"Os Educadores-sonhadores jamais desistem de suas sementes,mesmo que não germinem no tempo certo...Mesmo que pareçam frágeisl frente às intempéries...Mesmo que não sejam viçosas e que não exalem o perfume que se espera delas.O espírito de um meste nunca se deixa abater pelas dificuldades. Ao contrário, esses educadores entendem experiências difíceis com desafios a serem vencidos. Aos velhos e jovens professores,aos mestres de todos os tempos que foram agraciados pelos céus por essa missão tão digna e feliz.Ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se encantar com acolheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes"(Gabriel Chalita)

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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

ARNALDO JABOR - A BUNDA DURA


Tenho horror a mulher perfeitinha. Sabe aquele tipo que faz escova toda manhã, tá sempre na moda e é tão sorridente que parece garota-propaganda de processo de clareamento dentário? E, só pra piorar, tem a bunda dura!!! Pois então, mulheres assim são um porre. Pior: são brochantes. Sou louco?
· Então tá, mas posso provar a minha tese. Quer ver? a) Escova toda manhã: A fulana acorda as seis da matina pra deixar o cabelo parecido com o da Patrícia de Sabrit. Perde momentos imprescindíveis de rolamento na cama, encoxamento do namorado, pegação, pra encaixar-se no padrão 'Alisabel', que é legal... Burra. b) Na moda: Estilo pessoal, pra ela, é o que aparece nos anúncios da Elle do mês. Você vê-la de shortinho, camiseta surrada e cabelo preso? JAMAIS! O que indica uma coisa: ela não vai querer ficar desarrumada nem enquanto estiver transando. c) Sorriso incessante: Ela mora na vila dos Smurfs? Tá fazendo treinamento pra Hebe? Sou antipático com orgulho, só sorrio para quem provoca meu sorriso. Não gostou? Problema seu. Isso se chama autenticidade, meu caro. Coisa que, pra perfeitinha, não existe. Aliás, ela nem sabe o que a palavra significa... Coitada. d) Bunda dura: As muito gostosas são muito chatas. Pra manter aquele corpão, comem alface e tomam isotônico (isso quando não enfiam o dedo na garganta pra se livrar das 2 calorias que ingeriram), portanto não vão acompanhá-lo nos pasteizinhos nem na porção de bolinho de arroz do sabadão. Bebida dá barriga e ela tem
H-O-R-R-O-R a qualquer carninha saindo da calça de cintura tão baixa que o cós acaba onde começa a pornografia: nada de tomar um bom vinho com você. Cerveja? Esquece!
Legal mesmo é mulher de verdade !!!! E daí se ela tem celulite? O senso de humor compensa.. Pode ter uns quilinhos a mais, mas é uma ótima companheira. Pode até ser meio mal educada as vezes, mas adora sexo.
Porque celulite, gordurinhas e desorganização têm solução (e, às vezes, nem chegam a ser um problema). Mas ainda não criaram um remédio pra futilidade.

O novo rosto do mundo passa pela infância - Gabriel Chalita



Guimarães Rosa conta, em "Corpo de Baile": "Miguilim era piticego, tinha vista curta, e não sabia. E então o senhor (que era doutor) tirou os óculos e deu-os a Miguilim: 'Olha, agora!' Miguilim olhou. Nem não podia acreditar! Tudo era uma claridade, tudo novo e lindo e diferente, as coisas, as árvores, as caras das pessoas. O Mutum era bonito! - agora Miguilim via claramente." Muitas vezes um problema de saúde, não identificado na primeira infância, prejudica o aprendizado. Mas o prejuízo ultrapassa a questão puramente educacional. Criança que não tem a devida atenção, não tem adequado desenvolvimento físico, emocional, social e cognitivo. E a identificação de um problema precisa ser feita pela família. Não há caminho da educação que não envolva a família e a escola. O principal objetivo da escola pública deve ser o bem-estar e o desenvolvimento integral da criança. Para isso, deve cuidar da saúde, da nutrição, da segurança e da aprendizagem. Em segundo lugar, os projetos têm que ter continuidade, e serem bem coordenados.
Esta questão ocupa especialistas no mundo inteiro. A ONU promoveu no Senegal, em 2000, o Fórum Mundial de Educação para Todos. Uma das seis metas de consenso dos 189 países participantes foi a educação e o cuidado na primeira infância. No Brasil, estamos longe de atingir o básico, que é a universalização da educação infantil. Falta investimento e falta vontade política. Os gastos em educação chegam a apenas 4,2% do PIB (a Unesco recomenda 6%). Por exemplo, em educação infantil apenas 6,25% vêm do governo federal. Com relação à educação básica, que deveria ser prioridade absoluta, o governo federal destina parcos 5%. Enquanto isso, aplica 63% da verba no ensino superior. Isto mostra uma inversão de prioridade.
Os pais não têm tempo de acompanhar os filhos na escola, durante os dias úteis. Por isso, em São Paulo, na nossa gestão como secretário de Educação do Estado, implantamos o Programa Escola da Família, em 2003, mantendo abertas as 5.306 escolas estaduais, aos fins de semana, para atividades de esporte, lazer, artes, saúde e geração de renda. Foram mais de 20 milhões de participações por mês. O que demonstra que a família só não participa quando não lhe é facilitado o acesso à escola. Os resultados mais concretos do programa Escola da Família foram a queda dos índices de violência nas escolas e a diminuição da evasão escolar. Mas ainda há um longo caminho para que se consiga fazer com que a educação seja referência em nosso país. É preciso, agora, investir na qualidade dessa educação. Principalmente na educação infantil, investindo na formação continuada do professor, e conscientizando a família de sua fundamental importância no processo ensino-aprendizagem dos filhos. Outro passo importante na educação básica foi a implantação da escola de tempo integral. Nosso sonho é que, no futuro, muito mais do que as 500 escolas iniciais acolham crianças durante o dia todo, em atividades artísticas e esportivas.
Para isso é preciso integração entre governo e comunidade. Alguns países desenvolvidos apostam nesse conceito. Na Nova Zelândia, por exemplo, os jardins de infância são estabelecimentos independentes, gerenciados pela comunidade. E existem centros de lazer em que os educadores e administradores são os próprios pais das crianças matriculadas.
Este é um dos caminhos para que tenhamos cada vez menos Miguilins. Perderíamos contos maravilhosos como esse de Guimarães Rosa, mas ganharíamos em qualidade de vida para as nossas crianças.



Revista Brasil Responsável

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Kassab culpa secretário e promete investigação de contrato suspeito




da Folha Onlineda Folha de S.Paulo







A Prefeitura de São Paulo promete neste domingo, por meio de nota, que a Corregedoria do Município vai investigar o contrato firmado entre a Finatec (Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos) e a Secretaria de Ação e Desenvolvimento Social. A Finatec, ligada à Universidade de Brasília, está sob intervenção desde o dia 16 por gastar R$ 470 mil na reforma e compra de móveis luxuosos para o apartamento do reitor da universidade, Timothy Mulholland.
"É inadmissível que um órgão municipal contrate uma fundação que já é considerada inidônea pela administração municipal. O Secretário de Ação e Desenvolvimento Social [Floriano Pesaro] errou ao contratar essa entidade", disse o prefeito Gilberto Kassab (DEM) no comunicado à corregedoria. O contrato firmado na atual gestão foi feito sem licitação.
A própria prefeitura já havia detectado o que classifica de "práticas irregulares" em contratos firmados na gestão anterior, de Marta Suplicy (PT). Um relatório da corregedoria aponta suspeitas de que serviços contratados por R$ 12 milhões não tenham sido feitos.
Segundo a nota, o gabinete de Kassab prepara também um decreto determinando que todas as propostas de contratos de órgãos da prefeitura com dispensa de licitação sejam submetidos a análise prévia da Corregedoria.
Suspeitas
O Ministério Público do Distrito Federal investiga as acusações, que atingiriam também outras administrações do PT. A fundação teria sido usada como forma de estabelecer, sem licitação, contratos de mais de R$ 23 milhões com empresas pertencentes a um consultor com ligações com o partido.
A revelação foi feita pela revista "Época" desta semana. Segundo a reportagem, prefeituras e governos de Estados, incluindo a administração municipal de São Paulo, contrataram a Finatec sem licitação, o que é dispensável em caso de fundações ligadas a entidades de ensino para projetos de modernização gerencial.
Segundo a Promotoria, duas empresas foram subcontratadas para realizar o serviço, recebendo R$ 23 milhões de um total de R$ 50 milhões: a Intecorp Consultoria Empresarial e Camarero & Camarero Consultoria Empresarial, de Luís Antonio Lima e de sua mulher, Flávia Maria Camarero.
Segundo a "Época", Lima teria prestado consultoria à administração do PT em Porto Alegre, além de ter participado da equipe de transição do governo FHC para o de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002.
Outro lado
Secretário municipal de Subprefeitura à época da contratação da Finatec, o vereador petista Antônio Donato afirma que só conheceu o empresário Luís Antônio Lima durante a execução do contrato com a fundação.
"Eu o conheci em 2003, como consultor da Finatec. Para mim, ele era um consultor da fundação, sem nada de excepcional", afirmou Donato e disse ainda que o "relatório da corregedoria [da Prefeitura, apontando irregularidades no contrato] é uma peça política".
Alegando que a Finatec prestou serviços para prefeituras de outros partidos - inclusive a de Gilberto Kassab (DEM) - Donato disse que o Ministério Público estará influenciado pelo calendário eleitoral se "a investigação se restringir ao PT".
Procurada, a assessoria de imprensa da ministra Marta Suplicy informou que "o contrato foi assinado pela secretaria municipal de Subprefeitura, e a ministra não tem comentário nem declaração a fazer".

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Atitude: a lição do exemplo - Gabriel Chalita



O conhecimento fica registrado na memória. O exemplo fica registrado no coração. Esta é a síntese da pedagogia perfeita: ensinar dando exemplos, ensinando pelo exemplo. Pela atitude o professor ensina posicionamento diante da vida, apóia desejos, estimula sonhos. E o mais poderoso instrumento da atitude é a palavra. É pela palavra que se constrói e se destrói. A palavra é a arma capaz de reduzir o outro a mero espectador da história ou transformá-lo em protagonista. A palavra incentiva ou diminui; alimenta os sonhos ou destrói esperanças; faz viver ou faz morrer.
Quando a palavra é dita, não há como impedir os seus efeitos. É como a sabedoria chinesa prega: "Há três coisas que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a oportunidade perdida e a palavra pronunciada". A palavra entra na mente dos ouvintes e, se destrói sentimentos puros que o habitavam, daí vem o preconceito. De uma palavra mal empregada pelo pai ou pela mãe, pelo diretor ou professor, por algum amigo que tem alguma importância e por isso o que ele diz deve ser levado a sério. No reino da infância, as defesas são menores, e por isso o poder de destruição da palavra é muito maior. Isto porque a criança ainda não conseguiu desenvolver defesas. Às vezes essa força destruidora não vem de uma reprimenda ou de uma agressão verbal, mas da sutileza de um ensinamento inadequado. Uma piada preconceituosa, um comentário infeliz em que pais comparam seus filhos, um discurso incorreto frente a uma criança que sente que não tem determinado talento. É necessária muita delicadeza para não ferir os sonhos alheios. É necessário muito cuidado para não traumatizar um ser em formação.
De outro lado a palavra constrói. Pequenas reflexões, se possível recheadas de exemplos, ajudam muito mais do que longos e cansativos conselhos. Cecília Meirelles tem uma frase exemplar: "Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta; não há ninguém que explique e ninguém que não entenda." A sutileza é poderosa. Palavras de amor se revestem de impressionante poder, quando são sinceras, quando são, de fato, palavras de amor. Impulsionam a derrubar o que oprime e a perseguir o que vier pela frente. Palavras de amor comovem, movem; palavras de amor transformam, formam; palavras de amor habilitam, habitam. E por que então economizar nessa arte de amar? Por que viver das sombras, se a luz é tão mais significativa? Por que sentir frio se há uma lareira por perto? Basta apenas um pequeno esforço de acendê-la. É por isso que se diz que a felicidade está muito mais próxima do que se possa imaginar. Infelizmente há pessoas que têm preguiça de ser felizes, e assim deixam de cultivar momentos simples, porém intensos.
Utilizar o poder da palavra para realizar o milagre da transformação. A educação decorre de um movimento interno, influenciado por ambientes externos. O aluno instigado externamente se movimenta internamente, e assim se transforma. É assim desde Sócrates, que comparava a educação à arte da parturição. A criança está pronta lá dentro, mas precisa de um impulso para que nasça. Sozinho fica muito mais difícil ou quase impossível. O professor precisa tomar consciência de que as idéias dos alunos estão ali, esperando alguém, cujo poder de conhecimento e cuja experiência sejam capazes de ajudá-los nessa transformação. E com gentileza fica muito mais fácil porque o ser humano torna-se dócil frente à gentileza. Suas resistências caem e seus medos desaparecem, porque do outro lado há alguém que decididamente só quer o bem.
A atitude mais transformadora é a atitude gentil, que alimenta e realimenta a esperança pelo poder da palavra, e impulsionam para o sonho. Cada mulher ou homem tocado pela gentileza seja um pouco melhor. E, sendo um pouco melhor, ajuda a construir um mundo melhor. Mesmo que esse mundo seja apenas a sua casa, a sua escola ou o círculo de pessoas que estão ao lado.
Na poesia, mais uma vez, a inspiração para a vida. Testemunha Adélia Prado: "Uma ocasião, meu pai pintou a casa toda de alaranjado brilhante. Por muito tempo moramos numa casa, como ele mesmo dizia, constantemente amanhecendo". A tranqüila confirmação poética é de Cora Coralina: "Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina."
Querer mudar o mundo sem mudar a esquina é coisa de gente que não entende da força do primeiro gesto.
Artigo publicado na Revista Profissão Mestre, edição de ferevereiro de 2008

ORAÇÃO DO AMOR

Senhor,Ilumina meus olhos
Para que eu veja os defeitos da minha alma e vendo-os, para que eu não comente os defeitos alheios.
Senhor,Leva de mim a tristeza
E não a entregueis amais ninguém...
Encha meu coração coma divina fé, para sempre louvaro vosso nome e arranca de mim o orgulho e a presunção.
Senhor,
Faze de mim um ser humano realmente justo...
Dá-me a esperança de vencerMinhas ilusões todas.
Planta em meu coraçãoa sementeira do amor
E ajuda-me a fazer feliz
O maior número possívelde pessoas, para ampliar seus diasrisonhos e resumir suas noitestristonhas...
Transforma meus rivais em companheiros, meus companheirosem amigos e meus amigos ementes queridos...
Não permita que eu sejaum cordeiro perante os fortes
Nem um leão perante os fracos...
Dá-me, Senhor,O sabor de perdoar
E afasta de mim o desejode vingança, mantendo sempreem meu coração
Somente o AMOR.
Amém

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Justiça anula cláusula de contribuição assistencial de professores em SP



A cláusula de norma coletiva que previa o desconto mensal do salário de cada professor a título de contribuição assistencial, sem limitação aos filiados, foi anulada. Segundo informações do MPT (Ministério Público do Trabalho) da 2ª Região (São Paulo), a sentença foi proferida em ação civil pública ajuizada pela procuradora do Trabalho Alline Pedrosa Oishi em face do Semesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado de São Paulo) e em face da Fetee-SP (Federação dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo). “A cobrança das contribuições sindicais, previstas em instrumentos normativos negociais dos trabalhadores não filiados é ilegal”, afirma a procuradora. Segundo ela, o índice, que varia de 5% a 10%, seria descontado do salário bruto de cada professor sem qualquer direito de oposição pelo trabalhador. Por isso, na sentença, a juíza substituta da 74ª Vara do Trabalho da capital Lucy Guidolin Brisolla Neves, as duas entidades foram condenadas a deixar de arrecadar as contribuições sindicais previstas em instrumentos normativos negociais, dos trabalhadores não filiados, ressalvada expressa autorização dos mesmos, sob pena de arcar com pagamento de multa diária no valor de R$ 1 mil. Além disso, as entidades estão impedidas de arrecadar contribuições sindicais dos trabalhadores não filiados, ressalvada expressa autorização dos mesmos, sob pena de multa de R$ 50 mil por cláusula que vier a ser estipulada nesse sentido. As multas eventualmente impostas serão revertidas ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Isso porque, segundo a procuradora, o artigo 545 da Consolidação das Leis do Trabalho prevê que a contribuição assistencial é compulsória apenas para os filiados e associados dos sindicatos, qualquer que seja o instrumento coletivo que a abrigue, ou ainda para os trabalhadores que autorizem expressamente o desconto dos salários. Para a magistrada, o fortalecimento dos sindicatos não pode importar em prejuízo de direitos dos trabalhadores, entre os quais a intangibilidade do salário. De acordo com Alline, o inciso V do artigo 8ª da Constituição Federal garante, em nome da liberdade sindical, que ninguém será obrigado a filiar-se a sindicato.




Processo nº 01359-2006-074-02-00-3

O pior apagão

O Brasil de tantos apagões anunciados acaba de trombar no que talvez seja o mais paradoxal deles: apesar da elevada taxa de desemprego, falta mão-de-obra qualificada. O tamanho desse preocupante entrave ao crescimento ganhou maior visibilidade com a divulgação, quarta-feira, de estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que quantifica o problema. Enquanto um contingente superior a 9 milhões de pessoas busca vaga no mercado de trabalho, só 1,67 milhão, ou 18,3% do total, estão aptas a preencher um dos postos disponíveis. Observe-se que o nó não está no nível superior, que responde por apenas 7% das vagas abertas, mas no médio e técnico.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que, entre junho e julho, pesquisou 1.714 empresas, a falta de capacitação afeta sobretudo a área de produção. Perde-se produtividade e competitividade. Também é prejudicada a inovação tecnológica. Ou seja, o país vai ficando para trás - e não é de hoje. Compare-se, por exemplo, a evolução da Coréia do Sul, que, há cerca de 40 anos, estava em patamar de subdesenvolvimento e analfabetismo semelhante ao brasileiro e hoje é um dos maiores exportadores mundiais de tecnologia, com 82% dos jovens na faculdade e vigor econômico que a fez despontar no cenário internacional como Tigre Asiático.
A diferença é que lá houve forte investimento em escolas públicas de ensino médio e fundamental. Aqui, mesmo quando as empresas investem em treinamento ou não exigem grau de capacitação tão elevado, há dificuldades devido à baixíssima qualidade da educação. O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que testa o conhecimento de estudantes em português e matemática, é revelador: alunos chegam ao 3º ano do ensino médio com nível de conhecimento que deveriam ter alcançado na 8ª série do ensino fundamental.
Nesse cenário, até os cursos técnicos e profissionalizantes mantidos pela iniciativa privada para suprir as necessidades próprias de pessoal são prejudicados, tornando-se mais demorados e onerosos. Nem as grandes estatais escapam. A Petrobras, para amenizar as restrições à expansão de suas atividades em território nacional, vê-se obrigada a fornecer cursos inclusive para a rede de fornecedores da empresa.
É o custo Brasil elevado à máxima potência pela histórica vesgueira dos governantes na elaboração da lista de prioridades nacionais. A educação fica aquém das políticas assistencialistas, embora sejam os investimentos no setor a única alavanca capaz de resgatar socialmente as camadas menos favorecidas e inserir o país no mundo desenvolvido. Como conseqüência, não estamos preparados nem para crescer nem para a modernização. Esse nó somente será desatado com ensino público, inclusive técnico e profissionalizante, de qualidade e em quantidade suficiente para atender as necessidades nacionais.
O governo tem instrumentos - como o Saeb - para medir a deficiência, mas não ousa corrigi-la. Acabar com o atraso é tarefa que demanda tempo, já perdido de sobra pelo Brasil. Sem ação efetiva imediata, com planejamento para atender primeiro os setores mais carentes de qualificação de mão-de-obra da economia, o bonde do Primeiro Mundo passará diante do país em velocidade supersônica, deixando a nação na poeira, sem chance de embarcar.

Desinteresse pela inovação

Enquanto nos países desenvolvidos as atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico são cada vez mais impulsionadas pela iniciativa privada, no Brasil elas continuam se circunscrevendo predominantemente ao setor público. Na França, por exemplo, 53% dos cientistas trabalham para empresas particulares. Nos Estados Unidos e na Coréia do Sul, esse porcentual já está próximo dos 80%. Entre nós, porém, apenas 16% dos pesquisadores atuam na iniciativa privada. Os 84% restantes trabalham em universidades públicas ou em órgãos governamentais, como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica e o Centro de Energia Nuclear na Agricultura.
O resultado acaba sendo paradoxal: apesar do aumento dos investimentos do País em pesquisa e desenvolvimento, que pode ser constatado pela ampliação do número de doutores formados por universidades de ponta e pela elevação do número de artigos publicados por cientistas brasileiros em conceituadas revistas especializadas internacionais, as empresas nacionais continuam enfrentando dificuldades para incorporar as inovações científicas aos seus negócios e, com isso, ganhar produtividade, lançar novos produtos e conquistar novos mercados.
Trocando em miúdos, embora a ciência avance, "ela não vira Produto Interno Bruto", como afirma o físico Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor-científico da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), uma das mais importantes agências de fomento ao desenvolvimento tecnológico do País. Isso acontece, diz ele em importante estudo recentemente divulgado pelo Estado, por causa da incapacidade de governos e empresários de construírem "pontes" entre o mundo da ciência e a realidade dos mercados.
Os cientistas fazem pesquisa de ponta, mas as empresas não sabem utilizar o potencial de inovação propiciado pelos institutos do setor público. E, como são elas que geram riquezas, o avanço da ciência não tem os efeitos que poderia ter no aumento da produção e na criação de novos postos de trabalho.
Segundo Brito Cruz, só quando o setor produtivo passar a registrar aproveitamentos significativos da inovação científica é que a economia brasileira reunirá condições para crescer num ritmo mais acelerado do que o atual. Para isso é indispensável a contratação de maior número de cientistas e pesquisadores e a presença de empresários nos principais órgãos deliberativos das universidades de ponta, assim como a modernização da legislação. Sancionada há dois anos com o objetivo de incentivar as empresas particulares a investirem em ciência e tecnologia, a Lei da Inovação Tecnológica foi o primeiro passo nesse sentido.
Mas, como lembra o diretor-científico da Fapesp, ainda há muitos desafios pela frente e a expansão da ciência e da tecnologia não pode ficar na dependência de financiamento direto do poder público. Para vencer esses desafios, uma saída seria adotar medidas inspiradas na bem-sucedida política posta em prática pela Finlândia e pela Suécia. Nas últimas décadas, indústrias desses países se tornaram líderes mundiais nas áreas em que as inovações são quase diárias, tais como a informática e a telefonia.
Graças a um engenhoso sistema de estímulos fiscais, à criação de comitês científicos, constituídos por professores universitários, pesquisadores e executivos de grandes empresas, e ao compromisso dos governantes de manter intocadas as "regras do jogo", nos dois países a iniciativa privada pôde aumentar significativamente os investimentos em tecnologia. E, à medida que se converteram nos principais empregadores de cientistas e pesquisadores, as empresas finlandesas e suecas em pouco tempo se tornaram grandes conglomerados mundiais.
No Brasil, conforme reportagem recentemente publicada no Estado, muitas empresas têm interesse em firmar acordos com universidades públicas, mas esbarram em problemas que vão da falta de comunicação ao anacronismo da legislação. Nas agências públicas de fomento à pesquisa já não predomina o preconceito ideológico que condena parcerias com a iniciativa privada, mas elas reivindicam leis mais modernas para poderem formalizar acordos. E falta, enfim, um marco regulatório que encoraje o setor produtivo nacional a aumentar seu peso relativo em matéria de inovação tecnológica.



O Estado de S. Paulo, 12/11/2007

Por uma terceirização decente

No Brasil, a terceirização é foco de grande polêmica. Os que são contra argumentam que esse processo desrespeita os direitos dos trabalhadores terceirizados. Os que são a favor defendem que a terceirização pode ser praticada com pleno respeito àqueles direitos.
Na prática, há terceirizações que desrespeitam e outras que respeitam. Para mudar esse quadro, o Brasil precisa de uma lei que induza ao respeito.
Apesar de reconhecer que a legislação, sozinha, não garante a boa terceirização, este artigo apresenta duas sugestões para se cunhar uma lei que dê segurança jurídica às empresas e proteções aos trabalhadores.
Atualmente, o único expediente sobre o assunto é a Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho, que autoriza a terceirização de atividades-meio e proíbe a terceirização de atividades-fim.
E aqui começa a confusão. O que é meio e o que é fim? Na prática, é impossível fazer essa distinção. Por isso alguns juízes acham que a atividade "A" é meio, enquanto outros acham que é fim, o que gera insegurança jurídica.
Por exemplo, em junho de 2007 a Justiça do Trabalho condenou a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) a incorporar a seu quadro de pessoal os terceirizados que trabalhavam em empresas contratadas para realizar obras de extensão de rede elétrica, manutenção de iluminação pública, instalação de medidores e outras atividades consideradas como fim, o que, na prática, acabará com a terceirização naquela empresa.
O que interessa na terceirização não é a esgrima entre meio e fim, e sim a proteção de todos os que participam da produção como empregados da contratante e das contratadas ou como profissionais autônomos, cooperados, teletrabalhadores, etc.
Teoricamente, a terceirização gera ganhos de especialização, qualidade, agilidade, simplificação, desburocratização, avanço tecnológico, uso racional do tempo, rateio de riscos, redução de custos e tudo o que contribui para a produtividade, o lucro, os investimentos e os empregos.
Mas nem sempre é assim. Por isso há empresas que terceirizam; há as que não terceirizam; e há as que desterceirizam. Essa decisão é das empresas. Trata-se de uma decisão complexa e que não pode ser administrada por juízes que, por estarem longe do mundo da produção, ora julgam de um jeito, ora de outro. O que interessa, repetindo, não é autorizar esta e proibir aquela atividade, mas sim garantir proteções para todos os que integram a produção.
O primeiro passo para se chegar a uma lei de boa qualidade é acabar com a divisão artificial entre meio e fim. O segundo é criar um mecanismo que leve as contratantes a ajudar a assegurar o cumprimento das leis de proteção.
Um dos modos de fazer isso é responsabilizar as empresas contratantes pela contratação de empresas idôneas e pelo acompanhamento de suas condutas ao longo do contrato de terceirização. Como fazer esse tipo de monitoramento sem criar muita burocracia? Aqui vai uma sugestão.
Para as contratantes que seguirem as regras do referido monitoramento, a sua responsabilidade seria subsidiária. Caso contrário, seria solidária. Como subsidiárias, elas responderiam por eventuais desvios no caso de fracasso das contratadas. Como solidárias, elas responderiam sempre pelos desvios, independentemente do que ocorre com as contratadas. Trata-se de uma forte elevação do risco para quem optar pelo comodismo.
Vejamos um exemplo. Hoje em dia, as grandes grifes de confecções (Giorgio Armani, Lacoste ou Hugo Boss) se concentram na atividade de criação e subcontratam todas as demais atividades com empresas e autônomos que executam o corte, a costura, o acabamento, a embalagem e a entrega do produto final nas lojas. Trata-se de uma verdadeira constelação de contratos e relacionamentos que englobam vários tipos de atividades. O mesmo ocorre com os que, como contratados, executam a soldagem, a pintura, a eletricidade e o estofamento nas montadoras de automóveis.
Nessa cadeia de contratantes e contratadas, as que seguirem as regras acima teriam responsabilidade subsidiária. As demais cairiam na solidária. Com essa elevação do risco de punição, as contratantes seriam induzidas a fazer o necessário monitoramento, transformando-se em verdadeiros fiscais na supervisão do cumprimento das proteções dos trabalhadores. É apenas um exemplo de medida que pode nos levar a uma terceirização decente, simples e eficaz.




O Estado de S. Paulo, 13/11/2007

Recursos irrisórios para educação


O governo federal promete destinar R$ 41 bilhões, até 2010, em educação, ciência e tecnologia. Este investimento, esperado com ceticismo, faz parte integrante do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento). É a mesma expectativa que o governo criou com a promessa, que até agora não cumpriu, de dar para todos os alunos das escolas públicas um laptop (computador pequeno de colo) e também de vendê-lo no mercado a um preço acessível.
A universalização da informática nas escolas públicas, que todos aprovaram, é um projeto ambicioso, se considerarmos que nas áreas rurais existem milhares de escolas que não têm eletricidade. O uso deste equipamento eletrônico por milhões de crianças brasileiras é de um valor incomparável, capaz de elevar rapidamente o nível de aproveitamento do ensino.
Atualmente, a média nacional do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) estabelecido pelo governo é de 3,8 no primeiro ciclo e de 3,5 no segundo. No sertão, que vai do Norte de Minas até o interior do Nordeste, este índice cai para 2,7 nos dois ciclos.
O Brasil é, ainda, um país pobre. Com enormes disparidades regionais e grandes contingentes de pobreza e de miséria. Essas desigualdades econômicas refletem na qualidade do ensino e no grau de acesso das crianças às escolas.
As grandes diferenças de renda produzem ou acentuam as distâncias sociais, principalmente na educação que recebem os estudantes filhos de famílias abastadas e os filhos de famílias pobres. Os ricos cursam as melhores escolas, dedicam-se ao estudo em tempo integral e têm acesso aos livros e outros instrumentos de ensino. Os pobres, principalmente os jovens que estudam e freqüentam os cursos noturnos, sofrem todas as dificuldades, principalmente as de ordem material.
A experiência internacional ensina que sem investimento em educação não há possibilidade de um país se desenvolver. O professor Arnaldo Niskier, especialista emérito em educação, afirma que "a virada do Japão começou em 1868, quando o imperador Meiji assumiu o poder e passou a aplicar mais de 50% do orçamento em educação".
Os salários dos professores primários no Japão são superiores a US$ 3 mil; os professores do ensino médio ganham US$ 4.500 por mês. No Rio de Janeiro, o piso salarial é menos de US$ 250 e há 11 anos não se dá aumento aos professores. Os recursos que o governo anuncia que vai aplicar (R$ 41 bilhões) estão, ainda, muito aquém das nossas necessidades.
Nenhum país chegou ao "primeiro mundo" ou se destacou dos demais sem ter investido em larga escala na educação, na ciência e na tecnologia.
Na Inglaterra, a Universidade de Cambridge é, até hoje, a que mais produziu prêmios Nobel: 83 laureados. Nos Estados Unidos, a universidade de Harvard tem 20 mil alunos; a quarta maior biblioteca do planeta e foi considerada, pelo quarto ano consecutivo, pelo Academic Ranking of World Universities, a melhor universidade do mundo. Em 2007, já recebeu US$ 34,9 bilhões em doações e outros ativos financeiros. A Universidade de Stanford, uma das cinco mais importantes dos EUA, tem um estacionamento privativo para prêmios Nobel... Os americanos foram os que mais ganharam prêmios Nobel: 305.
A nós, resta a esperança de que, um dia, o governo compreenda a importância da educação e ajude o Brasil a encontrar o seu destino.





Jornal do Brasil, 13/11/2007

Demanda por educação e saúde pode crescer


A expansão da renda, a maior participação da mulher no mercado de trabalho e o envelhecimento da população deverão alterar os hábitos de consumo, segundo os economistas do banco Credit Suisse. "Esperamos que a demanda por educação, saúde e transporte cresça proporcionalmente mais do que a renda, enquanto a demanda por alimentos e vestuário deve crescer proporcionalmente menos", diz o economista-chefe do Credit Suisse, Nílson Teixeira.
O relatório do Credit Suisse também mapeia os setores que devem ser favorecidos pelas mudanças de hábito dos consumidores, provocadas por alterações socioeconômicas e demográficas. Teixeira cita um estudo feito por Tatiane Menezes, Fernando Gaiger Silveira e outros pesquisadores, que calcula o impacto da expansão da renda sobre o consumo de diversos grupos de produtos. Para cada variação de 1 ponto percentual da renda, o consumo per capita de educação tende a crescer 1,64%, o de assistência à saúde, 1,27%, o de recreação, cultura e fumo, 1,07%, o de vestuário, 0,91%, e o de alimentos, 0,67%.
Para Teixeira, as mudanças socioeconômicas e demográficas indicam um panorama melhor para a alimentação fora do domicílio do que no domicílio. O aumento da renda, a expansão da população urbana, a redução do número de pessoas por família e a maior participação da mulher no mercado de trabalho tendem a levar ao crescimento da demanda pela alimentação fora de casa e por produtos que requerem menor tempo de preparo, avalia ele.
O segmento de ensino superior também merece destaque no estudo do Credit Suisse. Com base em informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e do Censo Escolar do Ministério da Educação, o banco diz que, em 2006, o número de matrículas na rede privada de ensino superior cresceu 15,3% em relação ao ano anterior, quando já havia ocorrido uma alta de 9,3%. "Por enquanto, o ensino superior parece ser o maior beneficiário do aumento do gasto das famílias com educação", diz Teixeira.
O estudo mostra ainda que o percentual das pessoas entre 18 e 24 anos que fazem um curso superior vem crescendo significativamente desde os anos 90. Em 2006, o número era de 12,6%, quase três vezes mais que os 4,6% de 1992. E há uma demanda crescente por mão-de-obra qualificada.
O envelhecimento da população, por sua vez, deve aumentar as despesas com planos de saúde e consultas médias, aponta Teixeira. Em 1980, os brasileiros com mais de 65 anos eram 4% da população. Hoje, são 6,3% e, para o IBGE, devem ser 18,8% em 2050. "Vários estudos revelam que a presença de idosos na família e a renda são as variáveis mais importantes para se explicar os gastos com saúde. Num cenário de envelhecimento da população e de aumento da renda disponível das famílias, é de se esperar que as despesas com planos de saúde e consultas médicas cresçam mais rápido."



Jornal Valor Econômico, 02/01/2008

Caráter e Consciência


Sabemos que o caráter é o eixo da educação. Por isso, os pais têm o grave dever de formar nos filhos um caráter reto e uma vida honesta.Sêneca dizia que de "nada vale ensinar aos jovens o que é alinha reta, se não lhes ensinarmos o que é a retidão". Spalding repetia que "as civilizações perecem não por falta de cultura, mas por falta de moral".O caráter dá esplendor e respeito aos velhos. Em todos os tempos, os homens de caráter firme foram as colunas da sociedade. Portanto, cultivando o caráter dos nossos filhos, estaremos cultivando o solo sobre o qual crescerá a verdadeira civilização. A grandeza de uma nação ou de uma família não depende da extensão de suas terras, mas do caráter dos seus filhos.No Talmud dos israelitas, há uma passagem que diz: "Onde melhor se conhece o caráter de um homem é nos assuntos de dinheiro, à mesa, e nos momentos de ira".Tudo pode se perder nesta vida: a fama, a popularidade, a riqueza, menos o caráter. Uma mostra de caráter vil é o emprego de servilismo com os grandes e arrogância com os pequenos.Um caráter elevado se forma no cumprimento fiel e esmerado dos deveres. A sabedoria ensina que os pensamentos geram os atos, os atos geram os hábitos, os hábitos moldam o caráter, o caráter firma o destino do homem.A Bíblia afirma que: "o filho mal educado é a vergonha do seu pai" (Eclo 22,3).Os pais não podem deixar de corrigir os filhos, de imediato, diante de uma ato de mau comportamento: roubo, mentira, desrespeito com os outros, desordens, perturbações, etc.Acima de tudo há que ensinar o filho a obedecer à voz sagrada da consciência, que é a própria voz de Deus. Nela, Ele escreveu a lei natural para guiar o homem. Santo Agostinho diz que o homem escreveu os dez mandamentos nas pedras, porque o homem já não conseguia lê-los em seu coração.O maior crime é fazer calar, brutalmente, a voz da consciência. E isto se dá quando não a obedecemos. Violar a voz da consciência é o mesmo que se violar; pois ali é o lugar sacrossanto onde estamos a sós e com Deus.Ghandi dizia que o único tirano a que ele se submetia, sem restrições, era àquela suave voz que falava dentro dele.Notamos, cada dia mais, que todas as formas de censura, mesmo as boas e necessárias, estão caindo; em breve, a única censura será a consciência de cada um. E se esta não existir? E se os filhos não aprenderem a respeitá-la? É por isso que voltamos ao paganismo pré-cristão.São Paulo, ao falar aos romanos da necessidade de submissão às autoridades, por exemplo, dizia que "é necessário submeter-se, não somente por temor do castigo, mas por dever de consciência" (Rom 13,5).Eis aqui algo importante a ser ensinado aos filhos: fazer o bem, não por medo do castigo, mas por "dever de consciência".A voz da consciência nos ensina permanentemente: "faça o bem, evite o mal"; mas ela precisa ser bem formada; e isto só pode ser feito pela Lei de Deus e seus ensinamentos.Precisamos ensinar a nosso filhos que a consciência não pode ser vendida por nada: nem pelo poder, nem pelos prazeres deste mundo e, muito menos, por causa do dinheiro. Aprendamos, mais uma vez, com a sabedoria de Deus: "Vale mais o pouco com o temor do Senhor do que um grande tesouro com a inquietação"."Mais vale um prato de legumes com amizade que um boi cevado com ódio" (Prov 15,16-17).

Seja determinado


Alguém já disse que ninguém fica velho somente por viver um certo número de anos, mas fica velho por abandonar seus ideais. Os anos enrugam a pele, mas a falta de entusiasmo enruga a alma. Você é tão jovem quanto sua confiança em si mesmo, tão velho quanto seus temores, tão jovem quanto sua esperança e tão velho quanto o seu desespero.Preocupação, dúvida, insegurança, medo e desespero, estão são os longos anos que curvam a cabeça e fazem o espírito em crescimento retornar ao pó.Para se viver bem é preciso ter uma meta na vida, um ideal permanente que nos impulsione a cada dia. Quem vive movido por um ideal, tem sempre vontade de viver e de lutar. Tem motivação a cada dia. Um homem motivado é capaz de ir à Lua, mas sem motivação não é capaz de atravessara rua.Esta é a razão porque muitos se arrastam pela vida: falta-lhes um ideal, um motivo para viver que lhe dê motivação a cada dia. O pão alimenta o corpo, o ideal alimenta o espírito. o segredo para ser sempre jovem é ter uma causa a que dedicar a vida. O grande psicólogo judeu Vitor Frankl, criador da Logoterapia, e que sobreviveu a um campo de concentração nazista, ensina que a causa mais profunda da depressão, no fundo, é a falta de sentido da vida.A razão de viver precisa ser renovada a cada dia, pois só é duradouro aquilo que se renova todos os dias.Não é preciso que você tenha "grandes" ideais; isto é possível a poucos homens, mas há um grande e belo ideal que está ao alcance de todos: construir-se a cada dia e dar de si aos outros para fazê-los felizes. Este é um ideal permanente, que nunca será plenamente atingido e que, portanto, pode impulsioná-lo a vida toda e em todas as idades.O ideal não pode ser apenas buscar uma vida confortável para si e para a família, isto é pouco; é apenas um ideal transitório. Você precisa de um ideal "permanente". Você o tem? Dom Bosco dizia que Deus nos pôs neste mundo para os outros". Quem vive com esta perspectiva, tem sempre mais vontade de viver.Qualquer que seja a nossa atividade e a nossa profissão, sempre podemos fazer dele um meio de fazer o bem; e isto é um belo ideal de vida.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Apoio ao professor



por Roberto Boclin

Comenta-se que nos anos 40, 50 e 60 o ensino público era muito bom. Será? Eram poucas escolas muito boas, outras escolas muito ruins e muita gente na idade escolar sem escola. Hoje, no ensino fundamental, continuam sendo poucas escolas muito boas; porém muitas escolas ruins e, ao contrário de antigamente, muita gente nas escolas sem aprender nada.
Por que nos anos 40, 50 e 60 o analfabetismo apresentou dados dramáticos, dignos de uma praga epidêmica? Se a escola pública ensinasse a ler, escrever e contar nas quatro primeiras séries do primário, não seriam tantos os analfabetos. E atualmente a situação mudou? Infelizmente não. Apenas se diz que noventa e tantos por cento dos jovens em idade escolar estão nas escolas, mas, na realidade, a maioria dos concluintes do ensino fundamental aprendeu muito pouco ou quase nada; e uma parcela ponderável dos concluintes do ensino médio também. Quem pretender modificar o quadro lamentável da sociedade precisa começar pensando em modificar a educação; não como os economistas do passado, com teorias do capital humano, da eficiência mensurável dos custos-benefícios etc., nem como os de hoje, com seus planos nacionais e estaduais que não saem das gavetas, dos dados e das estatísticas. Todos são válidos; dados, estatísticas, curvas e gráficos são importantes, mas o que se torna urgente reside na prioridade a ser dada aos agentes do processo de aprendizagem: ESCOLA, PROFESSOR E ALUNO.
É preciso reposicionar social e economicamente a figura do professor, qualificando-o para missões que lhe restituam o respeito e a admiração da sociedade e proporcionem uma retribuição social compatível com suas funções. É preciso rever as metodologias e os aparatos didáticos envelhecidos pelo tempo e ultrapassados pela velocidade do progresso tecnológico. A sala de aula deve estar aparelhada para se tornar tão atraente quanto um cybercafé ou um salão de jogos eletrônicos. Finalmente, uma escola pública não pode funcionar por apenas três horas diárias. É ridículo imaginar um processo educativo fast-food.



ROBERTO BOCLIN é presidente do Conselho Estadual de Educação do Estado do Rio de Janeiro.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Como apoiar seu filho na escola



Uma das preocupações mais importantes dos pais de família consiste em conseguir que seus filhos aprendam da melhor maneira possível. A escola representa uma fonte de aprendizagem acadêmica, social e emocional, dá à criança múltiplas experiências e permite que desenvolva habilidades de interação, resolução de problemas e realização de metas.Por isso, é importante que as crianças desfrutem as atividades escolares para poder aprender melhor e ter um desempenho satisfatório, adquirindo novos conceitos ou matérias importantes.A família tem um lugar importante na aprendizagem da criança porque é no lar que o pequeno obtém a segurança, o afeto e a identidade necessários para um desenvolvimento sadio e positivo. A maneira mais importante e básica para ajudar as crianças é aceitá-las, respeitá-las e ter muito carinho por elas, com isso estamos favorecendo o desenvolvimento sadio de sua personalidade, o que as ajudará a enfrentar os desafios que diariamente encontram na escola.É importante, hoje em dia, que as crianças estabeleçam uma rotina de estudo e que disponham de tranqüilidade e tempo suficiente para fazer as tarefas escolares. Freqüentemente, este tema representa uma dificuldade para os pais, já que se torna um motivo de luta e não de comunicação. Para começar, é preciso escolher o horário para que os pais de família tenham tempo para apoiar e supervisar o que a criança faz e, por sua vez, a criança tenha a disposição de estudar sem nenhuma interferência.Em certas ocasiões, por falta de tempo e de disposição para atender a criança, os pais fazem a tarefa escolar. O essencial é que ela adquira o costume e a responsabilidade de cumprir com suas obrigações e, se os pais estiverem interessados no que a criança estiver fazendo, ela se sentirá incentivada a trabalhar e, sobretudo, ficará motivada quando acompanhada pelos pais que a animam a descobrir o lado estimulante da aprendizagem.Se a criança tiver problemas inesperados ao aprender a ler, escrever, escutar, falar ou estudar matemática, então os professores e os pais podem investigar mais. É possível que a criança tenha que ser avaliada para ver se tem um problema de aprendizagem.Os problemas de aprendizagem tendem a ser diagnosticados quando as crianças chegam à idade escolar. Isto acontece porque a escola se concentra naquelas coisas que podem ser difíceis para os pequenos, como: ler, escrever, resolver problemas de matemática, escutar, falar e raciocinar. Os professores e os pais observam que a criança não está aprendendo como se esperava. Também é possível que a escola solicite uma avaliação para descobrir qual seria a causa do problema. Para prevenir este tipo de situações, é importante levar em conta o seguinte:• Elogie o seu filho quando ele fizer um bom trabalho. As crianças com dificuldades escolares podem ter um bom rendimento em uma variedade de coisas. Verifique o que agrada a seu filho como, por exemplo, dançar, jogar futebol ou usar os computadores. • Averigúe como seu filho aprende melhor. Aprende através de experiências práticas ou observando e escutando? Ajude seu filho a aprender através de seus pontos fortes (habilidades naturais).• Deixe seu filho ajudar nas tarefas domésticas, elas podem aumentar sua confiança e habilidades concretas. Dê instruções simples, divida as tarefas em passos pequenos, recompense os esforços de seu filho(a) com elogios.• Realize atividades que motivem a pesquisa, com ir a uma biblioteca, museus ou parques. • Todos os dias leia algo interessante, escute e responda as perguntas deles, procurando conversar e respeitando seus pontos de vista.• Procure oportunidades para participar de seus jogos e brincadeiras, é uma boa oportunidade para se relacionar e conhecer seus gostos e interesses.• Não dê prêmios caros nem utilize expressões como “se você fizer o dever de casa, eu lhe dou um presente”, “faça o seu dever e levo você para passear”, porque as crianças devem estar convencidas das vantagens que representa cumprir com seus deveres, sabendo que se não o fizerem, sofrerão as conseqüências.Atualmente, temos muito trabalho para realizar e a participação dos pais é importante para reforçar tudo o que as crianças forem desenvolvendo, além disso, quando elas aprendem a aceitar que podem errar ou ter pontos fracos, se motivam para superar os desafios, contribuindo para a sua própria aprendizagem e desenvolvimento como futuros adultos.





Artigo extraído do site www.almas.com.mx

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Homens e Deuses - Augusto Simões Azevedo




Segundo a mitologia Deuses são seres metafísicos que possuem poderes além da compreensão humana. Com o olhar poderia tirar a vida de alguém; um movimento poderia criar terremotos e devastações. A mesma força poderia, com um uivo, transformar montanhas em pó.

Será que nós homens não temos esse mesmo poder? Um olhar carinhoso a uma pessoa completamente desafortunada não da um pouco de dignidade a ela; uma pessoa que levanta o braço para não deixar uma senhora que se descuidou a atravessar a rua para lhe salvar a vida; um marido que diz à esposa “eu te amo” logo pela manhã transformaria o dia dela; uma palavra grosseira e não pensada poderia destruir um homem.

Temos muito dos deuses em nós. Acho que até mesmo podemos superá-los, por que conseguimos destruir e criar vida a partir de pequenos gestos, um abraço - um beijo, até mesmo uma simples palavra pode mudar completamente o mundo de alguém.

Talvez seja arrogância dizer que somos deus, mas na mitologia existiam também os Semi Deuses que era meio homem meio deus, indivíduos com poderes sobre humanos que tinham diversas habilidades. O mais famoso creio ser Hercules, com sua força descomunal, um herói que usava sua habilidade para favorecer a bondade, proteção e paz na terra. O homem comum, porém, que se esforça para ser forte e assim poder ajudar as pessoas, como os policiais de bom caráter que usam seus corpos e força para proteger quem não seria talvez um Hercules do mundo atual. Apesar do fato da ficção criar sempre adjetivos sobrenaturais, não vejo diferença entre a essência dos dois. Vejo diversos outros exemplos que posso relatar, como Atena, deusa da sabedoria, de inteligência comparada à de Albert Einstein e de Sigmund Freud. Ou até Ades, deus da guerra, comparável a Adolf Hitler e a Genghis Khan. Podemos pegar varios exemplos simples para comparar seus feitos.

O homem tem tanto poder para fazer o bem quanto para fazer o mal. Cada pessoa tem sua essencia propria ou até mesmo mudada pela vivência que tem. Uma vez li um ditado que dizia “ só pode se fazer o bem quem tem a capacidade de fazer o mal”.

Então, refleti muito e penso que na verdade matar é muito mais facil do que salvar. Comer toda a refeição é mais facil do que doa-la a uma pessoa com fome. Cruzar os braços é muito mais facil do que estender a mão.

As pessoas hoje em dia dizem e fazem coisas sempre com pensamentos egoistas. Sempre ajudam com segundas intenções. São raras as que ajudam com o prazer de ajudar, com bondade sem esperar algo em troca.

AMOR ETERNO


Sinto me corajoso a ponto de enfrentar um exercito inteiro e covarde a ponto de temer minha sombra
Sinto me forte para levar a lua nas costas e fraco a ponto de não levantar minha pupila
Sinto leve a ponto de voar e pesado a ponto de não mecher nenhum nervo do meu corpo
Sinto minha alma sendo esquartejada e meu coração dilacerado
Sinto me invulnerável a qualquer coisa que possa me acontecer
Sinto me como anjos e Serafins do céu e como demônios e almas danadas
Mesmo com todos esses sentimentos unidos em uma só alma eu sinto que devo tudo a pessoa que me fez sentir todo esse amor, querendo que minha vida fosse eterna para poder recompensá-la.





Augusto Simões Azevedo

AMOR ETERNO- Augusto Simões Azevedo

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Bullying, o crime do desamor - Gabriel Chalita



O motorista que, no trânsito, por estar a bordo de um carro novo e possante, encosta no veículo da frente e exige passagem, deseducadamente, piscando os faróis, buzinando, pressionando, está praticando um ato de violência. O político que se acha mais importante do que o resto do mundo e trata as pessoas com arrogância, está sendo, de algum modo, violento. Podemos dizer o mesmo do empresário que humilha seus funcionários, só porque lhes paga salário. Essas pessoas, com atitudes que agridem ou intimidam, estão praticando o que possivelmente já praticaram em outros ambientes, inclusive na escola: o bullying. A palavra vem do adjetivo bully, que em inglês significa valentão. Quem é mais forte tiraniza, ameaça, oprime, amedronta e intimida os mais fracos. Na escola, essa atitude pode ter resultados drásticos, porque leva a vítima, muitas vezes, ao isolamento e até ao abandono. O bullying agride a alma do indivíduo, o apequena pelo medo ou pela vergonha, pela dor física ou moral.
Esse comportamento agressivo tem sido observado nas escolas, e por isso mesmo é motivo de preocupação de pais e educadores, já há algum tempo, porque demonstra que está faltando afeto nas relações entre crianças e adolescentes, possivelmente em razão de problemas familiares. A falta de diálogo e de respeito parece ser a origem da agressividade infantil e juvenil, um problema que começa a ser discutido com mais intensidade diante do aumento da violência escolar no mundo inteiro.
Em Portugal, por exemplo, pesquisa feita com sete mil alunos revelou que um em cada cinco alunos já foi vítima desse tipo de agressão. Na Espanha, o nível de incidência também já chega a 20% entre os alunos. Na Grã-Bretanha, terra dos hoolligans, aqueles torcedores que saem em grupo pelas ruas, procurando brigas e agredindo pessoas, há mais motivos ainda para apreensão: foi apurado, em pesquisa, que 37% dos alunos do primeiro grau das escolas britânicas admitiram que sofrem bullying pelo menos uma vez por semana. Nos Estados Unidos, o fenômeno atinge também um percentual muito alto - estima-se que até 35% das crianças em idade escolar estão envolvidas em alguma forma de agressão e de violência na escola. Foi nesse país, no estado do Colorado, que recentemente dois adolescentes do ensino médio usaram armas de fogo para matar treze pessoas e ferir dezenas de outras. Depois do ataque, cometeram suicídio. Descobriu-se, mais tarde, que os agressores sofriam constantes humilhações dos colegas de escola.
No Brasil, um estudo feito pela Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência (Abrapia), em 2002, no Rio de Janeiro, com 5.875 estudantes de 5ª a 8ª séries, de onze escolas fluminenses, revelou que 40,5% dos entrevistados confessaram o envolvimento direto em atos como a humilhação por causa de defeitos físicos, obesidade, cor da pele, que ocasionam seqüelas emocionais nas vítimas e contribuem para que elas não atinjam plenamente o seu desenvolvimento educacional. Como efeito, observa-se a redução do rendimento escolar, e a conseqüência mais nefasta: a vítima de bullying pode se tornar agressiva ou até mesmo passar a reproduzir essas práticas horríveis contra a pessoa e sua dignidade.
Como identificar esse tipo de desvio social?
É fundamental que, tanto em casa quanto na escola, a criança tenha liberdade para dizer o que pensa e o que sofre. O diálogo ajuda a entender o cotidiano do aprendiz. O principal sinal de perigo está naquele aluno que vai ficando apático, e que se tranca na sua dor, sem revelar os sentimentos.
E qual é a saída para corrigir o problema?
Primeiro, é fundamental desenvolver nas escolas ações de solidariedade e de resgate de valores de cidadania, tolerância, respeito mútuo entre alunos e docentes. Estimular e valorizar as individualidades do aluno. Potencializar eventuais diferenças, canalizando-as para aspectos positivos que resultem na melhoria da auto-estima do estudante.

Com toda a certeza, se a escola formar indivíduos melhores, teremos motoristas melhores, políticos melhores, empresários melhores. E cidadãos melhores.

Artigo publicado na Revista Profissão Mestre, edição de dezembro de 2007

PENSAMENTOS