"Os Educadores-sonhadores jamais desistem de suas sementes,mesmo que não germinem no tempo certo...Mesmo que pareçam frágeisl frente às intempéries...Mesmo que não sejam viçosas e que não exalem o perfume que se espera delas.O espírito de um meste nunca se deixa abater pelas dificuldades. Ao contrário, esses educadores entendem experiências difíceis com desafios a serem vencidos. Aos velhos e jovens professores,aos mestres de todos os tempos que foram agraciados pelos céus por essa missão tão digna e feliz.Ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se encantar com acolheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes"(Gabriel Chalita)

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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

57 anos de Infância


Nesse mês das crianças, a Caixa Cultural proporciona aos visitantes a Exposição Infância e Fantasias, que vale a pena ser conferida, pois é um resgate da história de programas Infantis que marcaram época.
Desde o dia 18 de setembro de 1950, a Televisão passava a fazer parte da vida dos brasileiros, mas as poucas pessoas que tinham acesso ao magnífico aparelho não poderiam imaginar que estavam diante do maior meio de comunicação de massas. Os programas são os mais variados possíveis e, desde sua estréia no Brasil, alguns programas foram dedicados ao público infantil. Em seu cinqüentenário, a TV desempenha um papel cada vez mais fundamental na formação (ou seria deformação?) das crianças. São aproximadamente 57 anos de infância.
Quando uma criança chega à escola para ser alfabetizada, por exemplo, ela já assistiu a cerca de 1.800 horas de TV, isso significa que ela chega para ser educada já com uma bagagem, mesmo que pequena, formada. Cabe ao educador saber trabalhar a realidade e transformá-la como ferramenta no aprendizado, mas essa tarefa está cada vez mais difícil, por não sabermos qual tipo de informação está chegando até essas crianças que, às vezes, têm apenas a TV como companheira diária. Alguns programas têm um ótimo desempenho nessa formação, são formatos que até hoje fazem sucesso, pois já que encantaram uma geração, por que não encantariam outra? Como por exemplo o Rá-Tim-Bum, precursor do premiado Castelo Rá-Tim-Bum. Esses programas são ideais porque além de entreter, ocupam o tempo transmitindo valores e conhecimentos importantes, onde geravam o interesse pelas histórias, desenvolvendo vocabulário, memória e introspecção, sem contar na curiosidade das crianças para assuntos produtivos. Generalizando e, talvez, até cometendo um pecado ao fazer isso, a impressão que se tem hoje é a de que existe um vácuo grande nessa década em que vivemos. Onde está a magia vivida nos programas dos anos 80? As crianças grudavam na tela para ver programas simples, sem muita tecnologia ou efeitos especiais, era uma época mágica, que também tinha seus problemas, claro, mas que deixou saudades. Quem não se lembra de algumas crianças que choravam ao ver a nave espacial da Xuxa deixar o palco? A sensação era que ela estava indo embora. Só quem viveu a época entende o que está sendo discutido. Alguns críticos afirmam que ela nunca foi um bom exemplo para as crianças, mas nunca chegaram a provar por quê. O programa atual da “Rainha dos Baixinhos” é composto de 80% de efeitos especiais e imagens computadorizadas e mesmo assim, sem afeito, sem magia, sem contagiar o telespectador mirim. Alguns programas não eram dedicados exclusivamente às crianças, mas, pela sua ingenuidade, tornaram-se sucessos entre elas, como é o caso de Os Trapalhões. Até hoje, dois dos integrantes matêm-se nessa mesma linha: Dedé com o Comando Maluco e Renato Aragão com a Turma do Didi. Artistas consagrados da música brasileira, como Chico Buarque e Elis Regina, gravaram canções infantis para especiais da Globo, eles garantiam a boa qualidade em meio aos “ilariês”. Esses nomes consagrados colocavam seu lado brincalhão em prática. Toquinho compôs letras famosas e conhecidas por todos: “...numa folha qualquer eu desenho um Sol amarelo..” O sítio do Pica-pau-amarelo proporcionava uma realidade interiorana a todas as crianças do país. A importante imagem da Vovó, da família e o respeito às crianças era destaque na programação. O sucesso desses programas era enorme e prova disso são as festas temáticas que, atualmente, reúnem milhares de pessoas pelo simples fato de relembrar e rever seus artistas favoritos, deixando fluir automaticamente a nostalgia: Simony, Fofão e o Palhaço Bozo são alguns desses artistas relembrados, pois marcaram toda uma época. Na verdade, ninguém perde a criança que vive dentro de si: é só observar os sorrisos mais despreocupados e inesperados de um adulto.
Prof. William Sanches

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