"Os Educadores-sonhadores jamais desistem de suas sementes,mesmo que não germinem no tempo certo...Mesmo que pareçam frágeisl frente às intempéries...Mesmo que não sejam viçosas e que não exalem o perfume que se espera delas.O espírito de um meste nunca se deixa abater pelas dificuldades. Ao contrário, esses educadores entendem experiências difíceis com desafios a serem vencidos. Aos velhos e jovens professores,aos mestres de todos os tempos que foram agraciados pelos céus por essa missão tão digna e feliz.Ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se encantar com acolheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes"(Gabriel Chalita)

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quarta-feira, 27 de junho de 2007

QUASE ACREDITEI...



Quase acreditei que não era nada, ao me tratarem como nada. Quase acreditei que não seria capaz, quando não me chamavam por acharem que eu não era capaz.Quase acreditei que não sabia, quando não me perguntavam por acharem que eu não sabia.Quase acreditei ser diferente, entre tantos iguais, entre tantos capazes e sabidos, entre tantos que eram chamados e escolhidos.Quase acreditei estar de fora, quando me deixavam de fora porque... que falta fazia?E de quase acreditar adoeci;busquei ajuda com doutores, mestres, magos e querubins.Procurei a cura em toda parte e ela estava tão perto de mim.Me ensinaram a olhar para dentro de mim mesmo e perceber que sou exatamente como os iguais que me faziam diferente.E acreditei profundamente em mim.E tenho como dívida com a vida fazer com que cada ser humano se perceba, se ame, se admire de si mesmo, como verdadeira fonte de riqueza.Foi assim que cresci:acreditando.Sou exatamente do tamanho de todo ser humano.E por acreditar perdi o medo de dizer, de falar, participar e até de cometer enganos.E se errar?Paciência, continuo vivendo por isso aprendendo.E errar é humano.

domingo, 24 de junho de 2007

O FILHO




Um homem muito rico e seu filho tinham grande paixão pela arte.
Tinham de tudo em sua coleção, desde Picasso até Rafael. Muito unidos, se sentavam juntos para admirar as grandes obras de arte.Por uma fatalidade do destino, seu filho foi para guerra. Foi muito valente, e morreu na batalha, quando resgatava outro soldado.Um mês mais tarde, justo antes do Natal, alguém bateu na porta..
Um jovem com uma grande tela em suas mãos disse ao pai:
- "Senhor você não me conhece, mas eu sou o soldado por quem seu filho deu a vida, Ele falava muito do senhor de seu amor pela arte".
E o rapaz estendeu os braços para entregar a tela: era um retrato de seu filho, pintado pelo jovem soldado.Ele olhou com profunda admiração a maneira em que o soldado havia capturado a personalidade de seu filho na pintura.O pai colocou a tela a frente de suas grandes obras de arte, cada vez que alguém visitava sua casa, ele mostrava o retrato do filho, antes de mostrar sua famosa galeria.
O homem morreu alguns meses mais tarde, e se anunciou um leilão de todas as suas obras de arte. Muita gente importante e influente, com grandes expectativas de comprar verdadeiras obras de arte...- Começaremos o leilão com o retrato o Filho.
Quanto oferecem por este quadro?Um grande silêncio...Então um grito do fundo da sala:- "Queremos ver as pinturas famosas! Esqueça- se desta!"
- "Não viemos por essa pintura! Viemos por Van Goghs, Picasso...Mesmo assim o leiloeiro continuou:
- "A TELA: O Filho!
Quem leva o Filho?"
Finalmente, uma voz :
- Eu dou $10 pela pintura... Era o velho jardineiro da casa. Sendo um homem muito pobre, e esse era o único dinheiro que podia oferecer.
- Temos $10! Quem dá $20? gritou o leiloeiro.As pessoas já estavam irritadas, não queriam a pintura do Filho, queriam as que realmente eram valiosas, para completarem sua coleção.Então o leiloeiro bateu o martelo:
"Dou-lhe uma, dou-lhe duas, vendida por $10!
- "Agora vamos começar com a coleção!"
- gritou um.- "Eu sinto muito", disse o leiloeiro.
Quando me chamaram para fazer o leilão, havia um segredo estipulado no testamento do dono.Somente a pintura O Filho seria leiloada; aquele que a comprasse, herdaria absolutamente todas as posses desse homem, inclusive as famosas pinturas.
O homem que A comprou fica com tudo!"

NÃO ESQUEÇA O PRINCIPAL



Conta a lenda, que certa mulher pobre com uma criança no colo, passou diante de uma caverna e escutou uma voz misteriosa que lá dentro dizia:
- Entre e apanhe tudo o que você desejar, mas não se esqueça do principal. Lembre-se, porém, de uma coisa: depois que você sair, a porta se fechará para sempre.
Portanto, aproveite a oportunidade, mas não se esqueça do principal...
A mulher entrou na caverna e encontrou muitas riquezas.
Fascinada pelo ouro e pelas jóias, pôs a criança no chão e começou a juntar, ansiosamente, tudo o que podia no seu avental.
A voz misteriosa falou novamente:
- Você agora, só tem oito minutos.Esgotados os oito minutos, a mulher carregada de ouro e pedras preciosas, correu para fora da caverna e a porta se fechou.
Lembrou-se, então, que a criança lá ficara e a porta estava fechada para sempre!
A riqueza durou pouco e o desespero, sempre.
O mesmo acontece, por vezes, conosco.
Temos uns oitenta anos para viver, neste mundo, e uma voz sempre nos adverte:- Não se esqueça do principal!
E o principal são os valores espirituais, a oração, a vigilância, a vida.
Mas a ganância, a riqueza, os prazeres materiais nos fascinam tanto que o principal vai ficando sempre de lado.
Assim esgotamos o nosso tempo, aqui, e deixamos de lado o essencial:
"Os tesouros da alma!"

O PADRE QUE QUERIA VER JESUS




Havia um padre que orava constantemente, pedindo para ver Jesus, que o Pai lhe concedesse essa graça.

Os padres residentes no convento eram muito piedosos e caridosos e faziam sempre o bem aos que necessitavam.

Todos os dias, às três horas da tarde, os portões do convento eram abertos ao som de uma sineta e os pobres entravam para o pátio a fim de serem atendidos nas suas necessidades.

Um dia, depois do almoço, o bom padre novamente orou a deus, pediu, como sempre fazia, a oportunidade de ver Jesus, conversar com ele, nem que fosse um pouquinho.

Estava ajoelhado, quando percebeu que sua pequenina cela ficou totalmente iluminada e Jesus lhe apareceu. O padre bem velhinho, não cabia em si de alegria e de felicidade. Imagine só, Jesus ali com ele; Ia então conversar com o mestre, quando a sineta do convento soou, chamando todos os padres para socorrer e ajudar os mais sofridos. O padre vacilou por um instante, não sabendo se ia ou ficava ali com Jesus. Mas, resolveu ir, pois precisava atender o seu próximo.

Foi então, com o coração triste, pois dizia ele, quando voltasse não o encontraria mais ali, mas tinha o seu trabalho, pensava e deixou Jesus sentado em sua cela. Atendeu a todos com o mesmo amor e bondade de sempre e quando se retiraram, o padre volta para a sua cela. Vem ainda sentindo seu coração triste por não ter podido estar com Jesus, porém quando chegou a sua cela, a vê mais iluminada ainda e espantado vê também Jesus que esperava por ele.

Chorando, feliz e agradecido, atirou-se aos pés de Jesus e entre lágrimas diz: mestre, tu aqui?

Não fostes embora?

Esperaste todo este tempo por mim?

E Jesus passando suas mãos compassivas por seus cabelos brancos lhe respondeu meigamente:

"Irmão querido, se tu ao ouvir a sineta chamando-te para as obrigações com aquele que sofre, tivesses aqui permanecido, eu é que teria saído".


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A CORDA



Esta é a história de um alpinista que sempre buscava superar mais e mais desafios.Ele resolveu, depois de muitos anos de preparação, escalar o aconcágua. Ele queria a glória somente para si e resolveu então escalar sozinho sem nenhum companheiro, o que não seria natural no caso de uma escalada dessa dificuldade. Ele começou a subir e foi ficando cada vez mais tarde.

Porém, ele não havia se preparado para acampar e resolveu seguir a escalada, decidido a atingir o topo.

Escureceu, e a noite caiu como um breu nas alturas da montanha, e não era possível mais enxergar um palmo à frente do nariz, não se via absolutamente nada.Tudo era escuridão, zero de visibilidade, não havia lua e as estrelas estavam cobertas pelas nuvens.Subindo por uma "parede", quando faltava mais ou menos cem metros do topo, ele escorregou e caiu...Caía a uma velocidade vertiginosa, somente conseguia ver as manchas que passavam cada vez mais rápidas na escuridão.Sentia apenas uma terrível sensação de estar sendo sugado pela força da gravidade.

Ele continuava caindo e, nesses angustiantes momentos, passaram por sua mente todos os momentos felizes e tristes que ele já havia vivido em sua vida.

De repente ele sentiu um puxão forte que quase o partiu pela metade.Como todo alpinista experimentado, havia cravado estacas de segurança com grampos a uma corda comprida que fixou em sua cintura.

Nesses momentos de silêncio, suspenso pelos ares na completa escuridão, não sobrou para ele nada além do que gritar:

- Oh, meu Deus! Me ajude!

De repente uma voz grave e profunda, respondeu:

- O que você quer de mim, meu filho?

- Me salve, meu Deus, por favor!

- Você realmente acredita que eu possa te salvar?

- Eu tenho certeza, meu Deus.

- Então corte a corda que mantém você pendurado...Houve um momento de silêncio e reflexão.

O alpinista se agarrou mais ainda à corda e pensou que se largasse a corda morreria...

Conta o pessoal de resgate que no dia seguinte encontraram um alpinista congelado, morto, agarrado com as duas mãos a uma corda ...

A não mais de dois metros do chão.


(E você? Pede e confia no que Deus te dá?)

A LIÇÃO DO FOGO



Um membro de uma determinada comunidade, ao qual prestava serviços regularmente, deixou de participar de suas atividades, sem nenhum aviso.

Após algumas semanas, o líder do grupo decidiu visitá-lo.Era uma noite muito fria.

O líder encontrou o homem em casa sozinho, sentado diante da lareira, onde ardia um fogo brilhante e acolhedor.

Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vindas ao líder, conduziu-o a uma grande cadeira perto da lareira e ficou quieto, esperando.

O líder acomodou-se confortavelmente no local indicado, mas não disse nada.

No silêncio que se formara, apenas contemplava a dança das chamas em torno das achas de lenha, que ardiam.

Ao cabo de alguns minutos, o líder examinou as brasas que se formavam e cuidadosamente selecionou uma delas, a mais incandescente de todas, e empurrou-a para o lado.Voltou então a sentar-se, permanecendo silencioso e imóvel. O anfitrião prestava atenção em tudo, fascinado e quieto.

Aos poucos a chama da brasa solitária diminuiu, até que houve um brilho momentâneo e seu fogo apagou-se de vez.Em pouco tempo o que antes era uma festa de calor e luz, agora não passava de um negro, frio e morto pedaço de carvão recoberto de uma espessa camada de fuligem acinzentada.

Nenhuma palavra havia sido dita desde o protocolar cumprimento inicial entre os dois.

O líder, antes de se preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil, colocando-o de volta no meio do fogo.

Quase que imediatamente ele tornou a incandescer, alimentado pela luz e calor das brasas ardentes em torno dele.

Quando o líder alcançou a porta para partir, o anfitrião disse:

- Obrigado por sua visita e pelo belíssimo ensinamento.

Estarei voltando às minhas atividades amanhã.

Deus o abençoe.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

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O CORAÇÃO FELIZ





Era uma vez um pequeno príncipe que morava em um país muito distante.

Era um dos príncipes mais felizes que já existiram; ria, cantava e brincava o dia inteiro.

Sua voz era doce como música, seus passos levavam alegria aonde quer que fosse. Todos pensavam que era alguma magia.

O príncipe levava ao pescoço uma corrente de ouro com um maravilhoso coração, feito de ouro e enfeitado com pedras preciosas.

A madrinha do pequeno príncipe lhe dera de presente esse coração quando ele era bem pequenininho... Lhe avisando:

- Usando esse coração, serás sempre feliz.

Cuidado para que não o percas!

Todas as pessoas que cuidavam do príncipe vigiavam muito para que a corrente estivesse sempre segura.

Mas, um dia, encontraram o príncipe no seu jardim muito triste e lacrimoso, franzindo o rosto numa careta feia.

- Vejam!

- disse ele, apontando para o pescoço.

E todos viram o que tinha acontecido.

O coração feliz havia sumido!

Ninguém conseguiu encontrá-lo, e a cada dia o príncipe ficava mais triste.

Um dia, perderem-no de vista.

Ele havia partido, sozinho, para procurar o coração feliz de que tanto precisava.

O pequeno príncipe procurou o dia todo, pelas ruas da cidade e pelas estradas do campo.

Procurou nas lojas, nas portas das casas onde moravam os ricos.

O coração feliz que ele havia perdido não estava em lugar algum.

Finalmente, veio chegando a noite.

Ele estava muito cansado e com fome.

Nunca havia andado para tão longe, nem se sentido tão infeliz.

Quando o Sol estava quase morrendo, o pequeno príncipe chegou a uma casinha pequenina.

Muito pobrezinha e marcada pelo tempo, ficava na beira da floresta.

Mas pela janela passava uma luz muito brilhante.

Assim, ele abriu a porta, como faziam os príncipes, e entrou.

Viu uma mãe alimentando um bebê...

Um pai lendo historinhas em voz alta...

A filhinha arrumava a mesa para o jantar...

Um menino da idade dele estava cuidando do fogo.

O vestido da mãe era velho, o jantar seria mingau com batatas e a lareira era muito pequena. Mas a família estava feliz...

Tanto quanto o pequeno príncipe queria estar.

Como os rostos eram risonhos!

E os pezinhos tão lépidos!

Como era doce a voz da mãe!

- Quer jantar conosco?

- convidaram.

- Onde estão os corações felizes de vocês?perguntou o príncipe.

- Não entendemos o que estás dizendo

- disseram o menino e a menina.

- Ora - disse o príncipe - para rir e ser feliz como vocês, é preciso usar uma corrente de ouro no pescoço.

Onde está a de vocês?

Ah... como as crianças riram!

- Nós não precisamos usar corações de ouro

- disseram

- nós todos nos amamos muito e brincamos que esta casa é um castelo e que vamos ter peru e sorvete para jantar.

Depois mamãe conta histórias.

Só precisamos disso para sermos felizes.

Assim, ele jantou na casa pequenina que era um castelo.

Brincou que o mingau com batatas era peru e sorvete.

Ajudou a lavar os pratos e depois todos se sentaram perto da lareira.

Logo o pequeno príncipe começou a sorrir. Era o mesmo riso feliz de sempre. Sua voz voltou a ser doce como música.

Ele passou horas bem agradáveis, e depois o menino acompanhou-o uma parte do caminho de volta.

Quando estavam chegando aos portões do palácio, o príncipe disse:

- É muito estranho, mas eu me sinto exatamente como se tivesse encontrado meu coração feliz.

O menino riu.

- Ora essa, você encontrou sim!

- disse ele

- só que agora você o está usando por dentro.


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.Gabriel Chalita na Expo Católica


http://www.youtube.com/watch?v=TScZ8y65UMI



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AS ESTRELAS DO MAR





Um escritor que morava numa praia tranqüila, junto a uma colônia de pescadores. Todas as manhãs passeava a beira-mar para se inspirar e de tarde ficava em casa escrevendo.

Um dia, caminhando na praia, ele viu uma pessoa que parecia dançar.Quando chegou perto viu que era um jovem pegando na areia as estrelas-do-mar, uma por uma, e jogando novamente de volta ao oceano.

Chegou perto e disse: - Por que você está fazendo isso?

- Você não vê?

Disse o jovem.

- A maré está baixa e o sol está brilhando.

- Elas vão secar no sol e morrer se ficarem aqui.

O escritor riu e disse ao jovem:- Meu jovem, existem milhares de quilômetros de praias por este mundo afora e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pelas praias.

- Que diferença faz, você joga umas poucas de volta ao oceano e a maioria vai perecer de qualquer forma?

O jovem pegou mais uma estrela na areia,jogou de volta ao oceano, olhou para o escritor e disse:

- Mas para a vida dessa estrelinha eu fiz a diferença...

Naquela noite o escritor não conseguiu dormir nem sequer escrever.

De manhãzinha foi para a praia, reuniu-se ao jovem, e juntos salvaram mais estrelinhas jogando-as de volta ao mar.

Podemos fazer deste mundo um lugar melhor para vivermos,fazendo cada um a sua parte.



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OS SONHOS......


Os sonhos...

Os sonhos são como uma bússola, indicando os caminhos que seguiremos e as metas que queremos alcançar. São eles que nos impulsionam, nos fortalecem e nos permitem crescer. Se os sonhos são pequenos, nossas possibilidades de sucesso também serão limitadas. Desistir dos sonhos é abrir mão da felicidade porque quem não persegue seus objetivos está condenado a fracassar 100% das vezes.A juventude mundial está perdendo a capacidade de sonhar; Os jovens têm muitos desejos, mas poucos sonhos. Desejos não resistem às dificuldades da vida, sonhos são projetos de vida, sobrevivem ao caos.A culpa, porém, não é dos jovens. Os adultos criaram uma estufa intelectual que lhes destruiu a capacidade de sonhar. Eles estão adoecendo coletivamente: são agressivos, mas introvertidos; querem muito, mas se satisfazem pouco.A presença dos sonhos transforma os miseráveis em reis, e a ausência dos sonhos transforma milionários em mendigos. A presença dos sonhos faz de idosos, jovens, e a ausência de sonhos faz dos jovens, idosos.Uma mente saudável deveria ser uma usina de sonhos. Pois os sonhos oxigenam a inteligência e irrigam a vida de prazer e sentido
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Entrevista com Gabriel Chalita


http://www.youtube.com/watch?v=_znHFLmQCH0

terça-feira, 19 de junho de 2007

SE EU FOSSE UMA ÁGUIA...




Dizia o poeta Fernão Capello Gaivota: 'If I were not a man, I would like to be a seagle to fly over my dreams'. 'Se eu não fosse um homem, eu queria ser uma águia, para voar acima dos meus sonhos'. A águia é chamada a rainha das aves, pois é a que voa mais alto; faz inveja às outras. A propósito, há uma fábula muito interessante sobre a águia. Diz ela que um caçador, nas montanhas, certa vez encontrou um ninho de águia, com alguns ovos. Tomou um deles e levou para sua casa e colocou-o sob uma galinha que chocava. E assim, nasceu um filhote de águia entre os pintinhos. A galinha, com o mesmo cuidado dedicado aos filhotes, criou a aguiazinha. Esta aprendeu a comer a comida dos pintinhos e a fazer tudo o que os 'irmãozinhos' faziam, como se fosse um pintinho. Foi crescendo e vivendo naquele galinheiro, como se fosse uma galinha, sem suspeitar que tinha tudo para voar nas alturas e dominar os céus. Mas não aprendeu a voar ... Um belo dia, a nossa 'águia de galinheiro' viu outra águia voando nas alturas, dona dos céus. Achou aquilo maravilhoso. Chegou à sua mãe e perguntou-lhe: 'Que ave é aquela, que voa tão lindo nas alturas? Como deve ser feliz!' Ao que a sua mãe respondeu-lhe: 'Minha filha, aquela é uma águia, a 'rainha das aves', só ela consegue voar tão alto. Isto não é para nós, nós somos apenas galinha!' E, assim, conformada, a pobre águia de terreiro, acreditando que fosse apenas uma galinha, viveu toda a sua vida naquele galinheiro, e alí morreu, sem conhecer as alturas. Talvez, fiquemos inconformados com a estória dessa pobre águia; no entanto, muitos homens; quiçá a maioria, vive nas mesmas condições. Arrastam-se pela vida, infelizes, sem conhecer o valor que têm. Somos filhos de Deus, pelo Batismo. Mas muitos vivem sem saber disso. Será que pode haver dignidade maior para nós? Somos 'águias' de verdade, chamados a viver nas alturas do céu. No entanto, desconhecendo a riqueza que trazemos em nós, vivemos muitas vezes como mendigos infelizes. Um dia li no pára-choque traseiro de um caminhão: 'Não sou dono do mundo, mas sou filho do Dono'. E fiquei pensando; é a mesma coisa! Se eu sou 'filho de Deus', então eu sou dono do mundo, pois a herança do Pai pertence ao filho. A Palavra de Deus nos garante que 'somos herdeiros de Deus' (Rom 8,16-17). A Igreja nos ensina que o nosso Batismo, que custou o sangue e a morte de Cristo, faz de cada cristão um 'filho de Deus', membro do Corpo de Cristo, irmão de Cristo, herdeiro do Céu. Cremos nisso? Vivemos de acordo com esta realidade? Ou será que nos arrastamos como uma 'águia de galinheiro'? 'Somos filhos de Deus, criados à sua imagem e semelhança' (Gen 1,27). Só nós recebemos do Criador a inteligência, a memória, a vontade, a sensibilidade, essas mãos incríveis, capazes de construir coisas tão fascinantes. Temos uma alma imortal... Mas toda essa potencialidade e beleza só poderá levá-lo 'às alturas', se você viver como quer o Criador, Aquele que quiz tudo isso para nós. O Catecismo da Igreja nos ensina que: 'O aspecto mais sublime da dignidade humana está na vocação do homem à comunhão com Deus'. Fomos chamados para viver Nele. Ele é o céu de nossas vidas. Nosso destino é Deus, nosso limite é o Céu. Aquele que não realizar essa 'união íntima e vital com Deus', e não entregar´se ao seu Criador, nunca viverá como um verdadeiro 'filho de Deus'. São Paulo nos diz: 'Nele vivemos, nos movemos e existimos' (At 17,28). Sem Deus, somos como um peixe fora da água: asfixiados, paralisados, sem vida, condenados à morte. Sem Deus somos 'águias de galinheiro'! 'Nos fizestes para Vós, e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em Vós', é o brado de Santo Agostinho (Confissões 1,1,1). Foi para isso que Jesus se fez homem, e morreu numa Cruz, para 'participarmos da gloriosa liberdade dos filhos de Deus' (Rom 8,21). 'O Espírito Santo dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus. E, se filhos, também herdeiros' (Rom 8,16-17).

sexta-feira, 8 de junho de 2007

ACREDITAR É PRECISO


Era uma vez, um lugar bem distante, um grupo de cavaleiros viajando na noite escura, com seus cavalos já cansados subiam uma montanha pedregosa e íngreme.A exaustão e o desânimo estavam presentes em todos os membros do grupo. O desejo de todos era parar e dormir as a viagem não podia ser interrompida.Nisto, uma forte voz surgiu, vinda dos céus como um trovão, mandando que desmontassem de suas montarias, enchessem suas sacolas com as pedras que havia no chão e só depois disso continuassem a viagem; e alertou que ao amanhecer estariam alegres e tristes ao mesmo tempo.Alguns desmontaram, outros não. Uns pegaram muitas pedras, outros poucas. E alguns vencidos pelo cansaço, desânimo e descrença nenhuma pedra.Sem muita demora seguiram viagem. Ao amanhecer conforme a voz anunciara estavam alegres e tristes ao mesmo tempo.Uns alegres porque não eram pedras comuns, eram diamantes.Outros tristes porque ficaram arrependidos de não pegarem mais pedras; e ainda outros por não terem recolhido nenhum diamante, preferindo dormir ao invés de recolher os diamantes.Assim também é a vida. Às vezes não enxergamos as coisas no escuro e deixamos de aproveitar as oportunidades.Muitas vezes temos diamantes em nossa frente, mais preferimos a acomodação.Ao invés do trabalho de garimpar verdadeiras jóias de oportunidades passam diante de nós e deixamos escapar.Depois falamos:“Mas como não pensei nisso?”“Essa idéia era minha!””Como deixei escapar essa oportunidade?”Aí vemos que alguém garimpou mais, acreditou, criou, trabalhou, persistiu e colheu realmente os diamantes.

ALGUMAS MANEIRAS DE FAZER ALGUÉM FELIZ!

Dê um beijo, um abraço, um passo em sua direção.
Aproxime-se sem cerimônia;
Dê um pouco de calor do seu sentimento;
Sente-se perto e deixe-se ficar algum tempo ou muito tempo.
Não conte o tempo de se dar.
Aprenda a burlar a superficialidade;
Sonhe o sonho, sem dúvidas;
Deixe o sorriso acontecer;
Rasgue o preconceito,
Olhe nos olhos;
Aponte um defeito com jeito;
Respeite uma lágrima;
Ouça uma história, ou muitas com atenção;
Escreva uma carta,
Irradie simplicidade, simpatia, energia!
Observe as coincidências...
Não espere ser solicitado, preste favor;
Converse sério ou fiado,
Conte uma piada, ache graça.
Ajude a resolver um problema;
Pergunte: Porque? Como vai? Como tem passado?
O que tem feito de bom? O que há de novo?
E preste atenção.
Sugira um passeio, um bom livro, um bom filme, ou mesmo um bom programa de televisão;
Diga de vez em quando: Desculpe! Muito grato!
Não tem importância! Que há de se fazer! Dá-se um jeito!
Tente, de alguma maneira.
E não se espante se a pessoa mais feliz for VOCÊ!

Dê um beijo, um abraço, um passo em sua direção.
Aproxime-se sem cerimônia;
Dê um pouco de calor do seu sentimento;
Sente-se perto e deixe-se ficar algum tempo ou muito tempo.
Não conte o tempo de se dar.
Aprenda a burlar a superficialidade;
Sonhe o sonho, sem dúvidas;
Deixe o sorriso acontecer;
Rasgue o preconceito,
Olhe nos olhos;
Aponte um defeito com jeito;
Respeite uma lágrima;
Ouça uma história, ou muitas com atenção;
Escreva uma carta,
Irradie simplicidade, simpatia, energia!
Observe as coincidências...
Não espere ser solicitado, preste favor;
Converse sério ou fiado,
Conte uma piada, ache graça.
Ajude a resolver um problema;
Pergunte: Porque? Como vai? Como tem passado?
O que tem feito de bom? O que há de novo?
E preste atenção.
Sugira um passeio, um bom livro, um bom filme, ou mesmo um bom programa de televisão;
Diga de vez em quando: Desculpe! Muito grato!
Não tem importância! Que há de se fazer! Dá-se um jeito!
Tente, de alguma maneira.
E não se espante se a pessoa mais feliz for VOCÊ!

UM ANJO EM MINHA VIDA


Descalça e suja, a pequena garota ficava sentada no parque, olhando as pessoas passarem. Ela nunca tentava falar, não dizia uma única palavra.

Muitas pessoas passavam por ela, mas nenhuma sequer lhe lançava um simples olhar, ninguém parava, inclusive eu.Em outro dia, eu decidi voltar ao parque. Curiosa pra ver se a pequena garota ainda estaria lá.

Exatamente no mesmo lugar onde ela estava sentada no dia anterior, ela estava empoleirada no alto do banco com o olhar mais triste do mundo.

Mas nesse dia eu não pude simplesmente passar ao largo, preocupada somente com meus afazeres.

Ao contrário, eu me vi caminhando ao encontro dela. Pelo que todos sabemos, um parque cheio de pessoas estranhas não é um lugar adequado para crianças brincarem sozinhas.

Quando eu comecei a me aproximar dela, pude ver que as costas do seu vestido indicavam uma deformidade.

Eu conclui que esta era a razão pela qual as pessoas simplesmente passavam e não faziam esforço algum em se importar com ela.

Quando cheguei mais perto a garotinha lentamente baixou os olhos para evitar meu intenso olhar. Eu pude ver o contorno de suas costas mais claramente.

Ela era grotescamente corcunda.

Eu sorri para lhe mostrar que eu estava bem e que estava lá para ajudar e conversar.Eu me sentei ao lado dela e iniciei com um "olá".

A garota reagiu chocada e balbuciou um "oi" após fixar intensamente meus olhos.

Eu sorri e ela timidamente sorriu de volta. Conversamos até o anoitecer, quando o parque já estava completamente vazio.

Todos tinham ido e estávamos sós. Eu perguntei por que ela estava tão triste. Ela olhou para mim e me disse:

"Porque eu sou diferente".

Eu imediatamente disse sorrindo:

"Sim você é".

A garotinha ficou ainda mais triste, dizendo:

"Eu sei".

Eu disse: "Você me lembra um anjo, doce e inocente".

Ela olhou para mim e sorriu lentamente, levantou-se e disse:

"De verdade?". "Sim, querida, você é um pequeno anjo da guarda mandado para olhar todas estas pessoas que passam por aqui.

Ela acenou com a cabeça e disse sorrindo: "Sim".

E, com isto, abriu suas asas e piscando os olhos falou:

"Eu sou seu anjo da guarda".

Eu fiquei sem palavras e certa de que estava tendo visões. Ela finalizou: "Quando você deixou de pensar unicamente em você, meu trabalho aqui foi realizado". Imediatamente eu me levantei e disse: "Espere, por que então ninguém mais parou para ajudar um anjo?"

Ela olhou para mim e sorriu: "Você foi a única capaz de me ver" e desapareceu.

Com isto minha vida mudou drasticamente.

Quando você pensar que está completamente só, lembre-se:seu anjo está sempre tomando conta de você”

O MEMBRO ISOLADO


Um membro de um determinado grupo ao qual eu prestava serviços regularmente, sem nenhum aviso, deixou de participar.
Após algumas semanas, o líder do grupo decidiu visitá-lo.
Era uma noite muito fria.
O líder encontrou o homem em casa sozinho, sentado diante de um brilhante fogo. Supondo a razão para a visita, o homem deu-lhe boas-vindas, conduziu-lhe a uma grande cadeira perto da lareira e ficou quieto esperando.
O pastor se fez confortável mas não disse nada.
No silêncio sério, contemplou a dança das chamas em torno da lenha ardente.
Após alguns minutos, o líder examinou as brasas, cuidadosamente apanhou uma brasa ardente e deixou-a de lado.
Então voltou a sentar-se e permaneceu silencioso e imóvel.
O anfitrião prestou atenção a tudo, fascinado e quieto.
Então diminuiu a chama da solitária brasa, houve um brilho momentâneo e seu fogo apagou de vez. Logo estava frio e morto. Nenhuma palavra tinha sido dita desde o cumprimento inicial.
O líder antes de se preparar para sair, recolheu a brasa fria e inoperante e colocou-a de volta no meio do fogo.
Imediatamente começou a incandescer uma vez mais com a luz e o calor dos carvões ardentes em torno dela.
Quando o líder alcançou a porta para partir, seu anfitrião disse:
"Obrigado tanto por sua visita quanto pelo sermão. Eu estou voltando ao convívio do grupo"

QUE É - SIMPATIA

Simpatia - é o sentimentoQue nasce num só momento, Sincero, no coração;São dois olhares acesosBem juntos, unidos, presosNuma mágica atração.
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Simpatia - são dois galhosBanhados de bons orvalhosNas mangueiras do jardim;Bem longe às vezes nascidos,Mas que se juntam crescidosE que se abraçam por fim.
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São duas almas bem gêmeasQue riem no mesmo riso,Que choram nos mesmos ais;São vozes de dois amantes,Duas liras semelhantes,Ou dois poemas iguais.
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Simpatia - meu anjinho,É o canto de passarinho,É o doce aroma da flor;São nuvens dum céu d'agostoÉ o que m'inspira teu rosto...- Simpatia - é quase amor!
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Casimiro de Abreu

ORAÇÃO DA CRIANÇA


Pai, querido!




Eu quero ser criança, com todo o direito de ser criança.Quero poder brincar e quero poder tocar no outro com a leveza da minha brincadeira.Quero poder sorrir e quero, ao sorrir, ajudar o outro a perceber que ainda há motivos para ter esperança.Quero correr e, ao correr, ampliar os horizontes, daqueles que não perceberam que, além das cercas, há um tempo enorme, cheio de verde e de vida. Um campo que é um convite a sair do lugar de sempre.Quero dançar e, ao dançar, trazer outras pessoas para minha dança, para que sintam que o corpo é um presente e, quando se une a outros corpos ao som da música, torna-se ainda mais presente, leve e belo.Quero cantar e, ao cantar, alcançar pontos mais distantes que, talvez com a minha mão ou outra parte do meu corpo, eu não conseguiria atingir. O meu cantar chega a qualquer canto. E o meu canto é o Teu canto.Quero aplaudir e, ao aplaudir, envolver toda a gente nesse aplauso. Ao aplaudir, quero ensinar e aprender que ninguém é feliz quando não se preocupa com a felicidade do outro.Quero nadar. E, ao nadar, sentir-me participando da natureza. E assim contemplá-la. E assim defendê-la. E assim construir um mundo mais bonito para mim e para quem virá depois de mim.Quero rezar. E, ao rezar, sentir que não estou sozinho e que nunca estarei. Sentir que tua presença não me tira a liberdade. Ao contrário, faz-me livre na essência, porque me livra do mal.Quero amar. E, ao amar, sentir-Te. E, ao sentir-Te, fazer a diferença na vida de quem eu vier a amar. Amar sem economias. Amar sem barreiras, sem fronteiras. Amar como em um vôo leve, profundo, delicado, forte. Amar com todas as ações e contradições do verbo amar. Quero amar.Quero viver. Quero viver a vida inocente e a vida perigosa. Quero viver a dor e o amor. Quero viver a saudade e a chegada. Quero viver a lembrança e o esquecimento. Quero viver o vulcão e a calmaria. Porque eis o meu mister. Não vou fugir de nada. E sei que estarás comigo, para que minha travessia seja intensa e feliz.Ainda sou criança, Senhor, mas tenho tudo isso pela frente. E não é à toa que estou aqui. E, um dia, quero poder olhar para trás e dizer: valeu a pena. Cada lágrima derramada. Cada noite mal dormida. Cada soluço. Cada aperto no peito. Cada riso ou gargalhada. Cada mão estendida. Cada abraço. Tudo valeu a pena porque fez parte de um caminhar. Um caminhar difícil, fácil. Depende. De Ti e de mim.Ainda sou criança, Senhor! Que eu seja a eterna criança. Pronta para mais uma história. Mais uma canção.Ainda sou criança, Senhor! Ainda não deconfio do amor. nem gostaria de desconfiar. Senão, por que viver?Cuida dos meus sentimentos de criança. Cuida de mim, hoje, amanhã e sempre, por favor. Cuida de mim, Senhor!Amém!

O MENINO QUE QUERIA VER O SOL



Era uma vez um menino ...comum, como outro qualquer de sua idade, uns 7 anos, talvez.

Carregava sonhos, aspirações, mas vivia trancafiado em um pequeno mundo.Filho único.

Os pais viajavam muito e deixavam-no com uma ajudante, dona Marta, que assim o criara como se fora seu próprio filho.

Era uma mulher frágil.

Vivia doente e não lhe ajudavam muito a saúde e o trabalho que davam os dois filhos adolescentes. Viúva desde muito, com dificuldade enorme criava os filhos. Não era muito carinhosa com eles, porque as agruras da vida a deixaram sem paciência, endurecida.

O menino, por sua vez, não tinha muita intimidade com os pais.

Executivo ocupado, o pai considerava cumprir com o dinheiro tudo o que fosse necessário para a boa educação do filho.

Pagava boa escola, garantia boa comida, ofertava bons presentes nas datas adequadas, como aniversário e Natal.

A mãe, que acompanhava o marido no trabalho e nas viagens, pouco tempo dedicava ao filho.

Na escola, Alexandre era muito tímido, introspectivo.

Geralmente ficava sozinho desenhando, observando, pensando.

Em que pensa um menino de 7 anos?

Que sonhos pode ter?

Os desenhos eram quase sempre os mesmos, em torno do tema de Pégaso, o mitológico cavalo alado de que certa vez lhe contaram.

Ele guardara a imagem do lindo cavalo branco encantado que voava.

E que símbolo poderia ser mais belo?

Um animal forte e grande e que voa como pássaro pequeno e delicado.

Dona Marta era a única a quem era permitido ver os desenhos.

Alexandre tinha vergonha de mostrar a outras pessoas, e do pai tinha medo, desde uma vez em que tentou mostrar-lhe um desenho e obteve como resposta que fosse procurar a dona Marta, porque ele não tinha tempo para bobagens.

A mãe assistia à cena e concordou resmungando sobre dona Marta deixar o menino sozinho.

Isso mesmo: ele estava absolutamente sozinho, com o pai e a mãe.Alexandre olhava os seus desenhos, imaginava os cavalos voando, e sonhava voar também, até bem perto do sol.

– Como deve ser lindo o sol de perto...

Solidão de criança é coisa triste demais.

Olhar circunspecto de um pequerrucho de louros cabelos cacheados, olhar fundo de quem não tem ninguém.

E, se havia piscina na casa, sala de música, quarto com brinquedos, não havia o essencial.

Um dia ...tem sempre um dia.

Eis que antes da aurora, surge um cavalo no quintal.

Alexandre ouviu os relinchos, abriu correndo a janela, esfregou os olhos demoradamente e olhou de novo.

Ali estava mesmo o cavalo, altaneiro, imponente, e mais: com asas enormes.

E que falava:

- Você é o Alexandre, o menino que sonha voar?

O cavalo era lindo.

Olhos azuis. Asas brancas.E sorria.Um sorriso encantador.

Alexandre quase se esquece de responder, olhando embevecido para ele.

- Cavalo não fala

– tascou.

- Eu sou um cavalo especial.

Falo, vôo, canto, brinco e realizo sonhos.

Ora, você me desenhou tantas vezes e não me conhece ainda?

- Nos meus desenhos você fazia tudo isso mesmo, mas eram só desenhos...

- balbuciou.

O cavalo nada mais disse. Sorriu outra vez e num piscar de olhos se foi, voando céu afora.

Alexandre sentia frêmitos de felicidade.

Amanheceu.Dona Marta entrou no quarto para acordar o menino, mas ele já estava em pé, com os olhos azuis arregalados de alegria.

Dona Marta cismou com tamanha disposição que Alexandre mostrou para ir à escola.

Mal sabia ela o turbilhão que andava por dentro daquela cabecinha de caracóis dourados.

Passou as aulas inteiras pensando na lindeza, na alvura, no encantamento do cavalo.

Foi sonho... voltou para casa e para o almoço que engoliu depressa, depressa, para ir logo para o quarto rever os seus desenhos.

Não foi sonho... o cavalo voltaria.

O cavalo tinha que voltar.E voltou. Antes de amanhecer lá estava, chamando o menino. Alexandre pulou da cama e correu para a janela.

Dessa vez mais confiante, sorridente.

O cavalo de asas, afável como da primeira vez, perguntou:

- E então, meu amigo, você quer voar?- É o que mais quero! Voar alto, bem alto mesmo, até perto do sol.

O cavalo sorriu o mesmo sorriso maroto e balançou a cabeça, concordando:

- Amanhã, antes da aurora, viajaremos por muitos rincões, por lugares altos e distantes como as lindas estrelas, e viajaremos também por lugares baixos e bem próximos como a sua cidade e a sua escola.

E lá se foi o cavalo. Alexandre ficou estático por um momento, e em seguida se pôs a pular, a gritar, a cantar... era outro.

E só ele conhecia este segredo.

Viajaria o mundo inteiro, chegaria até as estrelas.

( Será que poderia alcançar o sol?)

Dona Marta pegou o menino cantarolando. Olhou, entre assustada e feliz. Amava Alexandre e tinha muita pena dele, pela falta de carinho e de atenção de seus pais. Fitava aqueles olhos azuis e pensava consigo mesma que o menino Jesus devia andar velando por ele.

Tão tímido, tão fraquinho... e agora fica por aí, rindo à toa.

O dia demorou como um suplício a passar. A escola, as tarefas, os desenhos, o quarto, tudo não tinha mais graça. Lá se foi a antiga solidão, trocada pela espera do amigo. Enfim anoiteceu. Enfim dormiu. Despertou antes de raiar o sol, com um frio percorrendo a barriga. Ele virá...Ele veio.

Veio de novo. Alexandre não se conteve.

Pulou pela janela e caiu-lhe sobre o dorso. Percebeu quão macio era o pêlo, que agradável o cheiro que trazia. Mas nada lhe chamou mais atenção do que aqueles olhos imensos, azuis de céu, que o olhavam com uma ternura que em ninguém antes reconhecera.

- Vamos, meu amigo? Pronto para voar?- Estou. É o que mais quero.

Voar e esquecer as coisas de que não gosto.- Que coisas são essas?O olhar de Alexandre ficou distante como se todas as imagens tristes tivessem voltado. As brigas dos pais, a falta de atenção, as conversas que ouvia em que resmungavam porque eram obrigados a viajar menos depois que tiveram o filho.

Sacudiu a cabeça.

- Nada. Não é nada.

– disse Alexandre

– Agora eu tenho um grande amigo, e o mais importante dos amigos.

- Então vamos voar. A emoção de voar é indescritível. Agarrado ao lombo do cavalo, Alexandre olhava fascinado o horizonte e avistava aos poucos sua casa, sua rua, sua cidade.

Tudo ia ficando menor, e menor, como cada vez menores pareciam ficar os problemas.

O horizonte parecia não ter fim. Estava amanhecendo e Alexandre, encantado com o sol, pediu ao amigo:

- Podemos voar até o sol?

- Podemos.

Podemos ir até onde você quiser.

- Quero chegar perto do sol.

- Se você chegar perto do sol, tudo que você vir começará a ser diferente.

Nenhuma paisagem será mais a mesma. Quem chega perto do sol, muda para sempre.Lá se foram. Alexandre e o cavalo voador. E o pégaso tinha razão: a visão do sol é esplendorosa. Alexandre ficou extasiado, fascinado. Apertava mais o cavalo, como a querer abraçá-lo. Agradecia o presente que estava recebendo. Ele era um menino que conseguiu voar até o sol.- É hora de partir – sugeriu o cavalo.

- Vamos, meu grande amigo. A partir de agora minha vida nunca mais será a mesma. E a volta foi ainda mais linda, se é que era possível tanta beleza.

Alexandre contemplava cada coisa. Encantava-se com as nuvens, com o verde que vislumbrava desde longe das florestas, com os rios enormes, os mares. Que lindo era o mundo!Quando chegou à sua cidade, o cavalo diminuiu a velocidade e voou lentamente sobre o casario.

Alexandre passou a ver as pessoas nas casas. Viu gente se amando e gente brigando. Viu animais pequenos que conseguiam vê-lo também. Viu bebês que sorriam quando ele passava, voando em seu cavalo.

Os adultos, esses não o viam, como se a sensibilidade embotada deles os impedisse de vê-lo.Perguntou ao cavalo:

- Por que os adultos não nos vêem?

- Eles vêem pouca coisa, meu querido Alexandre. Não acreditam em quase nada. Isso é triste. Olha a face alegre e singela do bebê ...com o tempo isso se perde.

- E não se recupera jamais?

Todo adulto tem que ser triste?

- Não, mas é preciso, para ser alegre, lembrar a própria essência, depois de ter viajado para bem perto do sol.

Alexandre entendeu tudo, como se fosse um sábio.

Porque ele havia chegado perto do sol e agora seria feliz para sempre.Perto da casa, viu os filhos de dona Marta.

Olhou-os com muita ternura e resolveu, ali mesmo, que ficaria amigo de ambos. Sabia quanto davam trabalho e pensou que, se pudessem ver o sol, mudariam.

Sem pestanejar, pediu ao cavalo:

- Meu amigo, quero levar aqueles dois para que vejam o sol também e possam ser felizes.

- Agora isso não será preciso.

Eles verão o sol pelos seus olhos. Eu sou um cavalo encantado, mas você é mais do que eu. Você é um menino encantado e será um homem iluminado se nunca se esquecer do sol.No jardim da casa, Alexandre agradeceu ao cavalo, que se despediu e avisou que não mais voltaria.

- Há outros alexandres em outros rincões que também devem voar e ver o sol.

Alexandre, chorando, entendeu a missão do amigo e também a sua própria missão.

***Dona Marta entrou no quarto e olhou perturbada para o menino.

Estava corado demais.

- Você anda tomando sol?

- Tomando sol?!

Eu vi o sol, dona Marta, eu vi o sol!

“Ah! Meu Deus! Isso só pode ser coisa do menino Jesus, que veio trazer alegria para essa criança.”

***- Estou atrasado?

- Não, hoje é domingo.

Não tem aula. E é Domingo de Páscoa. Sua mãe deixou esse ovo para você.

Ela teve de viajar com seu pai.Alexandre nem ficou triste.

- Venha, dona Marta, quero fazer uma coisa.

- Calma, moleque, que alegria é essa?

Saíram da casa em direção a algum lugar.

Dona Marta seguia, assustada. Chegaram à casa de dona Marta.

Os dois filhos ainda dormiam.

- O que você quer aqui, menino?

- Quero ver seus filhos.Ao ouvi-los, os dois meninos se levantaram.

Afinal era o filho do patrão, e pensaram que era algum serviço que teriam de fazer.

- Este ovo de Páscoa é para vocês.

Deu um beijo e um abraço em cada um e continuou:

- Foi um cavalo que voa que mandou que eu entregasse.

Os dois marmanjos se abraçaram e choraram muito.

Dona Marta chorava mais ainda, e fitando os olhos azuis de Alexandre, iluminados, pensou:

“Isso é coisa do menino Jesus.”


Gabriel Chalita

O PODER DA DOÇURA




O viajante caminhava pela estrada, quando observou o pequeno rio que começava tímido por entre as pedras.
Foi seguindo-o por muito tempo.
Aos poucos, ele foi tomando volume e se tornando um rio maior.
O viajante continuou a segui-lo.
Bem mais adiante, o que era um pequeno rio se dividiu em dezenas de cachoeiras, num espetáculo de águas cantantes.
A música das águas atraiu mais o viajante, que se aproximou e foi descendo pelas pedras, ao lado de uma das cachoeiras.
Descobriu, finalmente, uma gruta.
A natureza criara com paciência caprichosa, formas na gruta.
Ele a foi adentrando, admirando sempre mais as pedras gastas pelo tempo.
De repente, descobriu uma placa.
Alguém estivera ali antes dele.
Com a lanterna, iluminou os versos que nela estavam escritos.
Eram versos do grande escritor Tagore, prêmio Nobel de literatura de 1913:
"Não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a água, com sua doçura, sua dança, e sua canção. Onde a dureza só faz destruir, a suavidade consegue esculpir."

A PORTA DA FELICIDADE


Esta é a história de um homem que chega à porta da felicidade.
Seu passo é firme e decidido.
Uma força invisível parece atraí-lo até ali.
Era, de fato, sua porta da felicidade.
Entretanto, enquanto se aproxima cheio de esperança, surge o guardião que, admirado e olhando-o fixamente, põe-se na sua frente.
E como era amedrontador...
Nosso homem fica um pouco perplexo, desconcentrado e sem capacidade de reação.
Depois de vacilar por alguns instantes, senta-se no chão e fica pensativo, ensimesmado.
E assim passa um bom tempo...
Em seguida, começa a olhar ao seu redor, curioso: a porta, as janelas, o prédio... Como se buscasse um modo de entrar e enganar o guardião.
Nenhuma solução parece suficiente.
Nervoso, luta com o desejo, a dúvida, a indecisão...
E vai embora.
Passam-se os anos e todos os dias o homem caminha em direção à porta da felicidade.
Quantas maravilhas deveriam estar aguardando apenas pelo momento em que atravessasse pela soleira.
Mas lá está o guardião, imponente como uma resistente muralha.
O tempo não perdoa e o homem, já muito velho e doente, sente-se esmorecido. Quem sabe esse seu estado inspire compaixão ao guardião e o deixe entrar... Assim, reunindo as últimas forças, aproxima-se da porta e pergunta com voz moribunda:
- Se esta é a porta da minha felicidade, por que nunca me deixou entrar?
E o guardião, surpreso, retruca:
- Mas você nunca me pediu...
A felicidade só é impossível àqueles que temem lançar-se ao desafio de buscá-la!

O IMPORTANTE É O AMOR



Uma mulher saiu de sua casa e viu três homens com longas barbas brancas, sentados em frente à sua casa.
Ela não os reconheceu.E disse:
- Acho que não os conheço, mas devem estar com fome.
Por favor, entrem e comam algo.- O homem da casa está? perguntaram.- Não, ela disse, está fora.
- Então não podemos entrar
- eles responderam.
À noite quando o marido chegou, ela contou-lhe o que aconteceu.
- Vá diga que estou em casa e convide-os a entrar.
A mulher saiu e convidou-os a entrar.
- Não podemos entrar juntos. Responderam.
- Por que isto ? Ela quis saber.
- Seu nome é fartura.
Um dos velhos explicou-lhe e mostrando o outro, falou:
- ele é o sucesso e eu sou o amor.
E completou:
- agora vá e discuta com o seu marido qual de nós você quer em sua casa.
A mulher entrou e falou ao marido o que foi dito.
Ele ficou arrebatado e disse:
- Neste caso, vamos convidar fartura.
Deixe-o vir e encher nossa casa de fartura.A esposa discordou:
- meu querido, por que não convidamos o sucesso?
A filha mais velha do casal ouvia do outro canto da casa.
Ela apresentou sua sugestão:
- não seria Melhor convidar o amor?
Nossa casa então estará cheia de amor.
Atentando para o conselho da cunhada, disse o marido para a esposa:
- Vá lá fora e chame o amor para ser nosso convidado.
A mulher saiu e perguntou aos três homens:
- Qual de vocês é o amor?
Por favor, entre e seja nosso convidado.
O amor levantou-se e seguiu em direção a casa.
Os outros dois levantaram-se e seguiram-no.
Surpresa a senhora perguntou-lhes:
- Apenas convidei o amor, por que vocês entraram?
Os velhos homens responderam juntos:
- Se você convidasse a fartura ou o sucesso, os outros dois esperariam aqui fora, mas como você convidou o amor, onde ele for iremos com ele.

CHAMA DA ALMA



Havia um rei que apesar de ser muito rico, tinha a fama de ser um grande doador, desapegado de sua riqueza.
De uma forma bastante estranha, quanto mais ele doava ao seu povo, auxiliando-o, mais os cofres do seu fabuloso palácio se enchiam.
Um dia, um sábio que estava passando por muitas dificuldades, procurou o rei.
Ele queria descobrir qual era o segredo daquele monarca.
Como sábio, ele pensava e não conseguia entender como é que o rei, que não estudava as sagradas escrituras, nem levava uma vida de penitência e renúncia, ao contrário, vivia rodeado de luxo e riquezas, podia não se contaminar com tantas coisas materiais.
Afinal, ele, como sábio, havia renunciado a todos os bens da terra, vivia meditando e estudando e, contudo, se reconhecia com muitas dificuldades na alma.
Sentia-se em tormenta.
E o rei era virtuoso e amado por todos.
Ao chegar em frente ao rei, perguntou-lhe qual era o segredo de viver daquela forma, e ele lhe respondeu:
"Acenda uma lamparina e passe por todas as dependências do palácio e você descobrirá qual é o meu segredo."
Porém, há uma condição: se você deixar que a chama da lamparina se apague, cairá morto no mesmo instante.
O sábio pegou uma lamparina, acendeu e começou a visitar todas as salas do palácio.
Duas horas depois voltou à presença do rei, que lhe perguntou:"Você conseguiu ver todas as minhas riquezas?"
O sábio, que ainda estava tremendo da experiência porque temia perder a vida, se a chama apagasse, respondeu:
"Majestade, eu não vi absolutamente nada.
Estava tão preocupado em manter acesa a chama da lamparina que só fui passando pelas salas, e não notei nada."
Com o olhar cheio de misericórdia, o rei contou o seu segredo:
"Pois é assim que eu vivo.
Tenho toda minha atenção voltada para manter acesa a chama da minha alma que, embora tenha tantas riquezas, elas não me afetam.
"Tenho a consciência de que sou eu que preciso iluminar meu mundo com minha presença e não o contrário."

PENSAMENTOS