’ e cheio de curiosos.

‘Desperta tu que dormes’. Não dá para ficar parado, ou sentado e fazer de conta que não está acontecendo nada. Que caia por terra toda hipocrisia e toda máscara.

O amor é provado no fogo, na dura experiência de dar a vida pelo outro. Caso contrário não é amor, é ilusão. Você sabe que alguém te ama não pelo o que fala, mas pelo o que faz. O amor não sobrevive de teorias. Não adianta falar para seu filho que o ama, se seus gestos não correspondem a esse amor. Palavras sem gestos não edificam.

O Calvário é ladeira acima, em meio a pedras, e não com asfaltos. Nossos passos não deslizam com facilidade. Não se chega ao céu de ‘patins'. São com essas ‘botas’ da dor, difíceis. Ninguém os prometeu que os valores seriam fáceis de serem alcançados. Você sabe muito bem o quanto te custou para chegar até onde chegou, as coisas não vêm tão fácil assim.

Nós perdemos os rituais. Como era bom o tempo em que preparávamos nossas refeições. Era um ritual: as crianças descascando milho, as tias cozinhando-os no fogo, outro fazendo a palha, e a família toda em um ritual de alegria fazendo a pamonha.
Nós tínhamos rituais de vida. Quando comíamos o porco ou fazíamos um almoço para toda a vizinhança e todo mundo da rua, para comerem juntos. Mas hoje, nossa comida vem toda pronta. Nós não temos mais o ritual de preparar o que nós comemos.




'O amor não sobrevive de teorias. Palavras sem gestos não edificam'.
Foto: Robson SiqueiraE aquela experiência de zelar por aquilo que é seu, se perdeu. De consertar as coisas da casa, onde o pai sempre chamava o filho para aprender.
Hoje tudo é muito prático, e perdemos o valor da realidade simbólica, perdemos a graça do diálogo, das conversas.

Às vezes nossos filhos estão loucos para conversar conosco, mas não temos tempo. Nós precisamos construir relações concretas. Às vezes se cuida dos amigos virtuais, mas não cuidam de quem está ao lado. A tecnologia não pode se utilizar de nós, quem manda é você.

Essas coisas que nos escravizam. Temos que abrir os olhos para tudo isso e sair da cegueira. Nós não pensamos nas conseqüências que minam a capacidade de sermos pessoas concretas e reais. Damos muito tempo para as pessoas no computador nos 'messenger´s' e tantas coisas mais, mas não damos uma palavra para um amigo do nosso lado.

Se não ritualizarmos a nossa vida nos tornaremos insensíveis. Aí Deus vai ter que descer a mão mesmo, e o 'sopapo' vem. E você percebe que está perdendo o seu filho para as drogas, o pai para o álcool, a mãe para infidelidade. Preste atenção aos ‘tapinhas’ da vida, para não ter um tapa mais forte adiante, podendo ser tarde demais.
‘Desperta tu que dormes’. Pessoas que estão dormindo e ficam na preguiça, é como que dar um remédio para aquele paciente que quer morrer.

Quando éramos crianças aprendíamos a tecer bordado e a costurar. Será que o bordado que fazíamos exteriormente não repercutia na nossa alma, interiormente, fazendo-nos pacientes? Cortar o mato com a enxada, não fazemos mais. Não diga ‘Eu posso pagar’. Hoje é tudo muito diferente e podemos pagar para que alguém o faça, mas de vez em quando, faça você mesmo.

Todas as mulheres lustram os móveis para ficar bonito, mas ninguém vai saber ‘lustrar’ o rosto de seu filho como você. ‘Desça do salto’ na simplicidade. Ao invés de levar o filho ao restaurante mais saboroso que tem, surpreenda-o com um avental fazendo a comida. Você e seu marido. A comida vai ter o sabor mais gostoso que qualquer outro restaurante.
A cura de nossos afetos vem através destes ritos. É uma alegria de chegar em casa e ter a mãe cozinhando.

'Desperta, tu que dormes! Seja justo com o que Deus lhe oferece!'
Foto: Robson SiqueiraAbra os olhos para o filho que você tem, abra os olhos para a mulher que você tem, não se acostume com o seu marido, abra espaços para as surpresas.
Nossos afetos são construídos dentro de casa. Nada pode ser mais destruidor do que uma palavra do pai e da mãe. Você tem o direito de dizer o que você quiser, mas não tem o direito de dizer do jeito que quiser. Nós traumatizamos na forma como dizemos as coisas.

‘Desperta tu que dormes’. Talvez você esteja perdendo a oportunidade preciosa de ser uma esposa, uma mãe, um filho, um marido, e você os trata como se fossem um ‘qualquer’. Cuide do que é seu. O amor requer calma e um olhar vagaroso.
Essas coisas são tão boas e tão simples, mas ouvimos pouco sobre elas. Corremos o risco de deixar a vida passar e não vivermos direito com aqueles que amamos.

Da sua casa você é o profeta. Você é convidado a ser o profeta. É você quem tem que mudar.
A transformação é na tua vida, no poder de ser profeta no seu ‘território’, em sua casa. Em ser a voz, em nome do amor vivo presente em você.
‘Desperta tu que dormes’. Seja justo com o que Deus lhe oferece. A sua casa merece sua coragem.
Você está diferente
!

sábado, 29 de dezembro de 2007

Abalando as estruturas de nossa consciência - Pe.Fábio de Melo


É muito fácil a gente cair na religião do mito

Nós somos capazes de seguir uma regra a partir do momento em que a conhecemos. O Deus que nós anunciamos não é uma ameaça.
Religião que só nos mostra a cruz é uma religião infértil, porque eu não sou filho do calvário, eu sou filho do Ressuscitado - e quem eu anuncio sempre é o Ressuscitado.
Se cada um de nós, hoje, tivesse a oportunidade de contar o que passamos, de escrever a nossa história, tudo o que tivemos de sofrimento e sangue, não teria editora suficiente para tantos livros. Todos nós passamos pelo “calvário”, mas você não pode ficar parado aí. Nesse calvário, você tem duas opções: ou esquece o peso da cruz ou olha que tem um Cirineu do seu lado. Nós queremos a ressurreição, mas não queremos o calvário.
É muito fácil a gente cair na religião do mito – Jesus já nos alertava o tempo todo para o culto dos ídolos – e a idolatria é um dos principais problemas religiosos no mundo. Esse é um risco que todos nós corremos, quando a nossa admiração por alguém, ou por uma pessoa se torna essencial, colocada acima, em termos de importância do que aquele que a pessoa anuncia.
Temos que viver uma religião que seja capaz de mexer com as estruturas da nossa consciência, a ponto de nos fazer acordar para tudo aquilo que não sabíamos que existia dentro de nós.
Já estávamos inconscientes e acostumados com o nosso jeito ciumento de amar, jeito ciumento de possuir as pessoas, achando que isso era amor. Eu já era desonesto nas pequenas coisas e já estava acostumado. Até que um dia uma palavra profética varou as estruturas da minha vida e me incomodou. Uma palavra profética tem o poder de fazer algo, de acordar os surdos e aqueles que estão dormindo e que já não escutam mais nada, num sono letárgico, ou até mesmo num cumprimento de rituais inférteis que já não servem de nada para a nossa salvação.
A religião que Jesus quer de nós é esta: que você fixe os olhos céu, que você busque o céu. É disso que Jesus fala: "Não venha me dizer o que você fazia antes, não me importa o que você fazia. O que faz diferença para mim é o quanto a minha Palavra conseguiu transformar o seu coração a ponto de transformá-lo numa pessoa melhor". A ponto de você olhar para trás e dizer: "Antes eu era assim, e pela força da Eucaristia, do Evangelho, do terço, eu mudei".
Você percebe que a sua vida não é mais a mesma, porque você mudou o seu jeito de pensar, modificou o seu jeito de ser.
Você acha que nós vamos ser santos sem sacrifício?
A dor sinaliza que alguma coisa precisa ser cuidada. Eu sei das minhas lutas, mas estou satisfeito, porque eu não me prendo àquilo que eu não posso, mas sim Àquele que me anima. A semente passa por todo um processo de crescimento, mas ela sabe que se não deixar de ser o que é, não atingirá seu objetivo.
Se eu não tivesse sofrido do jeito que eu sofri, se eu não tivesse amado do jeito que eu amei, eu não teria nada para contar a vocês. Não tem jeito de amar sem sofrer.
Não sinta vergonha de nada que viveu, porque depois que passou por aquele momento, você sabe o que você sofreu para chegar onde chegou. A dor é o preparo. A sua dor não pode ser em vão.

PENSAMENTOS