O Brasil tem uma chance imensa de colocar um brasileiro como diretor-geral da Unesco --um cargo importante para um país que tenta colocar a educação no topo de sua agenda. Mas o Itamaraty, mais precisamente o ministro Celso Amorim, não quer-- e pior, está apoiando alguém acusado de racismo que, por isso, perdeu apoio de países como a França. Há tempos não via um disparate tamanho.
O vice-diretor da Unesco chama-se Márcio Barbosa, que tem apoio da países como Estados Unidos e França. Significa que, na prática, estaria eleito. Acontece que sua candidatura não irá para frente se não tiver o apoio de seu próprio país. E não tem.
Celso Amorim justifica sua decisão, alegando que o Brasil tem um compromisso com os países árabes, ao apoiar o ministro da Cultura do Egito, Farouk Hosni. Até não seria tão ruim deixar de sustentar um brasileiro se o outro candidato fosse melhor. Ocorre que o ex-ministro da Cultura é autor de uma série de frases polêmicas, como a de que queimaria livros em hebraico --e, depois, foi obrigado a dizer que não foi bem assim que falou. Também foi contra a criação de um museu judaico no Cairo.
Convenhamos que alguém com esse perfil não é exatamente o melhor nome para chefia uma entidade internacional dedicada à cultura e à educação. O prazo para o posicionamento do Brasil vai até o final deste mês. Fico no aguardo para saber se Lula vai permitir ou se é cúmplice dessa maluquice diplomática.
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