Uma das formas de evangelizar, hoje, em sido a promoção de shows. Muitos bispos e padres já me convidaram para este tipo de atividade. Este final de semana mesmo acabo de fazer um show de encerramento da CAMINHADA PELA PAZ, em Juazeiro e estou a caminho de Sooretama, no ES, aonde acontece um show na festa da padroeira. Pe. Zezinho parece ter sido um dos pioneiros deste tipo de linguagem. Mas nem de longe esta é minha principal atividade. Sou professor de teologia e diretor da Faculdade Dehoniana, em Taubaté. Ali, no escondimento da tarefa acadêmica gasto meus minutos mais preciosos. O show tem sua linguagem própria. Missa não é show. Show não é adoração. Palestra não é missa nem show. Neste sentido precisamos parar para refletir sobre a missão do sacerdote nestes três tipos de linguagem. Definitivamente não precisamos de padres espetaculares. O dia-a-dia da missão passa pela tarefa de padres elementares. Mas será que devemos eliminar os nossos shows e espetáculos? Em outras palavras, justifica-se a vocação de um padre que só faz shows? É possível ser padre sendo somente artista? Posto aqui um provocante artigo recente e peço a sua opinião sobre este polêmico assunto.
ROMA, sexta-feira, 20 de novembro de 2009 (ZENIT.org).- “Para a evangelização, não servem os sacerdotes showman que vão à televisão”, declarou o secretário da Congregação para o Clero, arcebispo Mauro Piacenza.
O prelado falou nessa quarta-feira em um Dia de Estudo sobre “A comunicação na missão do sacerdote”, organizado pela Faculdade de Comunicação da Universidade Pontifícia da Santa Cruz, em Roma.
Ele afirmou que “a comunicação deve favorecer a comunhão na Igreja, que, do contrário, converte-se em protagonismo individual ou, o que ainda é mais grave, introduz divisão”.
Também indicou que “o sacerdote não deve improvisar quando utiliza os meios de comunicação, nem deve comunicar a si mesmo, mas os dois mil anos de comunhão na fé”, uma mensagem que “só pode ser transmitida através da experiência própria e da vida interior”.
Também interveio o professor Philip Goyret, professor de eclesiologia e teologia sacramental na Universidade Santa Cruz.
Ele explicou que, de alguma maneira, a dimensão comunicativa pertence à essência de todo sacerdote, “seja em si mesmo enquanto que sacramentalmente representa Jesus Cristo e portanto deve viver conforme aquilo que representa, ou enquanto portador de graça e ministro da Palavra de Deus”.
Portanto, acrescentou, “consagração e missão são correlativas: a Palavra dá sentido ao testemunho e o testemunho dá credibilidade à Palavra”.
O professor Sergio Tapia-Velasco, docente na Faculdade de Comunicação da Santa Cruz, afirmou que a homilia dominical pode-se converter em um momento privilegiado da transmissão da Palavra.
E lamentou que em contrapartida se assista frequentemente a “tantas homilias longas e chatas”.
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