"Os Educadores-sonhadores jamais desistem de suas sementes,mesmo que não germinem no tempo certo...Mesmo que pareçam frágeisl frente às intempéries...Mesmo que não sejam viçosas e que não exalem o perfume que se espera delas.O espírito de um meste nunca se deixa abater pelas dificuldades. Ao contrário, esses educadores entendem experiências difíceis com desafios a serem vencidos. Aos velhos e jovens professores,aos mestres de todos os tempos que foram agraciados pelos céus por essa missão tão digna e feliz.Ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se encantar com acolheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes"(Gabriel Chalita)

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sábado, 2 de junho de 2007

A VERDADE

Uma donzela estava sentada à beira de um riacho, deixando a água do riacho passar por entre os seus dedos muito brancos, quando sentiu o seu anel de diamante ser levado pelas águas.
Temendo o castigo do pai, a donzela contou em casa que fora assaltada por um homem no bosque e que ele arrancara o anel de diamante do seu dedo e a deixara desfalecida sobre um canteiro de margaridas.
O pai e os irmãos da donzela foram atrás do assaltante e encontraram um homem dormindo no bosque, e o mataram, mas não encontraram o anel de diamante.
E a donzela disse:
- Agora me lembro, não era um homem, eram dois.
E o pai e os irmãos da donzela saíram atrás do segundo homem e o encontraram, e o mataram, mas ele também não tinha o anel. E a donzela disse:
- Então está com o terceiro!
Pois se lembrara que havia um terceiro assaltante.
O pai e os irmãos da donzela saíram no encalço do terceiro assaltante, e o encontraram no bosque.
Mas não o mataram, pois estavam fartos de sangue.
E trouxeram o homem para a aldeia, e o revistaram, e encontraram no seu bolso o anel de diamante da donzela, para espanto dela.
- Foi ele que assaltou a donzela, e arrancou o anel de seu dedo, e a deixou desfalecida
- gritaram os aldeões.
- Matem-no!- Esperem!
- gritou o homem, no momento em que passavam a corda da forca em seu pescoço
- eu não roubei o anel, foi ela que me deu!
E apontou a donzela, para escândalo de todos.
O homem contou que estava sentado à beira do riacho, pescando quando a donzela se aproximou dele e pediu um beijo.
Ele deu o beijo.
Depois a donzela tirara a roupa e pedira que ele a possuísse, pois queria saber o que era o amor.
Mas ele como era um homem honrado...
Resistira!
Dissera que a donzela devia ter paciência e aguardar conhecer o amor com seu marido em sua noite de núpcias.
Então a donzela lhe oferecera o anel, dizendo: "já que meus encantos não o seduzem, este anel comprará seu amor".
E ele sucumbira, pois era pobre, e a necessidade é o algoz da honra.
Todos se viraram contra a donzela e gritaram: "mentirosa! Impura!”
E exigiram seu sacrifício.
E o próprio pai da donzela passou a corda para o seu pescoço.
Antes de morrer, a donzela disse para o pescador:
- A sua mentira era maior que a minha.
Eles mataram pela minha mentira e vão matar pela sua.
Onde está, afinal, a verdade?
O pescador deu de ombros e disse:
- A verdade é que eu achei o anel na barriga de um peixe.
Mas quem acreditaria nisso?

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