"Os Educadores-sonhadores jamais desistem de suas sementes,mesmo que não germinem no tempo certo...Mesmo que pareçam frágeisl frente às intempéries...Mesmo que não sejam viçosas e que não exalem o perfume que se espera delas.O espírito de um meste nunca se deixa abater pelas dificuldades. Ao contrário, esses educadores entendem experiências difíceis com desafios a serem vencidos. Aos velhos e jovens professores,aos mestres de todos os tempos que foram agraciados pelos céus por essa missão tão digna e feliz.Ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se encantar com acolheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes"(Gabriel Chalita)

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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ano Novo!

O menino quis saber o significado do ano novo. Tentei dizer. Busquei as frases prontas que são tão comuns à essa época do ano, e prontamente me coloquei a repeti-las.


Percebi que ele escutava tudo o que eu dizia, mas sem muito interesse. Ele voltou a insistir. Queria saber se haveria algum sinal que pudesse sinalizar a mudança do ano velho para o ano novo. Eu fiquei desconcertado. Eu confesso que o único sinal que me ocorreu foi a famosa queima de fogos que acontece na praia de Copacabana. Não tive coragem de dizer.


Apesar da pouca idade, o menino buscava por um significado mais profundo a respeito do tempo. Sem muitos rodeios ele argumentou que não conseguia perceber muito sentido nessa história de ano novo. Ele tinha uma visão prática da vida. E sobre ela me falou. Buscou realidades simples do seu contexto e exemplificou para que eu pudesse entender sua dúvida.


O menino estava coberto de razão. Sua visão prática era coerente, lúcida. Não há nada de novo no ano novo. O que muda é o relógio, o calendário, mas a vida continua o seu remanso de sempre.


Foi então que busquei extrapolar o seu discurso prático e lhe ofereci algumas porções do meu discurso simbólico. Eu também precisava sobreviver àquela conversa. Não queria sair dela embebido daquela praticidade que poderia ruir minha capacidade de acreditar que existe alguma novidade à minha espera com o romper da nova década. O menino me olhava interessado. Falei sobre o tempo e seus ciclos. Falei da psicologia das horas.


Argumentei que a demarcação das datas pode ter repercussão nas almas das pessoas. A oportunidade de virar o calendário pode ter efeito positivo sobre aquele que se sente pesado, angustiado, sem esperanças. Comparei o ano velho a uma gaveta que precisa ser limpa. Guardamos muitas coisas desnecessárias.


Chega o momento em que precisamos fazer a triagem. É necessário limpar, jogar fora, abrir espaços para coisas novas. Ano novo e gaveta limpa podem ter os mesmos sentidos, sugeri. Toda vez que nós temos a sensação de um novo tempo, é natural que nossas almas sejam invadidas por esperanças. Faz parte do processo humano sofrer de esperanças.


A esperança é uma espécie de instinto de sobrevivência. O cansaço dos tempos idos pode dispor o nosso coração à possibilidade de mudanças. É como se houvesse uma saturação. Não queremos mais o peso do passado. Precisamos de outra oportunidade. O calendário novo nos oferece essa sensação. Ao saber que o ano velho está sendo finalizado, é possível que você se encha de expectativas importantes.


O menino me olhou com carinho e agradeceu. Voltou para o seu mundo de brinquedos e deixou-me diante da necessidade de conciliar os dois discursos. O prático e o simbólico. Desaforo. O discurso prático parece humilhar o discurso simbólico. Ele resolve porque é dotado de clareza. É lógico, curto, asfixiante.


E foi assim que recebi o ano novo. Tentando equilibrar os dois discursos dentro de mim. Vez em quando eu me recordo da ótica do menino. Eu não a desconsidero. Ele tem razão. Se a gente não se empenhar na construção de um novo tempo, nada acontecerá. O ano novo será mesmice, repetição de erros, acomodação de posturas, condução medíocre de oportunidades, explosão de fogos que oferece brilho breve, assustadoramente fugaz. Mas não precisa ser assim. Há sempre um motivo novo abscôndito nas velhas estruturas da condição humana. A isso chamamos de evolução, superação. O menino me ajudou com sua ótica. Perdi o medo de ser prático na minha reflexão sobre o tempo.


De fato, nada mudou. Mas também não posso deixar de admitir que há um vento suave me conduzindo para o coração do futuro. E assim eu vou. Abraçando o presente, passando o passado, aprendendo com essa dinâmica interessante, inventada por alguém que não sei dizer, que faz o ano velho ser novo de novo.


Padre Fábio de Melo

sábado, 18 de dezembro de 2010

TarkaN Her Seye Ragmen (Enbe Orkestrasi) YENI 2010

Prisão faz criador do WikiLeaks ser mais popular que Justin Bieber no Twitter

Thiago Chaves-Scarelli

Do UOL Notícias

Em São Paulo As revelações de intrigas internacionais e as reviravoltas jurídicas protagonizadas por Julian Assange nas últimas duas semanas transformaram o desconhecido nerd australiano em uma personalidade mundial de primeiro escalão, capaz de despertar tanto interesse quanto um ídolo pop do calibre de Justin Bieber, Shakira ou Lady Gaga.

De acordo com os dados do "Trendistic", uma ferramenta que permite avaliar o fluxo de um determinado termo entre todos as mensagens publicadas no Twitter, a palavra "Assange" começou a ganhar repercussão no último dia 28 de novembro, quando o site WikiLeaks iniciou o vazamento de milhares de documentos confidenciais da diplomacia norte-americana, para constrangimento de diversos líderes mundiais.

As referências ao criador do WikiLeaks adquirem ainda mais peso com a retomada das acusações de que Assange teria cometido violência sexual contra duas mulheres na Suécia. A promotoria sueca retomou o caso, que datava de agosto, e levou a Interpol a emitir um alerta internacional contra o australiano.



Gráfico do Trendistic mostra histórico do volume de tweets mencionando 'Assange' e 'Bieber'No dia 7 de dezembro, Assange se apresenta voluntariamente a uma delegacia em Londres e é preso -- e o interesse dos internautas dispara: o volume de tweets sobre Assange chegou a ser pelo menos cinco vezes maior do que aqueles sobre o ídolo pop Justin Bieber neste dia, segundo o "Trendistic".

O gráfico fornecido pela ferramenta mostra que em pelo menos outras duas outras ocasiões Bieber (considerado pela revista "Forbes" como a celebridade mais influente do Twitter em 2010) é superado por Assange no universo dos microblogs: quando a Justiça britânica admitiu a liberdade sob fiança -- congelada horas depois por um recurso da Suécia -- e quando ele finalmente deixou a prisão.

Destaque na imprensa

A repercussão nas redes sociais vem junto com a superexposição de Assange na mídia tradicional. Nas últimas semanas, o criador do WikiLeaks apareceu estampado em capas de revistas em vários países do mundo, acompanhado de um ar de misticismo.

Entre as publicações que espalharam o rosto de Assange nas bancas de jornais estão as norte-americanas "Time" e "Forbes", a alemã "Focus" e as indianas "Outlook" e "Frontline", além da "Rolling Stone", que prometeu ao australiano a capa da edição de janeiro de 2011.


A revista "Rolling Stone" foi além e escolheu Assange como o maior "roqueiro" do ano. "O rock informático de Assange será o que levaremos com alegria durante 2011. É o anjo exterminador de cada segredo do poder. É o homem que cai (da rede) na Terra", descreveu a publicação, por meio de nota oficial.

"Assange é um ícone como Che Guevara nas camisetas, como Mao para Andy Warhol. É o líder pop do fim da diplomacia e da segurança imperial. Assange é a verdadeira estrela do rock & roll dos anos 3000", acrescentou o comunicado.

A tendência descrita pela "Rolling Stone" parece confirmada pela votação popular promovida pela revista "Time": a votação dos leitores indicou Assange como a personalidade mais importante de 2010. Editorialmente, a revista acabou atribuindo a honraria a Mark Zuckerberg, criador do Facebook.

Inspirando ativismo virtual

Ao liderar abertamente a maior operação de vazamento de segredos de Estado da história, Assange ganhou muitos inimigos. Nos EUA, foi chamado de "terrorista" pelo deputado republicano Peter T. King, e o ex-candidato presidencial Mike Huckabee se juntou à fila dos que pedem sua morte.

Ao mesmo tempo, sua iniciativa em "defesa da transparência" mobilizou apoiadores dentro e fora da internet. Além das tradicionais passeatas e dos cartazes em sua defesa, Assange viu surgir uma manifestação anônima marcada por um caráter de "contra-ataque" aos inimigos da WikiLeaks.

Um grupo de centenas de internautas com quase nenhuma conexão entre si foi responsável por prejudicar o acesso aos sites de empresas como a Visa, Mastercard e PayPal -- três companhias financeiras que secaram o repasse de doações ao WikiLeaks em meio à polêmica desatada no início deste mês.

A ação do grupo "Anonymous" já foi chamada de "ciberativismo", "guerra virtual" e "terrorismo cibernético", mas há consenso de que se tratou de uma "vingança" que é inspirada por Assange, sem ser controlada por ele.

Nas palavras de um dos membros do grupo: "Nenhum de nós tem qualquer relação com Assange, não o conheço e nunca vou conhecer. Eu apenas aprecio o que ele está fazendo e dou apoio".

PENSAMENTOS