"Os Educadores-sonhadores jamais desistem de suas sementes,mesmo que não germinem no tempo certo...Mesmo que pareçam frágeisl frente às intempéries...Mesmo que não sejam viçosas e que não exalem o perfume que se espera delas.O espírito de um meste nunca se deixa abater pelas dificuldades. Ao contrário, esses educadores entendem experiências difíceis com desafios a serem vencidos. Aos velhos e jovens professores,aos mestres de todos os tempos que foram agraciados pelos céus por essa missão tão digna e feliz.Ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se encantar com acolheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes"(Gabriel Chalita)

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sábado, 5 de julho de 2008

Bullying: Repressão entre alunos



Apesar de não haver uma palavra na língua portuguesa que expresse o significado do termo ‘bullying’, algumas palavras servem para defini-la: agredir, amedrontar, assediar, discriminar, divulgar apelidos depreciativos, dominar, excluir de um grupo, humilhar, ignorar, isolar, perseguir, zoar, entre outros. Transfira agora isso tudo para o ambiente escolar. O bulliyng é a prática discriminatória que ocorre entre grupos de alunos, sempre escolhendo um deles como “a bola da vez”, a “ovelha negra” da turma.O bullying preocupa pais, professores e pedagogos, e pode causar traumas definitivos na personalidade de suas vítimas — e até em seus praticantes ativos. Segundo a Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Criança e ao Adolescente (Abrapia), a prática não está restrita ao tipo de instituição: pública ou privada, da área rural ou urbana, primária ou secundária. Profissionais da área de educação e pedagogia classificam o bullying como todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que acontecem sem motivação aparente, adotadas por um ou mais estudantes com outro, ou outros, causando dor e angústia, sendo praticada numa relação de desigual poder. Suas principais características são atos repetidos entre membros de um mesmo grupo — no caso, estudantes — com desequilíbrio de poder e intimidação das vítimas. O bullying, porém, é mais comum entre meninos. Entre as meninas, fica mais na exclusão e na difamação. Para Laurence Bittencourt, professor de Psicologia da Educação da Universidade Potiguar (UnP), há também, nesse ponto, a questão cultural e até biológica, hormonal, dos garotos. “Não que a gente não observe esse tipo de violência entre as meninas, mas por nossa própria cultura pensamos na mulher sempre mais tolhida e o homem sempre mais disposto a colocar as coisas para fora, extravasar”, comenta ele, classificando a prática do bullying como uma “possibilidade de mostrar uma identidade masculina” ou como “uma forma de pré-requisito para a masculinidade.” Entretanto, o professor afirma rejeitar o caráter nocivo dessa prática, principalmente no âmbito escolar.Os autores do bullying são identificados como indivíduos com pouca empatia, geralmente vindos de famílias desestruturadas, sem pouco relacionamento afetivo entre seus membros que, por sua vez, usam da pressão como forma de intimidação doméstica e difundem o comportamento agressivo como solução de problemas.Os alvos são tidos como jovens altamente inseguros, de auto-estima baixa, passivos, quietos, de poucos amigos. Sem forças para reagir aos assédios e sem esperança de se adequarem ao grupo, freqüentemente trocam de colégio ou até mesmo abandonam os estudos. Os traumas possíveis dependem de que forma o bullying atinge cada um. “Seqüelas podem acontecer ou não; vai depender muito de quem está recebendo isso. Agora, do ponto de vista pedagógico, moral e emocional, principalmente, é realmente uma prática nociva. Não tem como pensar diferente.” Segundo Laurence Bittencourt, a prática do bullying nas escolas atrapalha o rendimento de muitos alunos. Mas mesmo assim, em seu entendimento de pedagogo, ainda depende da forma que cada um reage às pressões.“Tem umas pessoas que absorvem, outras que não. Para as que têm dificuldade de aceitar isso ou ver de outra forma, certamente afeta. É sempre uma invasão, um momento agressivo em relação à pessoa”, diz ele. Para Laurence, essa prática de criar bodes expiatórios, de sentir prazer no sadismo, também tem que ser pensada em seu viés psicológico. Para combater o bullying o professor considera ser necessária uma verdadeira força-tarefa envolvendo a instituição pedagógica, a família, agentes e alvos, e a direção da escola.A psicóloga Jemima Morais Veras, que estuda o comportamento dos jovens, alerta que é preciso prestar muita atenção nos sinais dados pelos filhos, como preocupação, insônia, falta de apetite e de concentração, crises alérgicas, irritação, apatia, entre outros. “É preciso estabelecer com os filhos, desde cedo, uma relação de confiança para que assim eles consigam contar o que está acontecendo. Mostrar que estão sempre disponíveis, valorizar os sentimentos, pois o bullying não é só uma briguinha passageira de colegas.”Amizade é a soluçãoNo livro “Pedagogia da Amizade – Bullying: o sofrimento das vítimas e dos agressores”, o professor paulista Gabriel Chalita propõe o fim das cenas de desrespeito e humilhações no ambiente escolar. Para tanto, ele defende a valorização do sentimento de amizade entre os alunos e chama a atenção dos pais, professores e educadores para as conseqüências do bullying — considerado um problema crescente hoje no mundo. A falta de amizade em crianças na fase escolar é considerada a maior causadora do problema.Segundo Chalita, há dois caminhos a serem seguidos quando o assunto é combate ao bullying. O primeiro passa pela família; o outro, pela escola. Ele avalia que, quando é uma família que preza pelo diálogo e que percebe as mudanças comportamentais dos filhos, dando liberdade para que eles relatem os problemas que estão sofrendo, é mais fácil combater e prevenir o bullying. “Mas se é uma família sem diálogo, não vai nem perceber uma agressão que o filho esteja sofrendo. Ele volta da escola e diz que não quer mais estudar. Por que será? Se a família tiver realmente aberta e atenta, vai logo perceber”, diz o professor de Direito e de Comunicação e Semiótica da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo.O professor paulista também defende que a escola precisa difundir técnicas de prevenção ao bullying, trabalhando os valores da ética entre alunos e professores, promovendo a conscientização sobre esse problema que pode provocar sérias seqüelas nos alunos.Chalita avalia que a pior coisa que pode acontecer como resultado do bullying é o suicídio das vítimas dessa prática opressora. Ele cita também os casos de tragédias ocorridas em colégios e universidades dos Estados Unidos — como em Columbine, onde um aluno sai matando os colegas e depois se mata. “Alguns não conseguem ter uma relação profissional no futuro ou passa a ter medo das pessoas. O bullying deixa a pessoa marcada pelo resto da vida. E o grande caminho é a prevenção”, afirma. Em tempos de internetSegundo Gabriel Chalita a entrada da internet no âmbito escolar criou uma nova modalidade do problema: o cyber bullying. Agora, segundo sua análise, crianças e adolescentes batem em seus amigos, gravam as imagens no celular e colocam em sites como o YouTube, para que todos vejam. Ele conta casos em que meninos fazem montagens das amigas do colégio como que estivessem praticando sexo oral em outros colegas e espalham na rede. “No Sul, uma menina se suicidou com medo da reação dos pais, depois que fizeram isso com ela.”Ele acredita que, por ter mais poder de divulgação, a internet está agravando a prática do bullying. Há até casos de jogos eletrônicos. “A Justiça do Rio Grande do Sul proibiu um jogo de bullying, que ganhava mais pontos aqueles que xingassem ou agredissem mais os colegas.” Gabriel Chalita conta que os primeiros estudos sobre bullying foram realizados na Noruega, nos anos 70, motivados pelos altos índices de suicídios entre estudantes. Hoje a Espanha, modelo de educação no mundo, registra 40% de alunos que dizem sofrer as conseqüências dos abusos. Na Inglaterra, são 45%; em Portugal, 42%. Segundo o professor, mesmo sem ter um levantamento completo, unificado, o Brasil está dentro dessa média mundial. Estamos na faixa dos 45%. Se você imaginar que representa praticamente a metade da população escolar, vemos como o caso é preocupante.”O problema nas escolas de natalQuando o bullying ultrapassa os limites da aceitação entre os próprios alunos, as denúncias de perseguição e maus tratos geralmente chegam à diretoria das escolas. Mas isso é coisa do passado, segundo Henrique Marinho, presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Natal. Ele considera os alunos da era da informatização mais espertos, diferentes do seu tempo de colégio.“Quando eu estudava, tinha umas brincadeiras pesadas sim... Na minha época, a gente pegava no pé mesmo. Mas hoje não tenho percebido mais isso. Quando acontece, não é com tanta gravidade”, avalia Henrique, que também exerce a função de diretor-adjunto em uma escola tradicional de Natal. Ele diz não recordar-se de nenhum caso recente de atritos entre alunos — motivado por bullying — que tenha sido necessário ser resolvido na diretoria. “Se houvesse algum problema mais sério, a direção interferiria, com certeza.” Henrique identifica os alunos mais contidos e estudiosos como principais alvos desse tipo de assédio. “Mas tem muitos que gostam das brincadeiras, pois é uma forma dele aparecer.”Em outro grande colégio da cidade, a auxiliar de coordenação pedagógica, Alba Lílian Vicente de Albuquerque, diz já ter observado a prática do bullying entre os alunos, mas não de forma freqüente. Segundo ela, é raro ser preciso acionar a direção da escola para tomar atitudes mais drásticas. Alba afirma também que os casos de bullying são mais comuns entre os meninos. “O mais freqüente são os apelidos que ficam de um ano para o outro. Mas quando tem confusão por causa disso, levamos os alunos para a coordenação e fazemos com que um peça desculpa ao outro. Mas já teve um caso em que foi preciso chamar os pais para resolverem”, conta ela.A Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Criança e ao Adolescente (Abrapia) realizou, em 2002, um levantamento envolvendo 5.875 alunos da 5ª à 8ª séries de onze escolas do Rio de Janeiro. Foi detectado que, naquele ano, 40,5% dos estudantes admitiram ter estado envolvidos em atos de bullying — sendo que 16,9% eram alvos, 10,9% alvo e autor ao mesmo tempo e 12,7% era autores.

Um comentário:

Delete o bullying disse...

Parabéns pelo sua iniciativa . Proporcionar informações sobre o bullyin contribuirão positivamente para a formação de uma cultuta de não-violência na sociedade

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