"Os Educadores-sonhadores jamais desistem de suas sementes,mesmo que não germinem no tempo certo...Mesmo que pareçam frágeisl frente às intempéries...Mesmo que não sejam viçosas e que não exalem o perfume que se espera delas.O espírito de um meste nunca se deixa abater pelas dificuldades. Ao contrário, esses educadores entendem experiências difíceis com desafios a serem vencidos. Aos velhos e jovens professores,aos mestres de todos os tempos que foram agraciados pelos céus por essa missão tão digna e feliz.Ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se encantar com acolheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes"(Gabriel Chalita)

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domingo, 31 de maio de 2009

Trote pacífico

Os trotes agressivos representam um percentual pequeno, cerca de 4% do total, mas ainda existem casos de constrangimento e humilhações na recepção aos calouros das universidades. "São exceções que não podem exisitir. Muitas vezes o novo aluno aceita a violência com medo de não ser aceito pelo grupo", defendeu o vereador Gabriel Chalita em encontro com cerca de 120 estudantes, professores e representantes de diretórios acadêmicos de Universidades, na Câmara Municipal de São Paulo.Existem várias universidades que incentivam a prática de ações de responsabilidade social como forma de trote, entre as quais, doações de sangue, trabalho voluntário em creches e asilos. As iniciativas, entretanto, são praticamente desconhecidas, principalmente pelos alunos do ensino médio. A presidente do grêmio da Escola Estadual Professor Antonio Alves Cruz, Priscila, comentou que muitos estudantes têm medo de ingressar no ensino superior e sofrer os violentos trotes noticiados pela mídia. O vereador defende a necessidade de dar visibilidade às iniciativas de inclusão e cidadania. "É necessário fazer um pacto na cidade para mostrar à sociedade as práticas positivas e apontar as irregularidades". O presidente do G20, grupo que reúne Associações Atléticas Acadêmicas das principais universidades de São Paulo, Guilherme Ruggiero, acredita que a conscientização dos veteranos, dos novos alunos, dos pais e das universidades é, também, um instrumento importante para o problema que ele considera de fácil solução. "Se o calouro é recebido, abraçado, de forma acolhedora, ele vai fazer o mesmo quando for veterano e, em poucos anos, a realidade será outra", observou Guilherme. O encontro, realizado na quinta-feira, 28/5, deve ser apenas o primeiro debate sobre alternativas aos trotes violentos. "Vocês devem frequentar mais a Câmara, participar mais e sentir à vontade porque aqui é a casa do estudante, do professor, do morador de rua, do povo", convidou o vereador.Na sexta-feira, dia 29 de maio, às 19 horas, será realizada, também na Câmara Municipal, a entrega do Prêmio de Cidadania Universitária Edison Tsung-Chi Hsueh às entidades estudantis que se destacaram na organização de Trotes Solidários, estimulando o exercício da cidadania, a preservação ambiental e a participação comunitária na recepção aos calouros.

sábado, 30 de maio de 2009

Secretário de Educação de SP admite falhas em processo de escolha de livros

O secretário estadual da Educação de São Paulo, Paulo Renato Souza, afirmou que vai mudar o processo de compra de livros para as escolas.
Ele pretende criar uma comissão de especialistas que fará um parecer sobre cada obra.
Nas últimas semanas, reportagens da Folha mostraram que, dos 818 títulos distribuídos para alunos da rede estadual de ensino na faixa dos nove anos, dois tinham linguagem inadequada: um livro em quadrinhos trazia palavrões e outro, um poema com ironias do tipo "nunca ame ninguém. Estupre".

*
FOLHA - Como os livros são escolhidos?PAULO RENATO SOUZA - Cada processo na secretaria teve uma sistemática.
No Ler e Escrever [projeto implementado pelo governador José Serra (PSDB) quando era prefeito de SP], mais da metade dos 818 títulos já era usada na secretaria municipal.

O Estado usou as mesmas obras e, como alguns títulos estavam fora de catálogo, pedimos que elas [as editoras] mandassem novos livros para essas faixas etárias.

Quem fez a seleção foi a mesma comissão que trabalhava no município, constituída de professores da rede municipal vinculados à coordenação do programa, mais alguns professores contratados especialmente para isso.

Havia normas claras para seleção, que, obviamente, ao menos nos dois casos, não foram seguidas. Foram cometidos erros no processo de seleção.

O que não tem sido destacado é que o programa é bom, necessário para a aprendizagem das crianças. Se há dois títulos errados, 816 são bons.
Mas, de fato, foi detectado problema com o livro sobre futebol [que continha palavrões].
Quem escolheu aquele livro leu o prefácio, a capa e algumas histórias, mas não as três que eram complicadas. O segundo livro é claramente inadequado para a idade. A poesia tem ironia. É uma reflexão de como não agir. Claro, isso só é entendido por alunos mais velhos.

FOLHA - Onde ocorreu o erro?
PAULO RENATO - No fato de não termos comissão formal de especialistas, que deveria ter escrito um parecer sobre cada livro. É o que faremos daqui para a frente, como eu fazia no Ministério da Educação [na gestão FHC].

FOLHA - Foi um erro da secretária Maria Helena Guimarães de Castro [as compras foram feitas no ano passado, na gestão dela]?
PAULO RENATO - Foi um erro da secretaria, da coordenação do programa, não quero responsabilizar ninguém [há uma sindicância para apurar o caso].

FOLHA - Após o primeiro problema, a secretaria disse que passava pente-fino nas demais obras...
PAULO RENATO - Vai acabar hoje [ontem] à noite. A poesia havia sido detectada na noite anterior à publicação [da reportagem de ontem]. Eles não me trouxeram a informação. Mas tinha sido detectado. Se houver necessidade, vamos excluir mais alguns títulos.

Estamos deixando de ser idiotas? G.Dimenstein


Nação idiota é aquela em que os alunos saem da escola sem aprender a ler e escrever direito. Não há civilidade democrática que se construa a partir disso. Nesse sentido, somos uma nação idiotizada --e vamos ser por muito tempo. Há, porém, motivos para celebração, como este plano anunciado pelo governo federal para estimular a formação do professor.
O que se pretende é aprimorar a seleção de professor , além de aumentar a oferta e melhorar a qualidade dos cursos de formação nas universidades. É algo que vai ao encontro do anúncio do governo de São Paulo de obrigatoriedade de um curso antes de o professor, já aprovado em concurso, passar mais um tempo estudando.
Estamos tocando na essência do nosso subdesenvolvimento: a baixa qualificação dos professores. Isso se deve a toda uma mobilização, crescente, da sociedade pelo ensino público. É o avanço político mais importante do país.
Ainda é apenas o começo. Mas a verdade é que todas essas ideias só vão mesmo funcionar quando pudermos atrair os talentos da sociedade para dentro da escola. Atrair significa a combinação de salário com reconhecimento social.
Atrair talentos significa que uma comunidade coloca em primeiro lugar a qualificação de todos os seus integrantes, e não apenas da elite. A novidade é que nossa elite econômica não só aceita como se mobiliza a favor desse princípio tão simples.
Por isso, que a tarefa de melhoria da educação só é comparável à abolição da escravatura.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

VIAGRA - Luiz Fernando Verissímo

Casal lendo a bula do Viagra:
- Vai, Horácio. Toma logo.
- Eu não tomo nada sem antes ler a bula. Cadê meus óculos?
- Pendurados no seu pescoço.
- Isso é ridículo, Maria Helena. Ridículo!!!
- Então, todos os homens da sua idade são ridículos. Porque todos estão tomando! E não me puxa esse lençol, fazendo o favor. Olha aí o bololô que você me faz nas cobertas!
- A humanidade conseguiu crescer e se multiplicar durante milênios sem isso. Nós dois crescemos e nos multiplicamos sem isso. Taí o Pedro Paulo, taí o Zé Augusto que não me deixam mentir. Fora aquele aborto que você fez.- Horácio, eu não vou discutir isso com você agora. Toma logo esse negócio.
- Isso aqui faz mal pro coração, sabia? Um monte de gente já morreu tentando dar uma trepadinha farmacêutica.
- Foi por uma boa causa. E não faz mal coisa nenhuma. Só pra quem é cardíaco e toma remédio. Você não é cardíaco. Nem coração você tem mais.
- Não começa, Maria Helena, não começa.
- Pode ficar sossegado que você não vai morrer do coração por causa dessa pilulinha. Eu vi num programa do GNT um velhinho de 92 anos que toma isso todo dia.
- Sério?- Preciso de sexo, Horácio.
- Mas hoje é segunda, Maria Helena... O sexo é uma ditadura, Maria Helena
A gente tá na idade de se livrar dela.
- Saudades da dita dura. Olha só, você me fez fazer um trocadilho de merda.
- Além do mais, Maria Helena, nós já tivemos um número mais do que suficiente de relações sexuais na vida, por qualquer padrão de referência, nacional ou estrangeiro. A quantidade de esperma que eu já gastei nesses anos todos com você dava pra encher a piscina aqui do prédio.
- Com o esperma que você ordenhou manualmente, talvez. O que o senhor gastou comigo não daria nem pra encher o bidê aqui de casa. Um penico, talvez. Até a metade.- Maria Helena...
- E faz quase um ano que não pinga uma gota lá dentro!
- Sossega o facho, mulher. Vai fazer ioga, tai chi chuan. Já ouviu falar em feng shui, bonsai, shiatsu ? Arranja um cachorro. Quer um cachorro ? Um salsichinha?
- Quero um salsichão, Horácio. Olha aí: outra piadinha infame.
- É porque você está com idéia fixa nessa porcaria.
- Que porcaria?- O sexo, Maria Helena, o sexo.
- Sabe o que mais que deu naquele programa sobre sexo, Horácio?
- Não estou interessado.
- Deu que as mulheres com vida sexual ativa têm muito menos chance de ter câncer. É científico.
- Come brócolis que é a mesma coisa, Maria Helena. Protege contra tudo que é câncer.. Também é científico, sabia? E puxado no azeite, com alho, fica uma delícia.
- A que ponto chegamos, Horácio. Eu falando de sexo e você me vem com brócolis puxado no azeite!
- Com alho.
- Faça-me o favor, Horácio.
- Maria Helena, escuta aqui, você já tem 50 anos, minha filha, dois filhos adultos, já tirou um ovário, já...
- Não fiz 50 ainda. Não vem não. E o que é que filho e ovário têm a ver com sexo?
- Maria Helena, me escuta. Depois de uma certa idade as mulheres não precisam mais de sexo.
- Ah, não? Quem decidiu isso?
- Sexo nessa idade é pras imaturas. Pras deslumbradas, pras iludidas que não sabem envelhecer com dignidade.
- Prefiro envelhecer com orgasmos
- O que é que o Freud não diria de você, Maria Helena.
- E de você, então, Horácio? No mínimo, que você virou gay depois de velho. Boiola.
- Maria Helena! Faça-me o favor.. Eu tenho que ouvir isso na minha própria casa, na minha própria cama,diante da minha própria televisão?
- Aliás, gay gosta de sexo. É o que eles mais gostam de fazer. Você virou outra coisa, sei lá o quê. Um pingüim de geladeira, talvez.
- Maria Helena, dá um tempo, tá? Tenho mais o que fazer.
- Fazer? Essa é boa. O que é que um bancário aposentado com salário integral tem pra fazer na vida, posso saber? Ficar jogando bilhar a tarde inteira?
- Sem comentários, Maria Helena, sem comentários.
- Tá bom, sem comentários. Bota os óculos e lê duma vez essa bendita bula.
- Só que precisa de dois óculos pra ler isso. Olha só o tamanhico da letra. Se é um negócio pra velho, deviam botar uma letra bem grande. Pelo menos isso
-Vira o foco do abajur para cá... assim... melhorou?
- Abaixa essa televisão também. Não consigo me concentrar ouvindo novela. Mais. Mais um pouco.- Pronto, patrãozinho. Sem som. Vai, lê duma vez.
- O princípio ativo do medicamento é o citrato de sildenafil
-Sei.
- Veículos excipientes: celulose microcristalina...
- Celulose vem da madeira. Pau, portanto. Bom sinal.
- Onde foi parar a sua pouca educação, Maria Helena?
- Vai lendo, Horácio. Depois conversamos sobre a minha pouca educação..
- Cros... camelose sádica. Croscamelose. Castrepa, Maria Helena. Me recuso a tomar um troço com esse nome. Deve ser alguma secreção de camelo. Se não for coisa pior.
- Não é camelose. Num tá vendo aí? É caRmelose.. Deve ser algum adoçante artificial. Pro seu pau ficar doce, meu bem.
- A menopausa acabou com a sua lucidez, Maria Helena.
- Que mais, que mais, Horácio?
- Dióxido de titânio.
- Ah, titânio. Pro negócio ficar bem duro.
- índigo carmim...- índigo? Deve ser o que dá o azul da pilulinha.
- Será que esse negócio não vai deixar o meu pau azul, Maria Helena?
- E daí, se deixar? Você não sai por aí exibindo o seu pênis, que eu saiba. Ou sai?
- Mas, e se eu for a um mictório público? o que é que o cara ao lado não vai pensar do meu pinto azul?
- Diz que você é um alienígena, ora bolas. Que o seu corpo está pouco a pouco se adaptando à Terra, que ainda faltam alguns detalhes. Ou explica que você é um nobre, de sangue e pinto azul. Ou não diz nada, ora bolas. Acaba de mijar, guarda o pinto azul e vai embora, pô.
- Escuta. Agora vem a parte que explica como esse petardo funciona.
- Isso. Quero ver esse petardo funcionando direitinho.
- Presta atenção. 'O óxido nítrico, responsável pela ereção do pênis,ativa a enzima guanilato ciclase, que, por sua vez, induz um aumento dos níveis de monofosfato de guanosina cíclico, produzindo um relaxamento da musculatura lisa dos corpos cavernosos do pênis e permitindo assim o influxo de sangue:' Cacete. Corpos cavernosos Já pensou, Maria Helena? Corpos cavernosos sendo inundados de sangue? Puro Zé do Caixão.
- Corpo cavernoso só pode ser herança do homem das cavernas. Vocês homens evoluem muito lentamente.
- Pára de viajar, Maria Helena.
- Eu já tô relaxado. Tô até com sono, pra falar a verdade.
- Lê, lê, lê, lê aí. Você já dormiu tudo a que tinha direito nessa vida.
- Vou ler. 'Todavia, o sildenafil não exerce um efeito relaxante diretamente sobre os corpos cavernosos..:'
- Não?- Não, Maria Helena. Ele apenas 'aumenta o efeito relaxante do óxido nítrico através da inibição da fosfodiesterase-5, a qual'
- veja bem, Maria Helena, veja bem
- 'a qual é a responsável, pela degradação do monofosfato de guanosina cíclico no corpo cavernoso?'. Ouviu isso?
- Degradação, Maria Helena. Dentro dos meus próprios corpos cavernosos. Degradante..
- Degradante é pinto mole..
- Olha o nível, Maria Helena! Olha o nível!! Vamos ver os efeitos colaterais. Olha lá: dor de cabeça. Você sabe muito bem que se tem uma coisa que eu não suporto na vida é dor de cabeça.
- Na cultura judaico-cristã é assim mesmo, Horácio. Pra cabeça de baixo gozar, a de cima tem que padecer.
- Não me venha com essa sua erudição de internet, Maria Helena. Estamos off-line.
- Deixa de ser criança, Horácio. Se der dor de cabeça você toma um Tylenol, reza uma ave-maria, canta o 'Hava Naguila' que passa.
- Outro efeito colateral: rubor. Rá, rá. Vou ficar com cara de quê, Maria Helena? De camarão no espeto?
- Se for camarão com espeto, tá ótimo. Que mais, que mais?
- Enjôos. Ó céus! Enjôos...
- Você sempre foi um tipo enjoado, Horácio. Ninguém vai notar a diferença.
- Vamos ver o que mais... hum.. dispepsia. Que lindo. Vou transar arrotando na sua cara.
- Você me pega por trás. Arrota na minha nuca.
- É brincadeira.. É essa a sua idéia de amor, Maria Helena?
- Isso não tem nada a ver com amor, Horácio. Já disse: é profilaxia contra o câncer. E arrotar, você já arrota mesmo o dia inteiro, sem a menor cerimônia. Na mesa, na sala, em qualquer lugar.
- Como se você não arrotasse, Maria Helena.
- Mas não fico trombeteando os meus arrotos. Isso é coisa de machão broxa. Em vez de trepar com a esposa, fica arrotando alto pra se sentir o cara do pedaço.
- Como você é simplória, Maria Helena, como você é.... menor. Desculpe, mas acho que o seu cérebro anda encolhendo, sabia? Ou mofando. Ou as duas coisas.
- Vai, Horácio, chega de conversa mole. E de pau idem. Pula os efeitos colaterais.
- Como , 'pula os efeitos colaterais'? É porque não é você quem vai tomar essa meleca, né? Vou ler até o fim. Os efeitos colaterais são a parte mais importante. Olha lá: gases. Que é que tá rindo aí
-Do efeito cu-lateral. Desculpa. Esse foi de propósito. Não agüentei..
- Admiro seu humor refinado, Maria Helena. Torna você uma mulher tão mais sedutora, sabia?
- Obrigada, Horácio.'Agora, quanto aos seus gases, pode relaxar o esfíncter, meu filho. Numa boa. Tô tão acostumada que até sinto falta quando estou sozinha. Sério. Fico pensando: Ah, se o Horácio estivesse aqui agora pra soltar uma bufa de feijoada com cerveja na minha cara...
- Maria Helena, qualquer dia você vai ganhar o Oscar da vulgaridade universal.
- Vou dedicar a você.
- Vamos ver que mais temos aqui em matéria de efeitos colaterais. Ah! Congestão nasal. Que gracinha. Vou ficar fanho, que nem o Donald. Qüém,qüém. Qüém.
- Um pateta com voz de pato. Perfeito.
- Ridículo. Absurdo. Idiota.
- Ridículo você já é, Horácio. E quem não é? Além do mais, é só calar a boca que você não fica fanho.
- Ah, tá. E se eu quiser falar alguma coisa na hora?
- Você não diz nada de interessante há mais de dez anos, Horácio. Vai dizer justo na hora de trepar?
- Eu não nasci para dizer coisas interessantes a você, Maria Helena.
- Já percebi.
- Hum. Ouve só; diarréia!
- Quê?
- É outro efeito colateral dessa bomba aqui. Fala sério, Maria Helena. Isto aqui é um veneno. Não sei como eles vendem sem receita.
- Deixa de ser pueril, Horácio. Magina se alguém vai ter todos os efeitos colaterais ao mesmo tempo. No máximo um ou dois.
- A caganeira e os arrotos, por exemplo? Ou a ânsia de vômito e os gases?
- Faz um cocozinho antes. Pra esvaziar! Agora, Horácio. Eu espero.
- Eu não estou com vontade de fazer cocozinho nenhum, Maria Helena. Faça-me o favor. E olha aqui, mais um efeito colateral: visão turva.
- Você bota os seus óculos de leitura. E que tanto você quer ver que já não viu?
- Maria Helena, você não entendeu? Essa droga perturba seriamente a visão. Vou ficar cego por sei lá quantas horas, quantos dias. E tudo por causa de uma reles trepadinha? E se a minha visão não voltar? Vou andar de bengala branca pro resto da vida?
- Pode deixar que eu guio a sua bengala, Horácio. Olha, pensa no lado bom da cegueira: você vai poder me imaginar 20 anos mais moça. Trinta, se quiser.
- Maria Helena, desisto. Não vou tomar essa porcaria e tá acabado.
- Dá aqui essa cartela, Horácio. Abre a boca. Pronto. Engole. Olha a água aqui. Isso. Que foi? Engasgou, amor?! Tosse pra lá,ô! Me borrifou toda! Que nojo! Quer que bata nas suas costas? Ai, meu Deus! Horácio? Você está bem ? Respira fundo! Isso, isso... E aí, amor? Melhorou? Morrer afogado num copo d'água ia ser idiota demais, até prum cara como você.
- Arrr! E com essa pílula monstruosa entalada na garganta, ainda por cima! Ufff! Me dá mais água- Quanto tempo isso aí demora pra fazer efeito?
- Isso aí o quê?
- A pílula, Horácio, a pílula.
- E eu sei lá?
- Vê na bula, Horácio.
- Hum... tá aqui: 30 minutos.
- Ótimo. Dá tempo de ver o fim da minha novela.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

CURSOS TÉCNICOS

GABRIEL CHALITA participou da assinatura de convênio entre o Governo do Estado e a Prefeitura de São Paulo que permite a utilização de salas de escolas estaduais de todo o Estado e dos CEUs (Centros Educacionais Unificados) da capital para expansão de vagas nos cursos técnicos. Serão mais de 9 mil vagas oferecidas. Esse é uma ótimo exemplo de bom uso das escolas públicas. Em vez de construir uma nova escola técnica, criam-se turmas aproveitando a infraestrutura já existente, garantindo aos jovens oportunidade de acesso ao mercado de trabalho por meio de cursos gratuitos, de qualidade comprovada. Dados do Centro Paula Souza mostram que 85% dos egressos de cursos técnicos têm vínculo empregatício, após um ano de formados. Uma excelente notícia

domingo, 24 de maio de 2009

Essa notícia é uma m... Gilberto Dimenstein



Fossem americanos, os três jovens brasileiros que criaram um protesto em tom de deboche contra o acúmulo de bobagens na internet já estariam famosos. Eles inventaram um sistema de sensores que, acoplado à privada, coloca numa página, em palavras, o que alguém faz sentado na privada --o detalhamento do sistema está
www.catracalivre.com.br. Pode entrar em qualquer galeria de arte contemporânea.
O nome da brincadeira é "Shit Happens", motivada pela onda de inutilidades de blogs, redes sociais e, mais recentemente, no Twitter.
A brincadeira serve como um sinal de que cresce um incômodo, mesmo entre jovens, com o excesso de informação da internet, em meio a uma ansiedade sobre o que selecionar de relevante. Adoro as possibilidades tecnológicas --ainda mais a possibilidade de as pessoas se expressarem e serem ouvidas sem intermediários. Mas a novidade é que, entre os jovens, vai surgindo um olhar mais crítico diante de tanta inutilidade.
É uma ilustração do mais importante debate contemporâneo sobre educação: são tantas informações disponíveis que o grande papel das escolas e dos meios de comunicação será cada vez mais ajudar a fazer a seleção. E é justamente essa a essência de uma das mais importantes decisões educacionais dos últimos tempos: tornar a prova do Enem, que exige reflexão e não decoreba, como obrigatória para conclusão do ensino médio. Afinal, o currículo escolar também sofre do excesso de bobagens.

Ministério Público vai apurar compra de livros com palavrões em SP

O Ministério Público Estadual de São Paulo vai investigar a compra de livros com palavrões e temática sexual que foram enviados pelo governo a escolas estaduais.
O inquérito vai apurar quanto foi gasto com a obra e o responsável pela compra.
Se comprovado mau uso de recurso público, o órgão pedirá à Justiça que exija a devolução dos recursos.A Secretaria da Educação disse que prestará todos os esclarecimentos solicitados.
Livros
Os livros foram distribuídos pela Secretaria Estadual da Educação de São Paulo como material de apoio a alunos da terceira série do ensino fundamental (faixa etária de nove anos), revelou a Folha na última terça-feira.
O governo José Serra (PSDB) reconheceu o erro na distribuição dos 1.216 exemplares e determinou o recolhimento das obras.
Esta não é a primeira vez que a educação estadual se equivoca em relação aos livros distribuídos a alunos. Em março deste ano, a Secretaria da Educação foi duramente criticada por professores da rede estadual por causa de erros em
500 mil livros didáticos distribuídos.

São Paulo cria mais um exame para alunos da rede municipal


A Secretaria Municipal de Educação de São Paulo decidiu criar um exame a ser aplicado em junho, para avaliar o desempenho dos alunos no meio do ano. A rede já conta com outra prova, que é feita no final do ano.
"O intuito é dar mais um instrumento para a rede avaliar seus alunos. No meio do ano os alunos já precisam ter algumas habilidades e competências", disse o secretário da Educação, Alexandre Schneider.
"Eventualmente, o professor pode mudar o planejamento do restante do ano", afirmou o secretário do prefeito Gilberto Kassab (DEM).
O novo exame, chamado de Prova da Cidade, abrangerá neste primeiro ano alunos da segunda, quarta, sexta e oitava séries. A ideia é que conte com as outras séries em 2010.
A nova avaliação será desenvolvida pela secretaria, mas aplicada e corrigida pelos professores. Segundo Schneider, as escolas continuarão fazendo suas avaliações internas.
A Prova São Paulo, aplicada ao final do ano, também será mantida --este exame visa ajudar as escolas a verificar a situação de aprendizagem dos estudantes e, no futuro, será um dos parâmetros para pagamento de bônus por desempenho aos professores e funcionários.
"Acho questionável a criação de outra prova", afirmou o professor da Faculdade de Educação da USP Ocimar Alavarse, que participou da elaboração da Prova São Paulo. "Em educação, é difícil que haja mudança de um ano para outro. Imagina entre dois semestres."
Alavarse, que não teve acesso à proposta do exame, diz também que "é preciso ver o que será cobrado. Se for igual à Prova São Paulo, será inútil. Se for diferente, poderá ter confusão".
Os resultados da Prova São Paulo 2008 foram divulgados pela prefeitura em abril. Os estudantes de 1ª a 4ª série melhoraram em relação ao ano anterior, mas os de 5ª a 8ª pioraram.
Além da Prova da Cidade e da Prova São Paulo, os estudantes da rede municipal paulistana também participam da Prova Brasil, aplicada pelo governo federal.

FÁBIO TAKAHASHI, da Folha de S.Paulo

domingo, 17 de maio de 2009

Lula é cúmplice dessa maluquice?


O Brasil tem uma chance imensa de colocar um brasileiro como diretor-geral da Unesco --um cargo importante para um país que tenta colocar a educação no topo de sua agenda. Mas o Itamaraty, mais precisamente o ministro Celso Amorim, não quer-- e pior, está apoiando alguém acusado de racismo que, por isso, perdeu apoio de países como a França. Há tempos não via um disparate tamanho.
O vice-diretor da Unesco chama-se Márcio Barbosa, que tem apoio da países como Estados Unidos e França. Significa que, na prática, estaria eleito. Acontece que sua candidatura não irá para frente se não tiver o apoio de seu próprio país. E não tem.
Celso Amorim justifica sua decisão, alegando que o Brasil tem um compromisso com os países árabes, ao apoiar o ministro da Cultura do Egito, Farouk Hosni. Até não seria tão ruim deixar de sustentar um brasileiro se o outro candidato fosse melhor. Ocorre que o ex-ministro da Cultura é autor de uma série de frases polêmicas, como a de que queimaria livros em hebraico --e, depois, foi obrigado a dizer que não foi bem assim que falou. Também foi contra a criação de um museu judaico no Cairo.
Convenhamos que alguém com esse perfil não é exatamente o melhor nome para chefia uma entidade internacional dedicada à cultura e à educação. O prazo para o posicionamento do Brasil vai até o final deste mês. Fico no aguardo para saber se Lula vai permitir ou se é cúmplice dessa maluquice diplomática.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Novos canais virtuais


A partir de agora, os internautas poderão participar ainda mais ativamente do mandato do vereador Gabriel Chalita, opinar e contribuir com sugestões no Blog do Chalita, no endereço http://bloggabrielchalita.blogspot.com
Ao completar 100 dias de mandato na Câmara Municipal de São Paulo, Gabriel Chalita retribui a confiança dos 102.048 eleitores e divulga as principais atividades realizadas por meio do Blog e do informativo digital, lançado hoje.
Entre os projetos apresentados por Chalita, destacam-se o PL 069/2009 que trata do combate ao Bullying nas escolas públicas e o PL 00164/2009 que regulamenta convênio com instituições públicas e privadas de ensino superior para aumento da oferta de creches.
Como presidente da Comissão Extraordinária de Direitos Humanos, Cidadania, Segurança Pública e Relações Internacionais, Gabriel Chalita conheceu de perto a situação dos moradores de rua, durante caminhada realizada no Centro de São Paulo, além de promover debates com a sociedade sobre temas importantes como a abertura dos arquivos da ditadura militar.
Na comissão de Constituição, Justiça e Legislação Participativa, uma das mais importantes da Câmara Municipal, Gabriel Chalita participou das discussões sobre o Novo Plano Diretor da cidade e foi o responsável pelo parecer que determinou a legalidade do projeto de concessão urbanística do município, bem como a conseqüente autorização para o Executivo aplicá-la nas áreas do Projeto Nova Luz, revitalizando mais uma área importante da cidade.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Psicopedagogos nas Escolas

Gabriel Chalita indicou, por meio da Câmara Municipal, ao prefeito Gilberto Kassab a criação do cargo de psicopedagogos nas escolas da rede pública para prestar assistência aos casos de bullying.

A indicação, na forma regimental, prevê a criação do cargo de psicopedagogos dentro do quadro de servidores da educação, visando assistência psicopedagógica aos alunos, professores e funcionários, principalmente quando envolvidos em situações de bullying escolar.

Aumento de vagas nas creches


O vereador Gabriel Chalita apresentou o Projeto de Lei 00164/2009 que autoriza o Poder Executivo, por intermédio da Secretaria Municipal de Educação, a celebrar convênio com as instituições públicas e privadas de ensino superior que ofereçam curso de graduação em Pedagogia, autorizados e reconhecidos pelo MEC, com a finalidade de ampliar o atendimento em creches.O projeto está na pauta de votação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara Municipal de São Paulo.

O Projeto visa aumentar a oferta de creches no município de São Paulo para atender, prioritariamente, crianças de zero a três anos que residam nas áreas de alta vulnerabilidade social.

O parto


Casamos novos. Ela com 19 e eu com 20 anos de idade.
Lua-de-mel, viagens, mobílias na casa alugada, prestações da casa própria e o primeiro bebê.
Anos oitenta e a moda era ter uma filmadora do Paraguai. Sempre tinha um vizinho ou amigo contrabandista disposto a trazer aquela muambazinha por um preço único.
Ela tinha vergonha, mas eu desejava eternizar aquele momento.
Invadi a sala de parto com a câmera ao ombro e chorei enquanto filmava o parto do meu primeiro filho. Todo mundo que chegava lá em casa era obrigado a assistir ao filme.
Perdi a conta das cópias que fiz do parto e distribuí entre amigos, parentes e parentes dos amigos. Meu filho e minha esposa eram os meus orgulhos. Três anos depois, novo parto, nova filmagem, nova crise de choro.
Como ela categoricamente disse que não queria que eu filmasse, invadi a sala de parto mais uma vez com a câmera ao ombro. As pessoas que me conhecem sabem que havia apenas amor de pai e marido naquele ato.

O fato de fazer diversas cópias da fita era apenas uma demonstração de meu orgulho.

Nada que se comparasse ao fato de ela, essa semana, invadir a sala do meu urologista, câmera ao ombro, filmando o meu exame de próstata. Eu lá, com as pernas naquelas malditas perneiras, o cara com um dedo (ele jura que era só um!) quase na minha garganta e minha mulher gritando: Ah! Doutor! Que maravilha! Vou fazer duas mil cópias dessa fita! Semana que vem estou enviando uma para o senhor!
Meus olhos saindo da órbita a fuzilaram, mas a dor era tanta que não conseguia falar. O miserável do médico girou o dedo e eu vi o teto a dois centímetros do meu nariz. A mulher continuou a gritar, como um diretor de cinema: Isso, doutor! Agora gire de novo, mais devagar. Vou dar um close agora...

Alcancei um sapato no chão e joguei na maldita.

Agora, estou escrevendo este e-mail, pedindo aos amigos que receberem uma
cópia do filme, que o enviem de volta para mim. Eu pago o reembolso.

Luiz Fernando Veríssimo

domingo, 10 de maio de 2009

Pêra, Uva, Maçã ou Salada Mista?


Não sei se tem acontecido em outras capitais brasileiras, mas um fenômeno que se tornou comum no Rio de Janeiro, sobretudo no último ano, vem chamando a atenção de muita gente, positiva e negativamente.
A proliferação de mulheres frutas, legumes e afins tomou tamanha proporção que não poderíamos deixar passar em branco. Afinal, tais mulheres chamam a atenção muito mais por seus atributos físicos do que por seu ‘intelecto marcante’. E, cá entre nós, muitas dessas moças possuem formas tão exuberantes que seria impossível não notá-las.
Melancia, Melão, Moranguinho, Maçã, Samambaia, e a mais nova sensação do momento, a Mulher Caviar. Me pego pensando na criatividade dos ‘agentes’ para batizar as beldades, principalmente no caso desta última. Por que caviar? De duas uma: ou é amargo e difícil de engolir, ou então só rico pode comer (eu apostaria todos os meus 25 centavos disponíveis no momento nesta segunda opção).
O que me deixa pasmo é que essas meninas, sem nenhum atributo especial além da beleza física, são elevadas à categoria de celebridades, sendo convidadas para programas de televisão, perseguidas por fotógrafos, integrando pauta de programas de fofocas. Mais ainda, os jornais mais populares da Cidade Maravilhosa mantêm colunas especiais só para falar dessas personagens.
Mais triste ainda é o fato dessas moças estarem diretamente ligadas ao cenário musical carioca. Muitas delas começam como dançarinas, e sem nenhum talento vocal especial são ‘pinçadas’ pela indústria fonográfica, dado à atenção que chamam, principalmente do público masculino.
Tudo bem que, na maioria das vezes elas estão ligadas somente ao funk e que, na opinião deste que lhes escreve, não deveria sequer ser considerado música, mas o espaço que tem sido dado a elas é, no mínimo, exagerado.
É de se indignar que o cenário artístico-cultural que produziu Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Chico Buarque, Cartola, Noel Rosa e tantos outros esteja hoje refém de um traseiro ambulante que remexe na “Velocidade Seis”.
É claro que essa exploração das formas físicas femininas não é novidade, e nem é exclusividade carioca. Dançarinas de Axé na Bahia, de Forró no Ceará, de Frevo no Recife, de Calipso no Pará e em tantas outras partes do país mostram seus corpos seminus há muitos anos, com o claro intuito de atrair público para bandas de talento musical às vezes duvidoso. Ao menos, estas ainda não se meteram a cantar.
Por sorte, parece que a Região Sul ainda não foi afetada por esse strip-tease gratuito. Talvez devamos isso à condição climática desta região, o que torna mais difícil tais aparições públicas em trajes sumários.
Não há dúvidas de que tais fenômenos só persistem porque ainda existe quem os compra. Isso é triste, já que mostra a qualidade cultura da maioria do nosso povo. E é essa a imagem do nosso país que ainda é vendida no exterior. Não por acaso, ainda somos o principal destino dos interessados em turismo sexual ao redor do mundo.
E antes que alguém teça algum comentário mais áspero, faça o seguinte teste: entre em uma comunidade carente do Rio de Janeiro (ou de qualquer outra capital brasileira) e ofereça a um indivíduo a opção de escolher entre assistir a uma peça teatral baseada na obra de Sheakspeare ou a um show da Gaiola das Poposudas. Garanto que nove entre dez pessoas escolherão a segunda opção.
Infelizmente, essa é uma realidade que está longe de mudar. E enquanto a mídia der espaço para a apelação sexual dessa maneira, continuaremos distantes de um fim diferente.
Nas palavras de Roger, do Ultraje a Rigor, “esse nosso lance anda complicado, é baixaria, dor de corno e bunda pra todo lado...”.


Fraternais Abraços.


Porthus.

sábado, 9 de maio de 2009

Novo livro de Gabriel Chalita & Pe.Fabio de Melo


O professor Gabriel Chalita e o padre Fábio de Melo lançam o livro "Cartas entre amigos - sobre medos contemporâneos", em Curitiba, no Paraná, no dia 12 de maio. A sessão de autógrafos será realizada na Livraria Curitiba Shopping Estação, a partir das 19 horas. No dia 13/05, o lançamento será realizado em São Paulo, com palestra e noite de autógrafos na Livraria Cultura. No dia seguinte, 14/05, os autores realizam palestra de lançamento no Rio de Janeiro, na Academia Brasileira de Letras. O livro, editado pela Ediouro em formato de cartas, aborda a diversidade e complexidade das relações humanas e busca na filosofia o princípio da resposta para as angústias atuais, através de uma profunda reflexão sobre o homem contemporâneo e seus medos - da morte, da solidão, do fracasso, da inveja, do envelhecimento, das paixões, da falta de sentido da vida. Chalita e Fábio de Melo resgatam valores do humanismo e ao mesmo tempo celebram sua amizade. Como apregoava Aristóteles, "a amizade verdadeira é a excelência moral perfeita". O filósofo grego creditava à amizade as razões para entender que ninguém é feliz sozinho. Agenda de Lançamentos: Dia 12/05 às 19h Livraria Curitiba Shopping Estação Av. Sete de Setembro, 2.775 Centro - Curitiba Dia 13/05 das 19h às 21h30 Livraria Cultura Av. Paulista, 2.073 Conjunto Nacional - São Paulo Dia 14/05 às 17h30min Academia Brasileira de Letras Av. Presidente Wilson, 208 Castelo - Rio de Janeiro

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Professor terá de fazer curso e 2 provas para ser contratado em SP

FÁBIO TAKAHASHI

O governo de São Paulo anunciou que os candidatos a professor efetivo na rede estadual terão que passar por duas provas, ambas eliminatórias, e um curso de qualificação de quatro meses. Hoje, a seleção de efetivos é feita apenas em uma prova, o concurso público.

A nova regra deverá ser aplicada na seleção de setembro para o preenchimento de 10 mil vagas. O novo formato precisa ser aprovado pela Assembleia, onde o governo tem maioria.

O governador José Serra (PSDB) afirma que, com o curso, pretende melhorar a qualidade dos professores que entram na rede. "É um reforço para o corpo docente. Traslada do futuro para o presente os cursos de aperfeiçoamento."

A proposta é fazer uma seleção inicial no concurso público e encaminhar os aprovados para o curso de qualificação. Ao final dos quatro meses, os candidatos passarão por novo exame, também eliminatório.

A educação é uma das áreas mais criticadas da gestão tucana. Segundo a própria avaliação estadual, mais de 80% dos alunos da oitava série não têm o conhecimento esperado para seu estágio. Serra, cotado para ser candidato na eleição presidencial em 2010, já mudou duas vezes o titular da área.

O Estado pretende abrir concursos para diminuir o número de professores temporários (80 mil), que representam 40% da rede. Os temporários não passaram por seleção e são apontados como uma das causas da má qualidade de ensino.

Em setembro serão preenchidos 10 mil cargos. Outras 50 mil vagas deverão ser criadas e preenchidas posteriormente.
Base
O curso proposto pelo governo usará as ferramentas já existentes de cursos de aperfeiçoamento do Estado. Parte da carga (360 horas) será à distância.

"Os cursos de pedagogia são muito teóricos. Na Escola de Formação [nome do programa], vamos focar mais a prática dentro da sala de aula", disse o secretário Paulo Renato Souza.
"É uma medida estranha. Se já faz o concurso, para que outra prova? Não se confia no concurso?", questiona o coordenador da pós-graduação em educação da USP, Romualdo Portela. "Mas é razoável que haja um treinamento."

Para o vice-presidente do Conselho Estadual de Educação, João Cardoso Palma Filho, a medida é positiva. "O concurso cobra muita teoria. O curso pode oferecer a parte prática."
"O problema é como dar treinamento a milhares de professores ao mesmo tempo. Iniciativa semelhante já existe, por exemplo, na Escola da Magistratura [do Tribunal de Justiça], mas com poucos candidatos", disse Palma Filho. "O curso de professores não deverá trazer impacto grande na qualidade, mas é um começo."

Os professores que participarem do programa ganharão uma bolsa de 75% do salário inicial do docente (que varia de acordo com a jornada).
Prova de temporários

O governo anunciou também que repetirá a prova para seleção de temporários. Para este ano, a pasta tentou fazer o exame, mas foi barrada pela Justiça, que entendeu que os temporários já faziam parte da rede e não podiam ser excluídos.
Agora, o governo decidiu que os temporários que ficarem abaixo da nota mínima não poderão dar aulas, mas ficarão em atividades auxiliares. Eles terão a jornada mínima da rede (12 horas semanais). A medida vale para o ano que vem. O exame terá de ser anual.

Serra vai criar escola de formação de professores em São Paulo

GILBERTO DIMENSTEIN


Diante das seguidas más notícias sobre qualidade de ensino, o governo José Serra vai anunciar nesta terça-feira a criação de uma escola de formação de professores, obrigatória para os novos professores da rede pública. Serão 360 horas de formação durante quatro meses com atividades em classe e práticas escolares.
Um projeto de lei enviado à Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) vai estabelecer que o ingresso de professores, diretores e supervisores na rede pública estadual vai exigir, além do concurso público, a aprovação no curso de formação. Durante o curso, os candidatos a professor receberão 70% do salário inicial da categoria.
A Escola de Formação de Professores do Estado de São Paulo ocupará o Edifício André Franco Montoro, na rua João Ramalho, região de Perdizes (zona oeste de São Paulo), e vai utilizar também a estrutura da Rede do Saber de ensino a distância, combinada com atividades presenciais e práticas de sala de aula. Serão feitas parcerias com universidades públicas e aproveitadas as experiências de várias ONGs que atuam no apoio à educação pública.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

A pior notícia de Serra - GD

O aumento da criminalidade em São Paulo --e, especialmente o recorde do número de roubos e maior incidência de latrocínios-- é a pior notícia de toda a gestão do governo Serra.
A notícia é muito pior do que os indigentes indicadores revelados, há duas semanas, das escolas estaduais, que não demonstraram evolução, mas também não pioraram.
Não só parou de cair, mas como subiu a taxa de homicídios, depois de uma queda desde 1999.
O governo explica que uma das razões pode ser a crise econômica, que aumentou o desemprego. Até agora, porém, a explicação oficial para a redução da violência era a eficiência policial --o que eu sempre questionei, por ver que existiam também ações comunidade, influências demográficas e ampliação da escolaridade.
Nesse momento em que a curva muda, o problema, na visão do governo estadual, é mais externo do que interno. Pode, em parte, ser verdade. Mas não cola.
Se não mudar rapidamente esses números, Serra deixará o governo, arranhando uma das maiores conquistas sociais não só de São Paulo, mas também do Brasil --a redução da violência. E será não por uma questão econômica, mas de gestão.

O estupro e a excomunhão - GD


Não sou religioso --e, ainda por cima, sou judeu. Talvez não seja o indivíduo mais recomendado para comentar a decisão da Igreja Católica de excomungar a mãe da menina de nove anos em Pernambuco e os médicos que fizeram o aborto --a menina, de 9 anos, estava grávida do padrasto. A excomunhão me parece um segundo estupro.
Apesar de discordar, posso entender que a Igreja condene o aborto. Até, fazendo força, entendo que condenem um padre, parlamentar do PT, que defendeu o uso da camisinha. São posições arcaicas e, na minha visão, prejudiciais à saúde pública, mas se inserem em princípios.
O que não consigo entender é por que estão humilhando e fazendo sofrer ainda mais a mãe da menina grávida, já condenada a um drama familiar --um sofrimento que se estende para a garota, que fica como filha de uma excomungada. Quem conhece a religiosidade do interior do Nordeste sabe o peso disso.
Faltou aí não só bom senso, mas humanidade. Duvido que essa seja a opinião da maioria dos católicos.

Ronaldo e o rapper ex-assaltante - GD


O jogador Ronaldo e o rapper Afro-X têm idades semelhantes, são negros, pobres, viveram em locais infestados pelo crime e cometeram muitos erros por não saber lidar com o sucesso.
O jogador ficou milionário. O cantor ganhou muito dinheiro e perdeu tudo, além de ter passado sete anos na cadeia e mais sete em liberdade condicional. A diferença é que, nesta semana, um deles dá um péssimo exemplo educacional --e o outro um ótimo exemplo.
Afro-X está lançando um livro em que conta suas agruras para tentar mostrar aos jovens o que acontece com quem entra no caminho do crime (trechos do livro estão no
www.catracalivre.com.br). Ele viu como se costuma respeitar a delinquência entre crianças e jovens mais pobres. Não vai ganhar quase nada com esse trabalho. "Quero ser um educador", propõe.
Ronaldo, que não precisa de dinheiro, e sabe (ou deveria saber) o que significa o perigo do álcool, especialmente nas comunidades pobres, está usando sua imagem de "guerreiro" e ídolo para convencer as pessoas a beber mais. Justo agora que ele aparece como alguém que sabe dar a volta por cima --a mensagem por trás disso é que os guerreiros, os fortes, podem e devem beber. É, portanto, um deseducador.
Não vi nenhuma gravidade nas trapalhadas sexuais de Ronaldo --afinal, ele faz o que quiser com sua vida e ninguém tem nada com isso. Grave mesmo é ele usar seu prestígio entre as crianças e jovens para estimular o consumo do álcool.
Seria bom que ele aprendesse alguma coisa com os exemplos de Afro-X.

Kassab, o inferninho e a música clássica


Um incêndio destruiu uma das cenas que mais me intrigavam na cidade de São Paulo. Distintos senhores e senhoras, vestidos com requinte e sobriedade, saindo de concertos de música erudita, se misturavam na rua com a exuberância colorida dos vestidos, justíssimos e escassos, de mulheres de programas. A sala de concertos do Cultura Artística, dizimada pelas chamas, era separada apenas por uma parede do Quilt, um dos mais famosos inferninhos da cidade, movido ao " bate-estaca" da música eletrônica --no final de semana passada, um grupo de 60 fotógrafos fez um ensaio sobre a praça Roosevelt, no qual aparecem
as imagens do inferninho.
Ali vai se desenhar um embate capaz de medir até onde uma cidade consegue se revitalizar, usando a cultura como alavanca. Está ganhando corpo um movimento, apoiado pelo prefeito Gilberto Kassab, para fazer dali o espaço de entrada para a Cultura Artística, que ficaria em frente a uma nova praça Roosevelt, uma área revitalizada pelos teatros. A ideia é que a praça seja uma extensão de todos os teatros.
Nenhum lugar é, hoje, tão efervescente na cidade de São Paulo do que o chamado Baixo Augusta, do qual a praça Roosevelt faz parte. É um lugar que mostra como a população muda o significado de uma cidade, dando vida ao que parecia irremediavelmente morto. O que está aqui é muito mais do que uma questão provinciana --mas o símbolo da capacidade de fazer com que a educação e cultura moldem uma comunidade.
Por enquanto, porém, está tudo no papel. Inclusive a tão esperada reforma da praça. O inferninho está onde sempre esteve, vai muito bem, obrigado, com seus fiéis clientes --e o quem ardeu nas chamas foi o requinte da música erudita.

Governo vai criar um vale-desperdício? - Gilberto Dimenstein


Leio na
coluna da Mônica Bergamo que deve chegar a R$ 800 milhões o tamanho da renúncia fiscal do vale-cultura --é o modelo do ticket refeição, fornecido pelas empresas, mas agora usado para que os empregados tenham mais acesso a cinema, teatro, shows, exposições, concertos. Quem pode, afinal, ser contra essa ideia tão simpática e civilizada?
Venho participando de uma experiência que me faz suspeitar que esse vale-cultura pode ser mais um daqueles desperdícios brasileiros, movidos à boa intenção.
Um grupo de jornalistas recém-formados, outros ainda na faculdade, decidiu montar um guia cultural e educativo (
www.catracalivre.com.br) com as atividades gratuitas ou a preços populares da cidade de São Paulo. Eles passam o dia garimpando essas atividades não só nas áreas centrais, mas nas periferias --ou até lugares não convencionais como um bar que promove sarau ou um cinema numa laje ou num beco. São tantas as opções que, muitas dias, é como se a cidade tivesse uma espécie de Virada Cultural.
Por causa disso, comecei a prestar a atenção ao fato de que eventos de ótima qualidade em museus, teatros, salas de concertos, não atraem muita gente --e muitas vezes apenas pela falta de informação. Escolas e faculdades ao lado de museus ou centros culturais, por falta de informação, não estimulam seus alunos a ir aos eventos, apesar de gratuitos.
Meu receio, portanto, é que, com esses R$ 800 milhões se estimule, com dinheiro público, acesso à cultura exclusivamente comercial.
Se é para gastar esse dinheiro, seria melhor usado se facilitasse o transporte e monitoria para as pessoas visitarem o que já existe e é pouco usado. Sei de muitos professores frustrados porque não têm como levar seus alunos a uma exposição.

Mistério no campus da USP - Gilberto Dimenstein

Há um mistério no campus da USP --e, por esse mistério, se vê como é difícil melhorar a educação pública, mesmo nas situações mais favoráveis.
Seria óbvio que a Escola de Aplicação da Faculdade de Educação, encravada no campus, cercada de tantos e tão magníficos recursos, tivesse um desempenho brilhante se comparada aos demais colégios da rede estadual. Ainda mais porque boa parte dos alunos daquela escola são filhos de funcionários e de professores.
Pinçando os números dos IDESP, notei que eles estão, no ensino médio, em 10º lugar numa lista apenas da cidade de São Paulo --volto a repetir, apenas da cidade.
O mistério se agrava porque não é um problema novo. Já escrevi sobre o péssimo exemplo que era uma faculdade de educação da mais renomada universidade do país gerenciar uma escola pública que não fosse uma das melhores do Brasil, mesmo comparadas com as privadas. Mesmo entre as públicas, não é a melhor nem no Estado nem na cidade --e nem na sua região dentro da cidade, onde é superada por colégios que não têm a chance de escolher seus alunos.
Por que, diante da repercussão das notícias em anos anteriores, não conseguiram fazer um esforço concentrado? Por que não envolveram outras faculdades dos campus? Por que não encontraram meios de transformar os laboratórios da USP em extensão de suas salas? Por que não envolveram voluntários entre os universitários?
Se na USP, que é USP, é assim, imaginem como estão as faculdades de educação no Brasil --e como o caminho para um bom ensino público é mais árduo do que se imagina.
Curioso é que acadêmicos daquela faculdade são chamados, pela mídia, para fazer críticas sobre a educação. Por que não começam a mudar a escola que gerenciam e que deveria servir de um laboratório para o resto do país? Ou, no mínimo, para seu bairro.
Como se vê no IDESP, lugares com muito menos recursos foram muito mais longe.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Abertura de arquivos da ditadura


Gabriel Chalita, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo, presidiu sessão solene na Câmara dos Vereadores para instalação da subcomissão de Direitos Humanos para Abertura dos Arquivos da Ditadura.
O objetivo da instalação da subcomissão que será presidida pelo vereador Ítalo Cardoso (PT) é acompanhar e exigir a abertura dos arquivos da ditadura para esclarecer os crimes escondidos nos cemitérios municipais de São Paulo. "Os jovens precisam conhecer a história recente do País. Não queremos nos vingar, mas é preciso dar publicidade aos fatos para que isso nunca mais aconteça", destacou Chalita.
A ex-prefeita e deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), presente à solenidade realizada na noite de segunda-feira, 27 de abril, se comprometeu a entregar à subcomissão de Direitos Humanos arquivos e gravações relativas à CPI da Vala de Perus, realizada pela Câmara Municipal de São Paulo, em 1990. Na ocasião, 1.049 corpos foram descobertos no cemitério municipal de Perus a partir de reportagem do jornalista Caco Barcelos.
Estiveram presentes à solenidade familiares dos desaparecidos políticos e representantes de entidades de defesa dos direitos humanos, entre os quais Criméia Alice Schmidt de Almeida, da Comissão de Familiares de Presos Políticos, Maria Amélia Teles e Suzana Lisboa. Participaram também os vereadores Gabriel Chalita (PSDB), Jamil Murad (PCdoB)e João Antônio (PT); ex-vereadora Tereza Lajolo, deputado estadual Rui Falcão (PT); o desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, José Renato Nalini; Claudio de Lima, da Defensoria Pública do Estado de São Paulo; e Eugênia Augusta Fávero, procuradora do Ministério Público Federal.

Homenagem aos Educadores


"O conceito de respeito, de democracia, tudo vem da Educação", destacou o vereador Gabriel Chalita em discurso no Plenário da Câmara Municipal de São Paulo, na terça-feira, dia 28 de abril, dia da Educação.

O professor Chalita homenageou o ex-secretário e educador Paulo Freire ao ler o poema a Escola, de autoria de Freire:

A Escola é...
O lugar onde se faz amigos
Não se trata só de prédios, salas, quadros,
Programas, horários, conceitos
Escola é, sobretudo, gente,
Gente que trabalha, que estuda,
Que se alegra, se conhece, se estima.
O diretor é gente,
O coordenador é gente, o professor é gente
O aluno é gente,
Cada funcionário é gente
E a escola será cada vez melhor
Na medida em que cada um
Se comporte como colega, amigo, irmão.
Nada de "ilha cercada de gene por todos os lados".
Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir
Que não tem amizade a ninguém
Nada de ser como o tijolo que forma a parede,
Indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,
É também criar laços de a amizade,
É criar ambiente de camaradagem,
É conviver, é se "amarrar nela"!
Ora, é lógico...
Numa escola assim vai ser fácil
Estudar, trabalhar, crescer,
Fazer amigos, educar-se,
Ser feliz.

PENSAMENTOS