O governador Geraldo Alckmin auditará todos os contratos de terceirização de serviços herdados da gestão de José Serra (PSDB).
Os alckmistas dizem que não é revanche, mas a determinação de Alckmin repete pacote anunciado por Serra em 2007 que abriu crise entre "serristas" e "alckmistas".
Alckmin bloqueia R$ 1,5 bilhão do Orçamento paulista
Na primeira semana de governo, Serra apresentou medidas de austeridade fiscal, que incluíam desde a revisão de contratos até pente fino no funcionalismo. Alckmin havia deixado o governo em 2006 e se sentiu exposto.
Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
Governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), realizou ontem primeira reunião com os novos secretáriados do governo
Nessa gestão, o pente-fino nos contratos e repasses a entidades sociais será feito pelo secretário de Gestão Pública, Julio Semeghini (PSDB-SP).
Só os serviços terceirizados que serão auditados somam R$ 4,1 bilhões em gastos, sendo R$ 2,8 bilhões na administração direta e R$ 1,3 bilhões na indireta.
Todo o trabalho de Semeghini será orientado pelo consultor de gestão Vicente Falconi, do INDG (Instituto de Desenvolvimento Gerencial). Falconi orientou o chamado "choque de gestão" feito pelo senador eleito Aécio Neves em Minas, quando governador do Estado.
AÉCIO
No governo Aécio, a ação tinha como foco a "melhoria da eficiência" com enxugamento de gastos e estruturas.
Na manhã de ontem, em entrevista coletiva após a primeira reunião oficial com o secretariado, Alckmin disse que se encontraria com Falconi na quarta-feira.
"Vamos ver onde se pode fazer um ajuste fino, para melhorar a aplicação dos recursos", disse ele.
Entre as tarefas de Falconi está o cruzamento de dados para chegar aos valores unitários de serviços prestados por cada pasta. Esse levantamento irá para a internet.
CORTES
Além da revisão de repasses e contratos, Alckmin determinou ontem na reunião com o secretariado que, em até 15 dias, um plano para corte de 10% nos gastos com custeio em todas as pastas seja apresentado.
Como exemplo de áreas que poderiam ser enxugadas, Alckmin listou contratos de locação de imóveis e automóveis, além de gastos com combustível. Só com aluguel de imóveis para estruturas o governo paulista gasta R$ 130 milhões por ano.
Após a reunião com os secretários, Alckmin concedeu entrevista coletiva.
O governador não detalhou nenhuma dessas ações de enxugamento de gastos. Anunciou, no entanto, o contingênciamento de R$ 1,5 bilhão no orçamento do Estado, que é de R$ 140 bilhões.
À imprensa, o tucano disse apenas que havia um "esforço" para identificar o que "poderia ser reduzido".
Questionado se o "esforço" poderia implicar em redução de cargos comissionados, disse que está "sempre procurando fazer mais e melhor com menos dinheiro".
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