O governador José Serra (PSDB-SP) afirmou ontem que o ministro da Educação do governo Lula, Fernando Haddad, fez uso político dos dados do Pisa, avaliação internacional da qualidade de ensino.
O exame apontou que o Brasil ficou nas últimas posições nas três habilidades avaliadas (leitura, matemática e ciências). E que São Paulo não atingiu nem a média nacional.
Anteontem, Haddad disse: "Com exceção do Distrito Federal, São Paulo é a maior renda per capita do país. Era de se supor que pudesse trazer as médias nacionais para cima".
Ontem, Serra rebateu: "[Para o resultado] não cabe nem prognóstico nem Fla-Flu de natureza partidária como fez o ministro. A questão é muito séria no plano da educação, e a gente precisa trabalhar todo mundo junto nisso".
O tucano disse ainda que "o ministro da Educação não leu direito o estudo. Ele devia ver que as margens de erro são muito elevadas. Por outro lado, São Paulo [representa] apenas 11% do total [da amostra], não daria para puxar [a média]".
Serra admite, porém, que é necessário melhorar a qualidade do ensino em "São Paulo e no país". "O ensino médio tem problemas no país inteiro".
Ministro da Educação na gestão FHC, Paulo Renato Souza também criticou Haddad. "A situação é ruim, mas de nada ajuda ficar tergiversando sobre os dados e botando a culpa em A ou B." Questionou ainda aspectos técnicos. "A amostra do Pisa [9.295 estudantes] não é suficiente para representar cada Estado. O Saeb [exame federal], por exemplo, é feito com uma amostra de 300 mil [na última edição, foram 195 mil]."
O relatório internacional do Pisa traz apenas dados dos países. Quem divulgou os dados por Estado foi o MEC.
Instantes após Serra dizer que "a gente precisa trabalhar junto" na educação, a titular da pasta no Estado, Maria Helena Guimarães de Castro, disse que não é prioridade de São Paulo aderir ao Plano de Desenvolvimento da Educação, do MEC.
O governo pretende, com o plano, melhorar os índices de qualidade. Para isso, conta com a adesão de Estados e municípios a um programa unificado.
Ela afirmou que ações da secretaria, como mudanças no currículo e aplicação de uma avaliação própria (Saresp), não tem deixado tempo livre para a análise do programa federal.
Sem dar detalhes, reclamou da proposta de formação de professores, que "o MEC quer obrigar" a implantar. Ela disse, porém, que as metas do programa são boas. O MEC disse que não irá impor um modelo único de preparação de docentes - só exigirá que haja formação.
Outro lado
Procurado pela Folha, Haddad, por meio de sua assessoria de imprensa, disse apenas ter recebido uma telefonema de Serra, e que conversaram sobre os resultados do Pisa e a possibilidade de adesão ao PDE.
O presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, afirmou que a aplicação do Pisa no Brasil permite, sim, a divulgação dos dados por Estado. Segundo ele, a metodologia mudou em relação à época em que Paulo Renato era ministro. Ainda assim, ele reconhece que houve problemas em alguns locais.
O exame apontou que o Brasil ficou nas últimas posições nas três habilidades avaliadas (leitura, matemática e ciências). E que São Paulo não atingiu nem a média nacional.
Anteontem, Haddad disse: "Com exceção do Distrito Federal, São Paulo é a maior renda per capita do país. Era de se supor que pudesse trazer as médias nacionais para cima".
Ontem, Serra rebateu: "[Para o resultado] não cabe nem prognóstico nem Fla-Flu de natureza partidária como fez o ministro. A questão é muito séria no plano da educação, e a gente precisa trabalhar todo mundo junto nisso".
O tucano disse ainda que "o ministro da Educação não leu direito o estudo. Ele devia ver que as margens de erro são muito elevadas. Por outro lado, São Paulo [representa] apenas 11% do total [da amostra], não daria para puxar [a média]".
Serra admite, porém, que é necessário melhorar a qualidade do ensino em "São Paulo e no país". "O ensino médio tem problemas no país inteiro".
Ministro da Educação na gestão FHC, Paulo Renato Souza também criticou Haddad. "A situação é ruim, mas de nada ajuda ficar tergiversando sobre os dados e botando a culpa em A ou B." Questionou ainda aspectos técnicos. "A amostra do Pisa [9.295 estudantes] não é suficiente para representar cada Estado. O Saeb [exame federal], por exemplo, é feito com uma amostra de 300 mil [na última edição, foram 195 mil]."
O relatório internacional do Pisa traz apenas dados dos países. Quem divulgou os dados por Estado foi o MEC.
Instantes após Serra dizer que "a gente precisa trabalhar junto" na educação, a titular da pasta no Estado, Maria Helena Guimarães de Castro, disse que não é prioridade de São Paulo aderir ao Plano de Desenvolvimento da Educação, do MEC.
O governo pretende, com o plano, melhorar os índices de qualidade. Para isso, conta com a adesão de Estados e municípios a um programa unificado.
Ela afirmou que ações da secretaria, como mudanças no currículo e aplicação de uma avaliação própria (Saresp), não tem deixado tempo livre para a análise do programa federal.
Sem dar detalhes, reclamou da proposta de formação de professores, que "o MEC quer obrigar" a implantar. Ela disse, porém, que as metas do programa são boas. O MEC disse que não irá impor um modelo único de preparação de docentes - só exigirá que haja formação.
Outro lado
Procurado pela Folha, Haddad, por meio de sua assessoria de imprensa, disse apenas ter recebido uma telefonema de Serra, e que conversaram sobre os resultados do Pisa e a possibilidade de adesão ao PDE.
O presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, afirmou que a aplicação do Pisa no Brasil permite, sim, a divulgação dos dados por Estado. Segundo ele, a metodologia mudou em relação à época em que Paulo Renato era ministro. Ainda assim, ele reconhece que houve problemas em alguns locais.
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