"Os Educadores-sonhadores jamais desistem de suas sementes,mesmo que não germinem no tempo certo...Mesmo que pareçam frágeisl frente às intempéries...Mesmo que não sejam viçosas e que não exalem o perfume que se espera delas.O espírito de um meste nunca se deixa abater pelas dificuldades. Ao contrário, esses educadores entendem experiências difíceis com desafios a serem vencidos. Aos velhos e jovens professores,aos mestres de todos os tempos que foram agraciados pelos céus por essa missão tão digna e feliz.Ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se encantar com acolheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar diamantes"(Gabriel Chalita)
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domingo, 25 de abril de 2010
terça-feira, 20 de abril de 2010
OLHA O GOLPE!!!!
“Todos queremos mais”
“Brasil, muito mais, é a sua escolha que nos satisfaz”
Os bastidores do quase-golpe
por Marco Aurélio Mello, em seu blog
Da série ficção, a preferida dos internautas.
Começou com um telefonema de um ator consagrado para o diretor do núcleo.
Ele estava irado com a peça promocional que foi ao ar na noite de Domingo.
Era um institucional de trinta segundos em que ele dizia apenas duas palavras.
Mas a montagem induzia o telespectador a acreditar que se tratava, não de uma campanha de aniversário da maior emissora de televisão do país, mas um mosaico grosseiro cujo slogan “a gente faz sempre mais” é uma clara alusão ao do candidato José Serra.
E para corroborar com a leviandade, ainda vinha o número quarenta e cinco assinado na peça, ao lado do logotipo.
Ao todo, foram quarenta celebridades entre as turmas das produções, humor, shows, esporte e jornalismo.
Achei até curioso a manifestação ter partido de um ator e não de um de nós.
Afinal, vendemos a eles apenas nossa força de trabalho, não nossas consciências.
Será?
Nem sei mais…
O ator foi duro e franco com o executivo da empresa.
Se alguma providência não fosse tomada, ele ia aos jornais dizer que foi vítima de manipulação.
Era tudo o que a emissora não queria ouvir nessa altura do campeonato.
Ainda que seu candidato pudesse ser o mesmo que o da emissora, ele jamais se sujeitaria a trabalhar naquelas condições.
E antes de desligar, avisou: Eu não estou sozinho.
O diretor pediu paciência, disse que ia encontrar uma saída.
Pensou em quem confiar num momento desses de conflito: talvez um executivo que tivesse bom transito com o jornalismo.
Afinal, foi coisa dos herdeiros da Corte do Cosme Velho, incentivados pelo Guardião da Doutrina da Fé, pensou.
Assim que amanheceu propôs o encontro ao executivo que considerou ser hábil o bastante para apagar o fogo.
Nisso a internet já fervilhava.
Pressões vinham de todos os lados, a opinião pública, os patrocinadores, os políticos, os amigos.
É preciso convencer a direção de que foi um tiro no pé.
Mas como fazer isso?
Juntando argumentos.
E lá foram os dois tentar convencer os acionistas de que aquilo fora um erro.
Os artistas respeitam os interesses comerciais e políticos da emissora, mas consideram que não cabe a eles exercer esse papel institucionalmente.
O artista é o vendedor de sonhos e ilusões para todos, não só para um determinado grupo político.
Afora os artistas, tem os jornalistas que emprestam sua credibilidade à emissora.
Ações assim podem arranhar para sempre esse vínculo com o telespectador.
E assim foram as tratativas durante toda a tarde.
Ok, mas qual seria a solução?
Pensaram em várias.
Ao final do encontro triunfou aquela que diz assim: “O texto do filme em comemoração aos 45 anos da Rede Globo foi criado – comprovadamente – em novembro do ano passado, quando não existiam nem candidaturas muito menos slogans. Qualquer profissional de comunicação sabe que uma campanha como esta demanda tempo para ser elaborada. Mas a Rede Globo não pretende dar pretexto para ser acusada de ser tendenciosa e está suspendendo a veiculação do filme.”
Esta noite não vai ser boa, nem para o Guardião, nem para a Central de Comunicação, e muito menos para o patrão. Nós aqui fora sabemos de tudo! O Povo não é bobo. Fiquem espertos.
PS do Azenha: Com a experiência que tenho em televisão, sei como essas coisas funcionam. O conjunto da obra só fica claro para quem gravou alguns segundos de uma peça ficcional quando ela é apresentada ao público. Duvido que tenha sido a internet a responsável pela decisão da emissora. Atribuo isso, acima de tudo, à reação interna e ao medo de que houvesse protestos públicos de quem se sentiu ludibriado!
“Brasil, muito mais, é a sua escolha que nos satisfaz”
Os bastidores do quase-golpe
por Marco Aurélio Mello, em seu blog
Da série ficção, a preferida dos internautas.
Começou com um telefonema de um ator consagrado para o diretor do núcleo.
Ele estava irado com a peça promocional que foi ao ar na noite de Domingo.
Era um institucional de trinta segundos em que ele dizia apenas duas palavras.
Mas a montagem induzia o telespectador a acreditar que se tratava, não de uma campanha de aniversário da maior emissora de televisão do país, mas um mosaico grosseiro cujo slogan “a gente faz sempre mais” é uma clara alusão ao do candidato José Serra.
E para corroborar com a leviandade, ainda vinha o número quarenta e cinco assinado na peça, ao lado do logotipo.
Ao todo, foram quarenta celebridades entre as turmas das produções, humor, shows, esporte e jornalismo.
Achei até curioso a manifestação ter partido de um ator e não de um de nós.
Afinal, vendemos a eles apenas nossa força de trabalho, não nossas consciências.
Será?
Nem sei mais…
O ator foi duro e franco com o executivo da empresa.
Se alguma providência não fosse tomada, ele ia aos jornais dizer que foi vítima de manipulação.
Era tudo o que a emissora não queria ouvir nessa altura do campeonato.
Ainda que seu candidato pudesse ser o mesmo que o da emissora, ele jamais se sujeitaria a trabalhar naquelas condições.
E antes de desligar, avisou: Eu não estou sozinho.
O diretor pediu paciência, disse que ia encontrar uma saída.
Pensou em quem confiar num momento desses de conflito: talvez um executivo que tivesse bom transito com o jornalismo.
Afinal, foi coisa dos herdeiros da Corte do Cosme Velho, incentivados pelo Guardião da Doutrina da Fé, pensou.
Assim que amanheceu propôs o encontro ao executivo que considerou ser hábil o bastante para apagar o fogo.
Nisso a internet já fervilhava.
Pressões vinham de todos os lados, a opinião pública, os patrocinadores, os políticos, os amigos.
É preciso convencer a direção de que foi um tiro no pé.
Mas como fazer isso?
Juntando argumentos.
E lá foram os dois tentar convencer os acionistas de que aquilo fora um erro.
Os artistas respeitam os interesses comerciais e políticos da emissora, mas consideram que não cabe a eles exercer esse papel institucionalmente.
O artista é o vendedor de sonhos e ilusões para todos, não só para um determinado grupo político.
Afora os artistas, tem os jornalistas que emprestam sua credibilidade à emissora.
Ações assim podem arranhar para sempre esse vínculo com o telespectador.
E assim foram as tratativas durante toda a tarde.
Ok, mas qual seria a solução?
Pensaram em várias.
Ao final do encontro triunfou aquela que diz assim: “O texto do filme em comemoração aos 45 anos da Rede Globo foi criado – comprovadamente – em novembro do ano passado, quando não existiam nem candidaturas muito menos slogans. Qualquer profissional de comunicação sabe que uma campanha como esta demanda tempo para ser elaborada. Mas a Rede Globo não pretende dar pretexto para ser acusada de ser tendenciosa e está suspendendo a veiculação do filme.”
Esta noite não vai ser boa, nem para o Guardião, nem para a Central de Comunicação, e muito menos para o patrão. Nós aqui fora sabemos de tudo! O Povo não é bobo. Fiquem espertos.
PS do Azenha: Com a experiência que tenho em televisão, sei como essas coisas funcionam. O conjunto da obra só fica claro para quem gravou alguns segundos de uma peça ficcional quando ela é apresentada ao público. Duvido que tenha sido a internet a responsável pela decisão da emissora. Atribuo isso, acima de tudo, à reação interna e ao medo de que houvesse protestos públicos de quem se sentiu ludibriado!
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Plano de fuga
Um milhão e meio de brasileiros se manifestaram favoravelmente ao projeto de lei de iniciativa popular apresentado ao Congresso em 2009, que impede o registro como candidato de pessoa condenada em primeira ou única instância ou, ainda, com denúncia recebida por um tribunal em virtude de crimes graves como racismo, homicídio, estupro, tráfico de drogas e desvio de verbas públicas. É o chamado projeto Ficha Limpa, que altera a Lei das Inelegibilidades.
Promovido pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), tem encontrado muita resistência no Congresso. Na semana passada, por decisão dos líderes partidários que representam a maioria, não foi votado em plenário, mas enviado para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara, o que pode inviabilizar a aplicação nesta eleição.
O que os parlamentares não entenderam ainda é que a proposta fala pelo sentimento da maioria da população: a política, fundamental para a vigência da democracia, precisa ser exercida às claras por bons cidadãos, capazes de mediar os interesses da sociedade, no âmbito do Estado, movidos pelo objetivo do bem comum.
Há quem ache injusto ou veja nisso uma limitação à defesa ou até mesmo da soberania popular, que teria o poder de “inocentar” nas urnas os eleitos. Mas a política não pode ser local de refúgio para quem busca impunidade, quer fugir da Justiça ou visa privilégios pessoais. Hoje, o melhor plano de fuga para protelar e paralisar processos judiciais não passa pelo aeroporto, mas, paradoxalmente, pela eleição a um cargo político.
A seleção de candidatos de “ficha limpa” deveria começar nos próprios partidos. O Partido Verde aprovou a Resolução 1/2010, impedindo a candidatura de pessoas condenadas por órgão colegiado em crimes de abuso de autoridade, lavagem de bens, contra a vida e a dignidade sexual, contra o meio ambiente e a saúde pública, entre muitos outros.
Não se pode mais ignorar que a desonestidade está, em grande parte, na raiz da ineficiência e até da ausência de serviços públicos vitais, em setores como saúde, educação, habitação, saneamento, segurança pública e proteção ao ambiente.
Por trás de muitos fatos que revoltam os brasileiros está, na verdade, a cultura perversa que transforma o poder político em instrumento para corromper, não para melhorar a vida das pessoas. Cada centavo do dinheiro público é trabalho de toda a sociedade. Deve ser usado de forma eficiente, justa, técnica e socialmente correta. E, sobretudo, deve estar nas mãos de quem não tem do que se envergonhar.
Publicado originalmente na Folha de São Paulo no dia 12 de abril de 2010
Promovido pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), tem encontrado muita resistência no Congresso. Na semana passada, por decisão dos líderes partidários que representam a maioria, não foi votado em plenário, mas enviado para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara, o que pode inviabilizar a aplicação nesta eleição.
O que os parlamentares não entenderam ainda é que a proposta fala pelo sentimento da maioria da população: a política, fundamental para a vigência da democracia, precisa ser exercida às claras por bons cidadãos, capazes de mediar os interesses da sociedade, no âmbito do Estado, movidos pelo objetivo do bem comum.
Há quem ache injusto ou veja nisso uma limitação à defesa ou até mesmo da soberania popular, que teria o poder de “inocentar” nas urnas os eleitos. Mas a política não pode ser local de refúgio para quem busca impunidade, quer fugir da Justiça ou visa privilégios pessoais. Hoje, o melhor plano de fuga para protelar e paralisar processos judiciais não passa pelo aeroporto, mas, paradoxalmente, pela eleição a um cargo político.
A seleção de candidatos de “ficha limpa” deveria começar nos próprios partidos. O Partido Verde aprovou a Resolução 1/2010, impedindo a candidatura de pessoas condenadas por órgão colegiado em crimes de abuso de autoridade, lavagem de bens, contra a vida e a dignidade sexual, contra o meio ambiente e a saúde pública, entre muitos outros.
Não se pode mais ignorar que a desonestidade está, em grande parte, na raiz da ineficiência e até da ausência de serviços públicos vitais, em setores como saúde, educação, habitação, saneamento, segurança pública e proteção ao ambiente.
Por trás de muitos fatos que revoltam os brasileiros está, na verdade, a cultura perversa que transforma o poder político em instrumento para corromper, não para melhorar a vida das pessoas. Cada centavo do dinheiro público é trabalho de toda a sociedade. Deve ser usado de forma eficiente, justa, técnica e socialmente correta. E, sobretudo, deve estar nas mãos de quem não tem do que se envergonhar.
Publicado originalmente na Folha de São Paulo no dia 12 de abril de 2010
terça-feira, 30 de março de 2010
Onde vamos parar?
Profª Cristiana Passinato
Estamos à beira de um colapso sério que nos levará a um abismo imenso entre essas duas classes.
Os choques sérios de gerações, as desavenças, as grandes discussões.
A mídia não pára de evidenciar casos e mais casos de desentendimentos em sala de aula.
Muitos direitos dados aos alunos e poucos deveres, bem como alguns professores em completa situação de despreparo, faltas de condições e salários baixos, sem mesmo conseguir saber até onde podem atuar.
É fato que professor não deve trocar papel com pais, mas muitas vezes pela falta de educação chamada por muitos de berço há uma reflexão séria de comportamento em sala de aula, não permitindo que esse espaço seja bem aproveitado por todos.
Nem mesmo o espaço físico é respeitado.
Essa classe de educacores convive com atrocidades enquanto o aluno o ameaça em alguns momentos, caso haja algum desacordo com leituras distorcidas do Estatuto que os protege onde a função não deveria ser essa: a de coagir mestres e deixar alunos à vontade para fazerem qualquer atrocidade desejada, individualmente ou em grupo.
Pior é quando o tom ameaçador surge e o bullying vira prática habitual pelos alunos para se valerem da situação e se beneficiarem por todos os lados.
Acredito que isso seja maléfico e deturpe a personalidade e a formação desses alunos que tudo podem e não obedecem a nenhuma força que os limite.
Aliás essa palavra temida, que muitos falam que está desatualizada, acredito que seja o mais necessário nesse cenário, pois quem ama Educação e segundo até mesmo Içami Tiba e Tânia Zagury, autores de conceituadas teorias e obras publicadas no ramo da pedagogia têm como demonstração desse amor. O tal “Limite sem trauma”, pois “Quem ama Educa”.
Vídeo sobre bullying (em geral, não no caso do aluno para o professor, especificamente) do especialista sobre o assunto, o professor e vereador Gabriel Chalita:
Gabriel Chalita fala sobre o Bullying
Não é um problema só no nosso país, e sim global, vejam ainda em:
Em Portugal bullying será tipificado como crime na violência escolar http://bit.ly/atPnLw – via Twitter Denise Sobrinho (Jornalista)

segunda-feira, 29 de março de 2010
Sonnet
For yr Love have I sacrificed the Storm
And Caught between my aching Teeth
And Caught between my aching Teeth
The full flushed Draft of small Desire
With smiling Tears and loving Hate
Rounded the corner of the Shining Fire
Loves first hit is so refined
No blade of Plenty can it inure
From Perjury or the glancing Mire
Its Feet are steady, requires
No rules, conforms to Nothing
Taught in Schools
Taught in Schools
For your love have I dug a Path
That separates the pleading from the
Staff that trod the earth in steady gaitNo Pilgrim comes without invite, mute,
And leaves no Stone unturned
If stars were mud & Stones Desire
By you, for You
I would be rescued from this Fire.
Poesia díamore
nella notte del giorno
un fiore,bianco e dolce
come un baccio del sole
su questa collina
svolge
e un profumo
sano, silenzioso,
calmo
tocca e apre
il cuore
un fiore,bianco e dolce
come un baccio del sole
su questa collina
svolge
e un profumo
sano, silenzioso,
calmo
tocca e apre
il cuore
terça-feira, 23 de março de 2010
sexta-feira, 19 de março de 2010
O discurso sem nexo de FHC
O discurso sem nexo de FHC
É curioso o artigo de FHC no Estadão. Achava besta a crítica que se fazia a ele com aquele “esqueçam o que escrevi”. Quem não muda suas ideias, para um mundo em constante mudanças, é poste. O verdadeiro intelectual sabe observar a mudança dos ventos. Os melhores conseguem antever. Os medíocres repetem mantras que funcionaram por algum tempo e se tornaram obsoletas.
Mas o artigo de hoje é “esqueçam tudo o que defendi e fiz”, porque não deu certo.
Repete a lógica do discurso de Serra, de ler o Brasil por inteiro, das diretas até hoje. Depois avança em críticas pontuais que demonstram ou desconhecimento da realidade econômica do país – aliás, postura usual quando era presidente – ou desconhecimento dos princípios que nortearam seu governo. Se a ideia é analisar 25 anos de país, onde entra seu governo, que exacerbou todos os problemas que ele aponta em seu artigo?
Ele critica – com razão – a deterioração do balanço de pagamentos. No plano Real, essa deterioração foi intencional, visando transferir o controle da política econômica para os detentores de fundos externos. Critica – com razão – a criação de supergrupos nacionais. Mas foi no seu governo – com a escandalosa fusão da Brahma e da Antárctica – que se deu início a esse processo. Um dos erros monumentais do governo FHC foi ter induzido a uma conglomerização da economia que destruiu cadeias produtivas inteiras. O próprio modelo de privatização das telecomunicações nem pensou em preservar as pesquisas e a cadeia de fornecedores nacionais.
Depois, cobra eficiência no programa energético, especificamente no biodiesel. Ei, em que planeta vive FHC? Seu governo abandonou os investimentos em hidrelétricas, deixou de lado a bioenergia, focou exclusivamente em termoelétricas que se mostraram incapazes de atender à demanda. Há uma matriz energética complexa, que tem sido enriquecida pelo gás, pelas energias alternativas (que saltaram de 0,5% para 6% da matriz). O biodiesel tem avançado, sim. Por ser experiência pioneira, com agricultura familiar e com produtos ainda em teste, há cabeçadas. Mas existem usinas funcionando perfeitamente, erros identificados e o programa avançando. Mesmo que não avançasse a contento, é uma gota dentro da matriz energética brasileira.
Defende – com razão – a melhoria da qualidade dos serviços públicos. Mas foi incapaz sequer de entender programas básicos de gestão. Não deu continuidade a nenhum programa de gestão nascido no seu governo.
Critica o pré-sal pelo fato de não se discutir a busca de tecnologia adequada. Mas é criticar por criticar. Há o envolvimento da Petrobras com dezenas de instituições de pesquisas, avançando em todas as áreas, da prospecção em águas profundas a novos materiais.
O curioso é tentar recuperar o ideario inicial do PSDB, de uma visão não ideológica do Estado e das estatais. Prezado presidente, esse ideario está morto e enterrado no PSDB. E quem o matou foi o senhor. “Perdemos tempo com uma discussão bizantina sobre o tamanho do Estado ou sobre a superioridade das empresas estatais em relação às empresas privadas, ou vice-versa. Ninguém propõe um “Estado mínimo”, muito menos o PSDB”.
Ora, vá contar isso para esse exército radical e primário da mídia, para quem o PSDB terceirizou o discurso político e econômico. Como guru maior desse grupo, FHC permitiu até à exaustão o discurso emburrecedor de que tudo o que vem do Estado é ruim. Como tornou-se inócuo, atropelado pela crise, agora quer mudar. Não vai recuperar o discurso nem a respeitabilidade intelectual.
Esse é o problema de FHC e de Serra. Os grandes comandantes, os formuladores, os estadistas defendem ideias que consideram corretas e esquecem o modismo do dia-a-dia. Quando as ideias defendidas entram na moda, eles são os vitoriosos. A dupla FHC-Serra conseguiu, ao longo dessa década, destruir o discurso do PSDB, misturá-lo com o neoliberalismo radical do mercado, do DEM. Agora querem um reaggiornamento? Não é sério.
E começa esse artigo insosso com um título que poderia ser chamativo, mas é apelo desanimado: “A hora é agora”.
Do Estadão
A hora é agora
Fernando Henrique Cardoso
Hora de avançar a partir do que conseguimos nestes 25 anos de democracia e de buscar um futuro melhor para todos. As bases para o Brasil preservar seus interesses sem temer o mercado internacional estão dadas. Convém mantê-las. Controle da inflação, pelo sistema de metas, câmbio flutuante, Lei de Responsabilidade Fiscal, autonomia das agências regulatórias são pilares que se podem ajustar às conjunturas, mas não devem ser renegados e não podem estar sujeitos a intervenções político-partidárias e interesses de facção. Há, contudo, desafios: o novo governo terá de cuidar de controlar os gastos correntes e de conter a deterioração do balanço de pagamentos (sem fechar a economia ou inventar mágicas para aumentar artificialmente a competitividade de nossos produtos).
Perdemos tempo com uma discussão bizantina sobre o tamanho do Estado ou sobre a superioridade das empresas estatais em relação às empresas privadas, ou vice-versa. Ninguém propõe um “Estado mínimo”, muito menos o PSDB. Outra coisa é inchar o Estado, com nomeações a granel, e utilizar as empresas públicas para servir a interesses privados ou partidários. A verdadeira ameaça ao desenvolvimento sadio não é privatizar mais, tampouco o PSDB defende isso. Empresas estatais se justificam em áreas para as quais haja desinteresse do capital privado ou necessidade de contrapeso público. Não devem acobertar ganhos políticos escusos nem aumentar o controle partidário sobre a economia. Precisam dispor de sistemas de governança claros e transparentes. A ameaça é continuar a escolher, como o governo atual, quais empresas serão apoiadas com dinheiro do contribuinte (sem que este perceba), criando monopólios, ou quase-monopólios, que concentrarão mais ainda a renda nacional.
Os avanços sociais obtidos pelos últimos governos se deram nos marcos da Constituição de 1988. Incluem-se aí a “universalização” do acesso aos serviços de saúde (via SUS) e à escola fundamental (via Fundef), a cobertura assistencial a idosos e deficientes (via Loas), bem como o maior acesso à terra (via Programa de Reforma Agrária). Além disso, a política continuada de aumento real do salário mínimo a partir de 1994, a extensão de programas sociais a camadas excluídas e a difusão de mecanismos de transferência direta de renda (as bolsas) melhoraram as condições de vida e ampliaram o mercado interno. Tudo isso precisa ser mantido. Caberá ao novo governo reduzir os desperdícios e oferecer serviços de melhor qualidade, mais bem avaliados e com menor clientelismo.
Não se pode elidir uma questão difícil: a expansão dos impostos sustentou os programas sociais. Atingiu-se um limite que, se ultrapassado, prejudicará o crescimento econômico. É ilusão pensar que um país possa crescer indefinidamente puxado pelo gasto público financiado por uma carga tributária cada vez maior e pelo consumo privado. Falta investimento, sobretudo em infraestrutura, e falta poupança doméstica, principalmente pública, para financiá-lo. Maior poupança pública não virá de maior tributação. Ao contrário, é preciso começar a reduzir a carga tributária, sobretudo os impostos que recaem sobre a folha de pagamentos, para gerar mais empregos. Para investir mais, tributar menos e dispor de melhor oferta de serviços sociais não há alternativa senão conter o mau crescimento do gasto. Isso permitirá a redução das taxas de juros e o aumento da poupança pública, como condição para aumentar a taxa de investimento na economia. Sem isso, cedo ou tarde, se recolocarão os impasses no balanço de pagamentos, com a deterioração já perceptível das contas em transações correntes, e na dívida pública, que em termos brutos já ultrapassa 70% do PIB.
Nem só de economia e políticas sociais vive uma nação. Os escândalos de corrupção continuam desde o mensalão do PT. Há responsabilidades pessoais e políticas a serem cobradas e condenadas. Mas há também desvios institucionais: o sistema eleitoral e partidário está visivelmente desmoralizado. Uma reforma nessa área se impõe. Ela se fará mais facilmente no início do próximo governo e se houver um mínimo de convergência entre as grandes correntes políticas. O PSDB deve liderar esse debate na busca de consenso.
O mesmo se diga da segurança pública. Há avanços no plano federal e em vários Estados. A expansão da criminalidade advém do crime organizado e do uso das drogas. O dia a dia das pessoas é de medo. As famílias e as pessoas precisam de nossa coragem para propor modos mais eficientes de enfrentar o tema. A despeito da melhoria do sistema jurisdicional e prisional, estamos longe de oferecer segurança jurídica às empresas e, o que mais conta, às pessoas.
Olhando o futuro, falta estratégia e sobram dúvidas: o que faremos no campo da energia? Onde foi parar o programa do biodiesel? Que faremos com os êxitos que nossos agricultores e técnicos conseguiram com o etanol? Que políticas adotar para torná-lo comercializável globalmente? A discussão sobre as jazidas de petróleo se restringirá à partilha de lucros futuros ou cuidaremos do essencial: a base institucional para lidar com o pré-sal, a busca de tecnologias adequadas e de uma política equilibrada de exploração? E a “revolução educacional”, que, com as honrosas exceções em um ou outro Estado, é apenas objeto de reverência, mas não de ação concreta? Finalmente, que papel desempenharemos no mundo, o de uma subpotência bélica ou de um país portador de uma cultura de convivência entre as diferentes raças e culturas, com tolerância e paz, embora cioso de sua segurança?
Tudo isso e muito mais está à espera de um debate político maduro, que, à falta de ser conduzido por quem devia fazê-lo, por ter responsabilidades de mando nacional, deve ser feito pela sociedade e pelos partidos.
Serra, sobre a greve dos professores: “Trololó”
Serra, sobre a greve dos professores: “Trololó”
deu no Estadão
por Clarissa Oliveira, Silvia Amorim, Paulo Saldaña e Carolina Stanisci
No mesmo dia em que o governador de São Paulo, José Serra, descreveu as sucessivas manifestações de professores do Estado como um “trololó”, a Justiça negou o pedido do Ministério Público Estadual (MPE) de proibir a segunda assembleia dos docentes, que ocorrerá hoje, na Avenida Paulista, a partir das 14 horas. O MPE entrou com recurso.
Insinuando que os protestos têm objetivo eleitoral, o governador disse que nem sequer há um movimento grevista. “Não tem greve. Só tem marketing para a imprensa noticiar”, declarou Serra, virtual candidato à Presidência da República pelo PSDB, sem disfarçar a irritação com o assunto. Questionado sobre quem estaria por trás do movimento, Serra retrucou: “Vocês sabem. São suficientemente inteligentes e observadores.”
Uma parcela dos professores está em greve desde o dia 8. Segundo o governo, apenas 1% da categoria aderiu à paralisação. De acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp), ligado à Central Única dos Trabalhadores (CUT), mais de 60% dos docentes estão parados.
Serra cancelou ontem, de última hora, sua participação em uma inauguração onde professores em greve fariam um protesto. O evento, na capital paulista, que teve a presença do prefeito Gilberto Kassab (DEM), virou palco de bate-boca entre autoridades e manifestantes.
O governador disse que não teve “tempo” de comparecer ao evento. De acordo com os assessores, a presença de Serra não estava sequer confirmada, embora um aviso da Secretaria de Comunicação indicasse o evento como o primeiro compromisso público da agenda do governador.
Com apitos, vaias e faixas, cerca de 30 manifestantes tumultuaram a inauguração do segundo viaduto do Complexo Viário Jaraguá, na zona oeste. Em alguns momentos foi difícil ouvir os discursos das autoridades. Ontem, pela segunda vez consecutiva, professores da rede estadual foram a compromissos públicos de Serra para protestar.
Passeata. Na semana passada, cerca de 12 mil docentes se reuniram no vão livre do Masp e foram em passeata até a Praça da República, prejudicando o trânsito no centro.
Ontem, o MPE tentou proibir o ato agendado para hoje, mas o juiz da 20.ª Vara Cível, Flávio Abramovich, extinguiu o processo porque o pedido não teria sido feito de modo adequado. Na sentença, o juiz diz que a Polícia Militar e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) devem tomar providências para evitar transtornos à população.
O autor da ação, promotor José Carlos de Freitas, rebateu os argumentos. “A PM e a CET solicitaram que o MP interviesse desta vez e em 2008, pois os professores estão extrapolando o direito de se manifestar.”
A GREVE
Reivindicações
Os professores querem reajuste salarial de 34% para compensar perdas relativas à inflação e o fim das provas dos temporários e do programa de promoção.
Quem lidera a classe
Apeoesp, Centro do Professorado Paulista (CPP), Sindicato dos Especialistas do Magistério Oficial de SP (Udemo).
As fotos que o PiG(*) não dá: a greve dos professores do Zé Alagão
As fotos que o PiG(*) não dá: a greve dos professores do Zé Alagão
O Conversa Afiada reproduz fotos enviadas pelo amigo navegante Pablo da greve de professores de São Paulo, na avenida Paulista, nesta sexta feira.
A greve parou a cidade.
Mas a Folha (**) da província de São Paulo, e o Estadão da província de São Paulo trataram do assunto assim, ligeirinho …
Em tempo: cabe lembrar que, quando policiais civis e militares se esbofetearam na frente do Palácio do Governo por aumento de salário, surgiu um slogan muito interessante: “PSDB – Piores Salários Do Brasil.”. Os policiais de São Paulo tem os piores salários do Brasil e as investigações por corrupção aumentaram 72%.
Em tempo 2: na primeira página da Folha (**) da província de São Paulo, a preocupação é com os carros e o engarrafamento e, não, com os professores. No Estadão da província de São Paulo, não há preocupação nenhuma: o assunto não merece a primeira página. É por isso que o Serra se acha o Presidente Eleito: porque ele controla o PiG (*).

Valor faz o necrológio do PiG (*). Circulação cai. Folha(**) é o PiG (*) que mais cai
O Valor de hoje, na pág 4 do caderno “Eu &”, traz reportagem do sempre competente Matías Molina sobre a queda vertiginosa da circulação do PiG (*).
De 1996 a 2009, a Folha (**) caiu 43% (se o Otavinho não fosse filho do dono já tinha sido demitido).
O Globo, 36% (se os filhos do Roberto Marinho …).
O Estadão caiu 23%.
Não é à toa que os Mesquita tiveram que terceirizar o jornal e preservaram as páginas de “opinião” (e que opinião !).
É uma indústria de sucesso.
Que tem, hoje, como business plan, derrubar o presidente Lula e meter a mão na grana do Erário para se salvar (o Molina jamais diria isso, é claro).
O Molina aponta as causas da feroz decadência.
A situação econômica do país em 2009.
(No terceiro trimestre, a economia começou a bombar e hoje deve crescer à base de 4%, 5% ao ano … PHA)
Os próprios jornais cortaram a circulação para não gastar papel.
Sei o que é isso.
Trabalhei no Jornal do Brasil no tempo do Nascimento Brito e o sonho dele era ter uma circulação apenas suficiente para circular no Country Club – e economizar papel.
Outra causa, diz o Molina, é a clipagem.
O clipping eletrônico substituiu a assinatura.
Tem a ação dos agregadores, como Google e Yahoo (o Molina não citou o Conversa Afiada, que pena !).
E os próprios jornais que, segundo o Molina, cortaram os gastos com promoção de assinaturas e vendas.
Mas, o nosso dileto Molina se esqueceu da principal causa da acelerada decadência do PiG (*).
O PiG(*) não presta, Molina !
Você que é espanhol da gema e lê o El País.
Se você tivesse que ficar trancado numa ilha deserta e pudesse ler um único jornal: você escolheria a Folha(**), o Estadão, o Globo, Molina ?
Molina, você sabe !
O PiG (*) é um lixo.
Paulo Henrique Amorim
(*)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista
(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é ; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
De 1996 a 2009, a Folha (**) caiu 43% (se o Otavinho não fosse filho do dono já tinha sido demitido).
O Globo, 36% (se os filhos do Roberto Marinho …).
O Estadão caiu 23%.
Não é à toa que os Mesquita tiveram que terceirizar o jornal e preservaram as páginas de “opinião” (e que opinião !).
É uma indústria de sucesso.
Que tem, hoje, como business plan, derrubar o presidente Lula e meter a mão na grana do Erário para se salvar (o Molina jamais diria isso, é claro).
O Molina aponta as causas da feroz decadência.
A situação econômica do país em 2009.
(No terceiro trimestre, a economia começou a bombar e hoje deve crescer à base de 4%, 5% ao ano … PHA)
Os próprios jornais cortaram a circulação para não gastar papel.
Sei o que é isso.
Trabalhei no Jornal do Brasil no tempo do Nascimento Brito e o sonho dele era ter uma circulação apenas suficiente para circular no Country Club – e economizar papel.
Outra causa, diz o Molina, é a clipagem.
O clipping eletrônico substituiu a assinatura.
Tem a ação dos agregadores, como Google e Yahoo (o Molina não citou o Conversa Afiada, que pena !).
E os próprios jornais que, segundo o Molina, cortaram os gastos com promoção de assinaturas e vendas.
Mas, o nosso dileto Molina se esqueceu da principal causa da acelerada decadência do PiG (*).
O PiG(*) não presta, Molina !
Você que é espanhol da gema e lê o El País.
Se você tivesse que ficar trancado numa ilha deserta e pudesse ler um único jornal: você escolheria a Folha(**), o Estadão, o Globo, Molina ?
Molina, você sabe !
O PiG (*) é um lixo.
Paulo Henrique Amorim
(*)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista
(**) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é ; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
quinta-feira, 4 de março de 2010
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Cai liminar sobre escolha de professor de São Paulo
da Folha de S.Paulo
O governo de SP conseguiu ontem reverter decisão judicial referente ao processo de distribuição de aulas para professores temporários da rede. Terá prioridade agora quem alcançou nota melhor no exame aplicado no final do ano passado.
Decisão judicial provisória (liminar) até então previa preferência a temporários que já estavam no sistema, ainda que tivessem notas menores na avaliação, conforme a Folha informou na edição de ontem.
Quem está atrás na fila tem pouca opção para escolher sua escola e pode até ficar sem aula.
O impasse causou confusão e protestos de docentes em postos onde era feita a atribuição de aulas. No Campo Belo (zona sul), a distribuição foi suspensa ontem e volta só na quarta. No Jardim Mutinga (zona norte), o processo avançaria na madrugada de hoje.
Esta é a etapa final de distribuição de aulas. O processo principal acabou ontem, mas pode haver ajustes na semana que vem. Entre 20 e 25 mil temporários (sem estabilidade ou novatos, que suprem o deficit de concursados) estão sendo selecionados. A rede possui cerca de 200 mil professores.
A gestão Serra (PSDB) diz que o início do ano letivo se mantém para a próxima quinta.
O governo dizia que haveria atraso se não conseguisse reverter a decisão judicial, pois o processo começou com a lógica de privilegiar as notas (a atribuição se iniciou na segunda, e a liminar foi concedida na terça).
A primeira decisão judicial, de primeira instância, foi concedida a pedido da Apeoesp (sindicato dos professores).
A entidade, ligada à CUT e ao PT, defende que os professores que já estavam na rede deveriam ter preferência, devido à experiência no magistério.
Alegou ainda que a prova priorizou a parte teórica, o que beneficiou recém-formados e prejudicou quem já trabalhava e não teve tempo para estudar.
Já o governo Serra, que recorreu ao Tribunal de Justiça, afirma que os docentes mais bem avaliados no exame devem ter preferência, independentemente se estavam na rede.
A Secretaria de Educação disse que o tempo na rede rendeu até 20% de bônus ao docente.
Dúvida legal
Além de divergência com relação à prioridade de escolha das aulas, a Apeoesp criticou a instrução dada anteontem pelo secretário da Educação, Paulo Renato Souza, aos dirigentes de ensino. Apesar de a liminar ainda estar em vigor, Paulo Renato disse por e-mail para que mantivessem a lógica inicial.
Para o sindicato, houve descumprimento legal. Já o governo diz que a instrução foi dada porque, no momento, não havia como mudar a atribuição da aulas, pois o sistema de informática ainda não havia gerado novas listas (que estariam em andamento). Além disso, contava com a queda da liminar.
"Ninguém pode trabalhar com o que a Justiça ainda vá decidir", diz o docente da USP de direito processual, José Rogério Cruz e Tucci. "Mas se a alegação do governo for verdadeira, é uma ponderação pertinente."
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Justiça muda critério de escolha de professor em SP; início das aulas pode atrasar
Folha Online
A Justiça de São Paulo decidiu em liminar (decisão provisória) que os professores temporários que já atuavam na rede estadual de ensino terão prioridade na escolha das aulas, mesmo que tenham tirado notas inferiores aos novatos em exame realizado no final de 2009, revela reportagem de Fábio Takahashi publicada nesta sexta na Folha. Inicialmente, o critério priorizava os professores que tiveram melhor desempenho na prova.
O governo afirma que implementou o exame para melhorar a seleção dos docentes temporários. A Justiça acatou o pedido da Apeoesp, pois entende que os temporários que já trabalharam na rede devem ter prioridade em relação aos novatos, ainda que tenham obtido notas menores na prova.

A decisão foi tomada a pedido da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo) na última segunda-feira (8), menos de dez dias do início do ano letivo, dia 18.
A Secretaria de Educação afirmou que tentará derrubar a medida, mas caso não consiga, o ano letivo da rede, de 5 milhões de alunos, irá atrasar para refazer a distribuição.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Orientação do secretário da Educação às D.E.s desrespeita poder judiciário
Chegou ao conhecimento da APEOESP que o secretário da Educação, Paulo Renato Souza, enviou orientação pessoal, por escrito, às diretorias regionais de ensino e demais órgãos da Secretaria determinando que ignorem a liminar conquistada pelo nosso Sindicato para a reorganização das listas de classificação dos professores no processo de atribuição de aulas.
Tal fato é muito grave. Na nota que enviou, o secretário afirma "ter esperança" de que o governo conseguirá reverter a decisão judicial na data de hoje, 11 de fevereiro e, com base nisto, afronta o poder judiciário mandando descumprir a liminar.
É importante lembrar que a liminar que obtivemos determina a reorganização das listas, remetendo os professores "categoria O" (onde se incluem os estudantes, portadores de licenciatura curta, tecnólogos e bacharéis) para a escolha de aulas apenas após os professores "categorias F e L". Assim, resguarda os direitos e prerrogativas dos professores habilitados em relação aos não- habilitados no processo de atribuição de aulas, conforme prevêem o artigo 62 da LDB e os artigos 12 e 22 da Resolução SE 98, que regulamenta a atribuição.
Nós, da APEOESP, prosseguimos exigindo o imediato cumprimento da decisão judicial e, em cada local de atribuição de aulas, estaremos atentos e atuantes para que nenhum professor habilitado seja desrespeitado em seus direitos.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
domingo, 3 de janeiro de 2010
ISSO É UMA VERGONHA!!!!
"Errei mesmo, falei bobagem", diz Boris Casoy após gafe
DIÓGENES MUNIZ
O âncora da Band Boris Casoy lamentou nesta sexta-feira (1º) as ofensas proferidas a garis que apareciam na edição de Réveillon de seu telejornal noturno. A gafe foi cometida após o "Jornal da Band" mostrar imagens de lixeiros desejando felicidades aos telespectadores da emissora.
Âncora da Band lamentou a gafe cometida na edição de Réveillon do telejornal noturno
Sem saber que o áudio estava sendo transmitido, Casoy comentou: "Que merda: dois lixeiros desejando felicidades do alto da suas vassouras. O mais baixo na escala do trabalho".
O vídeo caiu na internet algumas horas depois e foi repudiado por internautas.
"Foi um erro. Vazou, era intervalo e supostamente os microfones estavam desligados", disse, em conversa com a Folha Online por telefone. "Errei mesmo. Falei uma bobagem, falei uma frase infeliz. E vou pedir desculpas."
Casoy é conhecido pelo bordão "Isso é uma vergonha".
Já foi âncora no SBT durante nove anos ("TJ Brasil"), na Record, de 1997 a 2005 ("Jornal da Record" e "Passando a Limpo") e na TVJB (ex-rede CNT).
Atualizado às 19h50: Casoy reiterou no telejornal desta sexta que a frase foi "infeliz" e pediu "profundas desculpas aos garis e aos telespectadores".
sábado, 12 de dezembro de 2009
História de Natal
A vontade de viver e uma carta ao Papai Noel comoveram os funcionários do Hospital Regional, que se uniram para mudar o dia hoje na vida de uma criança. É que adoentado, um menino de seis anos, internado na unidade há sete meses, queria mandar uma carta ao bom velhinho. E mesmo com a dificuldade de respirar devido aos problemas pulmonares, ele ditou os dizeres a uma médica. Por fim, sensibilizados, os funcionários resolveram atender ao pedido da criança, que acredita que um presente lhe trará felicidade e esse sentimento, por sua vez, a cura. A história encantada deve se concretizar ainda hoje, quando o Papai Noel visitará o menino.
Querido Papai Noel, meu nome é Wesley Vitor Medeiros de Almeida, tenho 6 anos e no momento estou de passagem no Hospital Regional, pois estou em tratamento médico e logo ficarei bom. Na verdade, Papai Noel, minha casa é em Capão Bonito, onde moro com meus pais, meu gato Zico e meu cachorro Dog. Gostaria que o senhor me trouxesse nesse Natal um videogame. Com ele eu vou me distrair jogando. Acho que mereço ganhá-lo pois sou um menino bonzinho, valente, religioso e amigo de todos. Como o senhor tem contato direto com Deus, peço que me ouça e diga a Ele que quero ir logo embora. Farei força para melhorar, comendo bastante, respirando forte e sorrindo sempre. Um beijo. Te espero nesse Natal.
Foi o que disse Wesley à médica pediatra Priscila Helena dos Santos, que por sua vez, escreveu o pedido numa folha. A carta, fixada no quadro de avisos do hospital, seria comum nessa época do ano se não fosse por alguns detalhes. O menino é a criança mais antiga internada na unidade, o que aproximou a equipe da família. Além disso, ele tem problemas pulmonares, aparentemente irreversíveis, sem diagnóstico preciso ainda. E necessita ainda de aparelhos para respirar e assim, continuar vivo. O único filho do casal Adriana e Paulo de Almeida, reside num sítio simples, de família de agricultores. O contexto sensibilizou os funcionários, entre eles a médica Mara Corrá, que mobilizou os colegas e juntou o dinheiro do presente. É uma criança encantadora, alegre. E ele acredita que feliz, se recuperará mais rápido, falou ela.
O caso ganhou repercussão fora do hospital e um jornalista, que preferiu não se identificar, respondeu ao menino, como se fosse o Papai Noel. Ao meu corajoso amigo Wesley: recebi sua carta. Você é um ótimo menino. Um dos melhores do mundo. E olha que eu conheço todos do planeta. Está uma correria aqui para atender todos os pedidos que me fizeram, mas vou tentar atendê-lo. Eu queria ir até aí pessoalmente entregá-lo. Talvez consiga. Aí eu conheço você, sua mãe, seu pai e os amigos que cuidam de você. Logo estará bem e sairá daí. Mas não tenha pressa. Faça tudo que os médicos pedem. Nunca deixe de sorrir e acreditar que tudo de bom que queremos acaba acontecendo. Um beijo, Papai Noel.
Emocionada com a situação, a mãe da criança também se disse sensibilizada. Impossibilitada de atender o pedido, ela espera que o presente realmente lhe faça mais feliz. É o que toda mãe quer. Ver o filho bem e feliz. Ele está melhor. Se recuperando. Passa alguns minutos sem o aparelho para respirar. Se cansa fácil. Mas tenho fé, disse ela, que desde maio passado se reveza com o marido nos cuidados com o menino. A cada domingo trocamos o plantão. Eu vou para Sorocaba e fico com meu filho até o outro domingo. Nesse período ela vem para o sítio. Depois trocamos, detalha o pai. É uma rotina cansativa. Fico 24 horas com ele. Depois fico triste por estar longe, lamenta a mãe.
O videogame foi comprado, um Papai Noel contratado e a festa marcada para hoje, na pediatria do hospital a partir das 13h.
domingo, 6 de dezembro de 2009
Chalita: 'precisamos de nova geração de políticos'
por: Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
Vereador mais votado do Brasil nas eleições do ano passado, o ex-secretário de Educação de São Paulo Gabriel Chalita (PSB) tem planos maiores para o futuro: está de olho em uma vaga no Senado.
Depois de trocar o PSDB pelo PSB por divergências com o rumo do governo paulista e o encerramento de projetos iniciados por ele na Educação, Chalita afirma ter superado o mau momento no tucanato e que, apesar de ter saído do partido, mantém relações estreitas com o ex-governador e hoje secretário de Desenvolvimento Geraldo Alckmin. O novo socialista - cotado para assumir vaga de candidato ao senado pelo novo partido - afirma que o mais importante na vida política é manter bons contatos e boas alianças, e confirma, sem constrangimento, que no próximo ano, deve apoiar Paulo Skaff (PSB) ou Ciro Comes (PSB) ao governo de São Paulo, mesmo que Alckmin, seu amigo pessoal, concorra ao cargo.
Sem meias-palavras, Chalita condena postura do governador José Serra - que segundo ele não respeita professores - e também dentro do partido alega que o tucano prejudica a sigla, que hoje, se vê representada apenas em sua figura. A demora na definição do candidato tucano, segundo ele, pode também prejudicar o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, outra opção na disputa presidencial ano que vem. O ex-secretário diz que a inércia de Serra sobre a definição de qual cargo concorrer em 2010 coloca todo o PSDB em espera. O possível apoio de Serra a Aloisio Nunes e a pouca importância a Alckmin são lembrados pelo vereador que defende o surgimento de novos rostos na política nacional como fator fundamental para mudança na postura parlamentar e para dar basta à corrupção do País.
DIÁRIO - O PSDB tentou mantê-lo a todo custo. Qual foi o fator que determinou sua saída?
GABRIEL CHALITA - Foi uma sequência de fatores. Na verdade, quando saí da Secretaria de Educação, resolvi que sairia da política. Acompanhei a campanha do (Geraldo) Alckmin à presidência, mas não estava com ânimo de ser candidato. Logo depois, vi desmonte de vários projetos educacionais; o primeiro foi o Escola da Família, a menina dos meus olhos, e que diminuiu muito a violência nas escolas. Ver aquilo destruído foi doloroso. Não entendi a postura da equipe do (José) Serra, tão contrária ao que construímos na Educação. Alckmin me pediu cinco vezes para ser candidato; só aceitei para poder ajudá-lo mesmo. Quando fui eleito, achei que haveria mais consideração, no sentido de repensar a política educacional. Achei que teria espaço dentro do partido. Queria ser mais livre, conversei com o diretório nacional, estadual, conversei com Alckmin e disse que não estava mais à vontade dentro do partido e, no PSB, fiquei impressionado.
DIÁRIO - Segundo a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) faltou diálogo com professores no início desta gestão. Você credita esse erro ao governo?
CHALITA - À postura do governador. Os secretários cometeram os mesmos erros e o Paulo Renato está no mesmo caminho. Grande parte da imprensa elogiou as provinhas dos professores, como se isso avaliasse mérito. Durante minha gestão, pagávamos bônus por mérito de ações dos professores em sala de aula, mas essas avaliações os ridicularizam, diminuem a categoria. Ninguém faz prova com outros profissionais do governo. Existe tom de desconfiança com osprofessores. Um discurso de que professor é vagabundo, não trabalha direito, que falta demais. Há professores que têm essa postura? Claro, assim como há políticos que também são assim. A abordagem da visão educacional deste governo foi errada. Vi o governador dizer que aluno tem de saber português e matemática, o resto é perfumaria. Esporte, história, geografia não são perfumarias. O olhar do PSDB de São Paulo sobre Educação foi contra tudo o que acredito.
DIÁRIO - O sr. levou a família para dentro da escola no fim de semana com o Escola da Família. As pessoas sentiram falta quando os aparelhos foram fechados...
CHALITA - Acabou tudo. Sei o que é a violência doméstica na periferia e na Grande São Paulo. Isso tem de ser combatido por meio de outra postura pedagógica e vi isso ruindo de uma hora para outra. Tentei conversar com o governador algumas vezes e ele não dava menor importância. Chegou um momento emque comecei a reclamar. Fui o mais votado e não tinha assento na diretoria nacional, estadual e nem municipal do partido. Nem líder eu era. Não havia respeito. Ele quis falar comigo quando já tinha decidido sair do partido. Digo de coração que a possível candidatura ao Senado me agrada, mas o que mais me levou a sair do partido foi encontrar com professores que acreditaram em mim e ouvir deles que estava tudo diferente do que havia proposto e eu não podia falar mal.
DIÁRIO - Como você avalia o cenário para as eleições de 2010?
CHALITA - Se a definição fosse agora, como quer Aécio (Neves - governador de Minas Gerais), ele teria tempo de percorrer o Brasil. Se for em março, como prega o Serra, Aécio não terá tempo de fazer alianças e será difícil alguém que não é conhecido ganhar eleição. Essa indefinição dele (Serra) destrói o PSDB, atrapalha Minas, partidos aliados e São Paulo, porque se ele não for candidato, quem será? Qual será o processo de escolha? Você tem um partido que governou o Brasil por oito anos, reduzido a uma única pessoa.
DIÁRIO - Se Serra for candidato à presidência, Alckmin pode disputar o governo do Estado. Qual será seu posicionamento neste cenário?
CHALITA - Apoiarei o candidato do PSB, não farei críticas ou inventarei mentiras sobre Alckmin. Acho que ele foi honesto, ótimo governador. Agora, vou construir bandeira no partido. Então as pessoas devem entender que respeitarei o Alckmin, mas temos de ser coerentes com a coligação feita.
DIÁRIO - Lula se fez no Grande ABC. O sr. avalia que o retorno do PT à região está à altura da contrapartida?
CHALITA - O Grande ABC é peculiar, porque tem realidades diferentes. O fato de essas cidades terem se desenvolvido, muito ligadas a dormitórios, porque as pessoas trabalham e pagam impostos em São Paulo, dificulta ação dos prefeitos. É complicado administrar cidades grandes, com recursos orçamentários pequenos. Acho que apesar das dificuldades, você tem avanços. Não dá para culpar um partido, dá para pensar em propostas para o futuro.
DIÁRIO - O sr. acredita que a mudança na personalidade jurídica do Consórcio Intermunicipal pode auxiliar na mudança de políticas públicas regionais?
CHALITA - Com certeza. você se fortalece, fala de outra forma. São todas as cidades do Grande ABC fazendo discussão, é outro peso político. E as cidades precisam dialogar mais. pois uma coisa é pleito eleitoral, onde cada um defende uma ideologia. Passou o processo eleitoral, é hora de administrar e construir políticas públicas comuns.
DIÁRIO - Por sua experiência à frente de Pasta do Estado, há propostas para o Grande ABC? Pretende ajudar candidatos da região ano que vem?
CHALITA - Acho importante trazer pessoas que são exemplos de história de vida, de superação. Para mim é uma honra poder estar ao lado de Romualdo Magro Júnior e Marcelinho Carioca. Entrar na política traz riscos. Você fica exposto, é cobrado, mas isso lhe traz maneiras de fazer o bem. Sempre que encontro Marcelinho, ele fala de projetos sociais que auxiliam crianças. Precisamos de gente nova na política. Eles ajudarão a construir políticas para a região. Conheço o Grande ABC, mas se sair candidato ao Senado e for eleito, vamos construir políticas conjuntas. O Senado fala de temas nacionais e estaduais, elegem-se prioridades, mas não se tem a mesma aplicação política de outras câmaras. Acho importante nos cercarmos de boas pessoas. Acredito muito em política feita dessa forma, com líderes que tiram parte de seu tempo para pensar no coletivo.
DIÁRIO - O sr. busca essa dinâmica nas pessoas que deve apoiar?
CHALITA - Sou muito sincero, só apoio candidato depois de conhecê-lo melhor. Demoramos muito para construir uma imagem e lutamos para que isso seja preservado. Acredito que Marcelinho vai empolgar uma geração em relação à política, porque ele tem garra, curiosidade e vontade de aprender. Romualdo conhece a região, nasceu aqui, pode ajudar muito a população. Pode ser uma ótima dobrada.
DIÁRIO - Dá para reverter a imagem que as pessoas têm hoje do Senado, depois de tantos escândalos?
CHALITA - Acho que haverá grande renovação, porque vai chegar muita gente com vontade de fazer o que é correto. Se defendêssemos o que está na Constituição, no Senado, não precisaríamos fazer muito mais. Porque lá se fala da dignidade e isso dá amplitude de ações. Aliás, se você seguir os princípios da dignidade da pessoa humana, não vai roubar, não vai colocar dinheiro na meia, na cueca. Precisamos construir uma geração de políticos que não seja tão intransigente, que não faça má versação do dinheiro público.

sábado, 5 de dezembro de 2009
Uma história sugestiva
Uma história sugestivaTive a oportunidade de conhecer a África do Sul. Uma viagem fascinante. A grandeza do país está exposta nos pequenos detalhes. Um lugar onde as cores prevalecem. Nas paredes, na paisagem, nos tecidos e nas almas.
A África é um país musical. Em tudo há a prevalência de um som orgânico, nascido dos lugares, emitido sem reservas, sem descanso. Brota da natureza e das bocas. Nasce ao som de tambores e instrumentos rudimentares retirados do contexto da utilidade doméstica. Vida pragmática sendo transformada em vida simbólica. Criatividade de um povo que reconhece a vida como território da revelação divina. Aliás, admiro muito as comunidades humanas que não caíram na resolução fácil que divide o mundo em duas partes: sagrado e profano.
Sempre tive predileção pela musicalidade negra. Acho instigante a construção melódica que costura numa mesma pauta acordes felizes e acordes tristes. Mixórdia que revela a luta de antepassados; homens e mulheres que construíram a história que hoje perpassa o canto que meus ouvidos escutam. De um lado, os colonizadores, invasores que resolveram estender os poderes de suas pátrias, obedecendo ao instinto rudimentar do poder.
Força que legitima os absurdos das guerras, invasões e outras irracionalidades humanas. De outro, os colonizados, os legítimos donos da terra, os curadores do espaço. Música que conta os sofrimentos do degredo, mas que também revela as esperanças que a escravidão não conseguiu sufocar.
Durante a viagem pude ouvir muitas histórias sobre diferentes tribos africanas. Uma delas me comoveu. Uma história musical. É o relato de um costume preservado por uma tribo. Para cada criança que nasce uma música é composta. Uma oferenda que marca a entrada da criança no mundo. Música que estará diretamente ligada à identidade pessoal. Ela cumpre papel de ser a trilha que sonoriza os momentos importantes da vida daquele que a recebeu.
Há um fato interessante. Segundo a história que ouvi, além de ser cantada nas celebrações felizes, a música é utilizada por ocasião de grandes deslizes cometidos pela proprietária da música. Funciona como uma espécie de purificação. Ao perceber o desvio de caminho, a comunidade se reúne e canta, para que a pessoa, ao ouvir a sua música, possa ter a possibilidade de voltar ao formato original, ao início de tudo, momento em que a música lhe foi ofertada. Esse costume me fez pensar no quanto é necessário ter um referencial que nos faça voltar ao estado primeiro das coisas. Uma voz, uma palavra, um lugar, uma música, enfim, qualquer coisa que pertencesse à nossa memória afetiva, e que tivesse o poder de nos fazer voltar a nós mesmos. Algo que pudesse nos fazer enxergar melhor o contexto de nossas escolhas. Algo que nos ajudasse na reconciliação com nossos limites, sobretudo no momento em que os erros prevalecem sobre os acertos, e a vida se apresenta difícil demais diante de nossos olhos. A história me fez refletir sobre a arte de recomeçar.
Verdade ou lenda? Não importa. A história já virou verdade em mim. A partir de hoje quero estar atento a tudo o que me recorda quem sou. Esteja também. Mais cedo ou mais tarde precisaremos deste instrumental.
Levanta-te para a vitória - Gabriel Chalita e Padre Fábio de Melo
Eu pisei em tantos lugares, escutei tanta vitórias, mas eu quero que o resumo do meu hosana, seja um dos momentos que eu mais pude aprender sobre a vida, sobre fragilidade, sobre o amor. Gabriel dizia que as vezes a vida nos humilha, pessoas que acham que é melhor que nós e faz questão de demonstrar isso através de palavras, atitudes.
Quanta gente não se sentiu humilhado por ser brasileiro, e ver que o Brasil poderia ser melhor, que o nome de Deus é usado de maneira baixa. Você fica humilhado como cidadão, quando ver que a sua cidade não é como poderia ser. Quando você precisa desconfiar da pessoa que chega perto de você.
A vida nos humilha, mas há um beleza na palavra humilhar, que é húmus, então você pode acreditar que a ainda há jeito. Eu não nasci para viver na humilhação. Você descobre que a morte não é um processo definitivo, que um pai, mãe, irmão, namorado, não foi antes do tempo, mas que ela pode abrir os olhos daqueles que estão vivos.
Um dia chegando cansado em casa, eu liguei a Canção nova e fui impactado pela propaganda de um acampamento com o tema “levanta-te e anda”, e depois eu não consegui mais dormir, fui imaginando Jesus dizendo aquilo ao paralitico, que foi capaz de tirá-lo de sua humilhação, e fui movido a fazer uma música, enquanto não a terminei, não fui dormir. Fui evangelizado por um comercial da Canção Nova, até um comercial na Canção Nova evangeliza.
Há muitas pessoas que estão sendo humilhadas, por causa de problemas pessoais, familiares. Todos nós vivemos humilhações, mas é você que deve escolher se você ficará na humilhação ou cantará a vitória de Deus em sua vida.

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