A Lei Antifumo sancionada por José Serra quando governador de São Paulo pode fazer com que os tucanos vejam cair a enorme vantagem no seu maior reduto das duas últimas eleições. Produtores rurais de Arroio do Padre, município de 2,8 mil habitantes no sul do Rio Grande do Sul, temem que o candidato do PSDB, se eleito, prejudique a maior fonte de renda da cidade, a plantação de fumo.
Emancipado de Pelotas em 1996, o município foi às umas pela primeira vez para escolher um presidente da República nas eleições de 2002. Lula obteve no município o menor índice na votação em todo o País: 16,6%, contra 83,4% de Serra. Em 2006, a lavada se repetiu. Lula obteve 14,9% e Geraldo Alckmin, 85,1%.
O fenômeno foi semelhante à eleição estadual de 2006. Enquanto o candidato petista ao Piratini, Olívio Dutra, conseguia 14,3% dos votos na cidade, a tucana Yeda Crusius acumulava 85,6%. Em 2002, Germano Rigotlo (PMDB) venceu Tarso Genro por 88,3% a 11,7%.
A discrepância dos números das urnas de Arroio do Padre gerou dúvidas e curiosidades, e fez com que a pequena cidade virasse notícia. A explicação, segundo os moradores, está na comunidade conservadora e descendente de pomeranos, etnia alemã e eslava muito retraída. "Eles são um povo endógeno, muito fechado. Algumas têm, inclusive, dialetos próprios", explica Benedito Tadeu César, coordenador do Programa de Pós- Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Ex-colônia alemã, a cidade conservou até dias recentes o "medo do comunismo". "Quando o PT chegou ao poder, os habitantes da cidade acreditavam que teriam de dividir suas propriedades", explica o líder do Legislativo, Ruinei Lerm (PDT), partido da situação, que promete fazer forte campanha em favor de Dilma Rousseff.
Em Arroio do Padre, a representação do PT é tímida. Na Câmara não há vereador da sigla PDT, PP e DEM dividem as nove cadeiras. Cabe a Manoel Chagas, líder do partido, manter a célula petista viva. Pemambucano, na cidade desde 2000, ele acredita que o preconceito e o conservadorismo dos moradores têm vitimado o seu partido. São dez filiados que há tempos não se reúnem.
Mas, nos últimos meses, o clima de "Guerra Fria" no município vem sendo quebrado. A atuação mais discreta do MST e o aumento do crédito aos produtores da região, principalmente por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), fazem com que o PT ganhe lugar nas intenções de voto.
Políticos não arriscam dizer que um candidato petista vença na cidade, mas acreditam que a diferença. desta vez, tende a ser menor, tanto na eleição estadual quanto nacional. "Acredito que neste ano a diferença de votos diminuirá.O PT deve aumentar para uns 25%", avalia o vereador Leonir Baschi (DEM), líder da oposição.
Em tempo: o primeiro segmento em que Dilma Rousseff obteve vantagem sobre Serra foi justamente o rural. Pesquisas de janeiro deste ano já apontavam a petista à frente do tucano nesta área.
Lucas Azevedo
Emancipado de Pelotas em 1996, o município foi às umas pela primeira vez para escolher um presidente da República nas eleições de 2002. Lula obteve no município o menor índice na votação em todo o País: 16,6%, contra 83,4% de Serra. Em 2006, a lavada se repetiu. Lula obteve 14,9% e Geraldo Alckmin, 85,1%.
O fenômeno foi semelhante à eleição estadual de 2006. Enquanto o candidato petista ao Piratini, Olívio Dutra, conseguia 14,3% dos votos na cidade, a tucana Yeda Crusius acumulava 85,6%. Em 2002, Germano Rigotlo (PMDB) venceu Tarso Genro por 88,3% a 11,7%.
A discrepância dos números das urnas de Arroio do Padre gerou dúvidas e curiosidades, e fez com que a pequena cidade virasse notícia. A explicação, segundo os moradores, está na comunidade conservadora e descendente de pomeranos, etnia alemã e eslava muito retraída. "Eles são um povo endógeno, muito fechado. Algumas têm, inclusive, dialetos próprios", explica Benedito Tadeu César, coordenador do Programa de Pós- Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Ex-colônia alemã, a cidade conservou até dias recentes o "medo do comunismo". "Quando o PT chegou ao poder, os habitantes da cidade acreditavam que teriam de dividir suas propriedades", explica o líder do Legislativo, Ruinei Lerm (PDT), partido da situação, que promete fazer forte campanha em favor de Dilma Rousseff.
Em Arroio do Padre, a representação do PT é tímida. Na Câmara não há vereador da sigla PDT, PP e DEM dividem as nove cadeiras. Cabe a Manoel Chagas, líder do partido, manter a célula petista viva. Pemambucano, na cidade desde 2000, ele acredita que o preconceito e o conservadorismo dos moradores têm vitimado o seu partido. São dez filiados que há tempos não se reúnem.
Mas, nos últimos meses, o clima de "Guerra Fria" no município vem sendo quebrado. A atuação mais discreta do MST e o aumento do crédito aos produtores da região, principalmente por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), fazem com que o PT ganhe lugar nas intenções de voto.
Políticos não arriscam dizer que um candidato petista vença na cidade, mas acreditam que a diferença. desta vez, tende a ser menor, tanto na eleição estadual quanto nacional. "Acredito que neste ano a diferença de votos diminuirá.O PT deve aumentar para uns 25%", avalia o vereador Leonir Baschi (DEM), líder da oposição.
Em tempo: o primeiro segmento em que Dilma Rousseff obteve vantagem sobre Serra foi justamente o rural. Pesquisas de janeiro deste ano já apontavam a petista à frente do tucano nesta área.
Lucas Azevedo
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