"Os Educadores-sonhadores jamais desistem de suas sementes,mesmo que não germinem no tempo certo...Mesmo que pareçam frágeisl frente às intempéries...Mesmo que não sejam viçosas e que não exalem o perfume que se espera delas.O espírito de um meste nunca se deixa abater pelas dificuldades. Ao contrário, esses educadores entendem experiências difíceis com desafios a serem vencidos. Aos velhos e jovens professores,aos mestres de todos os tempos que foram agraciados pelos céus por essa missão tão digna e feliz.Ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se encantar com acolheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes"(Gabriel Chalita)

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sábado, 12 de dezembro de 2009

História de Natal

A vontade de viver e uma carta ao Papai Noel comoveram os funcionários do Hospital Regional, que se uniram para mudar o dia hoje na vida de uma criança. É que adoentado, um menino de seis anos, internado na unidade há sete meses, queria mandar uma carta ao bom velhinho. E mesmo com a dificuldade de respirar devido aos problemas pulmonares, ele ditou os dizeres a uma médica. Por fim, sensibilizados, os funcionários resolveram atender ao pedido da criança, que acredita que um presente lhe trará felicidade e esse sentimento, por sua vez, a cura. A história encantada deve se concretizar ainda hoje, quando o Papai Noel visitará o menino.
Querido Papai Noel, meu nome é Wesley Vitor Medeiros de Almeida, tenho 6 anos e no momento estou de passagem no Hospital Regional, pois estou em tratamento médico e logo ficarei bom. Na verdade, Papai Noel, minha casa é em Capão Bonito, onde moro com meus pais, meu gato Zico e meu cachorro Dog. Gostaria que o senhor me trouxesse nesse Natal um videogame. Com ele eu vou me distrair jogando. Acho que mereço ganhá-lo pois sou um menino bonzinho, valente, religioso e amigo de todos. Como o senhor tem contato direto com Deus, peço que me ouça e diga a Ele que quero ir logo embora. Farei força para melhorar, comendo bastante, respirando forte e sorrindo sempre. Um beijo. Te espero nesse Natal.
Foi o que disse Wesley à médica pediatra Priscila Helena dos Santos, que por sua vez, escreveu o pedido numa folha. A carta, fixada no quadro de avisos do hospital, seria comum nessa época do ano se não fosse por alguns detalhes. O menino é a criança mais antiga internada na unidade, o que aproximou a equipe da família. Além disso, ele tem problemas pulmonares, aparentemente irreversíveis, sem diagnóstico preciso ainda. E necessita ainda de aparelhos para respirar e assim, continuar vivo. O único filho do casal Adriana e Paulo de Almeida, reside num sítio simples, de família de agricultores. O contexto sensibilizou os funcionários, entre eles a médica Mara Corrá, que mobilizou os colegas e juntou o dinheiro do presente. É uma criança encantadora, alegre. E ele acredita que feliz, se recuperará mais rápido, falou ela.
O caso ganhou repercussão fora do hospital e um jornalista, que preferiu não se identificar, respondeu ao menino, como se fosse o Papai Noel. Ao meu corajoso amigo Wesley: recebi sua carta. Você é um ótimo menino. Um dos melhores do mundo. E olha que eu conheço todos do planeta. Está uma correria aqui para atender todos os pedidos que me fizeram, mas vou tentar atendê-lo. Eu queria ir até aí pessoalmente entregá-lo. Talvez consiga. Aí eu conheço você, sua mãe, seu pai e os amigos que cuidam de você. Logo estará bem e sairá daí. Mas não tenha pressa. Faça tudo que os médicos pedem. Nunca deixe de sorrir e acreditar que tudo de bom que queremos acaba acontecendo. Um beijo, Papai Noel.
Emocionada com a situação, a mãe da criança também se disse sensibilizada. Impossibilitada de atender o pedido, ela espera que o presente realmente lhe faça mais feliz. É o que toda mãe quer. Ver o filho bem e feliz. Ele está melhor. Se recuperando. Passa alguns minutos sem o aparelho para respirar. Se cansa fácil. Mas tenho fé, disse ela, que desde maio passado se reveza com o marido nos cuidados com o menino. A cada domingo trocamos o plantão. Eu vou para Sorocaba e fico com meu filho até o outro domingo. Nesse período ela vem para o sítio. Depois trocamos, detalha o pai. É uma rotina cansativa. Fico 24 horas com ele. Depois fico triste por estar longe, lamenta a mãe.
O videogame foi comprado, um Papai Noel contratado e a festa marcada para hoje, na pediatria do hospital a partir das 13h.




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domingo, 6 de dezembro de 2009

Chalita: 'precisamos de nova geração de políticos'




Do Diário do Grande ABC



Vereador mais votado do Brasil nas eleições do ano passado, o ex-secretário de Educação de São Paulo Gabriel Chalita (PSB) tem planos maiores para o futuro: está de olho em uma vaga no Senado.
Depois de trocar o PSDB pelo PSB por divergências com o rumo do governo paulista e o encerramento de projetos iniciados por ele na Educação, Chalita afirma ter superado o mau momento no tucanato e que, apesar de ter saído do partido, mantém relações estreitas com o ex-governador e hoje secretário de Desenvolvimento Geraldo Alckmin. O novo socialista - cotado para assumir vaga de candidato ao senado pelo novo partido - afirma que o mais importante na vida política é manter bons contatos e boas alianças, e confirma, sem constrangimento, que no próximo ano, deve apoiar Paulo Skaff (PSB) ou Ciro Comes (PSB) ao governo de São Paulo, mesmo que Alckmin, seu amigo pessoal, concorra ao cargo.
Sem meias-palavras, Chalita condena postura do governador José Serra - que segundo ele não respeita professores - e também dentro do partido alega que o tucano prejudica a sigla, que hoje, se vê representada apenas em sua figura. A demora na definição do candidato tucano, segundo ele, pode também prejudicar o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, outra opção na disputa presidencial ano que vem. O ex-secretário diz que a inércia de Serra sobre a definição de qual cargo concorrer em 2010 coloca todo o PSDB em espera. O possível apoio de Serra a Aloisio Nunes e a pouca importância a Alckmin são lembrados pelo vereador que defende o surgimento de novos rostos na política nacional como fator fundamental para mudança na postura parlamentar e para dar basta à corrupção do País.



DIÁRIO - O PSDB tentou mantê-lo a todo custo. Qual foi o fator que determinou sua saída?

GABRIEL CHALITA - Foi uma sequência de fatores. Na verdade, quando saí da Secretaria de Educação, resolvi que sairia da política. Acompanhei a campanha do (Geraldo) Alckmin à presidência, mas não estava com ânimo de ser candidato. Logo depois, vi desmonte de vários projetos educacionais; o primeiro foi o Escola da Família, a menina dos meus olhos, e que diminuiu muito a violência nas escolas. Ver aquilo destruído foi doloroso. Não entendi a postura da equipe do (José) Serra, tão contrária ao que construímos na Educação. Alckmin me pediu cinco vezes para ser candidato; só aceitei para poder ajudá-lo mesmo. Quando fui eleito, achei que haveria mais consideração, no sentido de repensar a política educacional. Achei que teria espaço dentro do partido. Queria ser mais livre, conversei com o diretório nacional, estadual, conversei com Alckmin e disse que não estava mais à vontade dentro do partido e, no PSB, fiquei impressionado.

DIÁRIO - Segundo a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) faltou diálogo com professores no início desta gestão. Você credita esse erro ao governo?

CHALITA - À postura do governador. Os secretários cometeram os mesmos erros e o Paulo Renato está no mesmo caminho. Grande parte da imprensa elogiou as provinhas dos professores, como se isso avaliasse mérito. Durante minha gestão, pagávamos bônus por mérito de ações dos professores em sala de aula, mas essas avaliações os ridicularizam, diminuem a categoria. Ninguém faz prova com outros profissionais do governo. Existe tom de desconfiança com osprofessores. Um discurso de que professor é vagabundo, não trabalha direito, que falta demais. Há professores que têm essa postura? Claro, assim como há políticos que também são assim. A abordagem da visão educacional deste governo foi errada. Vi o governador dizer que aluno tem de saber português e matemática, o resto é perfumaria. Esporte, história, geografia não são perfumarias. O olhar do PSDB de São Paulo sobre Educação foi contra tudo o que acredito.

DIÁRIO - O sr. levou a família para dentro da escola no fim de semana com o Escola da Família. As pessoas sentiram falta quando os aparelhos foram fechados...

CHALITA - Acabou tudo. Sei o que é a violência doméstica na periferia e na Grande São Paulo. Isso tem de ser combatido por meio de outra postura pedagógica e vi isso ruindo de uma hora para outra. Tentei conversar com o governador algumas vezes e ele não dava menor importância. Chegou um momento emque comecei a reclamar. Fui o mais votado e não tinha assento na diretoria nacional, estadual e nem municipal do partido. Nem líder eu era. Não havia respeito. Ele quis falar comigo quando já tinha decidido sair do partido. Digo de coração que a possível candidatura ao Senado me agrada, mas o que mais me levou a sair do partido foi encontrar com professores que acreditaram em mim e ouvir deles que estava tudo diferente do que havia proposto e eu não podia falar mal.

DIÁRIO - Como você avalia o cenário para as eleições de 2010?

CHALITA - Se a definição fosse agora, como quer Aécio (Neves - governador de Minas Gerais), ele teria tempo de percorrer o Brasil. Se for em março, como prega o Serra, Aécio não terá tempo de fazer alianças e será difícil alguém que não é conhecido ganhar eleição. Essa indefinição dele (Serra) destrói o PSDB, atrapalha Minas, partidos aliados e São Paulo, porque se ele não for candidato, quem será? Qual será o processo de escolha? Você tem um partido que governou o Brasil por oito anos, reduzido a uma única pessoa.

DIÁRIO - Se Serra for candidato à presidência, Alckmin pode disputar o governo do Estado. Qual será seu posicionamento neste cenário?

CHALITA - Apoiarei o candidato do PSB, não farei críticas ou inventarei mentiras sobre Alckmin. Acho que ele foi honesto, ótimo governador. Agora, vou construir bandeira no partido. Então as pessoas devem entender que respeitarei o Alckmin, mas temos de ser coerentes com a coligação feita.

DIÁRIO - Lula se fez no Grande ABC. O sr. avalia que o retorno do PT à região está à altura da contrapartida?

CHALITA - O Grande ABC é peculiar, porque tem realidades diferentes. O fato de essas cidades terem se desenvolvido, muito ligadas a dormitórios, porque as pessoas trabalham e pagam impostos em São Paulo, dificulta ação dos prefeitos. É complicado administrar cidades grandes, com recursos orçamentários pequenos. Acho que apesar das dificuldades, você tem avanços. Não dá para culpar um partido, dá para pensar em propostas para o futuro.

DIÁRIO - O sr. acredita que a mudança na personalidade jurídica do Consórcio Intermunicipal pode auxiliar na mudança de políticas públicas regionais?

CHALITA - Com certeza. você se fortalece, fala de outra forma. São todas as cidades do Grande ABC fazendo discussão, é outro peso político. E as cidades precisam dialogar mais. pois uma coisa é pleito eleitoral, onde cada um defende uma ideologia. Passou o processo eleitoral, é hora de administrar e construir políticas públicas comuns.

DIÁRIO - Por sua experiência à frente de Pasta do Estado, há propostas para o Grande ABC? Pretende ajudar candidatos da região ano que vem?

CHALITA - Acho importante trazer pessoas que são exemplos de história de vida, de superação. Para mim é uma honra poder estar ao lado de Romualdo Magro Júnior e Marcelinho Carioca. Entrar na política traz riscos. Você fica exposto, é cobrado, mas isso lhe traz maneiras de fazer o bem. Sempre que encontro Marcelinho, ele fala de projetos sociais que auxiliam crianças. Precisamos de gente nova na política. Eles ajudarão a construir políticas para a região. Conheço o Grande ABC, mas se sair candidato ao Senado e for eleito, vamos construir políticas conjuntas. O Senado fala de temas nacionais e estaduais, elegem-se prioridades, mas não se tem a mesma aplicação política de outras câmaras. Acho importante nos cercarmos de boas pessoas. Acredito muito em política feita dessa forma, com líderes que tiram parte de seu tempo para pensar no coletivo.

DIÁRIO - O sr. busca essa dinâmica nas pessoas que deve apoiar?

CHALITA - Sou muito sincero, só apoio candidato depois de conhecê-lo melhor. Demoramos muito para construir uma imagem e lutamos para que isso seja preservado. Acredito que Marcelinho vai empolgar uma geração em relação à política, porque ele tem garra, curiosidade e vontade de aprender. Romualdo conhece a região, nasceu aqui, pode ajudar muito a população. Pode ser uma ótima dobrada.

DIÁRIO - Dá para reverter a imagem que as pessoas têm hoje do Senado, depois de tantos escândalos?

CHALITA - Acho que haverá grande renovação, porque vai chegar muita gente com vontade de fazer o que é correto. Se defendêssemos o que está na Constituição, no Senado, não precisaríamos fazer muito mais. Porque lá se fala da dignidade e isso dá amplitude de ações. Aliás, se você seguir os princípios da dignidade da pessoa humana, não vai roubar, não vai colocar dinheiro na meia, na cueca. Precisamos construir uma geração de políticos que não seja tão intransigente, que não faça má versação do dinheiro público.

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sábado, 5 de dezembro de 2009

Uma história sugestiva


Uma história sugestivaTive a oportunidade de conhecer a África do Sul. Uma viagem fascinante. A grandeza do país está exposta nos pequenos detalhes. Um lugar onde as cores prevalecem. Nas paredes, na paisagem, nos tecidos e nas almas.
A África é um país musical. Em tudo há a prevalência de um som orgânico, nascido dos lugares, emitido sem reservas, sem descanso. Brota da natureza e das bocas. Nasce ao som de tambores e instrumentos rudimentares retirados do contexto da utilidade doméstica. Vida pragmática sendo transformada em vida simbólica. Criatividade de um povo que reconhece a vida como território da revelação divina. Aliás, admiro muito as comunidades humanas que não caíram na resolução fácil que divide o mundo em duas partes: sagrado e profano.
Sempre tive predileção pela musicalidade negra. Acho instigante a construção melódica que costura numa mesma pauta acordes felizes e acordes tristes. Mixórdia que revela a luta de antepassados; homens e mulheres que construíram a história que hoje perpassa o canto que meus ouvidos escutam. De um lado, os colonizadores, invasores que resolveram estender os poderes de suas pátrias, obedecendo ao instinto rudimentar do poder.
Força que legitima os absurdos das guerras, invasões e outras irracionalidades humanas. De outro, os colonizados, os legítimos donos da terra, os curadores do espaço. Música que conta os sofrimentos do degredo, mas que também revela as esperanças que a escravidão não conseguiu sufocar.
Durante a viagem pude ouvir muitas histórias sobre diferentes tribos africanas. Uma delas me comoveu. Uma história musical. É o relato de um costume preservado por uma tribo. Para cada criança que nasce uma música é composta. Uma oferenda que marca a entrada da criança no mundo. Música que estará diretamente ligada à identidade pessoal. Ela cumpre papel de ser a trilha que sonoriza os momentos importantes da vida daquele que a recebeu.
Há um fato interessante. Segundo a história que ouvi, além de ser cantada nas celebrações felizes, a música é utilizada por ocasião de grandes deslizes cometidos pela proprietária da música. Funciona como uma espécie de purificação. Ao perceber o desvio de caminho, a comunidade se reúne e canta, para que a pessoa, ao ouvir a sua música, possa ter a possibilidade de voltar ao formato original, ao início de tudo, momento em que a música lhe foi ofertada. Esse costume me fez pensar no quanto é necessário ter um referencial que nos faça voltar ao estado primeiro das coisas. Uma voz, uma palavra, um lugar, uma música, enfim, qualquer coisa que pertencesse à nossa memória afetiva, e que tivesse o poder de nos fazer voltar a nós mesmos. Algo que pudesse nos fazer enxergar melhor o contexto de nossas escolhas. Algo que nos ajudasse na reconciliação com nossos limites, sobretudo no momento em que os erros prevalecem sobre os acertos, e a vida se apresenta difícil demais diante de nossos olhos. A história me fez refletir sobre a arte de recomeçar.
Verdade ou lenda? Não importa. A história já virou verdade em mim. A partir de hoje quero estar atento a tudo o que me recorda quem sou. Esteja também. Mais cedo ou mais tarde precisaremos deste instrumental.


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Levanta-te para a vitória - Gabriel Chalita e Padre Fábio de Melo



Eu pisei em tantos lugares, escutei tanta vitórias, mas eu quero que o resumo do meu hosana, seja um dos momentos que eu mais pude aprender sobre a vida, sobre fragilidade, sobre o amor. Gabriel dizia que as vezes a vida nos humilha, pessoas que acham que é melhor que nós e faz questão de demonstrar isso através de palavras, atitudes.
Quanta gente não se sentiu humilhado por ser brasileiro, e ver que o Brasil poderia ser melhor, que o nome de Deus é usado de maneira baixa. Você fica humilhado como cidadão, quando ver que a sua cidade não é como poderia ser. Quando você precisa desconfiar da pessoa que chega perto de você.
A vida nos humilha, mas há um beleza na palavra humilhar, que é húmus, então você pode acreditar que a ainda há jeito. Eu não nasci para viver na humilhação. Você descobre que a morte não é um processo definitivo, que um pai, mãe, irmão, namorado, não foi antes do tempo, mas que ela pode abrir os olhos daqueles que estão vivos.
Um dia chegando cansado em casa, eu liguei a Canção nova e fui impactado pela propaganda de um acampamento com o tema “levanta-te e anda”, e depois eu não consegui mais dormir, fui imaginando Jesus dizendo aquilo ao paralitico, que foi capaz de tirá-lo de sua humilhação, e fui movido a fazer uma música, enquanto não a terminei, não fui dormir. Fui evangelizado por um comercial da Canção Nova, até um comercial na Canção Nova evangeliza.
Há muitas pessoas que estão sendo humilhadas, por causa de problemas pessoais, familiares. Todos nós vivemos humilhações, mas é você que deve escolher se você ficará na humilhação ou cantará a vitória de Deus em sua vida.


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Levanta-te para a vitória - Gabriel Chalita e Padre Fábio de Melo







Eu queria refletir com vocês passagem de quando levam as crianças para Jesus. “Foram-lhe, então, apresentadas algumas criancinhas para que pusesse as mãos sobre elas e orasse por elas. Os discípulos, porém, as afastavam. Disse-lhes Jesus: Deixai vir a mim estas criancinhas e não as impeçais, porque o Reino dos céus é para aqueles que se lhes assemelham.” (Mateus 19,13-14)
“Deixai vir a mim as criancinhas”, é interessante que neste processo da existência humana, vamos aprendendo a respeitar as outras pessoas, vamos nos conhecendo e conhecendo os outros, quando Jesus diz “vir a mim”, Ele quer dizer que se não tivermos um coração puro como de criança, não seremos felizes.
O pai sonha muito com o filho, mas parece que o filho não atende os sonhos do pai, mas é preciso entender que o filho não é igual ao pai. O primeiro sonho de um pai e uma mãe deve ser que seu filho seja bom, que sonhe que os filhos se formem, mas o primeiro sonho é que seja bom. Se eu, pai, sonho que meu filho seja bom, a primeira coisa a fazer é eu ser bom. A criança, não é preconceituosa, ela vai pegando as manias dos pais, ela vai aprendendo com o jeito dos pais.
Os exemplos cotidianos que damos em casa prepara o ser humano, desenvolve a capacidade de amar. Pode faltar tudo, mas não pode faltar o amor.
O cristianismo familiar é preciso ser resgatado para os filhos viverem a verdade. Tem pai que só quer o filho em cima do “pódio”, mas é necessário saber que todos os erram, ninguém é perfeito.
Muitas vezes perdemos a chance de ser melhor. É a convivência com o outro que me faz um pouco melhor. “O verdadeiro cristão é aquele que permitia que a Bíblia esteja entranhada em si.” Vir para o hosana é saber que a palavra está entranhada em nós, nós sofremos, fomos vitoriosos, omissos, mas estamos aqui.
Quando pensamos como Jesus pensava, vivemos uma virtude muito linda, que é a compaixão. Perdemos muitas oportunidades de ajudar o outro porque não temos compaixão. Todos nós temos em nós a razão e emoção, todos temos capacidade de amar.
Toda vez que a gente trata o ser humano como uma coisa, não vivemos a essência do cristianismo. Precisamos fazer que com a nossa compaixão o outro se sinta amado, precisamos ser gentil com o outro.
Se eu não for simples, se alguém te perguntar se você tem alguma para coisa para celebrar a vitória, você tem tantas coisas que lhe ensinaram esse ano, mesmo com as situações dolorosas, hoje podemos ser um pouco melhor pois essas coisas nos fez crescer.
Cada um é diferente do outro, e precisa ser respeitado, assim como você também deve ser respeitado, a criança tem seu jeito próprio de ser e isso não pode ser perdido.
Madre Tereza dizia que ninguém pode sair da minha presença da mesma forma, ele precisa sair melhor. Precisamos sair da canção Nova com os reservatórios cheio, para que cheguemos em casa com serenidade, pessoas que vai lutar com os problemas mas que não vai perder a paz.
“Cuidado por onde andas, é sobre meus sonhos que caminhas” Carlos Drummond. Para os pais, que seus filhos se lembrem de você, não como alguém que queria sempre o primeiro lugar para eles, mas alguém que os amava.


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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A importância do afeto em sala de aula



Não há quem se sinta bem ao ser maltratado, desestimulado ou desprezado. Isso vale em um restaurante, em um posto de saúde, em uma Igreja ou em uma escola. Nesses afetos cotidianos, nota-se o papel da escola como protagonista de uma sociedade melhor. É na escola que se moldarão o caráter e a personalidade, que aprendemos os primeiros passos rumo à formação do ser humano. Já não há mais espaço para instituições que passam burocraticamente informações aos alunos sem o cuidado de formá-los devidamente para a vida.

Revista Clube Eu Gosto: Qual a importância e o resultado prático da afetividade no ambiente pedagógico?

Gabriel Chalita: O processo educativo envolve três grandes habilidades: cognitiva, social e emocional. A habilidade cognitiva trabalha com o processo constante de aprender novas idéias, conceitos e valores. A habilidade social desenvolve duas questões básicas: uma é a importância da cooperação, e a outra é a solidariedade. A habilidade emocional é a revelação do que há de mais nobre no ser humano: a capacidade de amar e de ser amado. Ela perpassa as outras duas. Não se aprende sem emoção e não se participa do jogo social sem emoção. A afetividade nasce dessa certeza de que o aluno aprende quando se sente valorizado, acolhido, respeitado. Portanto, o resultado prático é a construção de um espaço mais harmônico em que as heterogeneidades convivam em paz. E, além disso, a real possibilidade de aferir os resultados de uma educação com mais qualidade e significado para os aprendizes.

RCEG: Que ações e comportamentos práticos demonstram essa afetividade em sala de aula?

Gabriel Chalita: Afetos cotidianos. Os professores têm de conhecer os seus alunos. Sei que isso não é fácil. Mas o ideal é o que propunha Aristóteles: o educador tem de ser como o médico. O médico precisa conhecer o paciente antes de prescrever um medicamento. Há doses diferentes do remédio de acordo com a necessidade de cada um. O educador tem de ir percebendo a evolução do aprendiz. E ir conduzindo com leveza os seus passos. Na prática, significa que o professor deve se preparar para entrar em uma sala de aula. Saber o nome dos alunos. Diferenciar autoridade de autoritarismo. Compreender que a didática da sala de aula precisa ser mais envolvente. O aluno participa melhor quando se sente desafiado a resolver problemas, quando percebe que as suas dúvidas são respeitadas. Não acredito na teoria do medo para garantir o bom comportamento em sala de aula ou evitar a algazarra.

RCEG: É possível conseguir disciplina com afeto?

Gabriel Chalita: Sem dúvida. Dom Bosco, o fundador dos salesianos, dizia que não basta aos jovens que sejam amados, eles precisam sentir que são amados. Ele tinha o desafio de cuidar de crianças cuja rebeldia fazia com que não fossem aceitas em escola alguma. E, aos poucos, ele ia conquistando uma a uma. O cinema é rico em exemplos assim. Professores que transformam a desconfiança ou a apatia dos seus alunos por meio de relações educadas, ternas, competentes. Evidentemente, não basta uma postura cordial, se o professor não se prepara, se não tem o que dizer.

Conteúdo e forma são essenciais para que os alunos se interessem pela aula. O professor precisa despertar a curiosidade do aluno, compreender o erro e não supervalorizá-lo. E investir em uma relação que faça com que o aluno fique constrangido em ser indisciplinado, já que é tratado com tanto respeito. Uma regra básica: todo educador tem de ser educado. Esse já é um caminho para ter uma relação melhor entre mestre e aprendizes.

RCEG: Se a relação de afeto é uma relação com base na cumplicidade como conseguir isso do aluno?

Gabriel Chalita: Aos poucos, como toda relação de afeto. Não adianta o professor chegar a uma sala de aula e dizer que ama os alunos ou que tem afeto por eles. Essas coisas não precisam ser ditas. O tempo vai mostrando o quanto aquele professor gosta de lecionar, o quanto ele se prepara para ajudar os alunos a encontrar os próprios sonhos. Trata-se de uma conquista cotidiana. O primeiro dia de aula é fundamental. O primeiro contato tem de ser de acolhimento e investigação. Não há matéria chata. E o professor tem de se dar conta de que a didática precisa servir a essa causa de buscar na vida a continuação do conhecimento partilhado na sala de aula. É como oferecer o aroma de uma flor sem mostrá-la e esperar para ver os alpinistas escalar montes à sua procura. Paulo Freire dizia que o primeiro caminho para que o professor tenha sucesso é ver sua postura diante da vida. Quem gosta de viver tem chance de ser um bom professor; quem não gosta, fica mais difícil. Creio que o que o mestre queria dizer como isso é que a fremente aventura da vida não pode se reduzir a atitudes burocráticas, mas ao êxtase da boniteza da vida em que ensinamos e aprendemos constantemente - aí está a cumplicidade!

RCEG: Um dos resultados práticos da psicologia do afeto é o fortalecimento da autoestima. Como lutar contra o bullying, uma prática comum nas escolas e que vai contra a filosofia do afeto.

Gabriel Chalita: o bullying é uma atitude de não convivência, de não harmonia nas relações humanas. Nasce do preconceito contra alguém que é diferente. Aí começa o problema, porque diferentes são todos. Não há pessoas iguais, nem os gêmeos. E conviver com a diferença faz parte da habilidade social. O bullying coloca no agressor o direito de destruir a vítima física ou moralmente. A vítima, debilitada, sente-se menor que os demais. Os que assistem também se diminuem. Aprendem antivalores. Acredito que o agressor ou os agressores sejam também vítimas. Não acredito que alguém nasça violento ou preconceituoso. Essas coisas são aprendidas em casa, na mídia, no contato com outras pessoas. Recentemente, os meios de comunicação mostraram uma mãe incentivando a filha a brigar na porta de uma escola. Na entrevista, ela não teve dúvidas: “Minha filha nasceu para bater e não para apanhar”. É impressionante como os pais estão distantes do que seria uma educação de qualidade. Alguns são ausentes; outros, sufocantes; outros, competidores ávidos que não admitem um erro dos filhos. Querem sempre vê-los no primeiro lugar do pódio. Ledo engano. A infância tem de ser o tempo da infância. Com as brincadeiras da infância. Cada coisa no seu tempo. Aliás, em vez de transformá-las em adultos deveríamos fazer o inverso, redescobrir a criança adormecida nos adultos.

RCEG: O material didático tem alguma importância nesse processo de aplicação pratica de afeto?

Gabriel Chalita: Todo material é importante para instrumentalizar os caminhantes. O material didático não pode frustrar a autonomia, ao contrário, tem de despertar a curiosidade em impulsionar a competência na resolução de problemas. Assim, também, o chamado material paradidático. O livro é um instrumento precioso. A tecnologia evidentemente trouxe um novo tempo para o processo educativo, mas o livro, a contação de histórias, o convívio são a essência de um processo de crescimento, como já dissemos, cognitivo social e emocional entre alunos e professores. Lembro-me de uma de uma das minhas primeiras professoras que toda sexta-feira nos colocava no chão para ouvir uma historia. Às vezes lia, às vezes contava. E no momento mais curioso da narrativa, fechava o livro ou a boca, dava uma pausa, e a noticia de que o final da historia ficaria para a segunda-feira. E aí estava a curiosidade. Havia poucos livros na biblioteca e quase sempre não conseguíamos encontrar o final. Não havia Internet. Esperávamos ansiosos pela segunda-feira para saber o desfecho. Era assim, na simplicidade da releitura de Sherazade que aquela professora/fada de uma escola pública do interior, com seu condão, tocava os nossos sentimentos e ensinava que nos livros estavam universos fascinantes que, quando descobertos, nos dariam a vitória singela atribuída aos desbravadores. Os livros, os materiais tecnológicos estão aí para ser desbravados. E é por isso que a educação não pode aleijar a coragem, ao contrário, deve incentivá-la. Sem a coragem, as outras virtudes se intimidam.

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