"Os Educadores-sonhadores jamais desistem de suas sementes,mesmo que não germinem no tempo certo...Mesmo que pareçam frágeisl frente às intempéries...Mesmo que não sejam viçosas e que não exalem o perfume que se espera delas.O espírito de um meste nunca se deixa abater pelas dificuldades. Ao contrário, esses educadores entendem experiências difíceis com desafios a serem vencidos. Aos velhos e jovens professores,aos mestres de todos os tempos que foram agraciados pelos céus por essa missão tão digna e feliz.Ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se encantar com acolheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes"(Gabriel Chalita)

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segunda-feira, 27 de agosto de 2007

LITERATURA EM PASSO FUNDO - RS - Dr. GABRIEL CHALITA


A Universidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, promove durante esta semana (27 a 31 de agosto) um dos maiores eventos de literatura do país. É a 12ª Jornada de Literatura, que debate arte e leitura. O evento traz programações paralelas voltadas para públicos específicos, entre eles a 4ª Jornadinha Nacional de Literatura, o 6º Seminário Internacional de Pesquisa em Leitura e Patrimônio, o Encontro de Autores Gaúchos, e vários cursos. A intenção do evento, que será aberto pela governadora Yeda Crusius, é fazer com que, pelo diálogo entre escritores, artistas, críticos e leitores, a fruição artística seja pauta para reflexões que garantam às circunstâncias de vida mais humanidade e, assim, mais justiça.



Gabriel Chalita foi convidado para ser o participante-surpresa da abertura do encontro, na noite desta segunda-feira. O tema de sua palestra será "A arte da leitura, a leitura da arte".



Passo Fundo fará jus ao título de Capital Nacional da Literatura, recebendo 111 escritores, intelectuais e pensadores, e mais de 200 artistas. Estão inscritos 16.500 leitores, entre os quais 12 mil crianças e adolescentes, discutindo literatura e milhares de leitores. Entre os convidados estão o historiador e antropólogo italiano Carlo Ginzburg, o escritor moçambicano Mia Couto, o poeta francês Henri Deluy, o poeta e dramaturgo cubano Reinaldo Montero, o americano Mark Badger, o romancista polonês Miroslaw Bujko, e os brasileiros Affonso Romano de Sant'Anna, Ferréz, José Roberto Torero, Lya Luft, Luiz Ruffato, Mariana Ianelli, Marina Colasanti, Milton Hatoum, Elisa Lucinda, Luiz Ruffato, Nelson Motta, Ziraldo e Marcos Vilaça, presidente da Academia Brasileira de Letras.Além dos grandes debates, a 12ª Jornada Nacional de Literatura terá em sua programação uma série de atividades paralelas como a 4ª Jornadinha Nacional de Literatura, o 6º Seminário Internacional de Pesquisa em Leitura e Patrimônio, o 2º Encontro da Academia Brasileira de Letras, o Encontro Estadual de Escritores, mostras de cinema, exposições, feira de livro, shows musicais, peças de teatro e muito mais. O ilustrador Rui de Oliveira é o homenageado desta edição. E o empresário e bibliófilo José Mindlin receberá o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Passo Fundo. O tema "Leitura da Arte & Arte da Leitura" norteará os debates e a programação paralela. De acordo com Tania Rösing, idealizadora e coordenadora do evento, esse tema sintetiza o principal objetivo das Jornadas Literárias: formar leitores que apreciem o texto literário e envolvam-se com linguagens peculiares às diferentes manifestações culturais. "Ao mesmo tempo em que o evento promove a formação de leitores dos diferentes gêneros textuais mais difundidos, cria oportunidades para que tais leitores possam apreciar linguagens mais requintadas próprias do texto literário, desenvolvendo o gosto por textos menos rotineiros, mais criativos", diz Tania. A Jornada é uma realização da Universidade de Passo Fundo (UPF) e da Prefeitura Municipal de Passo Fundo com patrocínio cultural da Petrobras, Banrisul, Caixa RS, Eletrobrás, RGE, Coca-Cola, Fonte Ijuí e Grazziotin.Como um dos destaques da programação, ocorre simultaneamente o 2º Encontro da Academia Brasileira de Letras - "Revisitando os Clássicos II". O local do evento é o auditório, no campus I da Faculdade de Odontologia. A programação do encontro dos acadêmicos é a seguinte:


28/08/2007Marcos Vinicios Vilaça - Gilberto FreireDomício Proença Filho - Dom Casmurro: o enigma Bentinho




29/08/2007Evanildo Bechara - José de Alencar: aspectos lingüísticosAntonio Carlos Secchin - Tomás Antonio Gonzaga - Marilia & Dirceu: assuntos de família



30/08/2004Lêdo Ivo - Raymundo Correia 9h 30min - Filme: Português a língua do Brasil



31/08/2007Moacyr Scliar - O Alienista, a loucura e a medicinaMurilo Melo Filho - Rui Barbosa (Cartas da Inglaterra, Saudação Fúnebre a Machado de Assis, Conferência de Haia e Oração aos Moços)

sábado, 25 de agosto de 2007

O RESPEITO SEM MEDO - José Eduardo Moura


O que se lucra com técnicas opressivas?

Por muito tempo, a educação dos filhos ficava essencialmente a cargo das mães. Além das atividades domésticas, nossa mãe se dividia também em professora e mestra. Muitos de nós somos resultados dessa “maternal” formação. Os tempos mudaram, e notamos que em muitos lares essa situação já ganhou outra tônica.
Como característica das famílias do século XXI, encontramos um maior envolvimento das mães no mercado de trabalho. Com isso, exigiu de nós, pais, uma participação mais direta na educação dos filhos. Nos finais de semana, tornou-se mais comum ver pais empurrando os carrinhos de seus bebês. As reuniões de pais e mestres que, anteriormente, contava com a participação das mães, pouco a pouco, vem ganhando maior número de pais que buscam se inteirar da vida escolar de seus filhos.
Percebo o quanto é importante para a criança notar o interesse do pai por ela, por seus afazeres, suas brincadeiras e, de maneira especial, por sua vida escolar. Nessa convivência não ficará difícil perceber que nossas crianças aprenderam a argumentar com a eloqüência pertinente à idade delas, sabendo apresentar suas razões na tentativa de nos convencer em determinada situação. Hoje, fazendo uma avaliação do comportamento de nossas crianças é possível notar que quanto maior for o nosso envolvimento paternal na vida delas, tanto maiores serão a segurança, a confiança e o equilíbrio de suas emoções. Pois quem de nós não gosta de ser notado pelo outro?
Infelizmente, algumas pessoas ainda insistem em obter o controle da situação impondo-lhes o medo, no sentido de intimidá-las. Acredito que para uma criança, a vantagem da educação equilibrada e em conjunto, – ou seja, entre pais e mães –, coloca sob o mesmo nível a autoridade e respeito de ambos; deixando cair por terra a frase que muitos de nós já ouvimos: “Quando seu pai chegar, ele vai saber disso! Aí você vai ver!”
Que objetivo alguém poderia lucrar com técnicas desse tipo?
Na verdade, se a criança viesse a corrigir seu próprio comportamento com esse tipo de atitude, estaria o fazendo não por respeito, mas por medo daquele que, no seu entendimento infantil, detém maior autoridade.
Talvez o grande desafio para muitos pais – ao perceber que ainda há uma distância no relacionamento entre eles e os filhos – será o de romper a barreira invisível da autoridade, muitas vezes, conquistada por meio da “cara carrancuda”. Um bom início seria começar a se interessar pela vida dos filhos, de modo que os laços de amizade cresçam onde brotaram, indevidamente, as “ervas” do autoritarismo ou da intimidação. Pois ninguém jamais vai comentar sobre suas inseguranças ou projetos para alguém de que não se sente amigo.
É claro que com o passar do tempo e com o crescimento de nossas crianças, suas justificativas e argumentos a respeito de seus próprios projetos tenderão a ser cada vez mais fortes. Entretanto, com a conquista do respeito, que cabe aos pais obterem, da segurança e confiança dos filhos, será mais fácil alcançar o entendimento e equilíbrio diante das situações que poderão nos fazer prender a respiração ou que nos pareçam adversas.
Deus abençoe a todos nós, pais, e eternos aprendizes.

AMIZADE - Adriano Gonçalves

Caramba, como a vida é mais feliz com a galera. Os amigos são, de verdade, um presente.
Não tem como ter uma vida sem eles. Não tem graça nenhuma.
Mas, afinal de contas, o que faz um carinha ser meu amigo e o outro ser somente meu colega?
Amizade é encontro. Encontro que Deus mesmo realiza.
O amigo é aquele que a gente pode viver tudo perto dele. Os momentos de alegria, festa, curtição... Mas também os de dor, angústia, sofrimento.
Amigo é aquele que chega quando todo mundo foi embora e deu aquela solidão. Amigo é aquele que chora com a gente quando nossas lágrimas já se secaram.
Pôxa vida, amigo é tudo de bom! É a certeza de que Deus está próximo, cuidando de mim nos momentos em que mais preciso.
Porém toda amizade precisa ser cativada e cultivada. Na amizade tem que acontecer aquela rivalidade para ver quem ama mais. Tem que se gastar tempo e se preocupar com o outro.
Será que você tem cuidado de seus amigos?
Amigo – que é amigo – é para toda hora.
Amizade é como um fruto que amadurece lentamente. Crescendo a cada dia em suas amizades. Viva isto!
Não é receber, é dar.
Não é magoar, é incentivar.
Não é descrer, é crer.
Não é criticar, é apoiar.
Não é ofender, é compreender.
Não é humilhar, é defender.
Não é julgar, é aceitar.
Não é esquecer, é perdoar.
Amizade...
É simplesmente AMAR.
"Tamu junto!"

BUSCAI AS COISAS DO ALTO


TOMAR POSSE DO QUE SOU



sexta-feira, 24 de agosto de 2007

FAXINA DA ALMA


Não importa onde você parou,em que momento da vida você cansou.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo,é renovar as esperanças na vida e o mais importante,acreditar em você de novo.
Sofreu muito nesse período?
Foi aprendizado.
Chorou muito?
Foi limpeza da alma.
Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las um dia.
Sentiu-se só por diversas vezes?
É porque fechaste a porta até para os anjos.
Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início da tua melhora.
Pois é... agora é hora de reiniciar, de pensar na luz,de encontrar prazer nas coisas simples de novo.
Um corte de cabelo arrojado, diferente?
Um novo curso, ou aquele velho desejo de aprender:pintar, desenhar, dominar o computador, ou qualquer outra coisa.
Olha quanto desafio,quanta coisa nova, nesse mundão de meu Deus te esperando.
Está se sentindo sozinho?
Besteira...Tem tanta gente que você afastou com o seu "período de isolamento".
Tem tanta gente esperando, apenas um sorriso teu,para "chegar" perto de você.
Quando nos trancamos na tristeza,nem nós mesmos nos suportamos,ficamos horríveis,o mal humor vai comendo nosso fígado,até a boca fica amarga.
Recomeçar... Hoje é um bom dia para começar novos desafios.
Onde você quer chegar?
Ir alto, sonhe alto.
Queira o melhor do melhor.
Queira coisas boas para a vida.
Pensando assim trazemos para nós, aquilo que desejamos...
Se pensamos pequeno, coisas pequenas teremos.
Já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente lutarmos pelo melhor,o melhor vai se instalar na nossa vida.
E é hoje o dia da faxina mental.
Joga fora tudo que te prende ao passado,ao mundinho de coisas tristes:fotos, peças de roupa, papel de bala, ingressos de cinema,bilhetes de viagens,e toda aquela tranqueira que guardamos quando nos julgamos apaixonados...Jogue tudo fora.
Mas principalmente, esvazie seu coração,fique pronto para a vida, para um novo amor!
Lembre-se somos apaixonáveis,somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes.
Afinal de contas,nós somos o "Amor"...
Porque somos do tamanho daquilo que vemos, e não do tamanho da nossa altura.
Sempre vai existir um ser além de nós!
Confia N'ele agora, que Ele guiará os teus passos .


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Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Espanha lê Pedagogia do Amor de Gabriel Chalita


No feriado de Corpus Christi, educadores e intelectuais de Madrid receberam de braços abertos a cerimônia de lançamento do livro "Pedagogia do Amor", lançado em língua espanhola pela Editorial PPC, ramo do Grupo SM.Javier Cortés, diretor geral do Grupo SM, abriu o evento, em nome do presidente do grupo, ressaltando a importância do lançamento para o cenário editorial espanhol. Lembrou que o autor brasileiro já havia lançado anteriormente o livro "Os dez mandamentos da ética" na Espanha. Álvaro Marchesi, atual diretor internacional do Instituto Idea, do Grupo SM, e ex-secretário nacional de Educação da Espanha (posto equivalente ao de ministro da Educação, no Brasil), foi o segundo a falar, comentando para a platéia o livro de Chalita, que em espanhol se chama "Pedagogía del Amor". Depois que Gabriel Chalita se dirigiu aos presentes, numa fala muito aplaudida, a palavra foi aberta à platéia, e foram feitas várias perguntas, que demonstraram vivo interesse do público pelo trabalho do brasileiro. Segundo notícias publicadas em revistas educacionais de Madrid, Gabriel Chalita é um "dos mais promissores representantes da política brasileira atual. Reconhecido como grande orador, ele é capaz de mobilizar e emocionar um público numeroso em suas conferências, especialmente no campo da educação".

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

O SIM DE DEUS


Como responder com o amor ao Amor de Deus?
Na nossa mente se fixou a frase:
Não quem diz: Senhor, Senhor
entrará no Reino dos Céus,
mas aquele que faz a vontade do meu Pai… (Mt 7,21)
Portanto fazer a vontade de Deus é amar Deus.
Não significa resignação,
como muitas vezes se entende,
mas a maior aventura divina
que pode acontecer a uma pessoa:
a de seguir não a própria vontade mesquinha, não os próprios projetos limitados, mas Deus.
Realizar o desígnio que Ele tem para cada um de seus filhos:
um desígnio divino, inimaginável, riquíssimo.
A vontade de Deus é a pérola preciosa.
É a descoberta de um caminho de santidade feito para todos:
Todos a podem viver, em qualquer lugar, situação, vocação.
É o bilhete de ingresso das multidões à santidade.



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(dos escritos de Chiara Lubich)

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Aventura da Vida - Kahlil Gibran


Para viver, é preciso coragem.Tanto a semente intacta, como aquela que estárompendo sua casca tem as mesmas propriedades. Entretanto, só a que está rompendo sua cascaé capaz de lançar-se na aventura da vida.Esta aventura requer uma ousadia única: descobrirque não se pode viver através da experiência dos outros,e estar disposto a entregar-se. Não se pode pegar os olhos de um, os ouvidos de outro,para saber de antemão o que vai acontecer,cada existência é diferente da outra.Seja o que for que me espera, eu desejo estarcom o coração aberto para receber. Que eu não tenha medo de colocar o meu braçono ombro de alguém, até que ele seja cortado. Que eu não tema fazer algo que ninguém fez antes,até que seja ferido. Deixe-me ser tolo hoje, porque a tolice é tudoque eu tenho para dar esta manhã;eu posso ser repreendido por isso,mas não tem importância. Amanhã quem sabe, eu serei menos tolo.

As razões do amor - Rubem Alves


Os místicos e os apaixonados concordam em que o amor não tem razões. Angelus Silésius, místico medieval, disse que ele é como a rosa : "A rosa não tem"porquês". Ela floresce porque floresce." Drummond repetiu a mesma coisa no seu poema As Sem-Razões do Amor. É possível que ele tenha se inspirado nestes versos mesmo sem nunca os ter lido, pois as coisas do amor circulam com o vento. "Eu te amo porque te amo..." - sem razões... "Não precisas ser amante, e nem sempre sabes sê-lo." Meu amor independe do que me fazes. Não cresce do que me dás. Se fosse assim ele flutuaria ao sabor dos teus gestos. Teria razões e explicações. Se um dia teus gestos de amante me faltassem, ele morreria como a flor arrancada da terra. "Amor é estado de graça e com amor não se paga." Nada mais falso do que o ditado popular que afirma que "amor com amor se paga". O amor não é regido pela lógica das trocas comerciais. Nada te devo. Nada me deves. Como a rosa que floresce porque floresce, eu te amo porque te amo. "Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamentos vários... Amor não se troca... Porque amor é amor a nada, feliz e forte em si mesmo..." Drummond tinha de estar apaixonado ao escrever estes versos. Só os apaixonados acreditam que o amor seja assim, tão sem razões. Mas eu, talvez por não estar apaixonado (o que é uma pena...), suspeito que o coração tenha regulamentos e dicionários, e Pascal me apoiaria, pois foi ele quem disse que "o coração tem razões que a própria razão desconhece". Não é que faltem razões ao coração, mas que suas razões estão escritas numa língua que desconhecemos. Destas razões escritas em língua estranha o próprio Drummond tinha conhecimento, e se perguntava: "Como decifrar pictogramas de há 10 mil anos se nem sei decifrar minha escrita interior? A verdade essencial é o desconhecido que me habita e a cada amanhecer me dá um soco." O amor será isto: um soco que o desconhecido me dá? Ao apaixonado a decifração desta língua está proibida, pois se ele a entender, o amor se irá. Como na história de Barba Azul: se a porta proibida for aberta, a felicidade estará perdida. Foi assim que o paraíso se perdeu: quando o amor - frágil bolha de sabão - não contente com sua felicidade inconsciente, se deixou morder pelo desejo de saber. O amor não sabia que sua felicidade só pode existir na ignorância das suas razões. Kierkegaard comentava o absurdo de se pedir aos amantes explicações para o seu amor. A esta pergunta eles só possuem uma resposta: o silêncio. Mas que se lhes peça simplesmente falar sobre o seu amor - sem explicar. E eles falarão por dias, sem parar... Mas - eu já disse - não estou apaixonado. Olho para o amor com olhos de suspeita, curiosos. Quero decifrar sua língua desconhecida. Procuro, ao contrário do Drummond, as cem razões do amor... Vou a Santo Agostinho, em busca de sua sabedoria. Releio as Confissões, texto de um velho que meditava sobre o amor sem estar apaixonado. Possivelmente aí se encontre a análise mais penetrante das razões do amor jamais escrita. E me defronto com a pergunta que nenhum apaixonado poderia jamais fazer: "Que é que eu amo quando amo o meu Deus?" Imaginem que um apaixonado fizesse essa pergunta à sua amada: "Que é que eu amo quando te amo?" Seria, talvez, o fim de uma estória de amor. Pois esta pergunta revela um segredo que nenhum amante pode suportar: que ao amar a amada o amante está amando uma outra coisa que não é ela. Naspalavras de Hermann Hesse, "o que amamos é sempre um símbolo". Daí, conclui ele, a impossibilidade de fixar o seu amor em qualquer coisa sobre a terra. Variações sobre a impossível pergunta: "Te amo, sim, mas não é bem a ti que eu amo. Amo uma outra coisa misteriosa, que não conheço, mas que me parece ver aflorar no seu rosto. Eu te amo porque no teu corpo um outro objeto se revela. Teu corpo é lagoa encantada onde reflexos nadam como peixes fugidios... Como Narciso, fico diante dele... No fundo de tua luz marinha nadam meus olhos, à procura... Por isto te amo, pelos peixes encantados..."(Cecília Meireles) Mas eles são escorregadios, os peixes. Fogem. Escapam. Escondem-se. Zombam de mim. Deslizam entre meus dedos.Eu te abraço para abraçar o que me foge. Ao te possuir alegro-me na ilusão de os possuir. Tu és o lugar onde me encontro com esta outra coisa que, por pura graça, sem razões, desceu sobre ti, como o Vento desceu sobre a Virgem Bendita. Mas, por ser graça, sem razões, da mesma forma como desceu poderá de novo partir. Se isto acontecer deixarei de te amar. E minha busca recomeçará de novo..." Esta é a dor que nenhum apaixonado suporta. A paixão se recusa a saber que o rosto da pessoa amada (presente) apenas sugere o obscuro objeto do desejo (ausente). A pessoa amada é metáfora de uma outra coisa. "O amor começa por uma metáfora", diz Milan Kundera. "Ou melhor: o amor começa no momento em que uma mulher se inscreve com uma palavra em nossa memória poética." Temos agora a chave para compreender as razões do amor: o amor nasce, vive e morre pelo poder - delicado - da imagem poética que o amante pensou ver no rosto

INTIMIDADE


Que seja assim! Tardes que caem para que nasçam as noites. Acordes que terminam para que a pausa prepare o som que virá. A vida e seu movimento tão cheio de sabedoria. Que seja assim! Que seja sempre assim! Esquinas que dobramos com o desejo de alcançar outras esquinas. Depois da chuva, o frescor. Tudo prepara uma forma de depois, como se o agora fosse uma passagem constante que nos conduz com seu cordão invisível. Eu vou. Vou sempre. Não sei não ir. Minha curiosidade me move para dentro de mim. Sou um desconhecido interessante. A cada dia uma nova notícia me entrego. Eu me dou em partes, como se devolvesse o que já sou, Àquele que me deu totalmente. Vivo pra desvendar. Esquinas; tardes caídas; manhãs que se levantam com o sol. Ando amando mais. Meus amigos são tantos; meus limites também. Cada vez mais padre, mais feliz. Eu sou sem medo de errar. Eu desejo a sacralidade de cada dia. Deitar no chão da existência é tão necessário. Eu me levanto mais devolvido, porque há muitas partes de mim esparramadas, caídas pelas esquinas da vida. Recolher-me é obra que faço por Deus. Estou em reformas. Deus o sabe. Ele é que tirou a primeira pedra. Tirou. Não atirou. Deus não sabe atirar. Prefere tirar. Eu deixo. Sou Dele. Quero ser sempre mais. Em partes, pra ser todo. Ele me devolve a cada dia. Eu também. Lição de casa que faço com gosto.Vez ou outra Ele me olha nos olhos e me dita poemas. Fico tão encantado que até esqueço as palavras. Ele manda eu prestar atenção. Digo que não sei. Ele ri de mim. "Poetas são todos iguais" - conclui enquanto mexe no meu cabelo. Eu o vejo de perto, bem de perto. Por vezes sinto o desejo de lhe pedir o impossível, mas aí me falta coragem. Aí peço que me dê só o necessário. Ele me surpreende com medidas que não mereço. Fico mudo, sem saber dizer. Ele me socorre com seu sorriso. E de súbito, as palavras voltam a fazer parte de mim.
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Pe. FÁBIO DE MELO

SILÊNCIOS E PALAVRAS







Não diga as coisas com pressa. Mais vale um silêncio certo que uma palavra errada. Demora naquilo que você precisa dizer. Livre-se da pressa de querer dar ordens ao mundo. É mais fácil a gente se arrepender de uma palavra que de um silêncio.Palavra errada, na hora errada, pode se transformar em ferida naquele que disse, e também naquele que ouviu. Em muitos momentos da vida o silêncio é a resposta mais sábia que podemos dar a alguém.Por isso, prepara bem a palavra que será dita. Palavras apressadas não combinam com sabedoria. Os sábios preferem o silêncio. E nos seus poucos dizeres está condensada uma fonte inesgotável de sabedoria.Não caia na tentação do discurso banal, da explicação simplória. Queira a profundidade da fala que nos pede calma. Calma para dizer, calma para ouvir.Hoje, neste tempo de palavras muitas, queiramos a beleza dos silêncios poucos.
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Padre FÁBIO DE MELO

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Sem medo de arriscar





Um rei submeteu sua corte à prova para preencher um cargo importante. Um grande número de homens poderosos e sábios reuniu-se ao redor do monarca. - Ó, sábios, disse o rei, eu tenho um problema e quero ver qual de vós tem condições de resolvê-lo. Ele conduziu os homens a uma porta enorme, maior do que qualquer outra por eles já vista. O rei esclareceu: - Aqui está a maior e mais pesada porta de meu reino. Qual de vocês pode abri-la? Alguns dos cortesãos simplesmente balançaram a cabeça. Outros, contados entre os sábios, olharam a porta mais de perto, mas reconheceram não ter capacidade de fazê-lo. Tendo escutado o parecer dos sábios, o restante da corte concordou que o problema era difícil demais para ser resolvido. Era uma porta muito robusta e pesada. Somente uma única pessoa aproximou-se da porta.Ela examinou-a com os olhos e os dedos, tentou movê-la de muitas maneiras e, finalmente, puxou-a com força. E a porta abriu-se.Ela tinha estado apenas encostada, não completamente fechada, e as únicas coisas necessárias para abri-la eram a disposição de reconhecer tal fato e a coragem de agir com audácia. O rei disse: - Você receberá a posição na corte, pois não confiou apenas naquilo que viu ou ouviu; você colocou em ação suas próprias faculdades e arriscou experimentar."

Você já leu Rachel de Queiroz?


Prestamos homenagens à escritora de O Quinze, um dos grandes romances da literatura brasileira. É um romance profundamente realista, que mostra os desequilíbrios sociais do Nordeste, e da luta incessante de um povo contra a miséria e contra a seca.

Selecionamos uma crônica, a sua primeira crônica, publicada na Revista O Cruzeiro, em 1 de dezembro de 1945.


Crônica nº 1

Rachel de Queiroz
Tanto neste nosso jogo de ler e escrever, leitor amigo, como em qualquer outro jogo, o melhor é sempre obedecer às regras. Comecemos portanto obedecendo às da cortesia, que são as primeiras, e nos apresentemos um ao outro. Imagine que pretendendo ser permanente a página que hoje se inaugura, nem eu nem você, - os responsáveis por ela, - nos conhecermos direito. É que os diretores de revista, quando organizam as suas seções, fazem como os chefes de casa real arrumando os casamentos dinásticos: tratam noivado e celebram matrimônio à revelia dos interessados, que só se vão defrontar cara a cara na hora decisiva do "enfim sós". Cá estamos também os dois no nosso "enfim sós" - e ambos, como é natural, meio desajeitados, meio carecidos de assunto: Comecemos pois a falar de você, que é tema mais interessante do que eu. Confesso-lhe, leitor que diante da entidade coletiva que você é, o meu primeiro sentimento foi de susto -, sim, susto ante as suas proporções quase imensuráveis. Disseram-me que o leitor de O CRUZEIRO representa pelo barato mais de cem mil leitores, uma vez que a revista põe semanalmente na rua a bagatela de 100.000 exemplares.Sinto muito, mas francamente lhe devo declarar que não estou de modo nenhum habituada a auditórios de cem mil. Até hoje tenho sido apenas uma autora de romances de modesta tiragem; é verdade que venho há anos freqüentando a minha página de jornal; mas você sabe o que é jornal: metade do público que o compra só lê os telegramas e as notícias de crimes e a outra lê rigorosamente os anúncios. O recheio literário fica em geral piedosamente inédito. E agora, de repente, me atiram pelo Brasil afora em número de 100.000! Não se admire portanto se eu me sinto por ora meio "gôche". Dizem-me, também que você costuma dar sua preferência a gravuras com garotas bonitas a contos de amor, a coisas leves e sentimentais. Como, então, se isso não é mentira, conseguirei atrair o seu interesse? Pouco sei falar em coisas delicadas, em coisas amáveis. Sou uma mulher rústica,muito pegada à terra, muito perto dos bichos, dos negros, dos caboclos, das coisas elementares do chão e do céu. Se você entender de sociologia, dirá que sou uma mulher telúrica; mas não creio que entenda. E assim não resta sequer a compensação de me classificar com uma palavra bem soante.Nasci longe e vivo aqui no Rio, mais ou menos como num exílio. Me consolo um pouco pensando que você, sendo no mínimo cem mil, anda espalhado pelo Brasil todo e há de muitas vezes estar perto de onde estou longe; e o que para mim será saudosa lembrança, é para você o pão de cada dia. Seus olhos muitas vezes ambicionarão isto que me deprime, - paisagem demais, montanha demais, panorama, panorama, panorama. Tem dia em que eu dava dez anos de vida por um pedacinho bem árido de caatinga, um riacho seco, um marmeleiral ralo, uma vereda pedregosa, sem nada de arvoredo luxuriante, nem lindos recantos de mar, nem casinhas pitorescas, sem nada deste insolente e barato cenário tropical. Vivo aqui abafada , enjoada de esplendor, gemendo sob a eterna, a humilhante sensação de que estou servindo sem querer como figurante de um filme colorido. Até me admira todo o mundo do Rio de Janeiro não ser obrigado a andar de "sarong". Mas, cala-te boca; para que fui lembrar? Capaz de amanhã sair uma lei dando essa ordem.Apesar entretanto de todas essas dificuldades, tenho a esperança de que nos entenderemos. Voltando à comparação dos casamentos de príncipe, o fato é que as mais das vezes davam certo. Não viu o do nosso Pedro II com a sua Teresa Cristina? Ele quase chorou de raiva quando deu de si casado com aquele rosto sem beleza, com aquela perna claudicante; porém com o tempo se acostumaram, se amaram, foram felizes, e ela ganhou o nome de Mãe dos Brasileiros. Assim há de ser conosco, que eu, se não claudico no andar, claudico na gramática e em outras artes exigentes. Mas sou uma senhora amorável, tal como a finada imperatriz, e de alma muito maternal. A política é que às vezes me azeda mas, segundo o trato feito, não discorreremos aqui de política. Em tudo o mais sempre me revelo uma alma lírica, cheia de boa vontade; eu sou triste um dia ou outro, não sou mal humorada nunca. E tenho sempre casos para contar, caos de minha terra, desta ilha onde moro; mentiras, recordações, mexericos, que talvez divirtam seus tédios. Você irá desculpando as faltas, que eu por meu lado irei tentando me adaptar aos seus gostos. Quem sabe se apesar de todas as diferenças alegadas temos uma porção de coisas em comum?Vez por outra hei de lhe desagradar, haveremos de divergir; ninguém é perfeito neste mundo e não sou eu que vá encobrir meus senões. Tenho as minhas opiniões obstinadas - você tem pelo menos cem mil opiniões diferentes - há, pois, muito pé para discordância. Mas quando isso suceder, seja franco, conte tudo quanto lhe pesa. Ponha o amor próprio de lado, que lhe prometo também não fazer praça do meu. Lembre-se de que há um terreno de pacificação, um recurso extremo, a que sempre poderemos recorrer: fazemos uma trégua no desentendimento, procurando esquecer quem dos dois tinha ou não tinha razão; damos o braço e saímos andando por este mundo, olhando tudo que há nele de bonito ou de comovente: os casais de namorados nos bancos de jardim, o garotinho cacheado que faz bolos na areia da praia, a luz da rua refletida nas águas da baía, ou simplesmente o brilho solitário da estrela da manhã. Depois disso, não precisaremos sequer de fazer as pazes; nos seus cem mil variadíssimos corações, como no meu coração único só haverá espaço para amizade e silêncio. Há anos sei que é infalível o resultado da estrela da manhã.

Canção Óbvia


Escolhi a sombra desta árvore pararepousar do muito que farei,enquanto esperarei por ti.Quem espera na pura esperavive um tempo de espera vã.Por isto, enquanto te esperotrabalharei os campos econversarei com os homensSuarei meu corpo, que o sol queimará;minhas mãos ficarão calejadas;meus pés aprenderão o mistério dos caminhos;meus ouvidos ouvirão mais,meus olhos verão o que antes não viam,enquanto esperarei por ti.Não te esperarei na pura esperaporque o meu tempo de espera é umtempo de quefazer.Desconfiarei daqueles que virão dizer-me,:em voz baixa e precavidos:É perigoso agirÉ perigoso falarÉ perigoso andarÉ perigoso, esperar, na forma em que esperas,porquê esses recusam a alegria de tua chegada.Desconfiarei também daqueles que virão dizer-me,com palavras fáceis, que já chegaste,porque esses, ao anunciar-te ingenuamente ,antes te denunciam.Estarei preparando a tua chegadacomo o jardineiro prepara o jardimpara a rosa que se abrirá na primavera.
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Paulo Freire

A arte de ser feliz




Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Ás vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
Cecilia Meireles

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

O centenário do arquiteto das curvas





"A gente imagina que, daqui a 300 anos, ainda vão falar de nós", comentou certa vez o antropólogo Darcy Ribeiro. "Mas é ilusão. Vão lembrar só do Oscar", reconheceu um dos nossos mais conhecidos educadores, ao sublinhar a relevância do brasileiro Oscar Niemeyer. O exagero retórico, em se tratando de quem é, parece compreensível. As hipérboles, verdadeiras ou não, costumam integrar a galeria de homenagens destinadas ao carioca que, conforme ressaltou o suíço Le Corbusier, num longínquo 1936, tem as montanhas do Rio de Janeiro nos olhos - por seus desenhos terem o encanto e as curvas da paisagem da mais bela cidade do mundo.
Sete décadas depois de o teórico número 1 da arquitetura moderna ter saltado de um zepellin para ajudar a construir o edifício-sede do Ministério da Educação, no Rio, a celebração vai-se ampliar ainda mais. Este é o ano do centenário de Oscar Niemeyer. Alvíssaras: um de nossos gênios da raça e o mais importante arquiteto brasileiro do século 20 chega aos 100 anos de idade, a serem completados em dezembro, com lucidez e vigor. Que as homenagens programadas para 2007 sejam compatíveis com a riqueza da obra do artista. Ele merece.
E merece sem que seja necessário concordar com as premissas de seus projetos, entre as quais a de que a forma não deve ser limitada pela função ou a de que a simplicidade, na arquitetura, é demagogia, e de suas convicções políticas, como ainda manter Marx e Lênin como heróis, admirar o ditador Fidel Castro, encantar-se com o bolivarianismo aventureiro do coronel Hugo Chávez e acreditar que a revolução é a trilha a seguir.
(Decerto Niemeyer já ouviu falar no clássico ditado segundo o qual o jovem que não é de esquerda e o velho que continua a sê-lo ou são tolos ou desonestos - cláusula que o presidente Lula, esquerdista de antanho e amigo do arquiteto comunista, ajudou a renovar ao pregar que, na travessia da juventude para a velhice, só quem tem "algo estranho" permanece de esquerda).
Esqueçamos, porém, os nexos obscuros entre a biologia e a ideologia. O que importa aqui é que, conforme sugeriu Darcy Ribeiro, a obra de Oscar continuará a ser estudada nos próximos séculos - em grande parte por seguir a lição do poeta francês Charles Baudelaire: "O inesperado, a irregularidade e a surpresa são parte essencial e característica da beleza". Os projetos livres e audaciosos, materializados em décadas, demonstraram que é função da arquitetura emocionar.
Não por outra razão o arquiteto buscou escapar da linha reta e inflexível criada pelo homem e foi atraído pelas curvas - inspiradas, segundo o próprio, nas montanhas brasileiras, no curso sinuoso dos rios, nas ondas do mar. Pois seja. O que dizer da soma de beleza e intervenção arquitetônica inusitada instituída por Oscar mundo afora?
O criador de sólidos flutuantes exibe uma galeria incalculável em Belo Horizonte (o conjunto da Pampulha), São Paulo (Parque do Ibirapuera), Milão (a sede da Editora Mondatori), Paris (a sede do Partido Comunista), Caracas (o Museu de Arte Moderna da capital venezuelana), Nova York (a sede da ONU), Niterói (Museu de Arte Contemporânea) e, claro, Brasília. Incluam-se ainda obras recentes, como o Serpentine Gallery, em Londres, a escultura concebida para os jardins de Bercy, em Paris, e o monumento para Simon Bolívar, em Caracas.
Das obras e espaços criados ao longo de todo esse tempo, lamente-se a pouca presença de Oscar Niemeyer na sua cidade natal. Há a Passarela do Samba, é verdade, mas não basta. Enquanto Niterói tem o MAC, falta aqui uma obra igualmente significativa. Que o prefeito Cesar Maia aproveite o centenário do arquiteto para fazer este favor aos cariocas. O Rio e Oscar merecem.

Entendimento, atitude de inclusão



"Para entender o coração e a mente de uma pessoa, não olhe para o que ela já conseguiu, mas para o que ela aspira". A frase é de Gibran Khalil Gibran, filósofo e poeta libanês, que viveu entre 1883 e 1931, e resume a qualidade do entendimento. Quem entende também atende. Quem entende também estende - estende a mão e a atenção para a outra pessoa.
Há formas diferentes de perceber a importância do entendimento. Como se sente carente aquele que, diante do juiz, não consegue entender o que ele está dizendo; ou aquele que vai ao consultório e não domina a linguagem que o médico faz questão de rebuscar; ou em uma palestra em que o conferencista faz questão de mostrar que domina termos que não são comuns ao auditório. Para o professor, o entendimento é ainda mais fundamental, porque não se pode ensinar sem entender o aluno. E o aluno não aprende se não entende. É praticamente uma relação de companheirismo.

Um filme francês (O oitavo dia) mostra um verdadeiro retrato do entendimento.
Harry é um profissional de sucesso, mas não consegue o mesmo na vida pessoal. Cansada, a mulher o abandona, levando os dois filhos. No fim de semana em que o filme se passa, Harry deveria pegar os filhos, que vêm para visitá-lo, na estação de trem. Mas, ocupado como sempre, acaba se esquecendo. Os filhos ficam loucos da vida e prometem nunca mais querer vê-lo. E Harry sai dirigindo por uma estrada, para espairecer. Georges é órfão, tem a síndrome de Down, e mora em um hospital psiquiátrico. Nessa tarde, ele fica muito chateado de não receber visita e resolve fugir. Está caminhando por uma estrada, fugindo, sob uma forte neblina, e é quase atropelado pelo carro de Harry. O encontro acidental aproxima os dois. Harry tenta se livrar de Georges, mas uma forte ligação entre ambos é quase imediata. A partir daí, uma amizade especial se desenvolve, que levará a profundas mudanças na vida de Harry.
O ator que interpreta Georges é um jovem francês, com síndrome de Down, que mostrou que talento é resultado de dedicação e esforço. Ele teve o entendimento necessário para levar, ao cinema, a angústia do preconceito e a possibilidade da superação através da gentileza que nasce da amizade, que nasce do amor.

A lição do exemplo

A situação de Georges chama a atenção para a inclusão. Seus sonhos eram os de qualquer outro jovem de sua idade.
Há um mito no sistema educacional que perdura, por mais que a legislação já tenha garantido o contrário, que é o de separar as crianças com deficiência das outras crianças. Esse mito vem do medo de que o professor não consiga lidar com as diferenças. Vem ainda da preocupação de que os alunos não entendam que o outro é diferente e o acabem ridicularizando.
A prática mostra o contrário. Nas salas de aula em que convivem os alunos com deficiência com os outros alunos, nasce um sentimento de respeito e mais do que isso, de solidariedade. É comum, em uma sala com algum aluno que tenha deficiência auditiva, ver toda a sala aprendendo a linguagem de sinais para melhorar a convivência. Alunos empurrando a cadeira de rodas daquele que só se locomove dessa maneira, outros entendendo as dificuldades daquele que traz algum problema. Já dissemos que o jovem é solidário. O aluno é solidário. O preconceito nasce muito mais do discurso viciado de alguns pais que temem que seus filhos não se desenvolvam porque há algum aluno mais atrasado cognitivamente na mesma sala de aula.
Evidentemente, o professor precisa de capacitação para que esse aluno seja de fato incluído. O aluno precisa participar, executar as tarefas que estiverem ao seu alcance. Não precisa de pena, mas de dignidade. E os alunos, ao conviverem com pessoas diferentes, estarão se preparando para a vida. Nos países mais desenvolvidos, já foi superada essa discussão. Não apenas entendem que a inclusão é necessária na escola como o é em toda a sociedade. Dos meios de transporte ao mercado de trabalho, passando por teatros e cinemas e restaurantes.
Oxalá o tempo em que essas pessoas ficavam confinadas em casa, por falta de condições de se desenvolverem, não volte nunca mais. Precisam eles de atenção e de entendimento. Entender o outro faz-me entender a mim mesmo. Entender o outro faz-me melhor porque perco a arrogância de achar que o normal sou eu. O que é ser normal? Talvez no filme seja Georges o mestre de Harry.

GABRIEL CHALITA

(Artigo publicado na Revista Profissão Mestre, edição de agosto de 2007)

SÃO MIGUEL ARCANJO


São Miguel Arcanjo, cujo nome significa "o que é um com Deus", é considerado o chefe dos exércitos celestiais e o padroeiro da Igreja Católica Universal. É o anjo do arrependimento e da justiça. Seu nome é citado três vezes na Bíblia Sagrada: - Primeiro no capítulo 12 do livro de Daniel, onde lemos: "Ao final dos tempos aparecerá Miguel, o grande Príncipe que defende os filhos do povo de Deus. E então os mortos ressuscitarão. Os que fizeram o bem, para a Vida Eterna, e os que fizeram o mal, para o horror eterno". - No capítulo 12 do Livro do Apocalipse encontramos o seguinte: "Houve uma grande batalha no céu. Miguel e seus anjos lutaram contra Satanás e suas legiões, que foram derrotadas, e não houve lugar para eles no céu. Foi precipitada a antiga serpente, o diabo, o sedutor do mundo. Ai da terra e do mar, porque o demônio desceu a vós com grande ira, sabendo que lhe resta pouco tempo". - Na carta de São Judas, lê-se: "O Arcanjo Miguel, quando enfrentou o diabo, disse: "Que o Senhor o condene". Por isso São Miguel é mostrado atacando o dragão infernal. A Igreja Católica tem uma grande devoção por São Miguel Arcanjo, especialmente para pedir-lhe que nos livre das ciladas do demônio e dos espíritos maléficos. E quando o invocamos, ele nos defende, com o grande poder que Deus lhe concedeu, e nos protege contra os perigos, as forças do mal e os inimigos


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Oração a São Miguel


Príncipe Guardião e Guerreirodefendei-me e protegei-me com Vossa espada,não permiti que nenhum mal me atinja.Protegei-me contra assaltos, roubos, acidentes,contra quaisquer ato de violência.Livrai-me de pessoas negativas.Espalhai vosso manto e vosso escudo de proteçãoem meu lar, meus filhos e familiares.Guardai meu trabalho, meus negócios e meus bens.Trazei a paz e a harmonia.Que assim seja.

SÃO RAFAEL



Arcanjo RafaelSeu nome significa "Deus te cura". Este Arcanjo tem como sua principal característica ajudar na cura dos doentes e, por isso, é o guardião da saúde. Ele age principalmente nas instituições sociais, nos hospitais e até mesmo em casas que estejam precisando de sua ajuda.Além de influenciar na saúde física dos seres humanos, este arcanjo também age sobre a saúde do espírito, ou seja, está sempre procurando confortar as pessoas nas horas de desespero e acalmar os sofrimentos interiores. Além disso, também é o responsável e guardião dos talentos criativos. Na Bíblia Sagrada, o Arcanjo Gabriel é citado no Livro de Tobias, que faz parte do Antigo Testamento. Foi o Arcanjo enviado por Deus para curar a cegueira de Tobias e acompanhá-lo numa longa e perigosa viagem para conseguir uma esposa. Rafael, junto a Miguel e Gabriel simbolizam a fidelidade, o poder e a glória dos anjos


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Oração a São Rafael


Guardião da saúde e da curapeço que vossos raios curativos desçam sobre mim,dando-me saúde e cura.Guardai meus corpos físico e mental,livrando-me de todas as doenças.Expandi Vossa beleza curativa em meu lar,meus filhos e familiares, no trabalho que executo,para as pessoas com quem convivo diariamente.Afastai a discórdia e ajuda-me a superar conflitos.Arcanjo Rafael, transformai a minha alma e o meu ser,para que eu possa sempre refletir a vossa Luz.Que assim seja

SÃO GABRIEL


Seu nome significa: "Homem de Deus". É o Arcanjo da Esperança, da Anunciação, da Revelação, sendo comumente associado a uma trombeta - é a Voz de Deus, o transmissor das boas novas. Este Arcanjo é citado várias vezes na Bíblia Sagrada. Foi ele que anunciou ao profeta Daniel a vinda do Redentor. Disse assim o profeta: "Apareceu Gabriel da parte de Deus e me falou: dentro de setenta semanas de anos (ou seja 490 anos) aparecerá o Santo dos Santos" (Dan 9). Ao Arcanjo Gabriel foi confiada a missão mais alta que jamais haja sido confiada a alguém: anunciar a encarnação do Filho de Deus. Por isso é muito venerado desde a antigüidade. O termo de apresentação quando apareceu a Zacarias para anunciar-lhe que ia ter por filho João Batista foi este: "Eu sou Gabriel, o que está na presença de Deus" (Luc. 1, 19). São Lucas disse: "Foi enviado por Deus o anjo Gabriel a uma cidade da Galiléia, a uma virgem chamada Maria, e chegando junto a ela, disse-lhe: "Salve Maria, cheia de graça, o Senhor está contigo". Ela ficou confusa, mas disse-lhe o anjo: "Não tenhas medo, Maria, porque estais na graça do Senhor. Conceberás um filho a quem porás o nome de Jesus. Ele será filho do Altíssimo e seu Reino não terá fim". Segundo a tradição, Gabriel e seus anjos são os mensageiros das boas notícias, nos ajudam a dar bom rumo e direção à nossa vida, nos dão compreensão e sabedoria. É a ele que recorremos quando necessitamos desses dons


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Oração a São Gabriel


Portador das boas novas, das mudanças,da sabedoria e da inteligência.Arcanjo da Anunciação, trazei todos os diasmensagens boas e otimistas.Fazei com que eu também seja um mensageiro,proferindo somente palavras e atos de bondade e positivismo.Concedei-me o alcance de meus objetivos.


Que assim seja.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

O poder da palavra




Um orador falava do poder do pensamento positivo e das palavras.Um participante levantou a mão e disse:Não é porque vou dizer felicidade, felicidade, felicidade que irei me sentir melhor; e não é porque eu vou dizer desgraça, desgraça, desgraça que irei me sentir menos bem: não são mais que palavras. As palavras são isso mesmo, sem poder...O orador respondeu:Cale-se, idiota, você é incapaz de compreender o que quer que seja!O participante ficou paralisado, mudou de cor e preparou-se para replicar agressivamente.O orador, então, levantou a mão de forma apaziguadora e disse:Não quero magoá-lo. Peço-lhe que aceite as minhas sinceras desculpas.O participante acalmou-se.Os outros participantes murmuram e há agitação na sala.O orador prosseguiu:- esse foi apenas um exemplo para ilustrar a força das palavras. Algumas palavras desencadeiam dentro de nós raiva, coléra e medo. Outras nos acalmam. Esse é o poder das palavras.

A PALAVRA TEM PODER




Queria falar para você o poder da palavra.Há palavra do amor, que no cotidiano nos exercitamos. Há palavras de amor como: 'seja bem vindo', 'estava com saudade', 'te amo tanto', 'que bom que você está aqui'... São pequenas palavras de amor, mas que tem um poder de fazer as pessoas melhores.Palavra de amor na relação entre pais e filhos, como os jovens e criança estão carentes de palavra de amor, os filhos aprendem com os pais as palavras de amor, com a pessoa que trabalhava em casa, com gentileza.''Faça-se a luz e a luz foi feita'' esta é uma palavra de amor.A palavra tem o poder de fazer uma pessoa acreditar nela mesma, as faz recuperar a alegria.Há também palavra de desamor. A palavra pode ser um veneno que venha trazer a maldição para vida das pessoas. Esta palavra que tem poder quando usado pelo amor também destrói quando é usada com desamor, dizemos coisas que destróem as pessoas. Há palavras de desamor como: 'você não', 'você não serve para nada', 'não te perdôo', 'eu te odeio'...Aqui na Canção Nova é fácil dizer palavras de amor, o desafio é encher-se de palavra de amor e levar para os lugares que você vive, como o trabalho. Todos os dias você tem o poder de destruir e construir as pessoas.Outro tipo de palavra é a palavra de indiferença, que não é nem palavra de amor e nem desamor. Às vezes você trabalha em um consultório medico as pessoas chegam preocupadas e você é indiferente. Cristão não pode ser indiferente! Este é o mal do século, porque as pessoas estão transformando tudo em 'eu', tudo é para mim...Não existe filho de Deus de segunda categoria; você é filho de Deus de primeira categoria! Você não é pequeno, nem incapaz, mesmo que pessoas tenham dito palavras de desamor para você.Todos nós somos carentes, e não precisamos de palavras de desamor, precisamos é de palavras de amor.Dentro de nós às vezes há uma grande tempestade, mas do meio desta vem Jesus nos falar palavras de amor. Deus nos cerca com palavra de amor. Não use palavras de desamor e de indiferença.Permita ser um espelho de amor, transborde amor, com gestos e palavras, mas para isso você precisa sentir o amor maior que é o amor de Deus.Falando sobre o poder da palavra, pegando este mesmo conceito palavra de amor, de desamor e de indiferença, um grego diz que devemos pensar em quatro palavras antes dizer algo, elas são: . Credibilidade: se eu for um mentiroso as pessoas não vão acreditar em mim. Nós não devemos mentir para ter credibilidade. A outra palavra é:. Fragilidade: quando uso palavras de amor para chegar ao ponto fraco do outro. Todos nós temos um ponto fraco, ou seja, o nosso lugar frágil, jamais podemos fazer do ponto fraco do outro motivo de humilhação, pois tudo que humilha o outro não edifica.. Razão: é se preparar para levar a palavra, ter discernimento para saber o que a pessoa precisa ouvir. Pense um pouco na palavra de desamor que você profere: 'não gosto de gente assim', 'você não me agrada', 'sai daqui', 'eu te odeio'...Hoje peça aos anjos para retirar de você todas estas palavras, e tome mais cuidado com suas palavras.

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GABRIEL CHALITA

Oração para a mãe de Deus





Minha mãe, Maria.Mãe minha e mãe de todos os homens do mundo.Mãe dos que crêem e dos que duvidam.Mãe de todos. Sê nossa intercessora junto ao Mediador.Minha mãe, Maria tua vida foi sinal de amor.Se não fosse o teu silêncio, talvez não tivesse sido possível ouvir o anjo que anunciava.Se não fosse tua atenção, aquelas palavras não teriam surtido efeito.Se não fosse tua coragem, a resposta teria sido não.Se não fosse tua disposição, teu sim em nada resultaria.Minha mãe, Maria, tua maternagem te fez ainda mais bela.Tua pureza ensinou que vale a pena contemplar os amanheceres.Tua presença mostrou o que é ser presente. Soubeste não sufocar. Soubeste não abandonar.Minha mãe, Maria, teu olhar diante do sofrimento de teu Filho comove ainda hoje a humanidade.Ele era inocente e a senhora sabia disso. Ele era belo é mesmo assim O maltrataram. Ele era fascinante e nem por isso o amaram. E Ele que nada fez pagou por tudo o que fizeram... E a senhora compreendeu. Compreendeu e chorou aos pés da cruz.Minha mãe, Maria, aprendi a rezar desde criança. Aprendi a dizer Ave, Cheia de Graça! Aprendi a te chamar de mãe. E nunca esqueci. Mãe é para sempre. Mãe cuida da gente, embala na dor e no amor, se faz presente.Minha mãe, Maria, nessa minha oração quero apenas te pedir uma coisa.Ensina a esse mundo as lições que marcaram tua vida, teu silêncio, tua atenção, tua coragem e disposição de realizar o desejo do Pai. Tua humildade. A humildade da menina de Nazaré que virou Rainha da bondade e do amor, Estrela da Paz. Minha mãe, Maria, minha eterna mãe, Maria. Fica comigo. Amém.


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GABRIEL CHALITA

Oração do Estudante




Aprender é um dom precioso. Desde o primeiro dia aqui estou aprendendo. Os professores ensinam lições. Lições são aprendidas dos livros lidos e relidos. Lições são ensinadas nos trabalhos, projetos. Lições são partilhadas na linda arte de conviver.Cada um traz em si um grande tesouro. Ninguém é uma tábula rasa. Ninguém é vazio. Somos todos gigantes em potencial. Aqui chegamos e começamos. Começamos a manifestar o quanto temos para oferecer. O quanto temos para receber. Somos rebeldes. Alguns manifestam uma agressividade desmedida. Não são maus. São carentes. Desejosos de atenção. Embatem sem o menor sentido apenas para se mostrar presentes. Sofrem da falta de atenção. Sofrem da falta de família. Sofrem da falta de sonho.Somos rebeldes. Outros têm a boa inconformidade com as injustiças e ousam mudar o mundo. Mesmo que seja o mundo da escola ou da sala de aula. Revolucionários de uma boa causa. Oferecem o vigor da juventude para lutar por um novo amanhã. Somos diferentes. Carregamos em nossa memória a bagagem depositada desde os primeiros instantes da convivência. Mãe, pai, irmão, irmã, avô, avó, tio, tia, primo, prima, amigos. Há um pouco de cada um em cada um de nós. Somos produtos do meio.E o meio que nos molda não retira nossa identidade. Eis o desafio do estudante sonhador: empreender uma batalha diária entre o mundo exterior e o mundo interior. Aproveitar o que há de bom fora de si e transformar o que deve ser transformado, buscando a força que nele habita.Somos estudantes. Corajosos, cheios de charme e de vida. Somos jovens. E não nos preocupamos muito com o que há de vir depois. Não pensamos ainda na morte, no envelhecimento. Parece tudo tão distante. A estrada está apenas começando e o horizonte parece não ter fim.E é essa valentia que às vezes nos faz inconseqüentes. É essa valentia que nos lança a uma busca incessante de liberdade. E quantas vezes essa busca desemboca em becos sombrios. E a liberdade se faz armadilha e na viagem sem volta nossa inocência se dissipa. Drogas que nos oferecem. Droga de vida transformada pela falta de coragem de dizer não.Buscamos o prazer. Temos a necessidade de ser aceitos, acolhidos. Queremos nossa tribo, nosso grupo. Queremos ser ouvidos. E muitas vezes não temos a menor noção do que estamos falando. Empunhamos bandeiras. Ora corretas, ora erradas. Temos o direito de errar. Aprendemos com esse direito. Não temos o direito de acabar com a possibilidade de ter direito. Nossa vocação é a liberdade. As carrancas da escravidão não podem impedir o vôo do pássaro. Nascemos para voar. O infinito é nossa vocação. Quanto mais caminhamos mais sedentos de caminhar ficamos. Eis o nosso ofício. Transformar o que deve ser transformado e nunca deixar de cantar, fazer poesia e amar.Tu és, Senhor, nosso modelo de juventude. Sua vida foi a síntese da revolução do amor. E é o amor que nos move. Fazemos tudo pelo Amor e em busca do Amor. Amor que quando nos invade nos impede de seguir para a morte. Queremos nos deixar invadir por esse amor.Queremos o Teu Amor. Amor-paz. Amor-caridade. Amor-vida. Eis o segredo de nossa eterna juventude. Eis o que pede nossa alma de estudante. O aprendizado que vem dos livros e dos tratados um dia será esquecido. O aprendizado que vem do olhar, do sorrir, do amar, do viver fica para sempre. E nos mantém jovem.Obrigado, Senhor, por encontrar tempo e disposição para em meio ao vulcão que assola os meus pensamentos fazer essa oração.

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GABRIEL CHALITA

sábado, 11 de agosto de 2007

"A Educação é a base da sociedade"





No Dia da Educação, o maior motivo que temos para comemorar é a vida, pois o bom professor precisa gostar de viver! Ele precisa ter curiosidade e vontade de aprender, mas é também o dia em que os pais precisam repensar a educação de seus filhos, pois a educação é a base da sociedade. É preciso que os pais ensinem para as crianças o valor da educação desde cedo, há a necessidade de que lhes sejam ensinados valores o quanto antes, para que elas adquiram hábitos corretos, pois assim, podem desenvolver uma boa educação.É importante, também, que na sala de aula o professor trabalhe a diversidade, pois cada aluno tem o seu grau de conhecimento, tem um tempo próprio e uma forma particular de aprender, por isso é fundamental que o professor esteja atento ao desenvolvimento do aluno e o conduza no momento do aprendizado, ajudando-o nas suas dificuldades.Existem muitas formas de educar, e uma delas é por meio da Internet, que nos permite mostrar aos alunos, de forma rápida e interessante, um mundo de conhecimentos, mas como toda tecnologia, a Internet também tem o seu lado negativo, para exemplificar isso, podemos nos recordar de Santos Dummont, o qual criou o avião para proporcionar o bem, mas o viu ser utilizado na guerra. Por isso, esta importante ferramenta deve ser utilizada para a troca de idéias e a busca de informações, é um caminho que precisa se desenvolver cada vez mais.



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Gabriel Chalita

Oração da criança





Pai, querido!Eu quero ser
criança, com todo o direito de ser criança.Quero poder brincar e quero poder tocar no outro com a leveza da minha brincadeira.Quero poder sorrir e quero, ao sorrir, ajudar o outro a perceber que ainda há motivos para ter esperança.Quero correr e, ao correr, ampliar os horizontes, daqueles que não perceberam que, além das cercas, há um tempo enorme, cheio de verde e de vida. Um campo que é um convite a sair do lugar de sempre.Quero dançar e, ao dançar, trazer outras pessoas para minha dança, para que sintam que o corpo é um presente e, quando se une a outros corpos ao som da música, torna-se ainda mais presente, leve e belo.Quero cantar e, ao cantar, alcançar pontos mais distantes que, talvez com a minha mão ou outra parte do meu corpo, eu não conseguiria atingir. O meu cantar chega a qualquer canto. E o meu canto é o Teu canto.Quero aplaudir e, ao aplaudir, envolver toda a gente nesse aplauso. Ao aplaudir, quero ensinar e aprender que ninguém é feliz quando não se preocupa com a felicidade do outro.Quero nadar. E, ao nadar, sentir-me participando da natureza. E assim contemplá-la. E assim defendê-la. E assim construir um mundo mais bonito para mim e para quem virá depois de mim.Quero rezar. E, ao rezar, sentir que não estou sozinho e que nunca estarei. Sentir que tua presença não me tira a liberdade. Ao contrário, faz-me livre na essência, porque me livra do mal.Quero amar. E, ao amar, sentir-Te. E, ao sentir-Te, fazer a diferença na vida de quem eu vier a amar. Amar sem economias. Amar sem barreiras, sem fronteiras. Amar como em um vôo leve, profundo, delicado, forte. Amar com todas as ações e contradições do verbo amar. Quero amar.Quero viver. Quero viver a vida inocente e a vida perigosa. Quero viver a dor e o amor. Quero viver a saudade e a chegada. Quero viver a lembrança e o esquecimento. Quero viver o vulcão e a calmaria. Porque eis o meu mister. Não vou fugir de nada. E sei que estarás comigo, para que minha travessia seja intensa e feliz.Ainda sou criança, Senhor, mas tenho tudo isso pela frente. E não é à toa que estou aqui. E, um dia, quero poder olhar para trás e dizer: valeu a pena. Cada lágrima derramada. Cada noite mal dormida. Cada soluço. Cada aperto no peito. Cada riso ou gargalhada. Cada mão estendida. Cada abraço. Tudo valeu a pena porque fez parte de um caminhar. Um caminhar difícil, fácil. Depende. De Ti e de mim.Ainda sou criança, Senhor! Que eu seja a eterna criança. Pronta para mais uma história. Mais uma canção.Ainda sou criança, Senhor! Ainda não deconfio do amor. nem gostaria de desconfiar. Senão, por que viver?Cuida dos meus sentimentos de criança. Cuida de mim, hoje, amanhã e sempre, por favor. Cuida de mim, Senhor!Amém!







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GABRIEL CHALITA

ORAÇÃO DO PAI


Senhor, eu Te agradeço pela dádiva de ser pai.Te agradeço por ver meu filho a cada dia aprendendo algo novo.É tão lindo vê-lo chegar da escola, olhos entusiasmados, mochila nas costas!É tão lindo contemplar o seu sorriso maroto e saber que posso ser um instrumento para o seu crescimento!Senhor, eu Te peço que nunca negligencie minha missão de pai. O Senhor sabe de todas as minhas atribuições. O difícil mister de sustentar a família. Um árduo trabalho, que exige tempo, cuidado, preocupação. O Senhor sabe do cansaço que tenho quando chego em casa. É difícil deixar os problemas no trabalho. Os medos, a insegurança. E eu sou sozinho nesses pensamentos que me tomam. Não quero deixar preocupada minha família. E isso, às vezes, me torna fechado em meu mundo.Senhor, quero tanto ser um bom pai. Eu quero me multiplicar para participar de toda a história do meu filho. Das lições que devem ser estudadas aos campeonatos esportivos. Das orações em família aos passeios, mesmo que sejam apenas passeios em parques ou praças, mas juntos. A simplicidade vale tanto! Vale tudo! E eu quero educar meu filho na simplicidade. Sei que não é difícil. A cada noite que deito ao seu lado na cama e conto-lhe uma história, percebo a beleza de ser pai. A cada manhã em que o acordo dando-lhe um beijo gostoso que sela o desejo de um lindo dia, percebo a beleza de ser pai. A cada abraço de gratidão por uma torcida amiga. A cada aperto por um choro que nasce da dor, percebo a beleza de ser pai. E se não fossem esses e tantos outros singelos gestos, eu sei que pai eu não seria. Senhor, que eu saiba dizer sim e dizer não. Que eu não tenha a presunção de ser um super herói. Que eu me permita ser frágil e partilhar com o meu filho minha fraqueza. E que essa autenticidade nos ajude a construir uma família sem máscaras. Que o meu filho se sinta feliz em casa, que tenha a liberdade de perguntar e de falar. Que se sinta à vontade para sorrir e para chorar. Que tenha o direito de ser autêntico.
Senhor, Te peço ainda o dom da paciência. Sei que a violência não educa ninguém, mas sei também que preciso perseverar no intento amoroso de tocar na alma do meu filho e por meio de exemplos e palavras ajudá-lo a ser melhor. Exemplos falam tanto, falam tão alto! Exemplos ficam para sempre. E é esse o legado que gostaria de deixar. Sei que o dinheiro que hoje aquinhoar, amanhã poderá não mais existir. Sei que os presentes materiais serão perdidos, estragados ou abandonados em algum lugar. Sei que o que fica, o que é essencial é deixar a lembrança de quem nunca desistiu de ensinar o que é certo. Sei de tudo isso, mas Te peço, Senhor, que eu nunca me esqueça do que hoje eu sei.Cuida do meu filho. Cuida do Teu filho. Cuida do presente que o Senhor me deu e que é Teu. Que a cada dia ele se encha de graça e de luz. E que também ele tenha a humildade de nunca deixar de fazer sua oração.






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GABRIEL CHALITA

ORAÇÃO PELA PAZ



Senhor, o mundo precisa de paz.A paz não é apenas ausência de guerra.A paz não é apenas o abandonar das armas.É decisão. É ação.Senhor, o mundo precisa de paz.Da paz de crianças que aprendam desde cedo a amar e respeitar.Da paz de adolescentes que convivem com as mudanças sem raiva.Da paz dos jovens decididos a manter a harmonia do universo.Da paz dos maduros de todas as idades que não têm preguiça de ensinar aos que estão ainda engatinhando pela vida.Da paz dos velhinhos que se sentem livres e felizes. Que se sentem amados e acolhidos. Senhor, o mundo precisa de paz.Da paz dos que pouco têm e, mesmo assim, partilham. Dos que sabem que os bens materiais ajudam mas não constituem a essência do existir.Da paz que muitos têm e, tendo, agem como se não tivessem. E agindo assim são desapegados e generosos e não guardam arrogância nenhuma em seus sentimentos.Senhor, o mundo precisa de paz.Da paz das famílias que se fazem Igreja. Das famílias que cientes da missão de educar conduzem os filhos pelo legado do amor, da ética, da fé. Das famílias que conseguem viver sem máscaras. Mãe e Pai. Mulher e homem. Não há superioridade, mas respeito. Não há violência, mas ternura. Filhos. Filhos nascidos e crescidos em espaço seguro desde a gestação.Senhor, o mundo precisa de paz.Da paz das escolas. Escolas que são espaços de luz e têm a natural vocação de iluminar os que, iluminados, iluminarão o mundo. Das escolas em que professores, funcionários, alunos e diretores vão construindo, juntos, um espetáculo de amor. Das escolas que, acolhedoras, abrigam os que também hão de acolher no futuro. Personagens que distingam o acidental do essencial no aprendizado. Das escolas que ensinam a brincar e a respeitar, porque têm professores que não confundem sisudez com competência e aceitam que o sorriso está na moda e estará sempre.
Senhor, o mundo precisa de paz.Da paz na comunidade. No bairro que tem de voltar a conversar. Nos vizinhos que, calados pelo medo, pelo tédio ou pelo ritmo de uma vida acelerada, deixaram de lado o lindo costume de conversar e contar histórias. Nas crianças que podiam livremente brincar pelas calçadas enquanto os pais se divertiam ao verem o quanto poderiam ser felizes.O mundo precisa da paz de comunidades que se organizam para vencer a violência e a destruição. Das que sofrem quando sofre um de seus membros. Das que têm a capacidade de se reconstruir a cada vendaval e contemplar com êxtase a calmaria.Senhor, o mundo precisa de paz.Da paz que habita o coração das mulheres e dos homens. Só será possível reconstruir o mundo se reconstruirmos primeiro as pessoas. É de dentro para fora. E como paz é fundamental! A paz da serenidade, da sabedoria, da simplicidade, do equilíbrio, do amor. Esse sentimento que faz com que nossa ação tenha um sentido, e o outro seja tão importante quanto eu mesmo. E que eu, Senhor, consiga agir na minha vida como se Tua fosse a ação. Pensar os Teus pensamentos, amar com o Teu amor.Senhor, o mundo precisa de paz.Faze de mim um instrumento da Tua paz, como disse certa feita o santo que revolucionou o conceito de amor e de simplicidade: São Francisco de Assis.Faze de mim um instrumento da Tua paz comigo mesmo, com os outros com os quais eu convivo e com o mundo, com aqueles que eu nem conheço, mas que são também meus irmãos. Assim seja.




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GABRIEL CHALITA

ORAÇÃO PELO MEDO DE NÃO APRENDER



Senhor!No silêncio desta conversa, quero dizer algo que já sabes. Eu tenho medo, Senhor. Não sei porque me sinto envergonhado por não aprender. Tenho tantas dúvidas! Muitas vezes fico a ouvir o que dizem os professores e parece que eu não tenho inteligência suficiente para acompanhar. E fico triste. E me sinto diminuído. Desde criança tive medo de não aprender. Não sei se eu me comparava aos meus amigos que sabiam mais do que eu. Não sei se eram meus pais que esperavam mais do que eu podia dar. Não sei se era coisa minha mesmo. Só sei que é triste a sensação do não saber, e pior a do não poder aprender. Parece que há um véu que cobre a minha inteligência e me impede de saber.Sei que meus pais esperam muito de mim. Sei que meus professores também torcem para que eu consiga vencer esses obstáculos. Mas a cada avaliação vem um medo imenso de não dar certo. Além de tantos outros que me habitam. Medo do vestibular. Medo da faculdade. Medo de que num dia, quando estiver trabalhando eu não saiba resolver o que as pessoas esperam de mim.Acho que o meu grande problema é essa carência que faz com que eu não queira decepcionar ninguém. Tenho medo de que descubram que eu nada sei e que por isso não gostem mais de mim ou não me acolham. Sei que as pessoas gostam dos vencedores e eu acho que eu não nasci para vencer. Se tivesse nascido seria mais inteligente, mais rápido, saberia mais das coisas. Mas não é isso o que eu sinto.Muitas vezes, senti que as pessoas que estão ao meu lado têm pena de mim. E isso me dá ainda mais tristeza. Parece que descobriram que pouco falo para que não percebam o quanto sou ignorante. E quando vejo amigos meus falando e encantando, juro que me dá uma ponta de inveja. Por que será que eu não recebi os mesmos talentos? Por que será que eu não nasci com esse dom de falar e de escrever e de ser rápido na solução de problemas? Por que será que sou diferente dos outros?
Eu não quero muito, Senhor! Não sonho em ser um novo Einsten, Mozart, Fernando Pessoa ou Alexandre. Não sonho em ser um gigante que a história venha a imortalizar. Sonho em ser eu mesmo, apenas um pouco melhor. Apenas um pouco mais seguro, que no meu rincão eu possa ser feliz e fazer feliz o outro. Sei que ninguém dá o que não tem. E preciso deixar brotar em mim essa semente do conhecimento para que eu possa, ao me livrar da ignorância, ajudar mais as outras pessoas. Hoje eu sinto que não consigo ajudar ninguém porque tenho medo. Medo de dizer alguma coisa errada. Medo de ser mal compreendido. Medo de não ser ouvido. O que teria a dizer quem sabe tão pouco?Quando recebo minhas notas sinto uma angústia enorme. E o pior é ter de responder aos meus colegas, é ter de dizer o quanto tirei. É ter de tornar público o meu fracasso, a minha ignorância. E quando chego em casa, às vezes minto para que não tenham pena de mim aqueles que me trouxeram ao mundo. Sei que sabem que eu pouco sei. Mas nos enganamos mutuamente. E isso não é correto nem me faz bem.Senhor, eu quero mudar. Quero que o Senhor me ajude a encontrar em mim razões para acreditar. Eu não posso ser tão limitado. Ninguém é tão limitado que nada aprenda. Deve haver alguma força em mim que me conduza para fora e que me ajude a ser alguém. O Senhor não me criou para viver na ignorância ou para viver na incerteza. Talvez seja eu que ainda não entendi o que preciso entender. Sem confiança em mim mesmo ficarei dentro dessa caverna com medo da luz. Tenho medo de que a luz me cegue e talvez por isso eu me esconda. Mas não quero mais me esconder. Eu quero saber que sei. E quero ter a liberdade de não viver a vida toda com medo de que se decepcionem comigo aqueles que me amam. Se me amam continuarão a me amar. E se não amam, que fiquem eles com suas expectativas próprias. Quero viver a minha vida e caminhar com os meus pés.
Senhor, ajuda-me! Se sou Sua imagem e semelhança, sou inteligente e posso aprender. Se sou Sua imagem e semelhança, posso ter segurança, amar e ser feliz. Obrigado, Senhor! Acho que já encontrei o começo da longa resposta que busco nesta vida.



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GABRIEL CHALITA



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PENSAMENTOS