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sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Vida bem vivida.
Sofrida?
Nao...
Tirei de letra cada sofrimento.
Chorei sim.
Mas cada lágrima que caiu eu enxuguei com dignidade.
Mulher polemica.
Falo o que quero e o que penso.
Muitos tentam me conhecer mas nao conseguem.
Mulher de códigos a decifrar.
Sou mulher de um homem só.
Nao gosto de rotinas e pessoas comuns.
Amo todos que me amam e aos que me odeiam, digo que sinto pena.
Sou mulher de poesias e sinto cada palavra que escrevo.
Falo e escrevo o que muitas mulheres gostariam de falar...
Sou comportada, na medida certa.
Mas o que gosto mesmo é de ser mulher...
Mirian Rossi
Negro...
Negra é a injustiça
Que há no mundo
Onde a cor
Define a dignidade
Negro é o coração
Da humanidade
Age com indiferença
Finge não ver
Crianças famintas
Mulheres flageladas
Meninos nas ruas
Meninas nuas...
Negra é a alma
Dos políticos
Que abraçam negros
Em campanhas
Depois ignoram
Como se fossem lixos...
Negro
É o sonho de futuro
Se o homem não entender
Que negros e brancos
São iguais...
E a igualdade é a chave
Da Paz!
(Sirlei L. Passolongo)
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.
Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."
Miguel Sousa Tavares
LÁGRIMAS
Amigo,onde está você?
Das lágrimas e da dor,
Ainda lembro do carinho e do amor,
Das musicas cantadas, das rimas ditadas,
De um mundo cheio de cor.
E hoje parece que tudo se transformou
Num simples “oi, como vai você?”
E nada mais.
Porque nada mais parece ser como era antes
E tudo já faz parte do passado,
São agora boas lembranças
Que ficaram marcadas.
Cadê o seu sorriso q estava sempre aqui comigo.
Cadê os seus carinhos, os seus gestos sempre de amigo
Onde é que foi parar?
Aonde é que você esta?
Não tenho mais aqui comigo,
Sinto falta desse meu amigo
Que é você!!!!
Nos seus olhos sempre a alegria,
Tão singelos, cheios de magia
Aonde foi parar?
Onde você esta?
Nas lembranças sempre te procuro,
É você o meu porto seguro,
Meu amigo como você esta?
Te estendo a mão por um minuto
E segure- a só por um segundo
Pra que eu possa sentir
Que está dentro de mim.
Meu amigo,
Que trato sempre com carinho
E onde você estiver
Eu também estarei lá
E permanecerei
E mesmo que peças pra partir
Não te deixarei.
E hoje te deixo essas palavras
Pra que na sua vida fique marcada
E que você nunca se esqueça
E não importa o que aconteça
Serei sempre sua amiga
Hoje, amanhã e para sempre!
domingo, 16 de novembro de 2008
As filhas de Obama e o professor de rua
A magia está em converter a rua, com seus encantos, numa aventura do conhecimento e, assim, fazê-la entrar na escola
NUM GESTO de desespero, a Prefeitura de Washington começou a oferecer, neste semestre, R$ 400 mensais para os estudantes de escolas públicas que se comportarem bem e tirarem boas notas.
Essa "bolsa disciplina" dá uma pista da dificuldade de Barack Obama em aceitar as pressões para que matricule suas duas filhas na rede de ensino municipal de Washington -conhecida por suas notas baixas, pelas drogas e pela violência.Imagina-se que o exemplo de Obama em matricular suas próprias filhas numa escola pública mostraria ao país um futuro presidente extremamente comprometido com a qualidade da educação.
Talvez seja esse um certeiro lance de marketing, mas dificilmente ajudaria o desempenho das duas garotas. Apenas a metade dos matriculados no ensino médio consegue tirar o diploma -e, a maior parte, apresenta desempenho muito ruim.A opção pelo pagamento por bom comportamento só veio depois de inúmeras experiências fracassarem.
Além dos mais diferentes projetos sociais bancados pela comunidade, os alunos estudam em período integral e custam ao governo, mensalmente, mais do que custa um aluno o ano todo para a rede pública brasileira. Aliás, um único mês de "bolsa disciplina" significa mais de dois meses de tudo o que se gasta com nosso estudante de escola pública.O dilema da família Obama mostra a complexidade do enfrentamento contra a violência em geral, e nas escolas, em particular.
Esse tema voltou à pauta na semana passada, com a depredação de uma escola pública na zona leste de São Paulo.
A barbárie na zona leste ganhou as manchetes porque os estragos foram concentrados num único local. Mas sabemos que as depredações ocorrem todos os dias, em meio a um ambiente crônico de selvageria. Nas regiões metropolitanas, pior do que a questão salarial e a falta de infra-estrutura, o que de fato incomoda os professores é a agressividade dos alunos -isso explica, em boa parte, porque os professores contraem tantas doenças associadas ao estresse.Cria-se um círculo vicioso: o aluno ataca a escola e atinge o professor.
Esse, por sua vez, ataca a escola e o aluno se sente atacado.A depredação na zona leste sintetiza a falta de perspectiva dos jovens das grandes cidades, especialmente em regiões metropolitanas. No entanto, já sabemos que a solução existe em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.
No mês passado, visitei uma escola pública em Recife (Cícero Dias), onde uma parte do currículo, bancado pela iniciativa privada, é voltado a mídias digitais. Testemunhei a compenetração dos estudantes aprendendo a fazer jogos no computador.
Uma experiência semelhante, e com bons resultados, começou a ser aplicada neste ano numa escola pública do Rio (Leite Lopes).Em Praia Grande, no litoral de São Paulo, criou-se a figura do pedagogo comunitário, que visita as famílias e ensina a usar os mais diferentes espaços para o aprendizado. Aos domingos, por exemplo, eles ficam numa praça lendo livros para quem aparecer.
Além de melhorar o interesse pela leitura, caíram a evasão e a repetência escolar. É exatamente o que se vê num projeto lançado em Belo Horizonte , já citado nesta coluna, em que universitários dos mais diferentes cursos auxiliam, diariamente, a rede municipal. Na violenta Nova Iguaçu (RJ), os alunos das escolas que recebem treinamento específico para saber criar laços com seu entorno, envolvendo a família, são mais disciplinados. Desenvolvem-se ali programas para melhorar as habilidades de comunicação e alguns dos estudantes produzem vinhetas para a TV Globo.
Essas experiências são diferentes modalidades de arranjo educativo local -ajudam a tirar o professor do isolamento, dando-lhe novos parceiros. O interesse do aluno é despertado quando, em vez das aulas discursivas, são oferecidas oportunidades de expressão, como os jogos digitais do Recife ou a leitura nas praças de Praia Grande. Em essência, o que se cria é um novo tipo de professor que combina com uma nova cidade -o professor de rua.A magia está em converter a rua, com seus encantos, numa aventura do conhecimento e, assim, fazê-la entrar na escola.Evidentemente, não é fácil. A prova está na capital da nação mais poderosa do mundo. Parece mais fácil um negro comandar a Casa Branca do que as filhas de um presidente estudarem numa escola pública de Washington.
PS Ainda é cedo para saber se a experiência do "bolsa disciplina" vai dar certo. Mas, por trás dela, existe uma extraordinária história -e essa já deu certo. O inventor do projeto é o economista Roland Fryer. Nasceu negro e pobre. Ainda criança, ele foi abandonado pela mãe. Dependeu do pai, um alcoólatra. Nada disso o impediu de se tornar professor de Harvard -onde se formou Obama. Sua salvação: uma avó, professora. É aficionado em inventar fórmulas para melhorar o desempenho dos pobres em geral e dos negros em particular. Há um preciso relato do caso de Washington no jornal "Valor Econômico".
Texto do diretor de criação e sócio da Bullet,sobre a crise mundial
"Vou fazer um slideshow para você. Está preparado? É comum, você já viu essas imagens antes.
Quem sabe até já se acostumou com elas. Começa com aquelas crianças famintas da África.
Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele. Aquelas com moscas nos olhos.
Os slides se sucedem. Êxodos de populações inteiras.
Gente faminta. Gente pobre. Gente sem futuro.
Durante décadas, vimos essas imagens.
No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto.
Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados.
São imagens de miséria que comovem.
São imagens que criam plataformas de governo
Criam ONGs. Criam entidades. Criam movimentos sociais.
A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em Bogotá sensibiliza.
Ano após ano, discutiu-se o que fazer.
Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se sucederam nas nações mais poderosas do planeta.
Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o problema da fome no mundo.
Resolver, capicce? Extinguir.
Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta.
Não sei como calcularam este número. Mas digamos que esteja subestimado.
Digamos que seja o dobro. Ou o triplo.
Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo.
Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse.
Não houve documentário, ONG, lobby ou pressão que resolvesse.
Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome de quem já estava de barriga cheia."
Como uma pessoa comentou, é uma pena que esse texto só esteja em blogs e não na mídia de massa, essa mesma que sabe muito bem dar tapa e afagar.
Se quiser, repasse, se não, o que importa? O nosso almoço está garantido mesmo.
Urgente: chamem os universitários - Gilberto Dimenstein
Desde 2006, um grupo de universitários dos mais diferentes cursos está apoiando escolas públicas da periferia de Belo Horizonte. A iniciativa acaba de entrar na história social por causa de um relatório sobre a experiência elaborado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Num projeto batizado de Escola Integrada, a prefeitura de Belo Horizonte ampliou a jornada escolar, oferecendo oficinas (artes, comunicação, lição de casa, reforço escolar, ciências, matemática) em diferentes espaços da comunidade. Parques, praças, clubes, igrejas, por exemplo. Para gerir essa movimentação, cada escola formou um professor comunitário. As oficinas são dadas pelos universitários, que ganham uma bolsa e são orientados por um professor de seus respectivos cursos.
Depois de seis meses de avaliação, os pesquisadores da UFMG concluíram que os estudantes das escolas públicas desenvolveram maior apetite pelo conhecimento e respeito pelos professores; passaram a ler mais e entender melhor o que lêem. Até mesmo aprenderam a se alimentar melhor e cuidar da higiene. Note-se que estamos falando das escolas com as crianças mais vulneráveis.
A chave não é apenas a ampliação da jornada escolar, mas a montagem das redes ( saúde, cultura, assistência social) pelo professor comunitário combinada com o prazer de ensinar dos universitários, desde que monitorados e com um material pedagógico estimulante.
Diante dos resultados apontados pela pesquisa, cujo resumo está em meu site (www.dimenstein.com.br), um governante não tem o direito de desconhecer a experiência. Muito menos os prefeitos que acabam de ser eleitos e prometeram melhorar a educação
Obama e a ex-futura prostituta de Brasília- Gilberto Dimenstein
O que me intriga nesse debate é o fato de que a capital da nação mais poderosa do mundo tem dificuldade de lidar com a violência de seus alunos --e daí se vê a dificuldade que temos e vamos continuar tendo no Brasil, onde não dispomos, nem remotamente, de tantos recursos.
Por isso, recomendo a leitura de um livro chamado "A Pedagogia do Cuidado", do educador Celso Antunes, que está sendo lançado nesta semana, sobre a experiência da Casa do Zezinho, que fica no chamado "triângulo da morte" de São Paulo. São relatos de casos de educação contra a barbárie, fazendo com os que jovens se expressem e se encantem pelo conhecimento.
Um exemplo é a de uma menina que se prostituía na favela. Num truque pedagógico, Dagmar Garroux ofereceu-lhe então um treino para ser prostituta com muito dinheiro, preparada para trabalhar em Brasília. Isso implicou estudar mais e cuidar do corpo para valorizar a "mercadoria". A menina fez ensino médio, entrou num curso pré-vestibular, passou na USP e se formou em odontologia.
O caso, que está detalhado no www.catracalivre.com.br, mostra que não basta dinheiro pra enfrentar a violência. É preciso oferecer espaço de sonho --por isso, a ex-futura-prostituta de Brasília virou dentista. E também um negro órfão, criado por uma avó, se tornou presidente.
A menina que vive em mim
domingo, 9 de novembro de 2008
Machado ainda vive
MACHADO DE Assis foi a atração literária do ano. Sua vida e a vasta e musculosa obra serviram de pretexto para aulas, seminários, conferências e artigos. Como nunca houve antes neste país. A exposição na Academia Brasileira de Letras reuniu milhares de estudantes em visitas guiadas sem precedentes.É pertinente, por isso mesmo, um comentário sobre as ilações pedagógicas da obra do "bruxo do Cosme Velho". De propósito ou sem querer, a verdade é que a educação apareceu muito, até mesmo nas ironias do escritor carioca, que, se reportando a uma aula na escola pública que freqüentou, viajou com o pensamento nas asas de um papagaio de papel, enquanto a gramática era deixada em segundo plano. Nem por isso a sua escrita deixou de ser impecável, anos mais tarde.Numa releitura dos seus romances, contos, poemas, crônicas e cartas, descobre-se que ele se esmerava em mostrar de que maneira cada um de nós pode chegar a se tornar um ser humano melhor.Não nos preocupamos exatamente com lições morais, mas com o que o espírito de Machado acolheu e que seria de interesse objetivo da educação do seu tempo. A presença do professor, a forma dos castigos, a valorização de línguas estrangeiras e o pouco prestígio dado à educação feminina são temas recorrentes em suas obras.O mundo melancólico de Machado, com as suas voltas à infância sofrida, mescla-se com a nostalgia presente no "Conto de Escola": "Para cúmulo do desespero, vi através das vidraças da escola, no claro azul do céu, por cima do morro do Livramento, um papagaio de papel, alto e largo, preso de uma corda imensa, que boiava no ar, uma coisa soberba. E eu na escola, sentado, pernas unidas, com o livro de leitura e a gramática nos joelhos".Em "Outros Contos", encontramos mais uma preciosidade ligada à idéia do magistério, no sentido que lhe quis dar Machado de Assis: "Meu propósito era ser mestre de meninos, ensinar alguma cousa pouca do que soubesse, dar a primeira forma ao espírito do cidadão... Calou-se o mestre alguns minutos, repetindo consigo essa última frase, que lhe pareceu engenhosa e galante... O mestre, enquanto virava a frase, respirando com estrépito, ia dando ao peito da camisa umas ondulações que, em falta de outra distração, recreavam interiormente os discípulos". É um texto admirável, de que se podem tirar diversas inferências: a fina ironia com respeito à idéia abominável de delação; a existência somente de meninos na classe, revelando a discriminação então existente; a repetição exaustiva da palavra "mestre", com que Machado designava os professores; o retrato de corpo inteiro de uma classe típica, em que ocorrem fatos ainda hoje comuns no espírito da garotada. Isso tudo além do mestre, que, falando para si mesmo, revelava o inteiro teor do que então denominávamos "magister dixit".A crítica de Machado à escola mostrava suas idéias: os alunos não eram interessados porque também os mestres não o eram. O professor da época não fazia o aluno raciocinar; antes, queria impressionar e impor-se pela dificuldade das palavras; discursava, emitindo conceitos fora do alcance dos alunos. Nos textos, aparecem os castigos físicos, como a palmatória, que em "Conto da Escola" é descrita como "cheia de olhos".A cultura de Machado veio do seu autodidatismo, pois só fez os estudos primários. É verdade que era pobre e precisou trabalhar como tipógrafo.Mas teria ele continuado na escola se pudesse? Foram perguntas que me ficaram -e ficarão- sem resposta.Não se deve esquecer nenhum desses pormenores se queremos uma educação renovada. Machado afirmava no conto "Verba Testamentária" que "esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa apagar o caso escrito. Obra de lápis e esponja". Quando escrevia isso, certamente, ele queria dizer exatamente o contrário.
ARNALDO NISKIER, 73, é professor de história e filosofia da educação e presidente do Centro de Integração Empresa-Escola do Rio de Janeiro. É ex-secretário de Estado de Educação e Cultura do Rio de Janeiro, ex-membro do Conselho Nacional de Educação, professor emérito da Eceme e ex-presidente da Academia Brasileira de Letras.
Fonte : Folha de São Paulo - 07/11/2008
domingo, 26 de outubro de 2008
O Sol e a Lua
Quando o SOL e a LUA se encontraram pela primeira vez, se apaixonaram perdidamente e a partir daí começaram a viver um grande amor.
Acontece que o mundo ainda não existia e no dia que Deus resolveu criá-lo,deu-lhes então o toque final... o brilho !
Abateu-se sobre eles uma grande tristeza quando tomaram conhecimento de que nunca mais se encontrariam.
A LUA foi ficando cada vez mais amargurada, mesmo com o brilho que Deus havia lhe dado,ela foi se tornando solitária.
Você LUA, iluminará as noites frias e quentes, encantará os enamorados e será diversas vezes motivo de poesias.
Quanto a você SOL, sustentará esse título porque será o mais importante dos astros,iluminará a terra durante o dia,fornecerá calor para o ser humano.E a sua simples presença fará as pessoas mais felizes.
A LUA entristeceu-se muito com seu terrível destino e chorou dias a fio...Já o SOL ao vê-la sofrer tanto,decidiu que não poderia deixar-se abater pois teria que dar-lhe forças e ajudá-la a aceitar o que havia sido decidido por Deus.
No entanto sua preocupação era tão grande que resolveu fazer um pedido a ELE:
Senhor, ajude a LUA por favor,ela é mais frágil do que eu, não suportará a solidão...E Deus em sua imensa bondade criou então as estrelas para fazerem companhia a ela.
A LUA sempre que está muito triste recorre as estrelas que fazem de tudo para consolá-la, mas quase sempre não conseguem.Hoje eles vivem assim... separados,o SOL finge que é feliz, a LUA não consegue esconder que é triste.O SOL ainda esquenta de paixão pela LUA e ela ainda vive na escuridão da saudade.Dizem que a ordem de Deus era que a LUA deveria ser sempre cheia e luminosa,mas ela não consegue isso....
Porque ela é mulher, e uma mulher tem fases.Quando feliz consegue ser cheia, mas quando infeliz é minguante e quando minguante nem sequer é possível ver o seu brilho.
Vez por outra alguns deles vão até ela e voltam sempre sozinhos, nenhum deles jamais conseguiu trazê-la até a terra,nenhum deles realmente conseguiu conquistá-la, por mais que achem que sim.Acontece que Deus decidiu que nenhum amor nesse mundo seria de todo impossível, nem mesmo o da LUA e o do SOL...
E foi aí então que ele criou o eclipse.Hoje SOL e LUA vivem da espera desse instante, desses raros momentos que lhes foram concedidose que custam tanto a acontecer.Quando você olhar para o céu a partir de agora e ver que o SOL encobriu a LUA é porque ele deitou-se sobre ela e começaram a se amar
Importante lembrar que o brilho do êxtase deles é tão grande que aconselha-se não olhar para o céu nesse momento,seus olhos podem cegar de ver tanto amor.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
O fenômeno Chalita
Gabriel Chalita foi o vereador mais votado na capital. Exatamente, 102.048 votos. Votação de deputado federal. Edis com número bastante inferior já postulam futura senatoria. Pesquisa feita por grandes jornais, dias antes, mencionavam personalidades a indicar vários futuros vereadores e não citava o nome do mais votado. Apontado como "puxador de votos" para o candidato a Prefeito Geraldo Alckmin, foi alvo de denúncias inconsistentes. Uma delas imputava a ele haver omitido em sua declaração de rendas sociedade numa editora cujo capital era de R$ 10 milhões. Dez milhões de reais. Na verdade, a editora não passara de um sonho utópico de adolescente. Por recomendação de seu professor André Franco Montoro, aquiesceu em fazer parte de uma sociedade para publicar apostilas e livros do Mestre da PUC-SP. O capital era de RC$ 10 milhões: Dez milhões de cruzados. Isso equivale, hoje, a R$ 3.600,00 aproximadamente. Há uma grande diferença entre dez milhões de reais e três mil e seiscentos reais. Nunca integralizados, para formar pequena empresa que não chegou a publicar nada e foi objeto de futuro distrato. O esclarecimento feito em oportuno só foi publicado às vésperas das eleições e num espaço diminuto. Mesmo assim, foi estrondosa a sua consagração nas urnas.Como explicar essa vitória? GABRIEL CHALITA tem 39 anos. Aos 18, foi vereador em Cachoeira Paulista. Desde sempre, militou na Igreja e em causas sociais. Aluno o mais aplicado em todos os cursos, dois bacharelados, dois doutorados e prossegue os estudos de pós-doutorado. Escreveu mais de cinqüenta livros. Sobre filosofia, ética, direito. Mas também publica poesia, ensaio, biografia, obras edificantes e essenciais à formação do caráter.Foi Presidente da FEBEM, Secretário da Juventude e Secretário da Educação do Estado de São Paulo. Faz programa diário na rádio e semanal na televisão. Parece dispor de um especial talento: o da ubiqüidade. Está em todos os lugares a proferir conferências, palestras, aulas, depoimentos, testemunhos e exortações. Mas isso não explica a sua penetração em todos os segmentos. É que CHALITA é generoso. Vivencia o princípio da dignidade da pessoa humana em plenitude. Trata com atenção e carinho a crianças, jovens, adultos e idosos. É um ser muito amado, dotado de um carisma singular, que inaugura uma nova fase na política brasileira. Uma candidatura à Câmara Municipal de São Paulo é empreitada muito séria. Políticos tradicionais e grupos poderosos se propõem a conseguir uma das 55 cadeiras, pois o Legislativo local interfere na economia nacional. São Paulo é o terceiro orçamento da República. O primeiro é o da União, o segundo é o do Estado de São Paulo. O terceiro é o de sua capital. Isso significa dispêndio de enormes somas de dinheiro. CHALITA se elegeu sem o investimento de outros candidatos. Alguns chegaram a contratar 3 mil pessoas no dia da eleição. Ele fez uma campanha direta. Pessoal. Até personalíssima. Compareceu a todas as escolas e fez palestra para uma classe, para duas classes, para o colégio todo. Pela manhã, à tarde e à noite. Percorreu paróquias. Assistiu a missas. Participou de cultos. Fez leituras. Fez conferências. Visitou escritórios de advocacia, empresas e instituições. Tem facilidade em se comunicar. E quem o assiste, fica seduzido por suas propostas. Um amigo meu que assistiu a uma palestra dele na escola de seus filhos, na manhã seguinte ligou pedindo material de divulgação da eleição. Garantiu, junto à sua família, cem votos. Ficou encantado com a sinceridade, pureza de propósitos e disposição em mudar os parâmetros de conduta de uma Edilidade que até há pouco envergonhava os paulistanos. Quem não se lembra dos adesivos: "Tenho vergonha dos vereadores de São Paulo"?Sua eleição realimenta a esperança de quem acredita em política provida de eticidade. Quem o não ouviu, mas leu seus livros. Também tem direito a se nutrir dessa esperança. Quem o não conhece e não votou nele porque mora em outro município, pode erigir sua conduta como parâmetro para os edis de sua cidade. Espera-se muito de GABRIEL CHALITA. Agora é o momento de concretizar, como formulador de regras gerais e abstratas destinadas à disciplina social, o seu sonho de tornar o mundo mais harmônico e mais fraterno. É nisso que a sua legião de amigos está a confiar.
José Renato Nalini
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
I FLIC de Catanduva - SP
A feira, que durou uma semana, com programação intensa, encerrou na última quinta-feira, 09/10, com a presença ilustre do escritor e educador Gabriel Chalita, que falou sobre suas obras 'Pedagogia da Amizade' e 'Pedagogia do Amor' ,além da apresentação do grupo 'Cezinha e Banda', de Rio Preto, e massagens realizadas por profissionais da área. O evento, de altíssimo nível, superou todas as expectativas das organizadoras, com mais de mil e cem inscritos. Este foi mais um dos projetos do Colegião: promover cultura para formar cidadãos mais críticos e conscientes.
O best-seller das urnas

" Na noite do último domingo, o escritor e professor universitário Gabriel Chalita teve de lidar com sentimentos distintos. Ao mesmo tempo em que comemorava os 102 048 votos conquistados na disputa por uma cadeira na Câmara Municipal, precisou consolar seu padrinho político, o ex-governador Geraldo Alckmin, que foi atropelado pelo atual prefeito, Gilberto Kassab, e ficou fora do segundo turno. "Mesmo abatido, ele me deu parabéns e disse que estava feliz por mim", conta Chalita, que diz só ter aceitado ser candidato depois de muita insistência por parte do seu antigo protetor. "É claro que minha expectativa era ser vereador para apoiar o Geraldo, mas, seja quem for o eleito, não tenho o perfil de parlamentar briguento", afirma ele, que, garante, seguirá a orientação do seu partido, o PSDB, e estará com Kassab, do DEM, na disputa final com Marta Suplicy, do PT. Apesar da votação expressiva, Chalita ficou longe do recorde do agora deputado federal José Eduardo Cardozo (PT), que em 2000 recebeu quase 230 000 votos.(...)"
(Leia a íntegra da matéria na Revista Veja SP, veiculada neste domingo, dia 12/10.)
domingo, 12 de outubro de 2008
Em boa companhia

segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Mais votado, Chalita diz que ficou surpreso com resultado

Foi o candidato tucano à prefeitura que o convenceu a se candidatar para vereador, conta Chalita. Sem Alckmin no segundo turno, o recém-eleito vereador disse que subirá no palanque do candidato que seu partido decidir apoiar e afirmou ser contra uma posição de neutralidade.
Chalita acredita que muitos de seus eleitores são pessoas ligadas à área de educação, às igrejas Católica e Presbiteriana, e também eleitores que gostam dele como escritor, atividade que começou com apenas 12 anos.
O vereador é professor em duas universidades, dá palestras em congressos pelo país e diz que não quer parar de escrever. “Devo diminuir a quantidade de palestras fora de São Paulo, mas vou continuar trabalhando como professor e nunca deixarei de escrever. Para mim escrever é relaxar”, diz o vereador, que é formado em filosofia e direito, tem dois mestrados e dois doutorados nessas áreas.
Projetos
Mesmo se preparando em cima da hora, o parlamentar eleito disse ter reunido cerca de R$ 600 mil para gastar na sua campanha, entre recursos seus, do partido, de amigos e de uma empresa, cujo nome não foi informado.
O tucano pretende focar seus projetos como parlamentar na área de educação e diz que vai apresentar um projeto de lei para combater a prática do bullying nas escolas públicas e privadas da capital. Ele também é favorável à escola de tempo integral e acredita que isso poder ser feito aos poucos, ao longo dos anos.
GABRIEL CHALITA -VEREADOR MAIS VOTADO EM SP

fonte G1
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
MENSAGEM DE GABRIEL CHALITA

sábado, 27 de setembro de 2008
Trecho de Mulheres de Aço e de Flores,
A COSTUREIRA
Ando tão apertada de costura que se o dia tivesse vinte e cinco horas ainda sobrariam três ou quatro botões para pregar. Essa vida anda depressa demais. Quando menos imagino, o dia já se foi, esse desaforado!Vivo para ajeitar as mulheres. Prepará-las para ocasiões. São jantares, casamentos, formaturas. Vivo para ajudar a esconder os defeitos. A gordura localizada, a estria, a celulite. Em situações mais raras, saliento as virtudes.Adelaide Moura não costura com nenhuma outra pessoa porque só eu sei esconder aquele culote. Branca Rodarte não dá um passo para fora de casa se a roupa que estiver vestindo não tiver saído da minha máquina. É quase uma ciência a forma com que disfarço a sua falta de seios. Um enchimento aqui, outro enchimento ali. O tecido socorrendo a ausência de carnes. O que falta em umas sobra em outras. Lídia Boaventura costura comigo por uma razão contrária à de Branca. Nela, a natureza resolveu sobrar generosa. Cores e tecidos a serviço da ação clandestina. Mundo esquisito, meu Deus!Helena Sobreira não sabe o que fazer com tanta carne. A única cor que lhe cai um pouquinho melhor é o preto. Parece uma viúva eterna. Eu me exercito no ofício de costurar tecidos desde os dezesseis anos de idade. Herdei o dom de minha mãe, que por sua vez herdou o dom de minha avó. Uma ancestralidade!Fazer roupas é um jeito de ver os bastidores dos acontecimentos. Enquanto todo mundo vê a roupa por fora eu vejo é por dentro, nos seus avessos. O que vejo do tecido é sua sustentação primeira, sua trama. Um tecido só é bonito de verdade à medida que possui um avesso que o sustenta. A beleza externa só tem sentido porque há um alicerce no contraponto. Interessante, mas as pessoas são semelhantes aos tecidos. Se não há uma trama de sustentação não há beleza que possa sobreviver aos desmandes do mundo.Rosélia Adamastor nunca foi feliz. Talvez tenha sido a mulher mais bela que a nossa pequena cidade tenha conhecido. Mas a sua beleza não repercutiu na sua alma. Não foi o suficiente para lhe fazer feliz. Faltou um avesso de tramas resistentes. É estranho. Já Eliodora Fernandes sempre foi de uma feiúra de dar dó na gente. Mas o interessante é que nunca faltou um sorriso naquela criatura. O avesso foi bem feito. Mulheres por dentro e por fora. Mistérios que me despertam coragem para continuar costurando. Minha máquina é minha realidade. É dela que parto para os meus sonhos. O que materialmente corto, ajunto e costuro, de alguma forma repercute dentro de mim. Eu toco constantemente os bastidores da vida. E é a partir desses avessos que construo pontes que me levam para outros mundos.Eu costuro a realidade com linhas de sonhos. Imagino. E no ato de imaginar sou retirada para dançar, repito a sobremesa, comento a elegância dos adornos; troco olhares com o garçom. Rodopio enquanto danço pelo salão; recebo elogios pela escolha do penteado, a seda do vestido. Tudo isso sem sair de minha máquina. As linhas que entrelaçam os tecidos suturam o meu coração a realidades inexistentes. E por isso sou especialista em ver além das aparências. Sei do que os tecidos são capazes e as viagens que proporcionam. Se não tivesse essa habilidade não me restaria muita coisa. A vida na castidade, o corpo preservado, as pernas sem destinos, os cabelos sem fitas, o pescoço sem colares. A vida na mais perfeita e absoluta normalidade. Nem um risco no calendário, nenhum dia convidado a sair do esquecimento; nenhum convite pregado na geladeira, nada que anuncie um sábado com aspecto de primavera: horário marcado no salão, atenção especial para um corte de vestido, retoque de tinta no sapato de ocasião.Eu viajo é nas cores dos tecidos. Quilômetros e quilômetros de linhas me levam pelo mundo afora. O meu porto é a minha máquina. Nela eu sacramento partidas que não terminam nunca. Aprendi muito cedo que o sonho é mais que a realidade.No sonho, o cruel se desfaz com a mudança de foco. É simples. É só deixar de pensar. Se a paixão não convém é só trocar a cara. Fácil de resolver. A imaginação permite retoque, mudanças constantes.De Belo Horizonte a Paris eu levo um segundo. Não pago passagem, nem tenho problema com excesso de bagagem. Eu vou leve. Esqueço as roupas. Volto pra buscar. Troco a cena.Mudo o clima.Faço vir a chuva para dormir logo. Solicito o sol para o meu mergulho e imagino a neve para amenizar o calor. Acendo lareiras nas noites frias; encontro a promissória perdida; ganho na loteria, e divido o prêmio com os pobres.Na angústia, adio a decisão. Na agonia, antecipo o fim. Na alegria, eu prolongo o início. O tempo não tem poder sobre minha velha máquina de costura. Ela o desafia constantemente. Desafio que demonstra intimidade, parceria. Minhas pernas não andam, mas chegam. Chegam aos lugares que aos sonhos pertencem.O homem amado, o amor miúdo de toda hora, a espera no portão, o medo de que ele se atrase e que desista por vergonha, que não mande recado. Medo de que a espera fique superior ao tempo reservado para as esperas que se confundem com a alegria.A casa sem número ainda em construção. A planta discutida; o desejo partilhado de uma varanda que nos proporcione uma visão do outro lado da rua. O lugar não habitado, clandestino, iluminado por um poste de madeira. Os insetos voando em movimentos circulares, tais como os amantes ao redor de suas esperanças. Coisas pequenas que nos fizessem reviver os encantos dos tempos já idos, vividos, ancorados nos porões da memória, dos dias em que a vida era acontecimento certo, rotina garantida, panos estendidos à espera de corte.Eu não sei viver de outro modo. Quando quis a realidade, ocorreu-me a solidão e o despreparo. Vi o tecido da vida se desprender de minhas mãos, e com ele a minha habilidade. E naquele dia, o vestido de Eliane Vieira não ficou pronto a tempo da ocasião para a qual ela o havia solicitado.O choro incontido o dia inteiro, a dor na alma, o inchaço nos olhos, a pouca visão. O fogão de quatro bocas com os cozidos de minha preferência permaneceu intacto. Rosalinda não ousou perguntar a razão da tristeza. Apenas anunciou que já estava indo e que se precisasse eu saberia onde encontrá-la.A noite com suas demoras parecia despencar as estrelas sobre o teto do meu abrigo. A dor tinha cheiro de hortelã. Não sei a razão. Tristeza nem sempre tem razão. Apenas dói com seus cheiros estranhos.As dores da infância tinham cheiro de dama-da-noite. A pequena planta ficava na beirada da porta da cozinha. A mesma porta sempre entreaberta para que meu pai pudesse entrar em casa depois de suas aventuras, quando a madrugada já era a dona do mundo.Não tê-lo em casa causava um imenso arrocho no meu coração. Boca seca, descompasso na fala, olhos curiosos, mãos sem lugar, sem coragem de pegar o rosário para uma oração que preservasse meu pai da infidelidade.A cama estendida, os lençóis intocados, a vida seguindo o curso de sua passagem. As horas, os minutos, os segundos, o tempo.O silêncio vez ou outra era quebrado de forma sutil por um movimento de mulher que esperava. Vinha do quarto de costuras. O barulho da máquina de minha mãe era tão manso quanto suas alegrias. Eu tantas vezes quis sair do quarto, crescer no tamanho e na coragem, vestir um vestido de mulher adulta, tomar minha mãe pelos braços, abrir a porta da sala, acender um cigarro, e esbravejar com voz de quem já havia vivido duzentos anos. – Vamos buscar aquele vagabundo na rua! –. Sentia-me imensa por dentro, mas o corpo só tinha 8 anos. Queria resgatar minha mãe de sua espera torturante, mas eu ainda não era capaz de amarrar os meus sapatos sozinha.Num certo dia de agosto, quando os cães enlouquecem de tanto calor, a porta da cozinha amanheceu entreaberta. Sentada em sua máquina, minha mãe viu que o dia havia amanhecido sem que seus ouvidos tivessem ouvido o bater de porta que nos aliviava a existência.Sozinha no meu quarto eu havia acompanhado a vigília da espera. Quando coloquei a minha cara na porta da cozinha, pela primeira vez pus minha atenção na profundidade que havia no cheiro da hortelã.Manoel Carreira estava chegando pelos fundos, gritando pelo nome de minha mãe. A notícia foi dada sem rodeios: meu pai estava morto.Desde então, minha mãe iniciou-me no ofício de costurar tecidos. Ensinou-me os segredos das texturas e das cores. Foi com redobrada atenção que me ensinou a puxar da máquina, juntamente com as linhas dos carretéis, as linhas dos sonhos. Ela dizia: – Tem de enxergar o que a cliente quer! Ajude a transformar o sonho em realidade! –, insistia.E foi assim que o sonho se tornou a minha realidade. Quando minha mãe morreu, eu já acumulava 26 anos. Ao chegar em casa, depois do sepultamento, entrei em seu quartinho de costura. Ainda havia carretel de linha colocado na máquina. Um pedaço de tecido azul marinho estava cortado, pronto para a costura. Um outro pedaço de tecido branco estava riscado como detalhe para a gola, pronto para o corte. Um paletó de mulher, eu percebi. O paletó que estava fazendo para ela mesma. Os aviamentos; pequenas amostras de sianinhas estavam colocadas ao lado do tecido. Intuí que a escolha ainda não era definitiva. Dois modelos de botões também estavam reservados. Já era fim de tarde. A dama-da-noite começava a demonstrar que existia. Sentei-me na máquina e pus-me a fazer aquele paletó de mulher. Uma costura a quatro mãos. Mãos vivas, mãos mortas. O que ela havia começado eu resolvi terminar. Cumplicidade só possível aos que amam sem os limites do tempo. Um paletó que seria usado em ocasiões simples. Missa das 6 da manhã. Mesmo no verão o vento era frio naquela hora. Uma visita ao Santíssimo Sacramento nas noites de quinta-feira, ou até mesmo as pequenas comemorações do grupo da terceira idade.Enquanto costurava, pude experimentar a minha dor com todas as suas conseqüências. – Já não há razões para este paletó! –, pensei. Já não há mais o corpo que iria vesti-lo. Os dois pequenos bolsos não aquecerão as mãos calejadas de tesoura e agulhas. As mãos desaprenderam de ser vivas. Já não movimentam o risco, o molde, o corte e a fechadura da porta.Algumas horas depois escolhi os botões. Decidi com segurança pelo que tinha detalhes de flores delicadas. Senti-me orgulhosa por conhecer os gostos de minha costureira favorita.Quando dei por mim a noite já estava avançada em horas. O tempo em que durou o meu ofício partilhado não pertenceu à natureza do tempo que passa. Pude notar em mim algo superior. A costura daquele tecido extrapolou a materialidade. Ela foi além. Atingiu também a minha alma. Costurou-me de forma definitiva às mãos que me fizeram mulher, ao ventre que me teceu para o mundo, o avesso de minha sustentação. Cumpri na minha carne o milagre bonito da continuidade, e por que não dizer, da ressurreição gloriosa.Ao terminar o que ela havia começado, eu colocava os meus pés numa missão evangélica, semelhante à que os discípulos de Jesus precisaram cumprir para que o mestre não morresse na morte. Depois da pedra posta os passos precisam reencontrar a direção da vida. E foi o que eu fiz. O ritual de sepultamento terminou ali, na ressurreição que a máquina de costura me proporcionou.Há coisas que a morte não sepulta porque pertencem à vida eternizada. Minha mãe está em mim. E liturgicamente eu pude repetir: – Ela está no meio de nós!Terminado o paletó, abracei-o e dancei com ele uma valsa de despedida e de saudade!
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Amor, que é amor, dura a vida inteira. Se não durou é porque nunca foi amor.
domingo, 21 de setembro de 2008
sábado, 20 de setembro de 2008
ALMA GÊMEA...
Não vale a pena mais pensar e viver assim. Encontrar a tal da metade, essa tal de alma gêmea é transferir para o acaso, para o outro algo que só depende de você!
Chega a ser injusto pensar que se deva acreditar nisso como sendo algo romântico a ser experimentado. Chega de depender de outras pessoas.
Chega!O fato é que amar é um privilégio e uma grande oportunidade de você se evoluir como pessoa.
Você é um ser absolutamente completo e nasceu dotado, preparado e motivado para experimentar todas as ferramentas que precisa para encontrar a felicidade, independentemente de pessoas, lugares ou o que quer que seja.
A felicidade é uma escolha pessoal, um dom que desabrocha...
Uma virtude e que precisa ser cultivada e descoberta.
Talvez um exercício diário... Uma busca que se faz só.
Você veio ao mundo para uma missão que só pode ser realizada por você mesmo e por isso nasceu único, exclusivo, nesse tempo, nesse país.
As pessoas que você escolheu para amar são companheiras de jornada. Mais do que isso: são presentes de Deus.
Mas não são, nunca serão a sua felicidade, a sua realização, a sua essência de vida!
Não seja injusto com você mesmo ao transferir para os outros a tarefa de ser feliz que é inteiramente sua, viu?
Nunca mais se confunda com a hipótese de ser feliz somente se uma determinada pessoa te amar. Jamais atribua a sua felicidade e a sua razão de existir a quem quer que seja!
Nunca perca a referência de seu real valor!
Você é insubstituível porque você é você!
Tudo o que você sente, vê, tudo o que entende por mundo é reflexo do que tem bem dentro do seu coração!
Você pode, sim, se tornar melhor através do amor, através da compreensão, da caridade.Não é o outro que te faz melhor.
É você mesmo que se permite crescer e ser melhor.
Agarre-se a você!
Seja o seu melhor amigo!
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Recordar - Rumi
domingo, 7 de setembro de 2008
Travessia -Discurso de Gabriel Chalita na A.P.L.

PENSAMENTOS
Augusto Cury
pensador.info