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domingo, 30 de setembro de 2007
Canção Grata - Florbela Espanca
Poema à boca fechada - José Saramago
DOIS
MÁRIO QUINTANA
Hoje me contento...
sábado, 29 de setembro de 2007
quinta-feira, 27 de setembro de 2007
Respeito às diferenças
O enredo começa, mesmo, na praça do mercado central de Londres, numa noite chuvosa e fria do início do século 20. Sob a marquise, bem em frente a uma casa de ópera, pessoas da alta sociedade esperam carruagens para voltarem para casa. A florista pobre reclama em altos brados de estar sendo observada por um senhor bem vestido que anota cada palavra que ela pronuncia. Imagina ser um policial que a vigia para expulsá-la do seu ponto de venda. O homem, porém, é um professor de fonética, que se gaba de reconhecer a origem de uma pessoa pelo som de sua voz, com margem de erro inferior a seis quilômetros. Ele a acusa de "assassinar, a sangue frio, a língua inglesa". Curiosos se aproximam para ouvir a conversa, e testemunham uma estranha aposta. O professor Henry Higgins (interpretado por Rex Harrison) aceita o desafio de transformar a rude florista (interpretada por Audrey Hepburn) em uma dama.
Depois dos desastres dos primeiros dias, o professor se dá conta de que não será possível ensinar a língua sem ensinar, primeiro, a importância das atitudes. De professor inflexível, George muda para uma atitude de mais compreensão. A partir desse ponto, a relação avança, e Elisa começa a aprender com mais facilidade. Elisa é levada, enfim, ao baile do embaixador.
O baile é uma homenagem à rainha da Transilvânia, que visita Londres. Elisa é apresentada à sociedade e encanta a todos, pela elegância, postura, educação e boa conversa. A própria rainha manda um emissário pedir-lhe que dance com o filho, o príncipe Gregor. Mas um especialista em línguas, o húngaro Zoltan Karpathy, assessor da rainha, se aproxima para travar conversação com Elisa, e a sua origem humilde pode estar prestes a ser desmascarada. Mas eis o diagnóstico que Zoltan leva para a rainha:
- "O inglês dela é muito bom, o que indica que é estrangeira. Os ingleses não costumam ser muito instruídos em sua própria língua. E, apesar de ter talvez estudado com um perito em dialética e gramática, posso afirmar que ela nasceu húngara. E de sangue nobre! Seu sangue é mais azul do que a água do rio Danúbio."
Higgins e Pickering voltam exultantes para casa. Elogiam-se mutuamente pelo triunfo. Mas se esquecem de sequer mencionar Elisa e seu esforço, e ela fica magoada. Henry acaba percebendo o abatimento dela e pergunta o que há de errado.
- Com você nada, não é? - ela diz. - Ganhei a aposta para você, não foi? Já basta. Eu não conto, não é?
- Fui eu quem ganhou a aposta, sua presunçosa!
- Seu bruto egoísta! Agora que tudo terminou, vai poder me jogar de volta na sarjeta. O que será de mim?
- O que será de você? Você está livre agora. Vai poder fazer o que quiser.
- Fazer o quê? Você me preparou para quê?
- Você devia se casar. Não é feia. É até agradável de olhar. Às vezes até atraente. Minha mãe podia arranjar alguém para você.
- Eu era mais digna antes. Vendia flores, não a mim mesma. E, agora que você fez uma dama de mim, eu não sirvo para mais nada.
George a acusa de ingrata, e vai dormir. Ela espera que a casa fique silenciosa e foge. Vai para o mercado, de onde viera, seis meses antes. Nenhum dos velhos amigos a reconhece. Isto a deixa ainda mais triste. É uma pessoa presa entre dois mundos, sem pertencer nem a um nem a outro.
Sem saber para onde ir, resolve visitar a mãe de Henry (para onde ele vai também, pensando não ter sido visto). Num depoimento à Sra. Higgins, Elisa diz a frase que serve como verdadeiro corolário da sua história:
- Deixando de lado o que se aprende, a diferença entre uma dama e uma florista não é como se comporta, mas como é tratada.
Henry, o professor franze a testa, ao ouvir isto. Elisa continua:
- ...Serei sempre uma florista para o senhor, porque sempre me tratou como uma florista, e sempre o fará. Mas sei que serei sempre uma dama para o Coronel Pickering, porque sempre me tratou como uma dama e sempre o fará.
Eis, em resumo, um conjunto de valores que pode ser trabalhado em sala de aula, com o filme My fair lady sendo utilizado como roteiro de estudo. Uma atividade simples, mas que pode conduzir a resultados significativos. Sem contar o que pode ser trabalhado em termos de emoção, sensibilidade e espírito de solidariedade.
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
AS FLORES APARECEM
As flores aparecem! Nós já prevíamos que aquela árvore que estava tão apagada, sem cor, fosse se revelar. Amar é isso, olhar a árvore (a pessoa), sem flores, sem frutos, aparentemente sem vida e admirá-la. Quem ama, admira a árvore, o próximo e não a beleza do colorido, pois já entendeu que a árvore e a pessoa com quem convive, não estarão o tempo todo na primavera.Quem ama, enxerga o que é invisível aos olhos. Quem ama, sabe esperar o momento de florada sem julgar e criticar, mas vendo com os olhos do amor a pessoa que lhe é próxima.Amar é adubar, admirar e gerar vida a cada dia, enquanto espera. É acreditar e saber que um dia haverá broto, no outro as folhas, nos próximos as flores, e mais, na frente os frutos. É olhar todo o processo de transformação, que é constante, visível e desestabilizador, mas que irá transformando tudo ao seu redor. Amar é olhar cada momento da nossa vida com a especialidade própria do momento. Que momento especial você vive hoje? Está sem folhas, flores, frutos ou sua vida está colorida?O que hoje, precisa ser valorizado na sua vida? Uma árvore sem flores tem raiz, tronco, seiva, galhos... Você admira o que já se desenvolveu na sua vida? Ou você especializou o seu olhar para o que você não tem?Muitas vezes, nos distraímos com a aparência e esquecemos da raiz. É a raiz que dá os nutrientes para todo o corpo. Qual é a seiva que alimenta você? Você tem buscado nutrir-se com bons livros, amigos que o constroem, cuida de sua saúde, é disciplinado nas coisas simples da vida, faz uma avaliação da sua vida? Como está sua reflexão do sentido da vida?O sentido da sua vida hoje, consiste em buscar ser o melhor, o mais rico? Você vive em busca de prazer, evitando todo sofrimento? Será que a vida se resume nisso? Um dia a árvore será cortada ou morrerá, o que ficam é oxigênio que ela purificou, os olhos que ela alegrou, a sombra que abrigou pássaros, amigos, familiares, outras plantas... Se você, hoje, morresse, o que haveria de deixar? Você se percebe como um "purificador de oxigênio" onde vive?A árvore é o pulmão do mundo. E você purifica o mundo. Você, hoje constrói a civilização do amor na sua casa, escola, universidade, trabalho, vizinhança?Nós precisamos, no ENCONTRO com os outros, buscar nutrientes para nossa manutenção, crescimento, florada. O nosso ENCONTRO, para dar flores e frutos, precisa ser um contato verdadeiro, profundo, realista e de amor. Se um encontro da raiz com a terra, de uma pessoa com a outra, pode produzir tudo isso, um ENCONTRO com Jesus, a cada dia, pode mudar tudo. Porque Ele olha para você com o olhar do Amor. Ele é Amor! Um olhar que contempla em você, o que ainda você não viu. Ele sabe que você faz parte da civilização do amor.E, depois da primavera, virá o verão, o outono, o inverno, a primavera, outro verão, outro outono... Até vocês completarem bodas de prata ou de ouro. Mas, tendo sempre um ENCONTRO a cada dia. Um ENCONTRO que gera um homem novo para um mundo novo. Você irá encontrar-se todos os dias com o outro, e será um encontro de amor, pois Ele está no meio de nós.
sábado, 22 de setembro de 2007
O PREÇO DE UM RESGATE
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
A harmonia no ambiente escolar
Quando se lê a educação com esse olhar de Cecília, parece que o dia-a-dia na relação professor-aluno é encantado. Muitos dirão que essa elevação afetiva só funciona no plano das idéias e que na prática se assiste a um aviltante processo de destruição das relações humanas.
A violência nas escolas se materializa em agressões verbais e físicas. O professor se sente vítima de um sistema que não o valoriza, portanto não o entende bem, nem o protege. Os alunos parecem prontos para a batalha. Padecem de amor e de limites. A ausência familiar se faz sentir na postura agressiva ou apatia em sala de aula.
Além disso, e talvez por isso, tentam disputar poder com os professores que, por sua vez, se deixam levar em um debate desnecessário. Há um axioma essencial na relação entre professor e aluno: autoridade harmonizada pelo afeto. O aluno precisa de limite e precisa compreender o papel do educador. O educador não pode impor sua autoridade, mas deve conquistá-la. Sem brigas nem ameaças. Sem histeria nem parcimônia. Com o respeito de quem sabe ensinar e aprender e de quem harmoniza as relações.
Há algumas dicas para essa relação harmoniosa. Evidentemente, são a experiência e a disposição do professor que farão com que ele toque na alma do seu aluno - sem isso não há educação. Entre essas dicas, algumas proibições. A primeira delas é que professor não pode brigar com aluno, mesmo que tenha razão. Se isso acontecer, parte da sala torcerá pelo aluno e a outra pelo professor, assim, ele deixa de ser referencial. A segunda: professor não pode colocar apelido em aluno. Terceira: não deve comparar um com o outro - é preciso lembrar que não há homogeneidade no processo educativo, mas heterogeneidade. Quarta: professor não pode se mostrar arrogante nem subserviente. O meio termo é amoroso.
E aí voltamos a Cecília Meirelles. A harmonia no ambiente escolar há de ocorrer quando se consegue quebrar a carcaça que envolve alguns alunos, pela falta de algo que deveria ter vindo antes. É esse sonambulismo, essa postura incorreta frente à vida e frente a si mesmo.
Trata-se de ajudá-lo a viver essa contemplação poética, ou, em termos aristotélicos, a buscar uma aspiração para a vida. Ou ainda em Paulo Freire, ajudá-los a desenvolver autonomia para sonhar.
Aí sim, o professor mostrará autoridade. Autoridade generosa de quem confia e cobra. De quem contrata no melhor sentido da palavra. E é nesse bom caminho que entra o afeto como instrumento de poder e participação. É do olhar do mestre que saem essas virtudes. O olhar que acolhe e que constrange quando necessário. O olhar que se faz cúmplice nas boas conquistas e que lamenta docemente pelo que se perdeu. O olhar que mantém o silêncio na sala de aula, sem gritos ou lamentações, mas que é capaz de chorar pela emoção de mais um aprendiz que encontrou seu caminho.
A harmonia no ambiente escolar não é uma utopia. É talvez uma tarefa complexa que exige o que de melhor podem dar os educadores: competência, coragem e muito, muito amor!
Alma da África, alma do Brasil
Me de um poema
Querer-te
Utopia
Um amor de verdade
Um minuto
Prefiro os loucos
Quando as lágrimas chegarem...
Quando as lágrimas chegarem aos seus olhos deixe-as cair, rolarem pela sua face porque é sua alma que precisa aliviar...Se por acaso as lágrimas verterem tanto e tanto não permitindo você enxergar através delas, enxugue-as carinhosamente, procure o sol do outro lado porque nunca você vai estar sozinho...A bonança sempre vem após as tempestades...Tenha muita fé...Acredite que você é único, especial e imagem e semelhança de Deus...Que todos somos irmãos e que o mundo é uma grandeFraternidade...Os desafios que enfrentamos servem para nosso crescimento e, amadurecimento...Nunca reclame da sua cruz...Você a escolheu...Mas, tenha esperança que Deus o ajudará a carregá-la...Assuma sua responsabilidadediante da vida...Ninguém é culpado do seu sucesso!Porque seria das suas frustrações?Você nunca vai estar sozinhoDeus sempre estará a postos para amenizar o seu frio, para apoiá-lo quando chorar...Procure a sua força interiorEla é sua! Nenhuma falência pode roubá-la!Você sempre terá um lar nos braços de Deus, mesmo quando a chuva atingir o seu coração;Mesmo quando sentir frio, cansaço e solidão...Mesmo se o mundo escurecer...Se a dor e o medo o atacarem...Basta fechar os olhos e, com o coração enxergar...Assim você se abençoará!
domingo, 16 de setembro de 2007
A reforma da língua portuguesa
A reforma da língua portuguesa
‘‘Micro-ondas’’, ‘‘enjoo’’, ‘‘contrarregra’’, ‘‘assembleia’’. Grafias hoje consideradas erradas e que rendem pontos a menos nas provas de gramática serão incorporadas, oficialmente, ao português. Embora ainda não tenha sido introduzido na prática, entrou em vigor este ano o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, firmado em 1990 entre os oito países que falam o idioma. As mudanças, que visam unificar as regras da ortografia, deverão começar a valer, no Brasil, a partir do ano que vem. Sexta-feira, a Comissão para Definição da Política de Ensino-Aprendizagem, Pesquisa e Promoção da Língua Portuguesa (Colip), da Secretaria de Educação Superior (SESU-MEC), esteve reunida para discutir a implantação do acordo.Não se trata de uma reforma, como a de 1971, quando, entre outras alterações, deixou-se de escrever ‘‘êles’’, ‘‘saüdar’’ e ‘‘govêrno’’. Ao contrário do que algumas pessoas têm alardeado, as alterações não serão drásticas. O educador e escritor Gabriel Chalita estima que, no Brasil, apenas 2% dos 228 mil verbetes do dicionário sofrerão modificações. ‘‘Na verdade, é uma cosmética na língua. Uma minilipo para deixar o português um pouco mais magro’’, define a lingüista e lexicóloga Enilde Faulstisch, professora de história da língua portuguesa da Universidade de Brasília (UnB).Mesmo assim, ela reconhece, algumas novas regras deverão dar dor de cabeça aos que já estão mais do que acostumados a lidar com hífen, trema e acentos diferenciais. ‘‘O que vai dar mais trabalho é o hífen’’, aposta. O acordo prevê a retirada do hífen de algumas palavras e a inclusão em outras. Por exemplo: microondas passa a ser dividido porque o prefixo (micro) termina com a mesma vogal com a qual se inicia o segundo elemento (ondas). Em Portugal, já se escreve dessa forma. Por outro lado, o hífen será eliminado em palavras com consoantes dobradas, como contra-regra, que vira contrarregra e anti-semita, que passa para antissemita.Enilde estima que serão necessários 10 anos para que uma nova geração de alfabetizados tenha domínio sobre as novas regras. E acredita que a mudança na pronúncia de algumas palavras é uma questão de tempo. ‘‘As vogais idênticas, como na palavra enjôo, serão fundidas e as pessoas vão acabar falando enjo’’, suspeita. No caso do trema, a professora avalia que a pronúncia do gui em palavras como lingüiça serão faladas com o som das palavras ‘‘guilherme’’ e ‘‘guilhotina’’.ObsolescênciaA morte do trema é comemorada pelo educador e escritor Gabriel Chalita. ‘‘O trema é uma excrescência que vários escritores já haviam abolido. Uma rebeldia que Monteiro Lobato já praticava contra os gramáticos, no início do século 20’’, aponta. ‘‘Grosso modo, o trema não passa de dois pingos em cima do u’’, concorda Enilde Faulstisch.Para o gramático e professor de português Ernani Pimentel, o acordo é um avanço para a modernização da língua, mas insuficiente para simplificar regras de difícil assimilação. ‘‘No capítulo da ortografia, tudo precisa ser reformulado. Não existem parâmetros coerentes, o estudante acaba tendo de decorar, o que está errado’’, observa. ‘‘O importante seria pensar numa reforma abrangente em termos fonéticos, simplificando o alfabeto e eliminando algumas maluquices da língua.’’ Ele sugere a criação de um conselho composto de professores, integrantes da Academia Brasileira de Letras e representantes de universidades para estudar uma verdadeira reforma do idioma. ‘‘Embora a gramática descritiva da língua portuguesa acompanhe bastante bem a dinâmica e a evolução da língua, nossa gramática normativa é lenta. A última reforma de vulto, na língua portuguesa, foi realizada em 1971. É muito tempo para uma língua jovem como a nossa, que tem menos de mil anos de existência e, ao mesmo tempo, é tão influenciada pelas novas tecnologias, pela globalização e pela célere mudança de hábitos’’, concorda Chalita. ‘‘Começamos bem, simplificando o uso em alguns casos. Mas ainda há muito que simplificar’’, defende. Professor de português há 22 anos e autor de 15 livros sobre o tema, incluindo uma gramática, Felix Filemon de Moraes ressalta que os principais erros cometidos por alunos relaciona-se ao emprego das letras. ‘‘Acompanho muitos estudantes que prestam concursos e são reprovados nas redações por erros elementares. Deixam de passar por causa de um cedilha. Não culpo o falante. A língua portuguesa realmente é muito difícil’’, reconhece.Filemon mostra exemplos da complicada língua portuguesa ao citar o caso da grafia da letra x, que tem quatro sons distintos: cê (como em sintaxe), zê (como em exame), xis (como em enxame) e qc (como em fixo). O mesmo ocorre com o z, que também tem som de s. ‘‘Isso tudo confunde muito. A unificação da escrita deveria ocorrer de acordo com a pronúncia’’, aponta. DificuldadesApesar de Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe já terem ratificado as novas normas, o que, na teoria, possibilita a imediata adoção do acordo, Portugal, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor-Leste ainda não o fizeram. A grande resistência vem de Portugal, que não vê com bons olhos as mudanças, que atingirão 1,6% do vocabulário luso. ‘‘Com todo o respeito que devemos a Portugal e aos portugueses, a simplificação da língua é uma exigência da vida moderna. Além disso, somos 180 milhões de falantes, enquanto Portugal representa pouco mais de 5% desse volume’’, argumenta Chalita. Segundo a lingüista Enilde Faulstisch, os dois países batem cabeça em relação à padronização do idioma desde o século 19, 300 anos depois do aparecimento do português como idioma. ‘‘É uma questão de estrutura secular, que vai mexer com todo mundo. Mas ninguém é dono da língua’’, lembra.
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Diário de Natal -RN - 16/09/2007
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
JOÃO GUIMARÃES ROSA
HONESTIDADE NÃO TEM PREÇO
A história é comovente. Fala de uma honestidade a toda prova e é contada por Vladimir, um jovem prisioneiro de um campo de concentração no nordeste da Sibéria. Ele tinha um companheiro de prisão chamado André.Ambos sabiam que daquele lugar poucos saíam com vida, pois os alimentos que os prisioneiros recebiam não os manteriam vivos por muito tempo. A taxa de mortalidade era extremamente alta, por causa do regime de fome e dos trabalhos forçados. E como é natural, os prisioneiros em sua maioria, roubavam tudo quanto lhes caia na mão.Vladimir tinha, em uma pequena caixa, alguns biscoitos, um pouco de manteiga e açúcar, coisas que sua mãe lhe havia mandado clandestinamente, de quase três mil quilômetros de distância. Guardava aqueles alimentos para quando a fome se tornasse insuportável. E como a caixa não tinha chave, ele a levava sempre consigo. Certo dia, ele foi designado para um trabalho temporário em outro campo. E, como não sabia o que fazer com a caixa, André lhe disse:- Deixe comigo, que eu a guardo. Pode estar certo de que ficará em segurança comigo. No dia seguinte da sua partida, uma tempestade de neve que durou três dias tornou intransitáveis todos os caminhos, impossibilitando o transporte de provisões. O jovem sabia que no campo de concentração em que ficara André, as coisas deviam estar muito difíceis. Dez dias depois, as estradas foram reabertas e o jovem retornou ao campo. Chegou a noite, quando todos já haviam voltado do trabalho, menos André que não estava entre os demais. Dirigiu-se ao capataz e lhe perguntou:- Onde esta André?-Enterrado em uma cova enorme junto com outros tantos prisioneiros – respondeu ele. Mas antes de morrer pediu-me que guardasse isto para você.Vladimir sentiu um forte aperto no coração. Nem minha manteiga nem os biscoitos puderam salvá-lo, pensou. Abriu a caixa e dentro dela ao lado dos alimentos intactos, encontrou um bilhete dizendo:“Prezado Vladimir. Escrevo enquanto ainda posso mexer as mãos. Não sei se viverei até você voltar, porque estou horrivelmente debilitado. Se eu morrer, avise a minha mulher e meus filhos. Você sabe o endereço. Deixo as suas coisas com o capataz. Espero que as receba intactas. André.”Moral da História: Jesus sempre age em nossa vida com todo amor que está em Seu Coração. Como somente Ele sabe o que é melhor para nós, devemos sem duvidar, confiar em sua misericórdia.
O MENINO E AS FLORES
Certo dia correndo no transito da rua, trombei com um estranho e disse-lhe:- Oh, me desculpe por favor!E ele disse:- Ah, desculpe-me também, eu simplesmente nem te vi!Nós fomos muito educados um com o outro. Então, nos despedimos e cada um foi pro seu lado.Mais tarde naquele mesmo dia eu estava fazendo o jantar e meu filho parou do meu lado tão em silêncio que eu nem percebi. Quando eu me virei, Eu lhe dei uma bronca. "Saia do meu caminho garoto!" E eu disse aquilo com certa braveza, e ele foi embora, certamente com seu pequeno coração partido..Eu nem imaginava como havia sido rude com ele.Quando eu fui me deitar, eu podia ouvir a voz calma e doce de Deus me dizendo:"Quando falava com um estranho, quanta cortesia você usou! Mas com seu filho, a criança que você ama, você nem sequer se preocupou com isso!Olhe no chão da cozinha, você verá algumas flores perto da porta..Aquelas são flores que ele trouxe pra você. Ele mesmo as pegou, a cor-de-rosa, a amarela e a azul. Ele ficou quietinho para não estragar a surpresa, e você nem viu as lágrimas nos olhos dele".Nesse momento, eu me senti muito pequena e agora, o meu coração eraquem derramava lágrimas.Então eu fui até a cama dele e ajoelhei ao seu lado."Acorde filhinho, acorde. Estas são as flores que você pegou pra mim?"Ele sorriu, "Eu as encontrei embaixo da árvore. Eu as peguei porque as achei tão bonitas como você!. Eu sabia que você iria gostar, especialmente da azul"Eu disse, "filho, eu sinto muito pela maneira como agi hoje.Eu não devia ter gritado com você daquela maneira."E ele disse. "Ah mamãe, não tem problema, eu te amo mesmo assim!!"Eu disse: "Filho, eu também te amo. E eu adorei as flores, especialmente a azul."
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
MARA GABRILLI
Fui então passar um fim de semana na praia com o Paulo, que era meu namorado, e o Henrique que era e continua sendo meu maior amigo, em todos os sentidos. Saímos um pouco sem rumo, no dia 20 de agosto e fomos até Parati onde passamos a noite. No dia anterior houve a festa da pinga e no seguinte passamos o dia na praia de Trindade, que é super agradável.
Estava muito triste, haviam muitas coisas na minha vida que estavam me deixando bastante confusa, principalmente o meu relacionamento com o Paulo. Na manhã desse dia 21 eu acordei antes dos dois na pousada e lembro que pedi muito forte para Deus, olhando para sol, que eu queria mudar o rumo da minha vida por que as coisas não andavam muito agradáveis.
Saímos de Paraty umas 8 horas da noite em direção à serra de Taubaté e quando estávamos subindo a serra, ele estava correndo um pouquinho a mais do que deveria naquela estrada e fiquei até com um pouco de medo. Então o Paulo, que estava dirigindo, perdeu o controle do carro e ele caiu a uns 15 metros, capotando numa curva nessa serra que chama "curva da morte".
Os dois conseguiram sair do carro. O Paulo não tinha nenhum ferimento e o Henrique tinha machucado o joelho e eu não consegui sair, fiquei presa e no momento não dava para saber se eu estava paralisada mas senti uma impossibilidade de sair pois o espaço era pequeno. Eu me lembro que ainda levantava um pouco os braços e só conseguir erguer do cotovelo para cima, a parte debaixo não conseguia e eu até achei que tinha quebrado os braços, não me dei conta do que estava rolando.
Fiquei duas horas e meia, ali num pântano deitada e sentia o efeito do reflexo da lua na água e que tudo era úmido ali. O Paulo ficou segurando a minha cabeça e cada vez que respirava eu gritava de dor. Eu nunca tinha sentido uma dor tão grande quanto essa dor que eu senti no pescoço e eu não deixei ninguém me tocar. Só relaxei na hora que chegou um cara de roupa laranja dizendo que era do corpo de bombeiros e que iriam serrar o carro procurando me deixar totalmente imobilizada. Nessa hora eu apaguei, eu desmaiei do tipo "eu não precisava mais tomar conta de mim" e então me lembro de uns flashes de eu indo para o Hospital de Taubaté de São Luiz do Paraitinga na verdade. Isso foi num domingo à noite, dia 21 de agosto e no dia seguinte ao meio dia fui transferida para o Hospital Israelita Albert Einstein de helicóptero.
Eu quebrei a quarta e a quinta vértebras cervicais e tive também uma lesão medular na altura da terceira vértebra. Fiquei 22 dias na UTI, respirando por aparelhos sem saber se eu conseguiria sair ou não, pois demorou um tempo para que meu diafragma começar a reagir, começar a tomar conta da situação. Depois de três dias do acidente eu fiquei numa tração, onde você fica deitado na horizontal com pesos na cabeça para o pescoço voltar ao lugar, mas no meu pescoço havia muitos fragmentos de ossos que estavam machucando. Com a lesão na medula então era extremamente necessária a cirurgia e então fizeram uma artrodese para tirar um pouco de osso da bacia e esculpir uma nova vértebra. Tudo isso foi feito em três dias depois do acidente, no dia 24 de agosto e desde então eu nunca parei de melhorar. Eu tive muita sorte por que há muito pouco tempo havia sido lançado um medicamento, um corticóide chamado Metilpredinissolone que evitava uma segunda leva de morte neurológica, que seria como se fosse um suicídio coletivo de neurônios e que acaba levando a uma situação chamada de "apoptose" que na verdade seria uma complicação então pois com o choque mecânico inicial da pancada que já mata ovários, várias células nervosas e depois uma cadeia de morte que vem acontecendo causando uma transformação que ocorreu no tecido nervoso. Esse corticóide inibe a continuação dessa morte neurológica e o que faz uma grande diferença em um ou dois níveis de lesão.
Eu tive muita sorte de ter um neurocirurgião de plantão no hospital que conhecia esse Metilpredinissolone e que provavelmente fez muita diferença na minha vida. Pode ser que se não tivesse sido ministrado esse corticóide nas primeiras oito horas, eu tivesse hoje que respirar com a ajuda de aparelhos o que faz muita diferença pois você não precisa estar conectado a uma parede e têm a liberdade de ir e vir sem se preocupar com a respiração.
Foram 22 dias de UTI e no total foram dois meses no Einstein. Quando eu consegui ter uma respiração totalmente auto-suficiente, me colocaram no avião direto do hospital para o aeroporto em direção a um centro de reabilitação em Boston, ficando lá uma semana. Era muito ruim ser tratada como uma pessoa que não tem mais jeito, que não precisa de tanta higiene e assim no primeiro momento eu quase entrei em depressão. Meu irmão então foi conhecer um outro centro e fizeram a minha transferência para o Centro de Reabilitação Hamervill Reabiliton Centre, em Pittisburg, esse realmente foi muito bom para mim. Fiquei mais uns dois meses lá e minha mãe e meu irmão ficaram junto comigo. Meu pai também foi para lá para me ver.
No total foram quatro meses de internação e então voltei chegando em São Paulo no dia 24 de dezembro. Eu me lembro que foram os dias mais difíceis de minha vida pois eu não voltei para minha casa, voltei para casa de uma amiga que cedeu a casa por que na minha casa ia ser muito difícil a locomoção com cadeira de rodas, e no meu apartamento que era duplex, eu não tinha como subir e descer as escadas. Meus pais estavam reformando uma casa que não estava pronta e então nesse ínterim nós ficamos na casa dessa amiga.
Cheguei há uma situação que era totalmente nova para mim, um outro corpo, um corpo que estava paralisado do pescoço para baixo e dependia 100% da ajuda de alguém para qualquer atividade, numa casa que eu não conhecia, voltando a morar com meus pais que eu já não estava mais acostumada e assim como se estivesse mudado de planeta. Essa falta de referenciais foi muito dura, foi muito complicado na noite de Natal que sensibiliza mais ainda, esse dia foi um dos dias mais difíceis da minha vida. Fui então me acostumando, graças a Deus, pois eu sempre tive um time muito rápido para uma adaptação nas novas situações.
A partir daí eu fiz muita fisioterapia numa clínica americana e continuo aqui nesse ritmo. A cada dia fui evoluindo e foi muito importante para mim, contar num primeiro momento com a ajuda de meu irmão, minha mãe e o meu pai. Aos poucos eu fui assumindo o meu próprio tratamento e a minha vida por que eu fui colocando muita criatividade em cima do meu dia-a-dia, então o tratamento com a minha fisioterapia foi ficando cada vez mais gostoso pois foi ficando com a minha cara, com meu jeito e meu corpo foi acompanhando.
No início fiquei muito magra, muito ossudinha, muito pouco tono muscular, percebi então que eu ia ter muito trabalho para readquirir um corpo mais tonificado, mais saudável e menos frágil, mas em nenhum momento eu duvidei que isto pudesse acontecer e venho trabalhando e continuo trabalhando muito para melhorar e ganhar mais possibilidades com o meu corpo. Quanto mais possibilidades eu ganho, mais ele me oferece e agradece por ter feito um bom trabalho, com muito tesão, o corpo percebe a diferença.
domingo, 9 de setembro de 2007
São Paulo: 452 anos de história
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GABRIEL CHALITA